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Brasil: Frango encarece 50% em um ano

Publicado: 25 de fevereiro de 2013
Fonte : Diário do Grande ABC
O preço do quilo do frango inteiro aumentou 50% em um ano ,encerrado nesta semana, no Grande ABC. A dona de casa pagou em média, em fevereiro de 2012, R$ 3,63 pelo quilo do alimento. Atualmente, desembolsa R$ 5,46. No mesmo período, a inflação da carne bovina de primeira atingiu 6,15% e cortes menos nobres, 3,95%.
Apesar de distante, a quebra da safra de grãos nos Estados Unidos, no ano passado, foi o fator principal para que a carne branca apresentasse inflação tão agressiva. Os preços do milho e da soja subiram muito no mercado internacional, como são base para rações, impactaram o custo ao produtor, que por sua vez repassou aos distribuidores e aos mercados e essa gordura chegou ao consumidor.
O resultado deste cenário é que alguns cortes do frango deixaram de ser alternativas mais baratas às carnes vermelhas. Nos mercados, as peças mais nobres da ave, como o filé de peito e a asa, estão com preços entre R$ 8 e R$ 12 por quilo. A mesma quantia das carnes bovinas de segunda, atualmente, custa R$ 10,25 em média. As de primeira, R$ 16,39.
"Está muito mais caro. Eu pagava R$ 8 pelo quilo do frango no ano passado. Agora esta R$ 11", disse a dona de casa Rosimeire Theodoro, que compra mais de dois quilos de cortes variados do produto a cada 15 dias.
O pastor Júlio Oskinis, apaixonado pela cozinha, destacou que não foi só a ave que encareceu, e sim todos os alimentos básicos. "O frango está mais caro, mas as carnes bovinas estão muito mais, o que nos motivou diminuir em 80% o consumo delas nos últimos meses", observou. Segundo a consultora de beleza e mulher de Oskinis, Selma, a alimentação da família, mesmo com a carne branca mais cara, está baseada em frango e legumes por causa dos preços.
A aposentada Irene Alves não percebeu altas relevantes no preço do frango, mas deixou de lado as carnes vermelhas há um ano. Mesmo com a inflação, ela afirmou ter diminuído os gastos.
Os preços comparados são da pesquisa semanal da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) e de levantamento realizado pela equipe do Diário.
Quebra de safra de milho nos EUA é o principal vilão do bolso
O encarecimento do frango está diretamente relacionado à quebra da safra de milho e soja dos Estados Unidos, ocorrida em 2012. "Acredito que tenha sido o fator preponderante na alta do preço", avaliou o economista Felipe Queiroz, da agência classificadora de risco de crédito Austin Rating.
Os produtores norte-americanos enfrentaram um duro período de estiagem e, em seguida, chuvas, o que prejudicaram a cultura. Com oferta menor e continuidade da demanda, os preços dos grãos no atacado negociados em Bolsas de Mercadorias internacionais subiram. E isso refletiu no País.
"No primeiro semestre, o destaque foi para o farelo de soja, que chegou a aumentar quase 75% no Paraná, importante região produtora de carne de frango. No segundo semestre, foi a vez do milho se valorizar de forma expressiva. Em Campinas, o aumento foi de 46%", exemplificou a analista de mercado Camila Brito Ortelan, do Cepea/Esalq-USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo).
O milho e a soja são os principais componentes das rações das aves. E o custo dos produtores aumentou. "A ração e o pintinho, de um dia, tiveram alta média no custo ao produtor de 36%", destacou o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto.
E o setor agropecuário repassou os preços aos distribuidores, que chegou até às famílias, para evitar que a quebra da safra dos Estados Unidos se traduzisse em "quebradeira geral", explicou o analista da Safras & Mercado Paulo Roberto Molinari. Junto a tudo isso, o dólar valorizou frente ao real e a exportação brasileira aumentou, sobrando menos grãos para a demanda interna, o que pode ter influenciado ainda mais os preços, analisou Benedetto.
Mas as coisas devem mudar, pontua Molinari. Segundo ele, o plantio da safra norte-americana terá início em maio e a colheita, em setembro. "Se tudo der certo na safra, todos os preços vão ceder".
Fonte
Diário do Grande ABC
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