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Coleta Excretas Energia Metabolizável Frangos

Ajuste da Metodologia de Coleta Total de Excretas para a Determinação da Energia Metabolizável em Frangos de Corte

Publicado: 3 de janeiro de 2005
Por: Valdir Silveira de Avila; Aline Paula; Paulo Antônio R. de Brum; Gerson Neudí Scheuermann; Arlei Coldebella
Atualmente são utilizado vários programas alimentares para satisfazer as exigências das diferentes linhas genéticas para produção de carne e ovos. Para que os ingredientes sejam adequadamente utilizados nas rações necessitam do conhecimento da sua composição química e da energia metabolizável.
De modo geral, os valores de energia metabolizável dos ingredientes utilizados na alimentação de aves são influenciados por diversos fatores, entre eles: deficiências múltiplas de aminoácidos e vitaminas, níveis de cálcio e fósforo, e nível de inclusão do ingrediente teste. Desta forma, este trabalho teve por objetivo determinar os valores de energia metabolizável aparente e energia metabolizável aparente corrigida pela retenção de nitrogênio do farelo de soja, utilizando-se rações teste corrigidas ou não para as quantidades de cloreto de colina e dos premixes vitamínico e micromineral em relação à ração referência para aves.
Foram utilizados 360 pintos de corte da linhagem Ross, criados em baterias com aquecimento elétrico no período de 1 a 14 dias de idade, distribuídos ao acaso em boxes (cinco machos e cinco fêmeas, por repetição). A partir desta idade, manteve-se a temperatura em torno de 24ºC, que fica na faixa de conforto das aves e utilizou-se regime de luz natural. As rações (Tabela 1) e água foram fornecidas à vontade, utilizando-se comedouros e bebedouros tipo calha.
O experimento foi composto por duas rações (dois tratamentos), com 12 repetições em blocos casualizados de acordo com o andar da bateria. Em uma delas utilizou-se o nível de substituição de 40% na ração referência pelo ingrediente teste (farelo de soja), de acordo com a metodologia tradicional de coleta total de excretas, conforme Hill & Anderson (1958) e na outra, o mesmo nível de substituição, porém, corrigindo as quantidades de cloreto de colina e dos premixes vitamínico e micromineral em relação a ração referência. Os cálculos foram realizados de acordo com a fórmula de Matterson et al. (1965) e ajustadas com base na retenção de nitrogênio.
As rações teste foram fornecidas durante um período de 9 dias (15 a 23 dias de idade), sendo quatro dias para adaptação e cinco (entre 19-23 dias), para o período de coleta total das excretas.
As rações fornecidas foram pesadas no início e as sobras no final do período de coleta, a fim de se determinar o consumo de ração e a energia bruta consumida.
As excretas foram coletadas em intervalos de 24 horas, em cada unidade experimental, sendo eliminadas penas, resíduos de ração e outras fontes de contaminação, pesadas e armazenadas no congelador até o final do período de coleta. Ao término do período de coleta as amostras foram descongeladas, reunidas por repetição e homogeneizadas, sendo retiradas alíquotas de 400 a 500g, as quais foram colocadas em estufas ventiladas, com temperatura de 55ºC pelo período de 48 horas, para secagem e análise.
Os valores de matéria seca e de nitrogênio nas excretas e rações, e matéria seca nos ingredientes, foram determinados de acordo com Association of Official Analitical Chemists (1995). Os valores de energia bruta das rações e das excretas foram determinados através da bomba calorimétrica pelo método descrito por Parr Instruments Co. (1984).
A análise dos dados foi através da análise de variância e a comparação das médias pelo teste t.
Tabela 1 – Composição das dietas referência e experimental
Ajuste da Metodologia de Coleta Total de Excretas para a Determinação da Energia Metabolizável em Frangos de Corte - Image 1
Na Tabela 2 constam as médias obtidas para os valores estimados de energia metabolizável aparente e energia metabolizável aparente corrigida para nitrogênio. Observou-se uma diferença significativa favorecendo a ração onde houve a correção da quantidade de cloreto de colina e dos premixes vitamínico e micromineral, comparado à ração sem correção. Esse fato se deve provavelmente ao maior desbalanceamento, quando a ração ficou mais deficiente em microminerais e vitaminas, determinando com isso menor absorção e metabolismo de carboidratos e lipídios e consequentemente gerando menores valores de energia metabolizável.
Tabela 2 – Energia metabolizável aparente e energia metabolizável aparente corrigida para nitrogênio e respectivos coeficientes de variação (CV%).
Ajuste da Metodologia de Coleta Total de Excretas para a Determinação da Energia Metabolizável em Frangos de Corte - Image 2
 
Conclusão
É recomendável corrigir as quantidades de cloreto de colina e dos premixes vitamínico e micromineral das rações teste em experimentos para determinar a energia metabolizável aparente corrigida para nitrogênio de ingredientes para aves.
 
Citação Bibliográfica
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALITICAL CHEMISTS - AOAC. Official methods of analysis. 16 ed. Washington, D.C.: 1995. 1094p.
HILL, F.W.; ANDERSON, D.L. Comparation of metabolizable energy and productive energy determination with growing chicks. Poultry Science, v. 64, p. 587-603, 1958.
MATTERSON, L.D., POTTER, L.M., STUTZ, M.W. The metabolizable energy of feed ingredients for chickens. University of Connecticut. Agricultural Experiment Station Research Report, v.7, p.3-11, 1965.
PARR INSTRUMENTS CO. Instructions for the 1241 and 1242 adiabatic calorimeters. Moline, 1984. 29p. (Parr Manual, 153).
 
O trabalho goi originalmente publicado pela Embrapa Suínos e Aves / Dezembro, 2004.
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Autores:
Valdir Silveira de Avila
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