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XIII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura
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XIII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura

1 al 3 de Julho de 2009
Foz do Iguaçu - Brasil
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Informações

XIII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura será realizado entre os dias 01 e 03 de julho de 2009, no Rafain Palace Hotel & Convention Center, em Foz do Iguaçu, Paraná.

O evento é promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) em parceria com a Associação Paranaense de Suinocultores(APS).
Em meio a uma das mais profundas crises da História da economia mundial, a ABCS e a APS encontram na "Conquista do Mercado Interno" uma grande oportunidade para a suinocultura brasileira. Os trabalhos até hoje realizados desvendaram o perfil do consumidor nacional. Sabemos que ele gosta de carne suína, mas agora conhecemos também suas exigências. É preciso, então, reunir todos os elos da cadeia no sentido de eliminar possíveis obstáculos e entregar o nosso produto exatamente dentro da expectativa dos clientes. Ou seja, precisamos fazer a carne suína também um sucesso no mercado interno, da mesma forma como acontece na maioria dos países do mundo.
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POR QUE CONQUISTAR O MERCADO INTERNO?

O contraste entre o enorme potencial do mercado interno brasileiro e os baixos níveis de consumo de carne suína registrados no Brasil não se explica através de problemas encontrados nas granjas produtoras. Os suinocultores brasileiros trabalham na fronteira da tecnologia, num padrão de qualidade comparável aos melhores produtores do mundo. Pesquisas de mercado contratadas pela ABCS indicam que não obstante sua qualidade intrínseca, o fato é que o produto chega ao varejo de forma distante das expectativas do consumidor, seja pelo formato, pelo volume, pela falta de praticidade e conveniência, seja porquê na maioria das vezes é apresentado associado à gordura.

Paradoxalmente, sucessivas pesquisas de mercado (ROJO 1995; 2005 e 2008) indicam que, do ponto de vista de sabor, a carne suína é majoritariamente preferida pelo consumidor quando comparada às carnes bovina e de frango. As mesmas pesquisas indicam que o consumo não segue o padrão da preferência gustativa pela prevalência de má informação e pelas formas como a carne suína resfriada chega ao consumidor.

A Associação Brasileira de Criadores de Suínos - ABCS, através da campanha "UM NOVO OLHAR SOBRE A CARNE SUÍNA", testou empiricamente essas supostas razões do baixo consumo em mais de 20 pontos de venda em 7 Estados brasileiros. Os resultados numéricos dos incrementos de consumo durante os 30 dias da Campanha em cada estabelecimento permitem a afirmação de que, mesmo na ausência de qualquer promoção de preços, quando apresentada de forma diversificada, prática, atraente e nem sempre associada à gordura, o consumidor muda seu padrão tradicional de consumo da carne suína, adquirindo maiores quantidades (foram observados incrementos de vendas de 50 a 210% quando comparadas aos mesmos períodos do ano anterior).

No entanto, a despeito de seu sucesso de vendas, essa abordagem de apresentação do produto ao consumidor final encontra dificuldades de adoção generalizada pela forma como a carne chega ao varejo. Contrariamente ao que ocorreu nas cadeias de carne de aves e bovina, a carne suína resfriada ou congelada ainda chega ao varejista na forma tradicional e antiquada de meias carcaças: o animal abatido sofre apenas uma toalete básica e a carcaça é separada em duas "bandas" que são enviadas ao ponto de venda - PDV. A única evolução verificada nessa forma ancestral de comercialização é que, após a adoção de Centros de Distribuição pelas cadeias maiores de supermercados, estes recebem o produto acondicionado em caixas com a meia carcaça - banda - cortada em três partes: anterior, central e posterior.

Essa forma de comercialização exige grande manipulação no ponto de venda e impões significativas des-economias: a incidência de custos de transporte, impostos e tributos sobre ossos, pele e retalhos não aproveitáveis que são gerados na preparação final dos cortes; a exigências de maiores espaços de armazenamento no PDV; a exigência no PDV de grandes quantidades de mão de obra especializada cada vez mais escassa e, ao mesmo tempo, na contra corrente da política dos supermercados de reduzirem a manipulação de produtos nas lojas; e, grande inconveniente, a comercialização em carcaças define a disponibilidade final de cortes em proporções fixas, não permitindo o atendimento das preferências do consumidor.

É preciso considerar, também, que a crescente concentração industrial da suinocultura brasileira em torno de um pequeno número de grandes empresas leva à predominância de produtos de maior valor agregado, compatíveis com os grandes investimentos envolvidos. O fato, também, dessas grandes plantas industriais estarem localizadas em locais distantes dos grandes centros de consumo também dificulta logisticamente o aumento da oferta de carne não processada.

Nas condições tradicionais do mercado brasileiro, agravadas pela dificuldade de crescimento das exportações e a atual crise internacional, a manutenção na cadeia da suinocultura brasileira de micro, pequenos e médios empresários - rurais, industriais e do comércio - depende primordialmente da ampliação do mercado doméstico. E é necessário que este possa ser alcançado e ampliado com investimentos compatíveis com a capacidade econômica desses extratos empresariais.

Nesse quadro, mais importante contribuição da Campanha "Um Novo Olhar" talvez tenha sido a identificação dos gargalos, dos aspectos tecnológicos, gerenciais, logísticos e operacionais que acabam limitando, ou inviabilizando, a colocação da carne suína no varejo em consonância com as exigências claramente manifestas pelos clientes. Antes, os suinocultores se contentavam em resumir os problemas de comercialização ao preconceito que inegavelmente ainda vigora fortemente em todas as camadas da população. O preconceito realmente existe e o combate contra ele é e será sempre prioritário, mas a Campanha "Um Novo Olhar" mostrou que o aumento de vendas pode e deve ser alcançado através da mudança do padrão de comercialização. Mais do que isto: apresentar a carne suína de forma moderna, contemporânea deverá contribuir significativamente para minimizar os efeitos do próprio preconceito.

Ou seja, em resumo os principais gargalos que limitam as vendas de carne suína no Brasil estão localizados ao longo da cadeia, mas majoritariamente situados entre os elos indústria e varejo.

É dessa forma que o XIII Seminário será um importante caminho no sentido de debater com profundidade o conjunto de problemas que colocam o Brasil numa das últimas classificações do ranking mundial de consumo. Com uma agravante: a conquista do mercado interno, um tema definido ainda em meados de 2008, tornou-se ainda mais importante se considerarmos o impacto da crise econômica mundial sobre as exportações brasileiras de carne suína.

A escolha do tema "A CONQUISTA DO MERCADO INTERNO" para embasar o XIII Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, não diminui, em nenhum momento, a importância dos debates tradicionalmente verificados nos eventos da cadeia produtiva do setor. É fundamental que se continue investigando, pesquisando, difundindo novas tecnologias nas áreas de genética, nutrição, manejo e gerenciamento de granjas, sempre priorizados nos diversos eventos realizados no seio da cadeia produtiva.

Era preciso criar um forum, um ambiente de discussão franca e transparente, reunindo os diversos agentes da cadeia para enfrentar, face a face, o seu problema central hoje: o aumento do consumo no mercado interno e, conseqüentemente, a criação de bases econômicas sustentáveis para a suinocultura brasileira.

A dimensão potencial do mercado interno nos obriga a realizar esse exercício. O Brasil é o quarto maior produtor e quarto maior exportador de carne suína do mundo. No entanto, tem consumo per capita de cerca de 13 kg/ano enquanto países com altos índices de IDH consomem médias de mais de 40kg/ano - a média européia é de 45 kg/percapita/ano - dessa que é a proteína animal mais consumida no mundo - participação em 2007 de 39,9% das vendas globais de proteínas de origem animal, segundo a FAO. Ademais, as exportações brasileiras, que mostraram extraordinário dinamismo no período de 1999 a 2005, desde 2005 não crescem mais.

Apesar do elevado status sanitário da suinocultura brasileira, o crescimento ulterior das exportações dependerá do acesso aos mercados importadores mais sofisticados e exigentes, que fazem restrições ao sistema de defesa sanitária animal brasileiro, especialmente na erradicação da febre aftosa bovina. O mercado doméstico, por sua vez, permanece com crescimento pouco mais que vegetativo. E é caracterizado por um elevado consumo relativo de produtos industrializados, contrariamente a outros países que tem maior consumo de carne suína não industrializada.

Presentemente, há desconhecimento, falhas e inadequações tecnológicas que impedem o crescimento significativo da oferta em quantidade e qualidade de cortes suínos não processados. Por isso, o XIII Seminário reunirá nomes de peso, com a capacidade de, por um lado, fazer a leitura econômica deste momento de crise especificamente em relação ao nosso segmento e, por outro, debater alternativas que permitam superar, na prática, os problemas cuja existência e caráter já conseguimos detectar, graças a Deus.

Por último, é importante ressaltar que a ABCS reúne parceiros e agências de desenvolvimento empresarial na construção de um projeto visando aumentar em apenas 2 kg o consumo per capta de carne suína, no Brasil, em três anos. Ou seja, visa atingir uma meta de 15kg/per capita/ contra os 45 da média européia. Aparentemente modesto, aquele objetivo tem marcante impacto econômico e social. Para atingi-lo seria necessário adicionar 200.000 novas matrizes no plantel tecnificado( a produção de Minas Gerais, por exemplo); aportar investimentos de mais de R$ 1,00 bilhão em granjas além de vultosas somas nos demais elas da cadeia; gerar demanda adicional de 15,0 milhões de sacas de milho e 6,2 milhões de sacas de soja.

Além disso, mais 2 kg per capita no consumo dos brasileiros representariam 12.000 novos empregos diretos e estimados outros 60.000 indiretos.

Essa é a força do nosso mercado interno, que congrega cerca de 190 milhões de habitantes e registra sistemático crescimento de poder aquisitivo nos últimos 15 anos.

O setor não pode abrir mão de lutar por mais espaço no mercado externo, o que tem feito com destacada competência nos últimos anos. Mas, ao mesmo tempo, não pode desconsiderar a importância do mercado interno, que está ao nosso alcance e cuja conquista depende única e exclusivamente de nós.