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México: oportunidade aberta ao Brasil

Publicado: 11 de dezembro de 2018
Por: Francisco Turra, presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
Novembro trouxe uma das melhores notícias que recebemos em 2018.  Após a realização de uma complexa e detalhada missão feita em três frentes entre os meses de agosto e setembro, o México comunicou a habilitação de 26 novas plantas brasileiras para embarques de carne de frango.

As habilitações foram comunicadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pelo Governo Mexicano. São unidades produtoras do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A avicultura Paranaense foi, de longe, a que mais habilitou plantas: 10 unidades ao todo. Importantes agroindústrias e cooperativas paranaenses estão na lista.

Elas se somam a outras 20 plantas que já estavam habilitadas para as vendas ao mercado mexicano.   Ou seja: passamos de duas dezenas para 46 unidades habilitadas a exportar para o destino.

As habilitações acontecem em um momento favorável a negociações com o mercado mexicano, que apresentou um exponencial crescimento nas importações de carne de frango brasileira ao longo de 2018. Entre janeiro e outubro deste ano, o México importou 95,5 mil toneladas, volume 8% superior às 88,5 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2017.

Embora seja o sexto maior produtor mundial (com 3,5 milhões de toneladas), o México depende das importações para garantir a oferta de produtos à sua população.  Em média, cada um dos 130 milhões dos mexicanos consome 32 quilos de carne de frango anualmente. Mais de 13% de seu consumo é proveniente de produtores internacionais, como o Brasil.

Em 2017, o mercado mexicano importou cerca de 517 mil toneladas de carne de frango, 15 mil toneladas a mais que no ano anterior, segundo dados da entidade dos produtores locais, a União Nacional de Avicultores (UNA).  As importações vieram especialmente dos Estados Unidos, mas houve uma notável elevação das importações provenientes do Brasil, alcançando 94,6 mil toneladas no ano passado (35,3 mil toneladas a mais que o total embarcado em 2016 para lá).  Hoje, somos o segundo principal fornecedor da proteína ao México.

Neste contexto, a sinalização é de um cenário ainda mais demandante no próximo ano, o que deve influenciar o saldo geral das exportações do Brasil.  Isto, já que as novas habilitações deverão gerar incremento na demanda pelo produto brasileiro já nas exportações de 2019.

E as novas habilitações não são positivas apenas aos exportadores avícolas. As novas habilitações mostram, ainda, a confiança do México no sistema brasileiro, o que gera boas expectativas, também, acerca da abertura do mercado à carne suína do Brasil.  

Temos mostrado aos mexicanos que o Brasil é um parceiro confiável (seja nas exportações de aves ou de genética avícola), seja pela oferta de produtos, pela estabilidade nas relações ou pela qualidade dos produtos.  Não poupamos esforços para perseverar como porto seguro da segurança alimentar global. Estas habilitações atestam que estamos no caminho certo.
(Publicado originalmente na Revista SNA)
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Fabio Nunes
12 de diciembre de 2018

Eu vejo, particularmente, com certa cautela, e até mesmo desconfiança, esta euforia nacional acerca do potencial comprador mexicano da carne brasileira após a recente habilitação de novas empresas e frigorificos brasileiros àquele mercado.
O México é um país que, pela posição geográfica, depende (mas também se beneficia) em gênero, número e grau da proximidade com os EUA para muitas coisas - milho, por exemplo, para ficar em apenas um exemplo - além de estar, pela mesma razão, politicamente muito atrelado àquele. Além disso, comercialmente falando, o México SEMPRE FOI, por conta do agora USMCA (antes NAFTA), um grande mercado para a industria da carne americana que tinha onde colocar pernas de frango, partes menos valiosas de suinos e CMS em grandes volumes anuais.
Logo, por tudo isto, não vejo o mercado mexicano como muito "autônomo" para decidir onde abastecer-se de carnes ( e insumos como o milho, por exemplo) pelo fato de não acreditar que os EUA, ao sentirem ameaçada a demanda por seus produtos cárneos, ficarão calados e imóveis. Por tudo isto, e já que o assunto é frango, vale aqui relembrar o velho ditado popula brasileiror: cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém!

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