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INFLUÊNCIA DO TRANSPORTE DE CURTA DURAÇÃO SOBRE ANTIOXIDANTES NÃO ENZIMÁTICOS EM SUÍNOS

Publicado: 30 de junho de 2016
Por: BELISE M.O. BEZERRA1*, AMANDA M.A. DE OLIVEIRA 2, CAIO V.O.SILVA 2, LARA A.ARAÚJO, RODRIGO F.D.M. GUEDES 1, JARDEL C. LEMOS 1, TIAGO S. ANDRADE 3, JOSÉ N.B. EVANGELISTA 2, DIANA C.S.NUNES-PINHEIRO1. 1Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias – PPGCV/UECE – Fortaleza/Ceará – 2 Faculdade de Veterinária – FAVET/UECE – Fortaleza/Ceará, 3 Granja Xerez – Fortaleza/Ceará.
Sumário

O objetivo do trabalho foi avaliar os teores de antioxidantes não enzimáticos em suínos antes e depois do transporte. Foram utilizados 14 suínos (74 dias de vida) alojados em granja comercial. O protocolo experimental foi realizado nos momentos (M): M1 = antes e M2 = depois do transporte de curta duração (31 minutos) e as análises séricas de ácido úrico, albumina e bilirrubina não variaram significativamente no período estudado, demonstrando que esses antioxidantes não enzimáticos não sofrem influência do transporte.

 

Palavras-chave – Sus domesticus; ácido úrico, albumina e bilirrubina; deslocamento.

 
Introdução
O transporte rodoviário é um dos meios mais utilizados para o deslocamento de animais no Brasil. O transporte de suínos em condições comerciais (que inclui manuseio, condução e mudança de ambiente) representa um modelo complexo de estresse, sendo considerado adequado para avaliação primária de biomarcadores com repercussões sobre o desequilíbrio fisiológico dos animais causado pelo estresse (SOLER et al., 2013). Esse desequilíbrio pode estar relacionado também com a capacidade antioxidante do organismo, que pode ser mensurada através de alguns marcadores bioquímicos como albumina, bilirrubina e ácido úrico. A atividade antioxidante da bilirrubina ocorre principalmente quando se encontra ligada com a albumina, sendo esse complexo considerado um dos antioxidantes naturais dos fluidos extracelulares (BARREIROS et al., 2006). O ácido úrico é o antioxidante solúvel mais abundante em humanos e contribui em até dois terços de toda a capacidade de eliminação de radicais livres do plasma (WARING, 2002). Com isso, objetivou-se determinar os teores de ácido úrico, albumina e bilirrubina dos suínos antes e depois do transporte de curta duração.
 
Material e Métodos
Foram utilizados 14 suínos, ambos os sexos, do cruzamento Landrace x Large White x Duroc, clinicamente saudáveis, alojados em granja comercial no município de Maranguape/Ceará. Os animais estavam com 70 dias e alojados em baias na creche (3 animais/m2) do tipo suspensas, foram transportados (24 km; 31 minutos) para granja de terminação onde foram alojados em baias (1 animal/m2) com piso compacto, recebendo água e ração ad libitum. O protocolo experimental foi realizado nos momentos (M): M1 = antes e M2 = depois do transporte e foi submetido e aprovado pelo CEUA/UECE (12773941-6). Foram realizadas coletas de sangue por venopunção cefálica de sete suínos em M1 (previamente ao deslocamento) e de sete suínos em M2 (após o deslocamento), as amostras foram armazenadas em tubos sem anticoagulante e transportadas até o laboratório. No laboratório, as amostras de sangue foram centrifugadas. As dosagens de ácido úrico (mg/dL), bilirrubina total (mg/dL) e albumina (g/dL) foram realizadas em aparelho de automação bioquímica. Os resultados foram expressos em média±desviopadrão. Os dados foram submetidos ao teste t-Student pareado (Graphpad Prism®), considerados significativos com p≤0,05.
 
Resultados e Discussão
Os valores de ácido úrico, albumina e bilirrubina não variaram entre M1 e M2 (p≥0,05) (Tabela 1).
 
Tabela 1 - Valores de ácido úrico, albumina e bilirrubina em M1 e M2 (média±desviopadrão).
INFLUÊNCIA DO TRANSPORTE DE CURTA DURAÇÃO SOBRE ANTIOXIDANTES NÃO ENZIMÁTICOS EM SUÍNOS - Image 1*Referência: MEYER & HARVEY, 2004.
 
O transporte rodoviário de longa duração (oito horas) aumenta os níveis de antioxidantes plasmáticos como mecanismo de homeostase, demonstrando uma relação direta entre estresse fisiológico e transporte rodoviário (Niedzwiedz et al., 2013). Já em nosso estudo, os valores dos antioxidantes naturais do organismo dos suínos não foram alterados pelo transporte o que pode ser atribuído a curta duração do deslocamento com poucos e rápidos fatores estimulantes a produção de radicais livres que não foram suficientes para diminuir os teores dos antioxidantes circulantes no organismo dos suínos.
 
Conclusões
Os antioxidantes não enzimáticos séricos, como, ácido úrico, albumina e bilirrubina não variaram em suínos submetidos a transporte de curta duração.
 
Referências Bibliográficas
1. BARREIROS, A.L.B.S., DAVID, J.M., DAVID, J.P.; 2006. Estresse oxidativo: Relação entre geração de espécies reativas e defesa do organismo. Química Nova, (29): p.113-123.
2. MEYER, D.J.; HARVEY, J.W.; 2004. Veterinary laboratory medicine: Interpretation & Diagnosis, 2.ed. Philadelphia: Sauders
3. NIEDZWIEDZ, A., KUBIAK, K., NICPON, J.; 2013. Plasma total antioxidant status in horses after 8- hours of road transportation. Acta Veterinaria Scandinavica, p.55-58.
4. SOLER, L., GUTIÉRREZ, A., ESCRIBANO, D., FUENTES, M., CERÓN, J.J.; 2013. Response of salivary haptoglobin and serum amyloid A to social isolation and short road transport stress in pigs. Research in Veterinary Science, (95): 298-302.
5. WARING, W.S.; 2002. Uric acid: an important antioxidant in acute ischaemic stroke. QJM: An International Journal of Medicine, (95):691-693.
 
***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE APRESENTADO DURANTE O XVII CONGRESSO ABRAVES 2015- SUINOCULTURA EM TRANSFORMAÇÂO, ENTRE OS DIAS 20 e 23 DE OUTUBRO, EM CAMPINAS, SP.
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Autores:
Belise Maria Oliveira Bezerra
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