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Qualidade da agua na dessedentação de animais

A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e ph

Publicado: 13 de julho de 2009
Por: João Luis dos Santos (Dept. Gerenciamento de Produtos/ Beraca Water Technologies)
Introdução 

Nos últimos anos muito se tem publicado sobre a qualidade da água na dessedentação de animais produzidos com finalidade de alimentação humana, seja diretamente, como aves e suínos, ou indiretamente, como gado de leite.
Notavelmente satisfatório, os resultados já estão sendo colhidos por empresas que adotaram simples processos de desinfecção como uma das fases de tratamento e controle destes sistemas.
Entretanto, o grande número de artigos, trabalhos e divulgações não têm contribuído com as técnicas de aplicação, medição, controle e principalmente com a avaliação do sanitizante escolhido para tal aplicação.
Alguns pontos são fundamentais não apenas para se atingir o resultado esperado, mas para que haja continuidade do processo adotado. Por isso procuraremos apresentar aqui de forma prática e racional com base na experiência que temos, comprovada em campo, no Brasil, dentro de nossa realidade.

Fatores que influenciam na eleição de um Produto Sanitizante

De todas as fases do processo de tratamento de água, a desinfecção é a mais simples e a que apresenta resultados mais rápidos.
Um tratamento completo de água deverá incluir um processo de remoção dos sólidos em suspensão, que causam a cor e turbidez na água, chamados de matéria orgânica; uma filtração, a possível remoção de metais interferentes; como ferro e manganês. Em alguns casos mais complexos a necessidade de remoção da dureza, sais dissolvidos na água. Porém, a desinfecção é fundamental em todo processo.
Em muitos casos não há uma estrutura para se desenvolver todas as fases anteriores à desinfecção, entretanto, ainda assim é possível adequar sistemas de desinfecção de água de forma muito simples como mostraremos a seguir.
Começamos com os principais pontos que influenciam na decisão da eleição de um produto sanitizante:
FATORES
DESCRIÇÃO
INFLUÊNCIA
EXEMPLO
Logística
Armazenamento e Distribuição
A forma de apresentação do produto deve contribuir para a minimização deste custo.
Armazenar e distribuir um produto líquido diluído é muito mais custoso que um sólido concentrado.
Aplicação
Operacionalidade do Processo
O processo de aplicação é simples e pode ser executado sem necessidade de profissional especializado.
Produtos que exigem operação de equipamento e geração local requerem maior especialização se comparados com produtos prontos para uso.
Sistema de Aplicação.
Facilidade de Controle
O sistema adotado permite mensurar em tempo real o resultado efetivo do produto aplicado.
É possível analisar no local, por meio de métodos simples e de baixo custo, o sanitizante aplicado.
Mercado
Disponibilidade
Considerando o grau de importância deste produto, ele é facilmente encontrado no mercado ou tem fornecedores confiáveis, focados no negócio e mercado da empresa cliente.
Produtos novos ou com tecnologias complexas, importados ou com fornecedores que não tem foco no mercado, poderão sofrer interrupção abrupta no fornecimento, prejudicando os resultados de um longo trabalho.
Legislação
Aprovação
O produto tem aprovação para tal aplicação considerando o âmbito social e não apenas a finalidade.
As pessoas que trabalham na aplicação deste sanitizante podem consumir a mesma água.
Meio Ambiente
Impacto do Produto
Subprodutos da aplicação do sanitizante, consumo de recursos para operacionalização, disposição de embalagens vazias, etc.
O uso sistemático e incorreto de qualquer produto causará impacto ao meio ambiente; seja pela geração de subprodutos ou resíduos.
Produto
Características Químicas e Físicas
O produto eleito altera, interfere em aspectos que podem tornar a água imprópria para consumo.
Apesar da eficiência, o produto interfere na coloração, turvação, sabor ou odor da água, tornando-a indesejável.
Custo
Valor e Benefício
O custo do processo de tratamento, incluindo logística, aplicação e produto oferecem a melhor relação custo e benefício.
A matéria prima de alguns processos de produção in loco tem baixo custo, mas a operação dos sistemas e até a geração de resíduos podem reduzir este suposto benefício.
Considerando o mercado de produção animal, deparamo-nos com inúmeros pontos de aplicação, nas mais diversas regiões do país, realizada por pessoas com variados níveis de conhecimento, em regiões que exigem transporte contínuo do produto e a necessidade de conciliar tudo isso com o valor percebido do sanitizante eleito, passamos a destacar os principais produtos no mercado e um comparativo entre eles dentro deste âmbito de ação.
Produtos Sanitizantes disponíveis no Mercado

Os pontos iniciais que devemos levar em conta são as características desejáveis em um sanitizante e os aspectos a serem considerados no sanitizante ideal.
Para facilitar o entendimento segue um quadro exploratório deste tema.
Características

Aspectos

Ser ativo contra bactérias, esporos, vírus e protozoários.
Dever ter um amplo espectro de ação. O que requer que o produto seja um oxidante e biocida.
Fácil determinação da  concentração de produto dosada na água como garantia da desinfecção.
Produtos como Ozônio e UV vão excelentes sanitizantes, mas não há como medir em tempo real sua dosagem na água.
Produzir residuais como forma de prevenção a eventuais recontaminações da água tratada.
A segurança de que o processo de desinfecção será eficiente é a possibilidade de medir nos pontos de consumo um residual oriundo da dosagem inicial.
Metodologia de análise simples e de custo acessível.
Dada a importância de se detectar a dosagem e o residual do produto aplicado, a metodologia de analise deverá ser simples e de baixo custo viabilizando assim a aplicação do produto.
Destruir em tempo aceitável os microrganismos patogênicos.
O produto deve ser eficiente dentro do tempo de contato que se dispõe no local de aplicação.
Não ser tóxico a seres humanos e animais nas dosagens usuais.
Alguns produtos são excelentes sanitizantes, mas são tóxicos ou proibidos para uso. Ex: Bromo e ácido peracético.
Não interferir na qualidade da água (cor, odor e sabor) a ponto de prejudicar o consumo.
Produtos como amônia, iodo e permanganato são bons sanitizantes, mas deixam cor, cheiro e gosto.
Disponibilidade para fácil aquisição, com custo acessível.
Tecnologias como dióxido de cloro são excelentes produtos, porém de custo inviável e acesso restrito.
Facilidade e segurança no transporte e manuseio.
O transporte de produtos químicos segue uma regulamentação rígida. Devemos considerar que até a chegada no usuário final o produto poderá ser transportado por 2 ou 3 pessoas diferentes.
Com base nestes pontos, consideramos as principais tecnologias no mercado:
TECNOLOGIAS
VATAGENS E DESVANTAGENS
Pastilhas Sanitizantes
Produto sólido em forma de pastilhas aplicados por meio de dosadores simples que não requerem especialização. A metodologia de analise é simples e confiável. Mantém um residual ao longo de todo sistema de distribuição e consumo de água garantindo a desinfecção de contaminações cruzadas. Tem custo baixo quando comparado aos outros sistemas existentes hoje no mercado.
Dióxido de Cloro
O dióxido de cloro é, indiscutivelmente, o mais eficiente dos sanitizantes, chega a ser 100 vezes mais eficiente que o cloro. Mas a tecnologia de produção é cara, exige um reator que requer operação especializada. Os produtos apresentados em solução são na faixa de 5% de ativo, muito diluído.
O custo de analise do produto dosado é altíssimo o que inviabiliza a aplicação para pequenos sistemas.
UV
As lâmpada ultravioleta em um determinado comprimento de onda que queimam e matam os microrganismos. A tecnologia é cara e requer cuidados e manutenção.
As lâmpadas têm uma vida útil contada por horas de operação e são mais efetivas em água limpa, previamente filtrada. Além disso, não há como medir a eficiência no local ou manter um residual de segurança ao longo da distribuição da água.
Não uma metodologia de analise para certificar-se da "dosagem" aplicada.
Ozônio
Muito eficiente mas exige que o equipamento gerador de ozônio passe por revisão periódica. A tecnologia é cara e requer cuidados e manutenção.
A operação exigirá conhecimento para melhor aplicação do produto.
Não há metodologia para detectar o que efetivamente foi dosado, além de não manter um residual ao longo do sistema de abastecimento.
Gerador de Cloro
Gerador que produz uma solução clorada por meio de uma corrente elétrica que passa por uma solução de sal e água.
Consome muita energia elétrica e obviamente depende desta para funcionar. Requer manutenções periódicas e conhecimento para operar o sistema.
Ácido Peracético e outros ácidos
São ácidos na forma líquida ou sólida adicionados pontualmente na água ou de forma contínua por meio de bombas dosadoras.
Não são aplicáveis para o consumo humano, por isso tem uso restrito apenas para consumo de animais.
Sanitizante não é um medicamento mas sim um agente biocida de amplo espectro que garante a desinfecção da água.
Podemos afirmar que a água esta doente quando está contaminada e essa doença é transmissível a todos os animais, incluindo o ser humano que entrar em contato com ela.
  • Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 85% das doenças conhecidas é de veiculação hídrica, ou seja, estão relacionadas à água.
  • A água é o terceiro agente com maior potencial de contaminação no mundo, perde apenas para o sangue e o leite, em primeiro e segundo lugar respectivamente. Inúmeros microrganismos altamente patogênicos podem estar na água sem causar nesta a nenhuma mudança visível.
  • A água é o um solvente universal para mais de 70.000 substâncias e centenas destas, altamente tóxicas, podem estar num copo de água sem causar a mínima alteração na mesma e ao ingerirmos estaremos nos contaminando.
Abordaremos a seguir aspectos relevantes quanto à desinfecção da água com cloro.

Mecanismo de ação do Cloro.

Cloro, em uma solução aquosa, mesmo em quantidades pequenas, apresenta rápida ação biocida. Os mecanismos ainda não foram totalmente esclarecidas, apesar de muita investigação feita neste domínio.
Andrewes et al. (1904) estavam entre os pesquisadores que provaram ser o ácido hipocloroso o responsável pela destruição dos microrganismos. Quando o cloro elementar ou hipocloritos são adicionados à água dissociam e formam o ácido hipocloroso, principal agente desinfetante.
Formado o ácido hipocloroso ele também tende à dissociação o que depende do pH e da manutenção do equilíbrio entre o HOCl (ácido hipocloroso) e o OCl- (íon hipoclorito), embora o HOCl seja constantemente consumido devido à sua ação germicida (Baker, 1959).
A eficiência desinfetante do cloro cresce com um aumento do pH, sendo que o contrário também é verdadeiro. Paralelamente a isso, a concentração do ácido hipocloroso também aumenta com a elevação do pH. Isto indica que HOCl tem ação biocida muito mais forte do que o OCl-. Chang (1944) observou em seu trabalho com cistos de Entamoeba histolytica, que o OCl- não teve poder penetrante nos cistos e por isso não teria ação cisticida, embora tenha obtido resultado satisfatório na ação do cloro contra os cistos. A explicação mais provável para o resultado foi que, quando a forma HOCl é consumida no processo biocida, o equilíbrio hidrolítico pode ser deslocado para a esquerda e o HOCl será formado continuamente mantendo o efeito biocida.

O fato de que o OCl- conter íons de cloro ativo poderia ser considerado que ele tenha um poder biocida. Entretanto, Fair et al. (1948) e Marris (1966) calcularam uma curva de eficiência relativa à desinfecção entre HOCl e OCl-, considerando a dosagem necessária para matar 99% de Escherichia Coli em vários níveis pH dentro de 30 minutos, e provaram que o OCl- possui 1/80 da eficiência biocida do HOCl nas mesmas condições de aplicação.

Fatores que interferem na atividade biocida do Cloro

Com um consagrado histórico de aplicação, os compostos clorados já acumulam inúmeros testes de laboratório e campo, objetivando a avaliação de sua eficiência; a maioria dos testes relativos ao hipoclorito, mas com extensão a todos os compostos de cloro ativo. O poder biocida do cloro depende grandemente de sua não dissociação em solução aquosa que esta diretamente relacionada ao pH.
Entretanto, juntamente com o pH, vários outros fatores, isoladamente ou em combinação, irão determinar a ação biocida de cloro. A plena compreensão destes fatores e a correta manipulação destes permitirão a utilização correta dos compostos clorados e, conseqüentemente, a obtenção do resultado esperado.

Efeito do pH

O pH é o que tem maior influência sobre a atividade biocida do cloro na solução. Um aumento no pH diminui substancialmente a atividade biocida de cloro, e uma diminuição no pH aumenta essa atividade na mesma proporção. Trabalhos apresentados por Rideal et al. (1921) e Johns (1934) mostraram esta dependência do pH na formação do ácido hipocloroso e, conseqüentemente, na eficácia do cloro. Charlton et aI. (1937), utilizando Bacilus metiens e hipoclorito de cálcio, mostraram que 100 ppm disponíveis de cloro a pH 8,2 apresentam o mesmo resultado na eliminação dos esporos que uma solução com pH 11,3 e 1000 ppm, comprovando assim a interferência do efeito do pH. Mais tarde, Rudolph et al. (1941) demonstraram o efeito do pH em solução de 25 ppm de cloro disponível para reduzir 99% de esporos de B. metiens.

A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e ph - Image 1

A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e ph - Image 2

A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e ph - Image 3

Os autores, dada as notórias mudanças no tempo de ação biocida, concluíram que a concentração de HOCL está intimamente relacionada com a velocidade de ação do hipoclorito em solução, sendo o pH um fator decisivo no processo sanitizante.

Fica evidenciado no gráfico ao lado que em pH menor que 6,5 a presença de HClO é de 100% e, portanto, é o ponto no qual o sanitizante atinge sua máxima eficiência.

Mercer (1957), utilizando esporos de B. macerans, mostrou que uma solução de 15 ppm de hipoclorito teria efeito 99% de redução dos microrganismos dentro de 8,5 minutos num pH 6, e que seriam necessários aproximadamente 42 minutos para o mesmo efeito em um pH 8. Ele também não encontrou nenhuma diferença significativa na atividade biocida utilizando cloro gasoso, hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio.

Friberg et al. (1956), em seu trabalho com bactérias e vírus, concluíram que o efeito virucida do cloro livre disponível é afetado pelo pH da mesma maneira que na ação biocida.

Watkins et aI. (1957) comprovaram a atividade virucida de NaOCl solução, com 12,5 ppm de cloro disponíveis, inativando completamente o Streptococcus cremoris dentro de 30 segundos, sendo que, a eficiência crescia progressivamente quando o pH foi baixando de 9 para 4,4. Este aumento de atividade em níveis inferiores de pH foi algo semelhante aos resultados obtidos com hipocloritos contra bactérias esporuladas e não esporuladas.
Eficiência da desinfecção com base na presença de HClO
pH
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
Eficiência
100%
100%
100%
99%
97%
95%
92%
85%
18%
6%
Meio
Ácido
Neutro
Alcalino


Efeito da Concentração


Seria lógico supor que um aumento da concentração de cloro disponível em uma solução traria um aumento correspondente na atividade biocida. Esta suposição pode ser verdade, enquanto outros fatores, tais como pH, temperatura e teor de matéria orgânica são mantidos constantes.

Mallman et aI. (1932), em seus experimentos com Staphylococcus aureus, mantendo um pH 9 constante, mostraram que aumentando o cloro disponível em soluções de 0,3, 0,6, 1,2, a 2,0 ppm, o tempo foi reduzido ou a taxa biocida aumentou. Com 2 ppm disponíveis de cloro o tempo de inativação total foi de 5 minutos, sendo que com 1,2 ppm o tempo foi de 10 minutos, enquanto 0,3, mesmo em 30 minutos, não houve inativação completa.

Rudolph et al. (1941) testaram soluções de hipoclorito em concentrações de 25, 100 e 500 ppm de cloro disponível em um pH 10 e temperatura de 20°C, mantidos constantes. Desejava-se encontrar o tempo necessário para eliminar 99,9% dos esporos dos resistentes esporos de  Bacillus metiens.

Foram necessários:
  • 31 min com 500ppm;
  • 63,5 min com 100ppm;
  • 121 min com 25ppm de cloro livre disponível.
Concluíram que um quádruplo aumento da concentração de cloro em solução irá resultar em uma redução de 50% no tempo de ação e num aumento de 30% de redução (ver também Weber et aI., 1944).


Efeito do Tempo de Contato

Muitos ainda ignoram a importância do tempo de contato para o efeito biocida do cloro.
O cloro não tem ação instantânea. Ele é como um antibiótico, precisa de tempo para agir.
Obviamente, pH, concentração e temperatura podem diminuir o tempo de contato.
Muitos sistemas hoje ainda são montados sem considerar este aspecto. O cloro é adicionado na água e imediatamente esta água é destinada ao seu consumo.
Neste caso, o usuário pode estar ingerindo água com cloro e microrganismos prejudiciais à sua saúde.


Estudo de eficiência da desinfecção variando Tempo, pH e Concentração

Considerando estes princípios, um estudo foi realizado segundo a "Norme Européenne - EN 1040 (1997) - "Antiseptiques et desinfectants chimiques - activité bactéricide de base _ Methode d'éssai et prescripitions (phase 1), cujo objetivo foi justamente avaliar a eficiência do sanitizante em diversas variáveis antes de indicar a forma de aplicação como referência de uso.

São estas as variáveis adotadas:
  • a) Tempo de Contato variável em 10, 20 e 30 minutos.
  • b) pH variável em 5, considerado pH ácido, e 9, considerado pH alcalino.
  • c) Concentração de cloro dosada fixada em 5ppm e 10ppm
  • d) Cepas utilizadas:
    • Salmonella thyfimurium 14028
    • Escherichia coli 11229
    • Escherichia coli 8739
Além do cloro, foi utilizado ácido orgânico para correção do pH de 9 para 5.
Um teste controle foi realizado apenas com o ácido, objetivando avaliar o potencial do ácido como sanitizante e sua sinergia com o cloro.
A tabela demonstra os resultados:

A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e ph - Image 4
*Estudo realizado no Laboratório Bioagri. Laudo completo pode ser solicitado a Beraca.
Teste 1 - 5ppm de cloro sem correção do pH
Teste 2 - 5ppm de cloro com pH 5
Teste 3 - 5ppm de cloro com pH 9
Teste 4 - 10ppm de cloro sem correção do pH
Teste 5 - 10ppm de cloro com pH 5
Teste 6 - 10ppm de cloro com pH 9
Teste 7 - amostra sem cloro e pH 5 alcançado com ácido orgânico

Considerações:
  1. Fica evidente no Teste 2 que o pH versus o tempo de contato foi determinante na melhora do resultado.
  2. No Teste 3 observamos como o pH 9, alcalino, piorou o resultado em relação ao pH 5.
  3. Com a elevação da concentração para 10ppm observamos uma melhora geral nos resultados. Ainda assim, o tempo de contato teve que ser superior a 20 minutos e os resultados ideais (99,999%) foram alcançados no pH 5 em 30 minutos.
  4. No teste 7 observamos o potencial biocida apenas do ácido. Comparados com 5ppm de cloro sem correção do pH, Teste 1, ou ainda com 5ppm em pH 9, observamos que os resultados do Teste 7 são os melhores.
Manter o pH ácido e uma dosagem de cloro constante, de acordo com o permitido para cada processo, é determinante para a desinfecção.
Porém, o tempo de contato tem que ser um fator de peso. A legislação que regulamenta o tratamento de água para consumo humano fala de um mínimo de 30 minutos de contato antes da distribuição.
Considerando as distâncias a serem percorridas nas redes de abastecimento, é óbvio que o tempo de contato é muito maior que 30 minutos.

Outros Fatores Interferentes no Processo de Desinfecção:

Efeito da Temperatura

O efeito da temperatura foi demonstrada por Costigan (1936) sobre Micobacterium tuberculose, utilizando 50ppm de cloro disponível em solução de cloro hipoclorito, num pH 8,35, ocorrendo a eliminação total dos microrganismos em 30 segundos, a 60°C. Em 60 segundos, a 55°C, e em 2,5 minutos, a 50°C. De acordo com o mesmo teste e condições, 200 ppm disponíveis de cloro em soluções com pH 9 destruíram o organismo em 60 segundos, a 50°C, e em 30 segundos, a 55 ° C.
Mais tarde, Weber et al. (1944), em outros trabalhos relacionados com soluções de hipoclorito a 25 ppm de cloro disponível e pH em três diferentes níveis (10, 7, 5), variando a temperatura em 10°C, observaram uma redução de 50% a 60% no tempo de ação do cloro. Ainda que uma queda de 10°C aumentou o tempo necessário de exposição em cerca de 2,1 para 2,3 vezes. Este trabalho também revelou que o valor do pH teve apenas uma ligeira influência sobre o efeito da temperatura.

Efeito de Matéria Orgânica

A matéria orgânica em presença na água consome o cloro disponível, reduzindo a sua capacidade de atividade biocida, o que é mais evidente, especialmente nas soluções com baixos níveis de cloro. Foi relatado que os hipocloritos são seletivos nos seus ataques em vários tipos de materiais orgânicos. Parece haver uma diferença de opinião entre os vários pesquisadores sobre o assunto.

Se a matéria orgânica contém formas de amônia (NH), o cloro reage e forma cloraminas, mantendo algumas das suas formas biocidas ativas, apesar dos níveis de cloro disponíveis serem consideravelmente reduzidos. Isto explica alguns resultados questionáveis na literatura quanto ao desaparecimento de esporos de antraz na ausência de cloro livre disponível (Tilley e al. 1930) ou que a solução de hipoclorito a 130 ppm de cloro disponível elimine completamente Salmonella pullorum na presença de 5% de matéria orgânica na forma de fezes de frango. Resultados semelhantes foram reportado com Salmonella typhosa em fezes humanas (McCulloch, 1945).

Interferência da Dureza

Compostos que promovem a dureza da água, tais como bons de Mg++ e Ca++ não apresentam qualquer efeito sobre a desaceleração ação biocida do cloro. Saqui (1948) avaliou uma solução de 5 ppm disponíveis de cloro e 0 e 400 ppm de dureza a 20°C. Ele obteve sucesso nos dois níveis de dureza, o que indica que o aumento da dureza de 0 e 400 ppm não têm qualquer ação inibidora sobre a atividade biocida do cloro.

Microrganismos Resistentes ao Cloro

Vários tipos de bactérias, vírus, fungos e algas apresentam diferentes níveis de resistência ao cloro sob diversas condições práticas. Esta resistência pode ser compensada por um aumento da concentração, através de uma diminuição do pH, ou pelo aumento da temperatura. Tonney et al. (1928 e 1930), em seus estudos com bactérias na forma vegetativa e esporulada, concluíram que diversas linhagens de culturas exibem diferentes resistências ao cloro. Observaram que a forma vegetativa das células são menos resistentes ao cloro do que a forma esporulada, e que 0,15 a 0,25 ppm de cloro livre foi suficiente para destruir a vegetativa dentro de 30 segundos. Visto que a E. Coli é a bactéria mais resistente na forma vegetativa do que os outros microrganismos, esta foi selecionada como o organismo teste para determinar a eficácia de desinfecção por cloro. A forma esporulada dos organismos foram cerca de 10 a 1000 vezes mais resistente ao cloro que as formas vegetativas.

Heathman et aI. (1936) observaram variações na resistência ao cloro por estirpes frescas isoladas de Salmonella typhosa e do grupo Coli-aeróbica. Kabler et al. (1939) relataram que linhagens frescas e isoladas de S. typhosa são consideravelmente mais resistentes do que aquelas que foram cultivadas em meios artificiais por algum tempo. Phillips (1952) e Odlang (1981) fizeram um estudo comparativo da resistência entre as formas esporuladas versus a forma vegetativa bacteriana. Notaram que a resistência dos esporos se deve à mudança na configuração molecular das proteínas protegidas pelo grupo sulfídrico de enzimas essenciais, que no caso das formas vegetativas pareceram ser desprotegidas. Clarke et aI. (1954, 1959) revelaram que alguns vírus, sendo mais resistentes, exigiriam níveis de cloro consideravelmente mais elevados para inativá-los.

Trabalhando com Aspergillus níger e Trichophyton rosaceum, Costigan (1931, 1941) mostrou que elevadas concentrações de esporos são muito mais resistentes e que 135 a 500 ppm de cloro eram necessárias para inativar uma elevada massa de esporos em vários minutos. Palmer et al. (1955), avaliando algicidas, constataram que diferentes espécies de algas mostraram diferentes níveis de resistência ao Ca(OCL)2.

Considerações Finais

O cloro é certamente o produto sanitizante que reúne as melhores características para aplicação.

Tem baixo custo, é mensurável, permanece na água como um residual de segurança, é ativo contra esporos, vírus e mesmo protozoários, está ao alcance de todos e sua aplicação é simples e prática.

Entretanto, desconhecer as características de aplicação do produto pode induzir a erros e, conseqüentemente, obter resultados não esperados com graves perdas.

Portanto, a desinfecção deve ser orientada por profissionais conhecedores do tema e o fato de se estar adicionando um desinfetante na água nunca desobriga os responsáveis pelo acompanhamento físico, químico e microbiológico do processo.

Para o mercado agroindustrial, cujas aplicações requerem praticidade aliada a segurança e resultado efetivo, adotar a desinfecção imediata como primeira fase do tratamento, preparando-se para posteriores adequações se necessário, será sempre o mais recomendado. Neste caso, o uso de um produto sólido, com alta concentração de cloro e na forma de pastilhas para fácil aplicação é o ideal.


Referências Bibliográficas:

DISINFECTION, STERILIZATION, AND PRESERVATION - 4ª Edição.

Autor: BLOCK, SEYMOUR S.

ÁGUAS E ÁGUAS.

Autor: MACÊDO, J. A. BARROS, - 2ª Edição - 2005.
TRATAMENTO DE AGUA
Autor: RICHTER, CARLOS A., - 1ª Edição - 1995
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João Luis dos Santos
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Comentário
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João Luis dos Santos
9 de junio de 2017
Geovana favor fazer contato pelo email joao.luis@especializo.com.br
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João Luis dos Santos
18 de agosto de 2011
Diria até que é pior que isso, as empresas não querem pagar mais caro por produtos certificados e preferem continuar comprando barato produtos sem garantia de procedência.
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João Luis dos Santos
18 de agosto de 2011
Você esta correto Fernando, nossa legislação é muito falha nestes critérios e só sabe punir. A grande confusão fica justamente por causa do termo ORGÂNICO. Não existe cloro que seja orgânico no sentido de uma produção orgânica que por definição seria isenta de agrotóxicos, fertilizantes químicos, etc... O cloro chamado orgânico é aquele que possui cadeias de carbono, apenas isso. Dicloroisocianurato de sódio (C3Cl2N3Na O3) ou Ácido Tricloro Isocianúrico ou Tricloro S Triazina Triona (C3Cl3N3O3) Ambos passam por uma síntese química realmente complicada e jamais receberiam selo de produto ORGÂNICO porque não faria sentido, eles são produtos químicos, altamente oxidantes, Classe de Risco 5.1. Talvez o que devêssemos fazer era mudar a expressão de Cloro Orgânico para Cloro Isocianuratos, não sei.
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João Luis dos Santos
18 de agosto de 2011
Prezado Fernando, obrigado por sua contribuição. Quanto ao Tempo de Contato: Recomendo consultar o manual do PROSAB: Métodos Alternativos na Desinfecção de Água http://biosseguridade.wordpress.com/2011/08/19/metodos-alternativos-na-desinfeccao-da-agua/ onde se lê: "O tempo de contato do organismo com o agente desinfetante se constitui em uma das principais variáveis do processo. Em geral, para uma dada concentração do desinfetante, tanto maior será sua ação biocida quanto for o tempo de contato." e isto ampara por uma complexa formula criada por CHICK para comprovar a afirmação. Ou ainda procure na Revista Sanare da Sanepar - PR artigo sobre Modelagem Matemática da Distribuição de Cloro na Rede de Abastecimento. Creio que isso esclarecera o tema. Quanto a formação de THM. Penso que estamos falando aqui da desinfecção de água minimamente POTÁVEL, de poços ou nascentes, enfim águas correntes e frescas e não de esgoto. A formação de THM depende de uma série de fatores como, bem citou, o tempo de contato, pH e o mais importante os agentes precursores. São agentes precursores ácidos húmicos e fúlvicos e estes são subprodutos da decomposição avançada da matéria orgânica. Assim, a reação do cloro com a matéria orgânica gera cloraminas, mas com esta decomposta gera THM. Mas água com matéria orgânica decomposta não é boa para beber, logo suponho que nem clorada alguém tomaria esta água. Entretanto, é obvio que tais precursores não são eliminados em tratamento convencionais e mesmo uma água limpa, filtrada, poderá ter os precursores e então gerar THM. Para isso a Portaria 518 versa sobre a qualidade e responsabilidades quanto a água servida pelo abastecimento público. Entretanto, mais uma vez não é nosso tema aqui, pois falamos de água em comunidades rurais onde não existe tratamento e as pessoas têm que decidir se correm o risco de morrer em uma semana por uma contaminação microbiologia, ou se preferem ter 5% de chances de ter um câncer causado por THM lá pelos 70 anos de idade, se chegarem a 70 anos. Realmente cloração de esgoto bruto não é recomendada e não creio que alguém esclarecido faça isso. Leia mais sobre THM em: http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v17/TRIHALOMETANOS.htm Sobre cloro orgânico. Talvez a grande confusão seja com os chamados hoje alimentos orgânicos. Mas muito antes deste termo a química se dividia em Química Orgânica e Química Inorgânica. A diferença básica entre as duas disciplinas é que o composto químico orgânico tem carbono na cadeia e o inorgânico não tem. Logo, hipocloritos são da química inorgânica, dicloro e tricloro são da química orgânica e por isso chamado de cloro orgânico. Mais uma vez agradeço seus comentários por proporcionarem uma oportunidade de melhores esclarecimentos. Abraços.
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João Luis dos Santos
5 de agosto de 2011
Caro Sr Jorge. Agradeço imensamente seus comentário e contribuição para o texto. Primeiramente vamos considerar dois pressupostos para o texto. 1. O título: A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e pH. Creio que deixa claro que a abordagem é demonstrar como estas variáveis são inter-dependentes. 2. A Introdução: Penso que direcionei para um mercado específico, cujo conhecimento e interesse não seja a química em suas particularidades, mas sim o resultado que se espera dela dentro de seus processos e necessidades. 3. O produto em discussão ao longo de todo texto creio que fica claro ser o Cloro, particularmente no tópico “Mecanismo de ação do cloro”. Tendo isso em mente, no que se refere a expressão "Pastilhas Sanitizantes" esta foi utilizada genericamente para denominar o produto muito conhecido no mercado como pastilhas de cloro. Neste sentido, não quis, e não o faria, especificar a qual composto químico me refiro, se Hipoclorito de Cálcio, Dicloro Isocianurato de Sódio, Tricloro S Triazina Triona, ou mesmo outros compostos não sólidos como Hipoclorito de Sódio ou Cloro Gás. Isso porque todos este produtos quando em solução aquosa dissociam-se e formam o ácido hipocloroso que é o agente sanitizante como esta claramente expresso no tópico “Mecanismo de ação do cloro”. Quanto a expressão "Cloro, em uma solução aquosa...” penso que tendo deixado claro no tópico “Mecanismo de ação do cloro” o que ocorre com o qualquer produto de base clorada quando colocado na água, fica óbvio que ao utilizar o termo “Cloro” não necessitaria explicar novamente o mecanismo de hidrolise e formação de seus compostos. Mesmo porque, Cloro, como nos referimos, aparece em vários artigos e legislações em expressões quantitativas e não especifica que isso deva ser ácido hipocloroso. Um exemplo, a Portaria 518 exige limites de cloro livre na água tratada. Quanto a relação entre pH e eficiência do cloro realmente a frase esta errada como já havia observado do Prof Bordin num dos primeiros comentário. Na ocasião solicitei correção para o Engormix o que não ocorreu. Vou solicitar novamente. Quanto ao efeito da dureza, talvez o termo desaceleração não tenho fico bem no texto. Mas o fato é que como propõe o título, mesmo em uma água de pH alcalino é possível se obter um processo sanitizante eficaz. O íon hipoclorito, embora tenha uma ação na razão 1/80 do poder sanitizante do ácido hipocloroso, ainda assim tem ação sanitizante. O que se deve levar em conta é quanto de cloro pode ser colocado nesta água? Qual o residual máximo permitido para o processo em questão? Quanto tempo de contato há disponível para que ocorra o processo? Enfim, apenas o domínio completo destas três variáveis (concentração X tempo de contato x pH) permitira o total controle processo alcançando os resultados esperados. Agradeço a contribuição e oportunidade de maiores esclarecimentos. Proponho como leitura complementar https://pt.engormix.com/MA-avicultura/administracao/artigos/sistemas-abastecimento-agua-processo-t222/124-p0.htm Fico a disposição.
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João Luis dos Santos
18 de enero de 2010
Prezado Sr Paulo Martins. Agradeço a leitura e principalmente a pergunta sobre o tema. O papel do ORP no processo de desinfecção esta em definir a eficiência com que ela deverá ocorrer. Para melhor entendimento temos que conhecer o Potencial Redox das formas elementares envolvidas na cloração: Cloro (Cl2) – 1,36 Ácido Hipocloroso (HClO) – 1,49 Hipoclororito (OCl) – 0,90 Ou seja, das 3 formas o ácido hipocloroso é o que tem maior poder de oxidação. No caso estamos falando de uma ação biocida ou sanitizante com cloro e sendo assim, logo, o que nos interessa é ter a presença de Ácido Hipocloroso como oxidante. Neste caso é possível manipular o ORP, pois como sabemos em meio ácido o cloro é mais efetivo. Assim acidificando o meio estaremos alterando o ORP da solução seja pela adição do ácido ou pelo deslocamento do equilíbrio da reação que vai gerar mais Ácido Hipocloroso. Veja esta relação entre pH e ORP pH [equal] 1 – ORP [equal] 920 pH [equal] 5 – ORP [equal] 680 pH [equal] 10 – ORP [equal] 400 Em 1971, a Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou o valor de ORP de 700 mV como padrão para água potável. Em 1982 a Agência Alemã de Normas (DIN) adotou 750 mV para piscinas públicas e em 1988 o Instituto Nacional de Piscinas fixou 650 mV para spas públicos. Mas note, a determinação trata de água potável, ou seja, já pronta para consumo humano, e não para ser clorada.. O que precisamos atentar é que não apenas o cloro interfere na medição do ORP mas todos demais produtos adicionados na água (flúor por exemplo) e ainda características físicas como a temperatura. Normalmente, utiliza-se, para água potável, uma concentração de cloro de 0,3 a 0,5 ppm. Isso equivale, em temperatura normal (25 oC.) e pH da água aproximadamente neutro (pH 7,0), a 700 mV. Então neste caso eu prefiro pensar numa conjugação das ferramentas disponíveis no processo. Em processos automatizados a capacidade oxidante ou redutora de uma solução se torna mais importante que a concentração absoluta do oxidante ou redutor na solução. Nas aplicações de desinfecção de água, o valor de ORP da solução poder ser um poderoso aliado das medições de concentração ou partes por milhão (ppm) do cloro residual ou total e pH. Isso é verdade pelo fato de que o equilíbrio entre duas formas de cloro na água muda com o pH. A forma molecular do cloro livre na água o HClO um oxidante muito forte como já vimos. À medida que o pH aumenta, o HClO se converte em sua forma iônica, ou ânion hipoclorito ClO-, um oxidante de ação muito mais lenta e fraca. Quando utilizamos o ORP como controle de processo, é importante considerar que o que estamos monitorando é a presença do oxidante ou redutor, e não do produto químico que está reagindo com ele. O valor de ORP de uma solução de processo estará relacionado com a velocidade de reação podendo sofrer interferências químicas, físicas e biológicas. O que podemos considerar. ORP não poder ser relacionada a ppm e como sofre interferência externa de vários fatores não recomendaria seu uso exclusivo para avaliação da efetividade sanitizante. A leitura em ppm do cloro tem que ser feita regularmente e como cloro livre. O pH ideal esta fixado entre 6 e 7 onde se aproveira 100[percent] do Ácido Hipocloroso. Entretanto, em sistemas de grandes consumos o as sondas de ORP quando corretamente aplicadas podem automatizar o monitoramento da aplicação do oxidante, sem eliminar a necessidade de um controle laboratorial periódico para devidas manutenções. Existem sondas que expressam o resultado em ppm que na verdade fazem um cruzamento das informações de ORP, pH e temperatura. Atenciosamente. João Luis
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João Luis dos Santos
13 de enero de 2010
Prezado Washington, Como o tema central do trabalho seria desinfecção de água para consumo humano e animal não abordamos outros produtos que não fossem os indicados para tal finalidade, no caso o cloro. Por isso agradeço sua contribuição. Outro detalhe, o tricloro para desinfecção de água para consumo humano e processos industriais é ainda muito polemico em virtude de nossa legislação confusa. Recomendo cuidado com a origem do produto pois podem contar altar concentrações de metais pesados com chunbo, cadmio e mercúrio. Par ter idéia do risco algumas marcas não são homologadas nem pela SABESP para desinfecção de esgoto sanitário. Abraços João Luis
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Paulo Martins
Biocamp
6 de enero de 2010

Caro João Luís,
Congratulações pelo artigo bastante esclarecedor sobre o assunto “A Eficiência da Desinfecção medida pelas variáveis de Concentração, Tempo de Contato e pH”.
Gostaria que você pudesse esclarecer um ponto a mais no que diz respeito aos fatores que interferem na atividade biocida do Cloro.
Qual é o papel do potencial de óxido-redução (ORP) na desinfecção da água?
É possível manipulá-lo?
De acordo com várias publicações incluindo a WHO (Standards for Drinking Water ,1972) um nível de ORP ideal para a cloração da água seria de 650 millivolts (mV).
De acordo com os experts no assunto o valor de ORP reflete diretamente mais a capacidade sanitizante do agente que seu nível de concentração (ppm).
Desde já agradeço por sua atenção.
Paulo Martins, M.V.

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João Luis dos Santos
17 de noviembre de 2009
Em complemento a este artigo leiam também: Sistemas de Abastecimento de Água e Processo de Sanitização na Produção Animal acessando: https://pt.engormix.com/MA-avicultura/administracao/artigos/sistemas-abastecimento-agua-processo_222.htm Atenciosamente. João Luis
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João Luis dos Santos
16 de octubre de 2009
Prezado Arturo Barmann. A Listeria monocytogenes pode ser completamente eliminada em 30 segundos com 100ppm de cloro livre segundo Lopes, 1986, El-Kest et al., 1988 - pag 139, Desinfection, Sterilization, and Preservation 4ª Edição - Block, Seimour S. Obviamente, caso sua intenção seja tratar a água de uso no abatedouro então não poderá ter 100ppm de cloro nesta água. Essa dosagem pode ser utilizada para limpeza de pisos, ferramentas e outros materiais. Para tratamento de água considere que para eliminar completamente a Salmonella typhimurium nossos testes revelaram um tempo de 30min em pH 5 e 10ppm de cloro livre. Logo, quando se trata de desinfecção de água o que devemos levar em consideração no primeiro plano é a dosagem de cloro permitida para tal aplicação. Sendo assim, teremos que proporcionar um tempo de contato do cloro com a água por um período suficiente para matar o microrganismo em questão. Apenas para efeito de comparação, na produção de refrigerantes a muito tempo foi abolida a pasteurização. Para garantir a produção segura a água utilizada passa por um processo de esterilização com cloro. A água já tratada é superclorada na faixa de 6 a 8ppm e deve manter um tempo de contato de no mínimo 4h antes de ser declorada em filtros de carvão e então seguir para o processo produtivo. Ou seja, o tempo de contato é determinante neste processo e as variáveis tempo e dosagem são inversamente proporcionais. Espero ter entendido e respondido a pergunta. Abraços João Luis
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