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Matopiba: o cerrado ameaçado de extinção

Publicado: 11 de novembro de 2024
Por: 1Romão Miranda Vidal. 1Médico Veterinário.
É muito comum ao brasileiro se aventurar, na busca de novas áreas para a agropecuária. E em especial se o valor por hectare, for muito atrativo.
 Assim foi com o Cerrado nos estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal, além de parte dos territórios da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rondônia e São Paulo.
Dados a serem confirmados, nos informam o volume do Cerrado que vem a ser o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional.
Pode-se deduzir que o Tocantins detenha 38%; Maranhão 33%; Bahia 18% e Piauí 11%
No momento estima-se que 50% do Bioma Cerrado, já se encontre irremediavelmente perdido e sem recuperação definitiva, ou 1.018.224 km2., ou 101.822.400 hectares.
E nesse prejuízo ambiental, leva-se em conta o comprometimento irreparável das Veredas. Didaticamente atreve-se citar que as veredas ocorrem onde existem lençóis freáticos,  lugares de nascentes que, por menores que sejam, formam os córregos e riachos que abastecem os grandes rios e permitem que exista água limpa e de qualidade.
  O “efeito esponja” é uma característica destes solos orgânicos, armazenando água de precipitação (chuva) e tornando-a disponível para os principais cursos d’água através da descarga lenta, mesmo nos períodos mais secos do ano. Portanto, as veredas possuem um papel fundamental no balanço hídrico nos ambientes do bioma Cerrado. Muitos afluentes dos rios São Francisco, Parnaíba, Grande, Tocantins, Araguaia e Paraná, possuem veredas como cabeceiras.
Fonte informativa: https://www.irriganor.org/post/solosdeveredas02
Hoje praticamente 40% das veredas desapareceram para um todo sempre. Comprometendo de forma drástica o lençol freático e até o próprio Aquífero  Urucuia.
Buscamos na Internet maiores informações como:
O Aquífero Urucuia é uma formação geológica subterrânea que armazena água e é o segundo maior do Brasil. Localizado na divisa de Goiás e Bahia, é uma fonte importante para o Rio São Francisco e o Rio Tocantins:
Contribui para 40% da vazão de seca do Rio São Francisco
Alimenta as nascentes de tributários da margem direita do Rio Tocantins
É o principal manancial subterrâneo do oeste baiano
O Aquífero Urucuia está em risco devido à devastação do cerrado pela agropecuária, que tem aumentado o uso de água para irrigação. A região tem uma expansão agrícola mecanizada e muita irrigação permanente, o que pode comprometer a vazão dos cursos d'água e a disponibilidade de água do aquífero.
Cabe ressaltar ainda que no estado do Tocantins, se faz presente a segunda maior bacia hidrográfica do Brasil. E com uma particularidade, os rios como Araguaia e Tocantins são os principais componentes e correm ou desaguam internamente. Não desaguam no mar. Agricultura – Floresta;
Mas mesmo assim o dano ambiental é enorme.
O processo Pecuária- Floresta e ou Agricultura – Floresta,     Pecuária – Floresta; Agricultura – Pecuária- Floresta, enfim as combinações de se recuperar áreas degradadas são consequências.   Não irão repor nem 5% da fauna e da flora, antes existente. Em geral o agropecuarista que adotar essas metodologias, mesmo fazendo uso de espécies florestais nativas, que antes existiam, haverá uma decorrência de anos, para voltar ao seu estado anterior.
Assim como a fauna nesse momento também comprometida. Por exemplo os mamíferos: Mamíferos: Lobo-guará, onça pintada, tatu-canastra, tamanduá-bandeira, anta, veado-mateiro, raposa-do-campo, gato-do-mato, macaco-prego, lontra, catitu, queixada, paca.
O Cerrado abriga uma grande variedade de aves nativas, entre as quais se destacam:
Carcará. Águia-cinzenta. Gavião-peneira. Tapaculo-de-Brasília. Pato-mergulhão. Caboclinho-do-sertão. Bicudo. Andarilho. Sanã-de-cara-ruiva. Bacurau-de-rabo-branco. Ema, Siriema, Tucano-toco, Coruja-buraqueira, Papagaio, Pavãozinho-do-pará, Jaó, Inhambu-xintã, Inhambu-chororó, Codorna-do-nordeste.
Fonte de Informação: https://www.google.com/search?q=aves+nativas+do+cerrado&oq=aves+nativas+do+cerrado&gs_lcrp
Essas informações iniciais, nos dão a nítida impressão, que se o governo federal, não tomar nenhuma providencia de preservação ambiental do que ainda resta do Bioma Cerrado, pode-se antever um enorme problema social, ambiental e econômico.
A preocupação maior se dá em relação a extinção das Veredas. Todo o micro universo ambiental desaparece imediatamente, ante a voracidade de se aproveitar cada palmo de terra. Não se interessando se for Veredas, Pequizeiros, Sucupiras, Faveiro de Bolota, Barba Timão, Mirindiba e mais de uma dezenas.
As veredas têm sido estudadas sobre diversos aspectos (condições edáficas, importância hidrográfica, resiliência, florística e legislação) em diferentes regiões no Brasil.Inclusive conceituando como sistemas úmidos comuns em áreas de Cerrado no Brasil Central, de ocorrência nas formações areníticas do Chapadão das Gerais, e estendem-se pelas bacias dos rios Parnaíba, São Francisco, Grande, Tocantins, Araguaia, Paraná, até regiões do Triângulo Mineiro, Alto Parnaíba e Paracatu. E demostram que a vegetação destes sistemas é resultado da influência do gradiente nutricional, disponibilidade de água, condições de solo e sazonalidade climática, em que demostram a importância e baixa resiliência em processos de antropização ao longo dos anos.
As veredas são responsáveis pela perenização de rios e córregos, de grandes bacias hidrográficas no Brasil.
Isso posto, a maior empresa de pesquisa agropecuária a EMBRAPA, tem contribuído de forma magnifica, para o sistema agroambiental. Fica aqui uma sugestão, que se não existe de momento de uma Unidade de Pesquisas, se faça presente futuramente, na região do MATOPIBA.
Não só se faz presente a EMBRAPA, mas sistemas de armazenagem, de estradas vicinais, cooperativas sempre serão necessárias, Afora um estudo imediato a respeito da Conservação e Preservação do Cerrado, na região do MATOPIBA.


ARTIGO INÉDITO PARA ENGORMIX. 
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Autores:
ROMÃO MIRANDA VIDAL
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Antônio Mário Penz Junior
Cargill
Cargill
4 de diciembre de 2024
Estimado Dr. Romão.
Estou seguro que pensamos de forma similar e referenciamos os pesquisadores brasileiros como grandes expoentes no desenvilvimento da agricultura e pecuária do nosso País e que serve de exemplo para outros países.
Também temos a mesma preocupação quanto as nossas fronteira agrícolas, que devem ser, constantemente vigiadas.
Um grande abraço.
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Antônio Mário Penz Junior
Cargill
Cargill
22 de noviembre de 2024
Prezado Dr. Romão!
Começarei minhas considerações pelo final. Tive o prazer de me formar, no ano da criação da EMBRAPA, instituição que foi decisiva para chegarmos onde chegamos, na liderança de diferentes áreas da produção agropecuária. Hoje produzimos alimento em quantidade e qualidade para a nossa população e mais uma população mundial que segue crescendo. Assim, parece interessante ter uma estrutura específica para cuidar da região do MATOPIBA. Claro, isto é um sentimento que temos, mas que não posso deixar de dizer que estou longe das decisões da Intituição, para fazer um juízo mais preciso.
Devo ressaltar que esta mesma EMBRAPA colaborou e segue colaborando com todas as determinações estabelecida no nosso codigo florestal, que naquela região em destaque, foi considerado.
Claro que em um mundo que sua população segue crescendo, lamentavelmente, é impossível seguirmos produzindo alimento com a mesma área e eficiência de 50 anos atrás. Mas, a nossa eficiencia tem sido muito maior do que a necessidade de área que precisamos para produzir. Isto é fruto do conhecimento científico e não do acaso. Saímos de importadores de alguns insumos agropecuários para exportadores.
Com isto, mesmo entendendo a sua preocupação, justa, gostaria de deixar uma reflexão do que ganhamos com tudo o que foi feito pelos nossos cientistas e produtores rurais, já sabendo que em nada que se necessite expansão terminará em algo perdido?
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