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Composição nutritiva rações de aves

Composição nutritiva de ingredientes para rações de aves

Publicado: 27 de março de 2012
Por: Paulo de Brum; Gustavo Lima; Dirceu Luís Zanotto ; Claudete Hara Klein
Na formulação de dietas é imprescindível o conhecimento dos componentes nutritivos e da energia metabolizável de cada ingrediente que será utilizado na dieta, uma vez que se a dieta estiver desbalanceada poderá causar um aumento no consumo de ração, baixo ganho de peso, pior conversão alimentar e consequentemente maior custo de produção. Por outro lado, existem fatores que interferem na concentração de nutrientes dos ingredientes, que são a fertilidade do solo, clima, cultivar da planta, armazenamento, amostragem, tipos de processamento e substâncias antinutricionais, entre outros. Por isso, é importante uma melhor caracterização dos ingredientes, principalmente através da identificação dos efeitos genéticos e do tipo de processamento, visando a atualização dos bancos de dados sobre a composição de ingredientes e melhorias no processo de formulação das rações. Considerando a importância dessas informações, foi desenvolvido um trabalho com o objetivo de determinar a composição química e a energia metabolizável de onze ingredientes utilizados em rações para aves. 
Foram determinadas as composições químicas e energéticas de ingredientes alternativos ou convencionais que podem ser utilizados em rações para aves. Os ingredientes estudados foram: trigo BR-33, trigo IAPAR-53, triticale BR-4, triticale BR-2, soja extrusada, farelo de trigo, milho BR-473, gérmen de milho, torta de canola, torta de soja e levedura spray-dried. O gérmen de milho é o subproduto obtido após a extração do óleo do gérmen; as tortas de canola e de soja são os subprodutos obtidos após a extração do óleo por processo mecânico; e a levedura (Saccharomyces cerevisiae) spray-dried é um subproduto seco obtido após o processo fermentativo utilizado na destilaria de álcool.
Para a composição química foram determinados: proteína bruta (PB), energia bruta (EB), matéria seca (MS) extrato etéreo (EE), fibra bruta (EB), matéria mineral (MM), cálcio (Ca), fósforo total (P), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), lisina (Lys), histidina (His), arginina (Arg), treonina (Thr), serina (Ser), glicina (Gly), cisteína (Cys), valina (Val), metionina (Met), isoleucina (Ile), leucina (Leu), tirosina (Tyr), fenilalanina (Phe) e triptofano (Trp). Os valores da energia metabolizável aparente corrigida (EMAn), foram determinados em ensaios biológicos utilizando-se o método de coleta total de excretas. Os valores determinados nos ingredientes quanto a composição química e da EMAn encontram-se na Tabela 1 e os de aminoácidos na Tabela 2. Os resultados verificados quanto ao trigo e o triticale demonstram boas perspectivas para serem utilizados em rações de aves, em substituição ao milho, embora contenham um menor valor energético, contudo apresentam nível mais elevado de proteína bruta e aminoácidos totais. O gérmen de milho, embora com energia mais baixa que o milho representa um ingrediente alternativo que pode ser utilizado. A levedura spray-dried contém energia metabolizável semelhante ao farelo de soja, porém com o teor de proteína bruta mais baixo. A torta de canola, a torta de soja e a soja extrusada são substitutos potenciais do farelo de soja, contendo níveis mais elevados de EMAn. Contudo a torta de canola e a soja extrusada apresentam um teor menor de proteína bruta que o farelo de soja. Por outro lado, com a possibilidade de utilizar-se esses ingredientes haverá uma menor incorporação de óleo nas rações o que poderá baratear as dietas. Os dados apresentados de farelo de trigo, já utilizado em rações, servem para mostrar que existem diferenças entre farelos.
O milho cultivar BR-473 apresenta boas perspectivas pois apresenta teor de energia e lisina mais elevados do que os milhos comumente utilizados em rações, embora apresente um teor total de proteína bruta mais baixo que outras amostras de milhos. Os valores da composição química e de EMAn determinados nos ingredientes, no presente estudo, demonstram uma variabilidade quando comparados aos níveis citados tanto nas tabelas nacionais como estrangeiras. As diferenças nos valores de EMAn estão relacionadas principalmente com os níveis de EE, FB e MM dos ingredientes, além dos fatores citados anteriormente. Conclui-se que os valores da composição química e de EMAn foram, na maioria dos ingredientes, diferentes dos citados nas tabelas nacionais e estrangeiras e permitiram ampliar o conhecimento sobre ingredientes alternativos. Por outro lado, as diferenças entre genótipos demonstrou a importância da melhor caracterização dos ingredientes. Recomenda-se que na elaboração de rações para aves sejam utilizados os valores aqui determinados, porque são mais próximos da realidade brasileira.
 
Autores:
Paulo de Brum
Embrapa
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Dirceu Luís Zanotto
Embrapa Suínos e Aves
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Gustavo Lima
Embrapa Suínos e Aves
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