A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) projeta um aumento de produção de frango no Rio Grande do Sul em 2013 de 1% a 2%, acompanhando estimativa da União Brasileira de Avicultura (Ubabef). De acordo com José Eduardo Santos, diretor executivo da Asgav, a perspectiva de estabilidade após um ano de crise indica que ainda há um sinal de alerta no setor, especialmente com o risco de nova escalada nos preços de milho e farelo de soja, principais custos do setor. "O mercado de grãos vai determinar o ritmo da produção", afirmou. Não se projeta, no entanto, uma crise como a ocorrida de 2012.
Apesar da perspectiva de que os insumos continuarão pressionando os custos, a associação ainda trabalha com a ideia de manutenção dos preços do produto final neste ano. Só em 2012 a elevação chegou a 25%, e nova alta dependerá do impacto do aumento do diesel no frete. "O governo dá de um lado, mas tira do outro", disse Nestor Freiberger, presidente da entidade. Segundo ele, a redução da energia elétrica não será percebida pela indústria, porque o combustível pesa mais nos custos de produção.
Em 2012, o abate de frangos no Rio Grande do Sul caiu 7,16% ante 2011, para 774,2 milhões de aves. O alojamento também recuou no período, 0,5%, para 792 milhões de cabeças, de acordo com a entidade. A produção de aves inteiras e cortes caiu 6,71% na comparação com 2011, para 1,529 milhão de toneladas.
Somente no Estado, o setor registrou crescimento de 4,8% na comercialização de frango inteiro e cortes, resultado, segundo a entidade, de uma mudança na política tributária do Estado, que garantiu competitividade em relação à produção de Santa Catarina e Paraná.
Milho
A Asgav voltou a cobrar do Ministério da Agricultura uma política de retenção de milho no mercado interno, para garantir o abastecimento em anos de forte exportação. Segundo Nestor Freiberger, a proposta é de que o governo acione um dispositivo de compra para garantir que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tenha um estoque regulador mínimo para diminuir a especulação.