INTRODUÇÃO
O grande crescimento do setor de Avicultura de todo mundo, principalmente nas últimas décadas, foi atribuído à eficiência de produção de carne de frango a custos mais competitivos. Entretanto, é bom lembrar que as linhagens de conformação avícola destinadas à produção de carne são, prioritariamente, selecionadas para ganho de peso. Frangos de corte oriundos destas matrizes apresentam uma característica típica de melhor conversão alimentar, melhor conformação e melhor rendimento de carcaça, fatores estes importantes para a rentabilidade das indústrias. Estas qualidades são destinadas para o frango de corte, mas são problemáticas para o desempenho reprodutivo das matrizes, pois na genética, quase sempre, quando selecionada uma característica desejável, esta, por sua vez, é acompanhada por uma indesejável. Este fato ocorreu, principalmente, nas linhas machos, que resultou na diminuição do desempenho reprodutivo em virtude das correlações genéticas negativas entre crescimento e características de reprodução (REDDY e KELLY, 1991).
Foi observado que sempre houve maior ênfase no manejo e nutrição da matriz fêmea, sendo o galo relegado a segundo plano. Apesar do uso de apenas 10% de machos em relação a fêmeas, estes contribuem com 50% da carga genética do plantel.
Os machos reprodutores são fundamentais para a fertilidade em um plantel de reprodutores, e as informações sobre os fatores nutricionais que influenciam os seu desempenho reprodutivo, não estão de acordo com a importância dos galos no processo reprodutivo (SMITH, 1986).
A fertilidade por monta natural está associada a vários fatores, incluindo genéticos, fisiológicos, ambientais e sociais (EDENS, 1983). Sendo as herdabilidades das características de eficiência reprodutiva relativamente baixas, os fatores não-genéticos são importantes para o desempenho reprodutivo das matrizes em nível comercial (REDDY E KELLY, 1991).
A criação de machos e fêmeas separados e alimentação separada por sexo na fase de produção foram práticas adotadas no final da década de 80, no Brasil, e contribuíram para melhorar significativamente a fertilidade e a eclodibilidade.
Atualmente, esta prática é adotada na maioria dos países do mundo, pois permite melhor arraçoamento dos galos reprodutores baseados nas suas próprias exigências nutricionais, permite controlar o consumo alimentar e o peso corporal evitando que o galo torne-se obeso.
Exigência nutricional de proteína bruta para galos reprodutores de corte na fase de produção
As proteínas são partes estruturais dos tecidos do organismo, tais como músculos, ligamentos, pele, penas, unhas, entre outros, além de atuarem como metabólitos e enzimas (SCOTT, 1982).
Diariamente, o organismo necessita receber quantidades deste nutriente para repor suas perdas corporais metabólicas que são medidas através das perdas nas fezes e urina (LEHNINGER 1984). As quantidades a serem consumidas para satisfazer as exigências metabólicas do animal são variáveis em função do valor biológico que possuem, ou seja, da composição de aminoácidos que as constituem. Segundo NORTH (1993), com o conhecimento da qualidade da proteína e da exigência do animal, há a possibilidade de um manejo mais adequado de arraçoamento para o tipo específico e idade da ave a ser alimentada.
A alimentação representa grande parcela do custo total na produção de reprodutores. BUCKNER e SAVAGE (1986) relataram que a utilização de rações com baixo nível protéico, além de manter a produção de sêmen, reduz o custo quando associada a programas de restrição diária durante o período reprodutivo. Os autores concluíram que o consumo de 10,9 g de proteína/ave/dia a partir de 20 semanas de idade é o suficiente para os galos manterem a produção de sêmen normal. Da mesma forma, TARDIN (1990) relatou que uma das razões evidentes para o uso de rações especiais para os galos é a redução dos custos, visto que uma ração com 16% de proteína bruta, normalmente usada para fêmeas, poderá onerar de 7,0 a 11,0% o custo da alimentação se comparada a uma de 12,0% de proteína (PB) específica para o macho. Entretanto, segundo LESSON e SUMMERS, (2000) em ração de machos reprodutores com baixos níveis de proteína e aminoácidos, muitas vezes torna-se difícil na prática devido a pouca quantidade de produção e ao custo. Todavia, os autores afirmam que esta ração para galos reprodutores no período de reprodução aumentaria em 2 a 3% a fertilidade. Apesar disto, a maioria dos manuais das linhagens recomendam usar para a alimentação do galo a mesma ração das fêmeas. No entanto, McDANIEL (1986) observou que galos reprodutores de corte apresentam melhor desempenho reprodutivo com rações de baixo nível protéico (12% PB). Estes resultados foram confirmados em operações comerciais, e a indústria utiliza níveis de 11,0 a 11,5% de proteína bruta. McDANIEL (1987) sugeriu o aumento de 2,5% nos índices de eclodibilidade pelo uso de ração de baixa proteína para os machos, que segundo TARDIN (1990) ainda não foi dimensionado em nível de campo. Entretanto, GALETTI (1987), utilizando ração com 12% de PB nas fases de crescimento e reprodução em granjas comerciais, verificou tendências de importantes melhoras nas taxas de eclosão e no controle do peso corporal. HOCKING (1990) observou que galos alimentados com alta proteína (ração de fêmea) apresentam declínio na fertilidade, no período de 45 a 60 semanas, quando comparados com machos alimentados com rações de baixos níveis de proteína.
Machos consumindo reduzida quantidade de proteína ejaculam mais freqüentemente e o tempo de vida dos espermatozóides ejaculados excede muito dos daqueles machos que consomem maior quantidade de proteína (ETCHE, 1995).
REVINGTON et al. (1991) avaliaram o efeito de dois diferentes níveis de proteína (8 e 12%) que foram usados na ração de galos reprodutores e não observaram diferença no volume de sêmen e no número de espermatozóides produzidos. Os autores concluíram que rações contendo 8% de PB foram suficientes para atender às exigências dos machos sem causar prejuízos no desempenho reprodutivo.
Segundo HOCKING (1989), baixas concentrações protéicas na ração (80 g/kg) provocam diminuição no peso corporal dos galos (0,3 a 0,4 kg), o que pode ser adequado, pois a concentração convencional de proteína para reprodutores indicados nos manuais das linhagens (150 a 180 g de proteína/kg de ração), embora possibilite animais maiores e mais pesados, pode causar efeitos deletérios durante o período de produção espermática, com o que concordam WILSON et al. (1987b). Os autores testaram rações com diferentes níveis de proteína bruta (9, 12 e 15%) e com o mesmo nível de energia (isocalóricas) em galos nas fases de crescimento e reprodução e concluíram que o nível mais baixo de proteína (9%) não afetou significativamente o volume de sêmen e a concentração de espermatozóides Tabela 1 .
De acordo com a revisão feita por BOOTWALLA e MILES (1990), machos reprodutores adultos requerem entre 8,9 e 15,6 gramas de proteína bruta/dia. Rações com baixa proteína bruta (8 a 12%) podem sustentar a produção de sêmen em machos reprodutores.
DAHIR (1983) citou que ao ser manipulado o nível protéico da ração, há necessidade de suplementar os aminoácidos limitantes para não haver perdas de desempenho. Caso contrário, os níveis insuficientes de proteína para atender às exigências do animal irão causar, pela ausência do primeiro aminoácido limitante, restrição no consumo e a energia não-utilizada na síntese protéica ficará retida no organismo na forma de gordura corporal.
WILSON et al. (1987a), alimentando galos com quantidades iguais de rações isocalóricas (2.818 kcal EM/kg), contendo 12, 14, 16 e 18% de proteína bruta, durante o período de 4 a 54 semanas de idade, concluíram que machos podem ser alimentados com 12% de proteína, pois estes machos apresentaram menor peso testicular (34 g), mas produziram maior número de espermatozóides ejaculados (3,23.109) em relação aos galos recebendo ração com nível de 18% de proteína na ração (41 g 2,67 x 109 espermatozóides) Tabela 2.
COUTO (1994), estudando as exigências de proteína bruta para galos reprodutores de corte, no período de 33 a 72 semanas de idade, afirma que 12,1 g de proteína/galo/dia foram suficientes para manter a produção média de sêmen e a porcentagem de galos em produção de sêmen. Já Borges (2001), avaliando o efeito de diferentes consumos de proteína/ galo/dia (12.0, 14.2, 16.4, 18.6 e 20.8) sobre as características quantitativas (volume e concentração espermática) e qualitativas (motilidade e vigor) de sêmen de galos reprodutores de 27 a 61 semanas de idade, concluiu que o consumo de 17 g de proteína/ave/dia foi o mais adequado para suprir as necessidades de machos reprodutores na fase de produção. O autor também afirma que a idade e o excesso de proteína diminui a quantidade e qualidade do sêmen de galos reprodutores Tabelas 3, 4, 5 e 6.
Deve ser ressaltado que existem poucos trabalhos na literatura que analisaram qualidade de sêmen, ou seja, vigor e motilidade; na maioria das vezes os autores trabalham apenas com a análise quantitativa (volume e concentração espermática). Isto é um equivoco, pois o mais importante para manter uma fertilidade boa em um plantel de reprodutores é a capacidade dos espermatozóides irem ao encontro do óvulo no infundíbulo, pois lá é o local da fertilização e, para isto acontecer, os espermatozóides devem possuir uma boa motilidade e um bom vigor. No que concorda McDANIEL (1987), pois o autor cita que a maioria dos trabalhos publicados sobre fertilidade de galos avalia apenas volume de sêmen e concentração espermática. Mas, segundo o mesmo autor, estes parâmetros não são suficientes para avaliar a capacidade reprodutiva de um plantel. O autor afirma que é necessário serem avaliados também o índice de motilidade do esperma (SMI)
e a penetração do esperma no ovo. O conhecimento dos índices fornecidos por estes parâmetros permite avaliar se o reprodutor apresenta sêmen em condições de fertilizar.
LAUTERIO e SCANES (1988) citados por CALCANHOTTO (1991), verificaram o efeito da idade e do nível de proteína na ração de galos sobre a produção de hormônios de crescimento e puderam evidenciar que os animais jovens produzem mais hormônio de crescimento quando comparados a animais adultos e que os animais submetidos a baixos níveis de proteína produziram 35% menos quantidade de hormônio, evidenciando que esta combinação de efeitos pode explicar em parte a redução do tamanho e do peso testicular sob condições de restrição alimentar e posterior recuperação do tamanho sob condições melhores de nutrição.
BROWN e McCARTNEY (1986) citam que em condições de severa restrição o consumo de nutrientes fica reduzido, diminuindo significativamente o peso corporal, bem como o peso dos testículos e a produção de sêmen. Entretanto, WILSON et al. (1988) observaram que o tamanho e peso testicular maiores não correspondem a aumentos na produção de sêmen em galos.
A nutrição, segundo ARSCOTT e PARKER (1963), é um dos fatores fundamentais na produção de sêmen. Os autores verificaram, ao alimentar galos com níveis diferentes de proteína bruta na ração (16,9, 10,7 e 6,9%), que não houve diminuição no volume de sêmen produzido, apesar dos galos alimentados com 16,9% de PB produzirem uma pequena quantidade a mais de sêmen do que os outros dois tratamentos. Em trabalho semelhante, WILSON et al. (1971) concluíram que níveis protéicos da ração de galos com 12,4 e 8,9% não interferiram na produção adequada do sêmen dos galos em relação às recomendações de proteína bruta na ração, feitas pelos manuais das linhagens (16%).
Os efeitos da proteína durante a fase de reprodução foram estudados por RAKPHONGPHAIROJ et al (1985), com galos reprodutores de corte alojados em gaiolas no período de 22 a 55 semanas de idade. Os galos foram submetidos à ração de baixa proteína (7% de PB) e com três diferentes níveis de energia (1.985, 2.415, 2.850 kcal de EM/kg) e a uma ração controle com 16% de PB e 2.850 kcal de EM/kg. As rações de baixa proteína foram fornecidas à vontade, enquanto a ração controle foi restrita diariamente. Os autores não observaram influência da energia e da proteína na produção de sêmen, na concentração espermática e na fertilidade. Entretanto, os níveis de energia influenciaram o peso corporal, o peso dos testículos e a quantidade de gordura abdominal. Os autores concluíram que galos pesados podem ser mantidos com 7,0% de PB e 1.985 a 2.850 kcal de EM/kg. FONTANA et al (1990) testaram a influência da alimentação de galos reprodutores de corte com rações contendo dois diferentes níveis de proteína bruta (12 e 14%), mantidos em 90 e 100% do peso corporal recomendado pelo manual da linhagem, com alimentação separada das fêmeas. Uma ração padrão com 14% de PB e 2.922 kcal de EM/kg foi fornecida para machos e fêmeas em conjunto. Os autores observaram um aumento de aproximadamente 4% no índice de fertilidade a favor da ração com 14% de PB com a alimentação separada. Os autores também observaram que os testículos dos galos que receberam a ração controle eram mais pesados, entretanto não houve diferença significativa no volume de sêmen e nem na concentração espermática. Eles concluíram que o aumento observado na fertilidade foi devido ao peso corporal dos galos e não à capacidade de produção de sêmen.
HOCHING e DUFF (1989), mostraram os resultados de um experimento onde observaram problemas de pernas dos machos reprodutores quando criados com dietas com diferentes níveis de proteína e alimentados em conjunto ou separados das fêmeas. As aves que foram escolhidas por causa da baixa fertilidade mostraram também a maior incidência de problemas de perna. O problema foi mais grave com machos alimentados junto com as fêmeas. Existe uma alta correlação entre peso corporal e o problema de perna em machos pesados.
CALCANHOTTO (1991), testando diferentes níveis de proteína na fase de crescimento e reprodução de galos reprodutores de corte, com um nível de 2.800 kcal de EM, constatou que a fertilidade e a eclodibilidade dos ovos férteis foram afetadas pelo nível de proteína na ração fornecida durante a fase de crescimento dos galos. O melhor desempenho reprodutivo observado no experimento foi com rações formuladas com 15% de proteína na fase de crescimento e 11% de proteína na fase de reprodução.
Vários autores afirmam que o aumento no consumo de proteína de galos reprodutores durante a vida reprodutiva afeta, principalmente, a fertilidade e a eclodibilidade de um lote de matriz pesada. Borges (2001) testando o efeito do consumo de proteína sobre a fertilidade de galos reprodutores nos períodos de 50 e 60 semanas de idade concluiu que 16,4 g de proteína/galo/dia foi o suficiente para atingir o máximo de fertilidade Gráfico1.
Exigência nutricional de energia para galos reprodutores de corte na fase de produção
A energia é um componente caro e decisivo nas rações para aves, entretanto encontra-se dificuldade em definir o termo "energia". De uma maneira geral, mais abrangente, todos os componentes orgânicos do alimento sujeitos à digestão e absorção pela ave, contribuem de uma maneira direta ou indireta para a energia útil deste alimento, embora tenham diferentes destinos no organismo animal.
A energia não é um nutriente, mas sim um resultado da oxidação dos nutrientes durante o metabolismo. Com isto, a energia é liberada como calor ou é armazenada para posterior uso pelos processos metabólicos nos animais.
Geralmente, quando se fala de energia, o termo custo energético para aves é abordado. Custo energético seria uma associação dos gastos de mantença com os gastos de produção. Os gastos de mantença são definidos como aqueles necessários à manutenção da homeostase e o balanço energético. Já os gastos de produção relacionam-se com a composição em energia daquilo que é produzido e com as perdas energéticas associadas à ineficiência dessa produção.
A energia é o componente mais crítico em uma formulação de ração para matrizes pesadas e, sem dúvida, equilibrar o fornecimento com as necessidades,
freqüentemente, significa a diferença entre um desempenho bom ou médio das matrizes.
A energia contida nas rações, pelo efeito que causa no consumo de ração a ser ingerida, também assume grande importância no desenvolvimento corporal dos animais (PEARSON e HERRON, 1980), pois interfere na utilização dos nutrientes disponíveis na ração, necessários ao atendimento das exigências dos animais nos diferentes estágios produtivos.
A ave precisa de energia e outros nutrientes por quatros motivos principais: crescimento, produção de ovos, manutenção das funções normais do corpo e atividade diária. Entretanto, é evidente que a exigência de energia e outros nutrientes é bem menor para galos reprodutores adultos, pois estes praticamente pararam de crescer ou gastam o mínimo de energia para crescimento e, evidentemente, não produzem ovos, necessitando de energia apenas para mantença e para atividades diárias. No que concordam LESSON E SUMMERS (2000). Os autores afirmam que machos reprodutores, após 35 semanas de idade, têm seu crescimento bastante reduzido, por isso necessitariam energia e outros nutrientes apenas para mantença e atividades diárias como movimento e acasalamento. Entretanto, eles advertem sobre a influência da temperatura ambiental; pois, dependendo da temperatura onde estes machos estão, a sua necessidade de mantença se modificará. Segundo os autores, o maior problema encontrado nestes casos seriam machos com excesso de peso (obesidade) devido ao excesso de consumo de nutriente em relação à necessidade de mantença nesta fase de produção.
DALE e FULLER (1982) observaram que a quantidade de energia consumida altera a excreção endógena, mostrando que níveis adequados de energia diminuem as perdas de energia e nitrogênio endógeno, talvez em função do mecanismo de economia no catabolismo do tecido. PARKER e ARSCOTT (1964), ao fornecerem ração com 13,1% de PB e níveis diferentes de 2.553, 2.068, e 2.584 kcal de EM/kg, durante 13 semanas a galos com 28 semanas de idade, observaram que o peso corporal reduziu significativamente com o decréscimo da energia da ração. Resultado semelhante foi encontrado por SEXTON et al. (1989) ao submeter galos com 30 semanas de idade a rações contendo 10% de PB e 1.600, 2.000, 2.400, 2.800 e 3.200 kcal de EM/kg. Galos que consumiram os níveis mais baixos de energia (1.600 e 2.000 kcal) apresentaram o pior desempenho reprodutivo. Os mesmos autores observaram um efeito quadrático dos níveis de energia da ração sobre o peso corporal afetando também a porcentagem de proteína e gordura da carcaça. Os autores afirmam que a gordura total da carcaça aumenta à medida que os machos consomem rações com níveis maiores de energia. A energia da ração é um dos aspectos mais importantes em uma ração de reprodução (SEXTON et al., 1989). Segundo BUCKNER (1986), resultados de pesquisa sugerem que a restrição no consumo de energia mostra resultados mais severos na reprodução dos galos quando comparados com a restrição do consumo de proteína.
DUCAN et al. (1990) afirmaram que o decréscimo na fertilidade de machos reprodutores submetidos à restrição alimentar era devido ao fato destes machos terem um decréscimo no consumo de energia.
Com a restrição alimentar, se fornecemos excesso de proteína em relação à energia, teremos um aumento desnecessário do catabolismo protéico e do nitrogênio, produzindo mais calor corporal, o que em temperaturas elevadas agrava o stress por calor (SUMMERS, 1987).
McCARTNEY e BROWN (1980) restringiram o consumo de alimento de galos reprodutores de corte alimentados com uma ração de 2.975 kcal EM/kg e 16,5% PB e concluíram que 400 kcal EM/ave/dia foram suficientes para manter o peso corporal, a fertilidade e a eclodibilidade; todavia, houve redução no tamanho dos testículos com o aumento da restrição alimentar. Por outro lado, RENDEN e PIERSON, (1982) compararam galos de linhagens pesadas em piso e em gaiolas e observaram que animais mantidos em gaiolas tiveram uma produção maior de sêmen quando comparados com galos mantidos no piso. Em ambas situações, os machos receberam 358 kcal EM/dia.
BROWN e McCARTNEY (1986), estudando o efeito de cinco programas de restrição alimentar no desempenho reprodutivo de galos reprodutores de corte alojados em gaiola, atribuíram o valor de 100% à quantidade de 154 gramas de ração/galo/dia, recomendado pelo manual da linhagem. Os outros tratamentos foram 115, 85, 70 e 55% do controle. A ração fora formulada com 2.976 kcal de EM/kg e com 17% de PB. Verificaram os autores que o maior nível de restrição alimentar e a ração controle obtiveram um menor volume de sêmen e uma menor concentração espermática. Os autores também observaram que a restrição alimentar não afetou os níveis de LH no plasma e que o nível de 346 kcal de EM/galo/dia (85 a 70% do controle) mostrou ser a mais adequada para manter o peso corporal padrão.
BUCKNER et al. (1986) determinaram os efeitos de programas de alimentação nas características reprodutivas de galos reprodutores pesados de 30 a 60 semanas de idade. Os autores utilizaram cinco níveis de alimentação (136, 125, 113, 102, e 91 g/galo/dia) com uma ração de 3.167 kcal EM/kg E 13,1% PB. Verificaram redução no peso corporal, no volume de sêmen, no número de espermatozóides e no peso testicular para nível de restrição de 91 g/ave/dia (288 kcal e 11,9% de PB). A percentagem de galos em produção de sêmen foi diminuída na 40a semana com os níveis de 102 e 91 gramas, quando comparado ao de 136 g/ave/dia. Já BOOTWALLA et al. (1988) afirmam não haver diferença estatística significativa para concentração espermática, motilidade, fertilidade e eclodibilidade para galos reprodutores alimentados de 30 a 43 semanas de idade com rações de 7% de Pb e 2.415 kcal de EM/kg (304 kcal/ave/dia) quando comparados a galos que foram alimentados com uma ração de 16% de PB e 2.850 kcal de EM/kg (342 kcal/ave/dia).
PEARSON e HERRON (1981) afirmaram que qualquer descuido cometido com os níveis de energia usados em rações de ave pode causar problemas de obesidade, que é prejudicial à fertilidade.
A obesidade tem sido associada a problemas reprodutivos em plantéis de matrizes pesadas, entretanto problema de fertilidade tem sido notado com ambos, machos abaixo do peso e machos acima do peso. MAY (1984), observou que gordura na carcaça traz problemas à produção de aves, quer seja pela presença depreciativa da carcaça ou por provocar alterações significativas no metabolismo das aves.
Segundo HOCKING (1990), a influência da obesidade na função reprodutiva de machos reprodutores parece ser mais de natureza física e ambiental do que de natureza fisiológica. O mesmo autor afirma que em um lote com monta natural há um declínio normal na fertilidade deste lote devido à idade, ou seja, lotes mais velhos apresentam menor fertilidade do que lotes mais novos.
Com o aumento do peso corporal, devido ao aumento do consumo de energia, machos são mais susceptíveis às desordens mecânicas envolvendo pés e problemas de pernas e estes problemas acabam interferindo com a monta natural (HOCKING e DUFF, 1989).
As recomendações para alimentação de matrizes pesadas, baseadas no consumo de nutrientes por dia, são mais precisas do que as baseadas na composição percentual da dieta, uma vez que as reprodutoras pesadas tendem a consumir além de suas exigências energéticas para mantença e produção WILSON e HARMS, (1984).
O excesso de consumo de energia é armazenado principalmente como gordura (PEARSON E HERRON, 1981), que resulta em aumento de peso corporal e redução na eclodibilidade e fertilidade. Assim, o peso excessivo dos reprodutores está correlacionado negativamente com a fertilidade e com a eclodibilidade.
McDANIEL (1987) observou que a obesidade dos machos é um dos fatores diretamente responsáveis pela baixa porcentagem de eclosão, em conseqüência, da queda de eficiência na cobertura da fêmea (limitação física). Segundo FONTANA (1990), a redução na fertilidade associada ao excesso de peso corporal está relacionada com fatores físicos e fisiológicos. No entanto, para HOCKING (1990), a influência da obesidade na função reprodutiva de machos reprodutores parece ser mais de natureza física e ambiental, do que de natureza fisiológica. O mesmo autor verificou que em um lote com monta natural há um declínio normal na fertilidade devido à idade, ou seja, lotes mais velhos apresentam menor fertilidade do que lotes mais novos. Entretanto, LESSON e SUMMERS (2000), afirmam que obesidade em machos reprodutores é negativamente associada à produção de sêmen e mais importante na atividade da monta natural. Segundo Borges (2001), o excesso no consumo de energia para galos reprodutores aumenta linearmente o peso corporal levando galos que ingerem altos níveis de energia à obesidade e, conseqüentemente, à infertilidade por problemas mecânicos. O autor também afirma que o aumento do consumo de energia diminui, principalmente, a qualidade do sêmen (motilidade e vigor) e, conseqüentemente, leva à diminuição da fertilidade por problemas fisiológicos (Figuras 1 e 2).
Figura 1 - Efeito do consumo de energia no peso corporal de machos reprodutores, no período de 27 a 61 semanas de idade
Figura 2 - Efeito do consumo de energia na fertilidade de machos reprodutores, no período de 27 a 61 semanas de idade.
Apesar disto, a maioria dos criadores de matrizes pesadas no Brasil ainda relutam em usar um programa nutricional exclusivo para machos. Eles alegam as dificuldades adicionais no manejo alimentar, a possibilidade de cometerem erros e o não-convencimento quanto a melhores resultados no desempenho reprodutivo.
Hoje em dia, devido ao excesso de peso corporal e a baixa fertilidade em plantéis de matrizes pesadas, é prática corrente a substituição de todos ou parte dos machos com 45 semanas de idade para melhorar a fertilidade do lote. Isto ocorre porque os manuais das linhagens e os profissionais que trabalham com matrizes pesadas ainda continuam recomendando usar ração de fêmeas com 16% PB, 2.900 kcal de energia metabolizável e 3,2% de cálcio para machos reprodutores na fase de produção.
ATTIA et al. (1993) submeteram galos reprodutores pesados a partir de 27 semanas de idade a comerem rações isoprotéicas e com o mesmo nível de aminoácidos, diferindo apenas no consumo de energia (300, 340 e 380 kcal/ave/dia). Os autores concluíram que o consumo de 340 kcal foi o suficiente para os galos atingirem o peso corporal ideal e terem uma melhor fertilidade quando comparados com machos que consumiram menos energia (300 kcal) ou mais energia (380 kcal). Entretanto, os autores afirmam que para ter uma melhor performance dos pintinhos no campo, os galos deveriam consumir 380 kcal/dia. Esta afirmativa é bastante controversa, pois um sêmen com boa quantidade e qualidade é o suficiente para os espermatozóides carregarem os genes até o óvulo no momento da fecundação e, a partir deste momento, a maior responsabilidade pela eclosão dos pintos seria da galinha.
ATTIA et al. (1995) estudaram o efeito do consumo energético diário sobre o desempenho reprodutivo de machos alimentados com 300, 340 e 380 kcal EM/dia. Os autores concluíram que galos alimentados com os maiores níveis de energia apresentaram peso testicular mais elevado. Por outro lado, não houve efeito do consumo de energia sobre a fertilidade e eclodibilidade Tabela 7. Já BRAMWELL et al. (1996), estudando o efeito do consumo de energia sobre o desempenho reprodutivo de reprodutores pesados, e usando os níveis de 290, 330 e 370 kcal EM/dia, concluíram que houve um efeito negativo na concentração de espermatozóides e no volume de sêmen com o decréscimo do consumo de energia da ração. Os autores ainda citaram, a respeito deste trabalho, que as características seminais, a concentração plasmática de testosterona e o peso dos pintos ao nascer não foram afetados pelo consumo de energia Tabelas 8 e 9.
Borges (2001) estudando o efeito do consumo de energia (290, 310. 330, 350 e 370 kcal de EM/galo/dia) sobre análises quantitativas (volume e concentração espermática) e qualitativas (motilidade e vigor) de sêmen de galos reprodutores no período de 27 a 61 semanas de idade, concluiu que o consumo de energia aumentou linearmente o peso corporal dos galos no período de produção. E que o consumo de 360 kcal de energia metabolizável/ave/dia foi o suficiente para suprir as exigências de energia para galos reprodutores de corte no período de 27 a 61 semanas de idade Tabelas 10, 11, 12 e 13.
Conclusões
Atualmente, justifica-se o uso de uma ração específica para machos reprodutores que atendam às exigências nutricionais de energia, proteína e aminoácidos na fase de produção. A falta ou excesso de proteína para galos reprodutores no período de produção afeta, principalmente, a qualidade do sêmen (motilidade e vigor) e diminui a fertilidade do lote. O excesso do consumo de energia aumenta o peso corporal de galos reprodutores tornandos-os obesos e, conseqüentemente, levando-os à infertilidade tanto física como mecânica.
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