Afirmo que avicultura industrial do Brasil é a melhor do mundo por trabalhar a quase três décadas na área e orgulho-me que, com centenas de outros profissionais levamos o setor a níveis de produtividade e ajustes finos em sua organização, caracterizando-a como uma das mais competitivas e respeitadas no mundo, sucesso baseado em estratégias de parceria ou integração entre agroindústrias e produtores rurais, investimento das empresas, modernizando processos da cadeia produtiva, industrialização, relação com comunidades nas quais atuam e na comercialização nacional e internacional. Condições favoráveis de clima, mão de obra, custos, água, espaço para produção, respeito ao meio ambiente, empresários urbanos e rurais, técnicos de alto nível são quesitos que nos diferenciam, positivamente, mas ainda temos pontos a melhorar como logística, carecendo atenção pela deterioração de rodovias, tanto asfaltadas como vicinais para escoamento de aves vivas e insumos - pintainhos e ração -, estrutura portuária deficiente, panes elétricas, carga tributaria excessiva e legislações questionáveis, constituindo fatores que influenciam, negativamente, nossa competitividade.
O avanço da tecnologia permitiu à avicultura melhorar índices técnicos e econômicos, como a conversão alimentar, idade de abate, viabilidade, uniformidade de planteis, produção de ovos, eclosão, controle preventivo de enfermidades, qualidade intestinal e pele, custos de produção, enfim todos os indicadores de produção, industrial e de mercado. Aves são alimentadas à base de uma ração com milho/sorgo e soja, matérias-primas com incremento de produtividade, aumento de áreas de produção e abertura de novas fronteiras, deslocando a produção dessas commodities para regiões como o Centro-Oeste, na qual passaram a ser produzidas em escala superior à região Sul e com outras áreas agrícolas do Brasil podendo ser exploradas, fator preponderante na instalação de unidades agroindustriais ao abate e processamento de aves em todo o pais.
Em 2020, a carne de frango deterá metade do consumo no Brasil, previsão e da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, os brasileiros consumirão em 2010 16,870 milhões de toneladas das carnes bovina, suína e de frango. O maior volume - 46,8% do total - será da carne de frango, vindo a seguir a carne bovina, com 37,4% e, por fim, a carne suína, com 15,8% do consumo total. Já o esperado a daqui a 10 anos é um consumo total 28,39% maior que o atual percentual que corresponde a um volume da ordem de 21,660 milhões de toneladas. Espera-se que pouco mais da metade desse consumo (50,1%) seja da carne de frango, cabendo às carnes bovina e suína participação de, respectivamente 35,3% e 14,6%. A maior parcela de carnes produzidas em 2009 - 11,127 milhões de toneladas, 50,2% do total - foi de frango no Brasil.
A Avicultura brasileira tem excelência na produção, qualidade, nutrição, sanidade, capacitação de pessoas na gestão desses e outros fatores, oferecendo mundo afora produtos que atendem necessidades de praticidade, conveniência e segurança alimentar aos mais exigentes consumidores, atributos que fazem do pais o terceiro maior produtor e líder mundial - desde 2004 nas exportações de carne de frango, com quase 4 (quatro) milhões de toneladas embarcadas com receita de, aproximadamente, US$ 6 (seis) bilhões no ano passado. O setor exportador de carne de frango foi impactado pela retração da economia mundial - razão da crise financeira internacional -, reduzindo preços e encomendas de clientes importantes como Rússia, Japão e Venezuela e pela valorização do real ao dólar, o câmbio diminuiu a competitividade do produto no mercado internacional e comprimiu a rentabilidade das empresas.
Apesar de alguns problemas enfrentados e sempre teremos que enfrentá-los com pro atividade, nossa situação e privilegiada no que diz respeito a índices de produção (terceiro lugar mundial) e de exportações do agronegocio (segundo lugar) e na pauta de exportações do País (sexta colocação). A cadeia produtiva de carne de frango brasileiro emprega quase 5 (cinco) milhões de pessoas, com, aproximadamente, 300 mil em chão de fábrica de processamento, unindo, de forma inédita, o pequeno produtor rural familiar ao comércio mundial de alimentos. Mesmo com expressivos avanços experimentados pela avicultura brasileira e os enfrentamentos vivenciados pelo setor, as bases da cadeia produtiva da avicultura brasileira são sólidas e estão ajustadas à realidade, tanto na sua produção sustentável ate o mercado, satisfazendo comunidade e consumidores e estamos pautados em sermos os melhores apesar de sermos os maiores neste setor no mundo. Parabéns produtores, lideres municipais,Instituições financeiras, funcionários, empresários, fornecedores de toda a cadeia, consumidores responsáveis por esse sucesso da avicultura no cenário mundial, atendendo anseios sociais, econômicos, ambientais e de sustentabilidade da avicultura.