O maior mercado consumidor do mundo está aberto para o frango paranaense. Esta semana, a China autorizou o recebimento direto do produto, que antes precisava passar pela Coreia do Sul, Vietnã ou por Hong Kong - o que encarecia o preço.
O primeiro embarque direto foi feito no dia 2 de junho, por um abatedouro do Rio Grande do Sul. O Paraná, maior produtor nacional de frango, prepara-se para aprofundar a relação comercial com os chineses. "Poderemos estabelecer relações diretas com tradings que estão nos maiores mercados, Xangai e Pequim. A exportação direta vai representar uma melhoria no nível de atendimento e de preço", avalia o presidente da Unifrango, Domingos Martins.
A Unifrango é o braço exportador de 19 indústrias paranaenses, entre abatedouros e incubatórios, duas delas maringaenses: Frangos Canção e Coroaves.
Entre os 14 abatedouros que compõem a Unifrango, apenas dois já possuem credenciamento especial para exportar frango diretamente para o território chinês: Diplomata e Globoaves, ambos de Cascavel. Outras sete indústrias paranaenses possuem o credenciamento, que só foi concedido a 24 exportadores do Brasil até o momento.
A Unifrango requereu ao Ministério da Agricultura que estenda a permissão de exportar para os outros 12 abatedouros que integram o grupo. Para obtê-lo, é necessária a vinda de uma missão chinesa ao local de abate, para verificar o processo de produção e autorizar a venda.
Maringá ampliou em 5,08% as vendas externas de frango nos quatro primeiros meses do ano. Para Martins, a abertura plena do mercado chinês deverá elevar o nível de vendas.
"Ainda não quero arriscar uma previsão, porque exportação é como um namoro: leva um certo tempo para que haja confiança entre as partes. Mas ficaria muito satisfeito se o nível global de vendas aumentasse 10% este ano", analisa Martins.
Habilitação
O abatedouro Frangos Canção, de Maringá, já entrou em contato com o Ministério da Agricultura para acelerar o processo de habilitação de vendas para a China.
De acordo com o gerente de exportações da empresa, Edemir Trevizolli Junior, a abertura do mercado é importante, mas não muda seus planos de curto prazo.
"Estamos concentrados nas vendas para o Oriente Médio, mas sem dúvida, a abertura do mercado chinês é uma grande conquista", afirma Junior, que acaba de voltar de uma missão de negócios a países árabes que compram frango paranaense. Ele afirma que não há previsão para que a habilitação seja liberada para a empresa, pois o processo no ministério é lento.