A peletização é uma tecnologia usada por diversas fábricas de ração que utiliza calor, umidade e pressão. Inicialmente foi desenvolvida para facilitar o fluxo da ração (silos, linhas de rações e comedouros), diminuir a poeira gerada pela ração e melhorar o desempenho dos animais quando comparada a rações fareladas. O processo de peletização tem sido utilizado, principalmente, por grandes empresas, pois estas conseguem justificar o investimento. No entanto, com o aumento nos custos dos insumos nos últimos anos o investimento no processo de peletização nas fábricas de rações tem sido mais facilmente justificado.
O benefício em desempenho que se pode capturar com o uso de ração peletizada é de 4 a 8% de melhoria em ganho de peso diário e conversão alimentar, quando comparado com o uso de ração farelada. Esta melhora se deve a redução no desperdício, melhoria na palatabilidade, e a potencial melhoria na utilização dos nutrientes devido ao tratamento térmico dos ingredientes. Visto que a ração peletizada flui mais fácil pelas linhas de rações, alguns sistemas de produção tem utilizado o benefício no fluxo da ração que a peletização proporciona para moer os grãos a partículas mais finas (menor que 350 micra), visto que rações com tamanho de partícula abaixo de 500 micra tem o potencial de apresentar problemas de fluxo nas linhas de rações.
Ao peletizar a primeira ração de leitões pós-desmame para auxiliar no fluxo da ração nas linhas e nos comedouros, devido à alta inclusão de lactose e proteínas especiais, deve-se tomar cuidado, durante o processo, para não superaquecer a ração.
Dados de campo sugerem que o benefício de desempenho na fase de crescimento e terminação se traduz em uma economia de 20 a 30 reais por tonelada de ração. Se simularmos 4% de melhoria em conversão alimentar sem considerar a melhoria em ganho de peso, para um sistema que, por exemplo, abate 500 mil suínos ao ano, a economia anual em consumo de ração será em torno de 3 milhões de reais. A produção de pellet de alta qualidade irá diminuir o desperdício e irá reduzir o comportamento de seleção de pellets por parte dos suínos. Os resultados das pesquisas são consistentes no que diz respeito ao desempenho dos suínos em relação à qualidade do pellet. O recomendado é que se tenha a menor quantidade de finos possível nos comedouros e um Índice de Durabilidade do Pellet (PDI) entre 90 e 95%. Pesquisas sugerem, consistentemente, que suínos de crescimento e terminação alimentados com ração peletizada com 20% de finos apresentam o mesmo desempenho que suínos alimentados com ração farelada. Os fatores que influenciam a qualidade do pellet e como melhorá-la serão abordados no artigo “Como se obter o máximo benefício da ração peletizada?” (será publicado na próxima semana).
Mesmo não havendo pesquisas que mostrem diferenças em desempenho, o diâmetro de pellet para leitões em fase de creche recomendado esta entre 3.2 a 4.8 mm. Para leitões em fase de crescimento e terminação, é recomendado entre 4.8 e 9.5 mm.
A peletização da primeira ração dos leitões após o desmame (5 a 7 kg) é de extrema importância para aumentar o consumo e, por consequência, o ganho de peso, facilitando a transição para dietas secas. Até o momento, sistemas de produção de suínos não conseguiram capturar a melhoria em ganho de peso e conversão alimentar em leitões de 7 a 25 kg. Para leitões de primeira e segunda semana após o desmame, alguns casos de campo sugerem que com o PDI acima de 95% pode prejudicar a mastigação, reduzir consumo de ração e aumentar a taxa de leitões com baixa viabilidade.
Algumas desvantagens da peletização da ração são o alto custo envolvido, principalmente, em fábricas com menor volume de produção e a interação com genética e sanidade, sendo que na qual pode se aumentar a incidência de úlceras gástricas e problemas gastrointestinais, principalmente quando utilizado com grãos moídos a tamanhos de partícula mais finos.
Portanto, a peletização é uma tecnologia que possui muitas vantagens que podem auxiliar no aumento da margem dos sistemas de produção de suínos. No entanto, cabe a cada sistema levar em consideração alguns fatores como genética, sanidade, capacidade de geração de pellets de alta qualidade e, por fim, verificar se é possível capturar as vantagens oferecidas pelo processo de peletização.
***O artigo foi originalmente publicado por #SuinoCast - o 1 podcast da suinocultura brasileira, em novembro de 2013.
Caro João Batista
Gostaria apenas de informar alguns detalhes sobre formulações e peletização.
Toda formulação depende dos ingredientes disponíveis ao pequeno produtor.
Quanto á peletização são outros os problemas uma vez que para tal se faz necessário equipamento caro e de alto custo de produção.
Ainda acredito que o mais fácil para o pequeno seja a compra de concentrados proteicos que com eles
possa misturar milho de sua própria produção.
A maioria dos pequenos produtores cria, porcos, peixes,frangos. de formas aleatórias eles buscam formulas baseada em contos e ditos por outros. Seria bom que os meios de formulações de rações e peletizações publicassem matéria com formulas detalhadas, e com um linguajar fáceis. a forma de peletizar,misturas e formas de rações. seria uma forma de ajudar o pequeno produtor.
Muito Positivo o artigo do Márcio Gonçalves, bem como a observação do José Orlando, ambos nos remetendo a tecnologia da peletização. Ao se falar em peletização não há como não reconhecer os ganhos nutricionais gerados (indicados pelo Márcio). E ai há que se falar em peletização bem feita e peletização mal feita. Na segunda, acrescenta-se custos e não se recebe os benefícios datecnologia. Na primeira, cobre-se os custos pelo benefício positivo da peletização e neste ponto deve-se relembrar que algumas Matérias Primas colaboram para que o processo aconteça adequadamente, enquanto algumas outras MPs dificultam a integridade do pellet, isso sem se falar na qualidade das peletizadoras, dos condicionadores destas e da maior ou menor aplicação vapor na massa em condicionamento, além de pressão de peletização, tipo e diâmetro de furo (crivo) do disco e aassim por diante. O que nessa hora nos auxilia e é prova da aliança do conhecimento nutricional com a qualidade física intrínseca das Matérias Primas, é o uso prioritário daquelas que nos auxiliam a bem peletizar e estabelcer integridade de pellet que resista ao transporte, ao ensilamento e a todo o 'bater de pellet' que este estará sujeito e entre estas temos atualmente uma nova Matéria Prima que incrementa a integridade do pellet, ao mesmo tempo que auxilia na economia de energia elétrica na peletizadora: a Glicerina! MP energética, hoje dsponível no Brasil em boa escala e que auxilia sobremaneiraa o trabalho da peletizadora e a qualidade final do pellet. Fica a dica!
O que a industria tenta fazer o transporte desfaz.
o transporte separa os ingredientes.
a peletização é a solução.
suinocultura e avicultura sofrem com este problema.
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