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A suplementação de Ácido guanidinoacético melhorou o desempenho e o rendimento de carne magra de suínos

Publicado: 3 de março de 2021
Por: Evonik
Conclusões
  • Os resultados deste estudo mostraram que a suplementação de ácido guanidinoacético (GAA) a 0,12% melhorou significativamente o desempenho de suínos desde o desmame até a terminação.
  • O rendimento de carne magra também foi significativamente maior com a suplementação de 0,12% de GAA, mas a qualidade da carne não foi afetada.
Introdução e objetivos
GuanAMINO® é a forma inovadora de GAA da Evonik (96 % de GAA), um derivado de aminoácidos e precursor natural de creatina. A creatina participa do metabolismo celular de energia através do sistema creatina e fosfocreatina. Este sistema funciona como backup do sistema adenosina difosfato (ADP)/ adenosina trifosfato (ATP) para armazenar e mobilizar a energia quando houver necessidade imediata. A síntese e a deposição de proteínas, assim como a contração muscular, que necessitam de energia na forma de ATP, melhoram com o aumento da disponibilidade de fosfocreatina. Portanto, aumentar o teor de creatina nas células através da suplementação de uma fonte de GAA pode melhorar o metabolismo global de energia e o desempenho e a produção de animais.
Com o objetivo de determinar os efeitos da suplementação de GAA sobre parâmetros de desempenho, de carcaça e de qualidade de carne de suínos, este estudo foi realizado em colaboração com o Instituto de Zootecnia do Vietnã do Sul.
Materiais e métodos
As dietas foram formuladas com base nas especificações nutricionais comerciais para suínos entre o desmame e a terminação (aprox. 7 a 100 kg de peso corporal). As rações foram suplementadas com GAA, picolinato de cromo e premix mineral comercial (contendo cobre, zinco, manganês, ferro, selênio e glicina) para criar os tratamentos dietéticos. Os tratamentos dietéticos incluíram: (T1) dieta basal (controle); (T2) dieta basal + 800 g de GAA; (T3) dieta basal + 1200 g de GAA; (T4) dieta basal + 200 ppb de picolinato de cromo e (T5) dieta basal + 1000 g de premix mineral. No total, 600 leitões recém-desmamados [híbridos Duroc x (Landrace x Yorkshire)], com o peso inicial de cerca de 7 kg, foram avaliados. Os animais foram distribuídos em 10 repetições de 12 animais cada (6 machos castrados e 6 fêmeas). Foi implementado um programa de alimentação em quatro fases: ração pré-inicial dos 30 aos 60 dias de idade (7-18 kg), ração inicial dos 60 aos 90 dias de idade (18-35 kg), ração de crescimento dos 90 aos 120 dias de idade (35-55 kg) e ração de terminação dos 120 aos 180 dias de idade (55-100 kg).
O consumo de ração, o peso corporal e mortalidade foram registrados durante o estudo e posteriormente utilizados para calcular o ganho médio diário (GMD) e a conversão alimentar (CA). No final do experimento, 20 animais (10 machos castrados e 10 fêmeas) por tratamento foram abatidos para a avaliação do rendimento de carcaça e da qualidade de carne. Foram mensurados o rendimento de carcaça e de carne magra e a espessura de toucinho. A espessura de toucinho foi medida em animais vivos de 180 dias de idade, entre a 9ª e a 11ª costela por ultrassom. Também foram medidos o pH pós mortem, perda de água e perda por cozimento.
Os dados foram analisados usando o software estatístico Minitab e as médias foram comparadas entre tratamentos pelo teste de Tukey.
Resultados
Os ingredientes e a composição nutricional calculadas e analisadas da dieta basal são apresentados na Tabela 1. O teor de proteína bruta (PB) analisado nas dietas pré-inicial, de crescimento e de terminação foi menor que o calculado. E a PB analisada na dieta
inicial foi maior do que a calculada. Em geral, os teores de aminoácidos analisados nas dietas inicial, de crescimento e de terminação foram superiores aos calculados, enquanto na dieta pré-inicial, os teores analisados de lisina, treonina e valina foram inferiores aos calculados.
TABELA 1 Composição de ingredientes e nutrientes da dieta basal
Ingredientes, %
Pré-inicial (7 - 18 kg)
Inicial (18 - 35 kg)
Crescimento (35 - 55 kg)
Terminação (55 - 100 kg)
Milho
50,0
58,0
60,0
48,0
Farelo de arroz
10,0
12,0
32,1
 
Farelo de soja (47,5% PB)
15,0
13,5
19,5
12,0
Soja fermentada
14,2
10,4
 
 
Soro de leite
12,8
 
 
 
Óleo de soja
3,30
3,40
4,60
4,10
Premix
0,25
0,25
0,25
0,25
L-Lisina
0,28
0,30
0,31
0,37
DL-Metionina
0,31
0,30
0,12
0,12
L-Treonina
0,16
0,18
0,15
0,20
L-Triptofano
0,02
0,03
0,01
0,03
Sal comum
0,32
0,46
0,46
0,43
Calcário
0,20
7,80
4,90
5,90
Fosfato bicálcico
3,30
2,40
2,10
1,80
 
 
 
 
 
Nutrientes calculados*
 
 
 
 
EM (Kcal/kg)
3.360
3.295
3.295
3.200
Proteína (%)
21,0 (20,3)
18,0 (18,5)
16,0 (15,4)
14,0 (13,3)
Extrato etéreo (%)
6,62
7,27
6,15
6,7
Fibra (%)
2,25
3,23
3,93
4,39
Na (%)
0,5
0,5
0,5
0,5
Ca (%)
1,0
0,9
0,7
0,7
P Total (%)
0,8
0,67
0,55
0,55
P Disp. (%)
0,6
0,44
0,35
0,35
 
AA totais
 
 
 
Lisina (%)
1,34 (1,15)
1,05 (1,16)
0,91 (0,98)
0,79 (0,93)
Metionina (%)
0,48 (0,53)
0,37 (0,51)
0,36 (0,31)
0,29 (0,34)
Met + Cis (%)
0,83 (0,85)
0,67 (0,81)
0,59 (0,58)
0,53 (0,59)
Treonina (%)
0,90 (0,83)
0,73 (0,82)
0,63 (0,65)
0,57 (0,57)
Triptofano (%)
0,30
0,22
0,18
0,17
Valina (%)
0,91 (0,92)
0,81 (0,88)
0,72 (0,72)
0,64 (0,65)
Arginina (%)
1,19 (1,26)
1,05 (1,20)
0,93 (1,00)
0,71 (0,91)
Isoleucina (%)
0,83 (0,81)
0,72 (0,71)
0,64 (0,61)
0,54 (0,51)
 
AA digestíveis
 
 
 
Lisina (%)
1,18
0,92
0,8
0,69
Metionina (%)
0,39
0,31
0,27
0,24
Met +Cis (%)
0,71
0,57
0,5
0,43
Treonina (%)
0,74
0,6
0,52
0,46
Triptofano (%)
0,26
0,18
0,16
0,14
Valina (%)
0,80
0,63
0,54
0,47
Arginina (%)
1,06
0,93
0,83
0,63
Isoleucina (%)
0,73
0,63
0,56
0,47
A Tabela 2 mostra o teor real de GAA nas dietas experimentais. Os teores analisados de GAA nas dietas pré-iniciais 2 e 3 estavam dentro dos níveis esperados, enquanto os das dietas iniciais foram ligeiramente abaixo dos níveis esperados. As dietas de crescimento apresentaram menor teor de GAA analisado do que o esperado. O teor analisado de GAA na dieta 2 ficou dentro do esperado, mas foi menor que o esperado na dieta 3. Foram identificadas pequenas quantidades de GAA nas dietas contendo picolinato de cromo, que teoricamente não deveria conter GAA.
TABELA 2 GAA analisado nas dietas experimentais (em gramas)
Tratamento
Dietas Pré-iniciais
Dietas Iniciais
Dietas Crescimento
Dietas Terminação
Dieta 1 Dieta Basal (Controle)
< 1
< 1
< 1
< 21
Dieta 2 Dieta Basal + 800 g de GAA
944
764
698
846
Dieta 3 Dieta Basal + 1200 g de GAA
1.252
1.141
928
990
Dieta 4 Dieta Basal + 200 ppb de picolinato de cromo
92
27
67
< 21
Dieta 5 Dieta Basal diet + 1000 g de premix micro mineral
11
1
3
< 21

O ganho médio diário (GMD) e a conversão alimentar (CA) são apresentados nas Tabelas 3 e 4. Não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos na fase pré-inicial, mas a suplementação de 1200 g/t aumentou significativamente o GMD dos animais nas fases inicial, de crescimento, terminação e durante todo o período avaliado (Tabela 3).
A conversão alimentar também melhorou significativamente com a suplementação de 1200 g de GAA (Tabela 4).
TABELA 3 Efeitos da suplementação com GAA sobre o ganho médio diário (em gramas)
Ganho médio diário
(GMD)
Controle
800 g
GAA
1200 g
GAA
200 ppb
Picolinato de cromo
 
1000 g
Premix Micro Mineral
P valor
Pré-inicial (7 - 18 kg)
353,8
364,0
370,2
361,4
359,9
0,072
Inicial (18 - 35 kg)
460,8 b
477,5 b
513,2 a
474,2 b
469,7 b
0,001
Crescimento (35 - 55 kg)
689,7 b
699,0 ab
726,6 a
684,5 b
687,3 b
0,01
Terminação (55 - 100 kg)
716,7 c
730,2 b
759,2 a
720,0 bc
718,3 c
0,001
Geral (7 - 100 kg)
587,6 c
600,0 b
625,3 a
592,1 bc
590,8 c
0,001
TABELA 4 Efeitos da suplementação com GAA sobre a conversão alimentar
Conversão alimentar
(CA)
Controle
800 g
GAA
1200 g
GAA
200 ppb
Picolinato de cromo
1000 g
Premix Micro mineral
P valor
Pré-inicial (7 - 18 kg)
1,67
1,64
1,61
1,64
1,67
0,26
Inicial (18 - 35 kg)
2,04 a
1,98 a
1,85 b
1,96 a
2,03 a
0,001
Crescimento (35 - 55 kg)
2,92 a
2,89 a
2,76 b
2,90 a
2,91 a
0,001
Terminação (55 - 100 kg)
3,32 a
3,27 a
3,13 b
3,31 a
3,33 a
0,001
Geral (7 - 100 kg)
2,82 a
2,78 a
2,66 b
2,79 a
2,82 a
0,001
A Tabela 5 apresenta o efeito da suplementação de GAA sobre os parâmetros de carcaça. O rendimento de carne aumentou significativamente com a suplementação de 1200 g de GAA, mas os outros parâmetros de carcaça não foram afetados. Os parâmetros de qualidade de carne, como pH pós- mortem, a perda de água e perda por cozimento não foram influenciados (P> 0,05) pelos tratamentos dietéticos (Tabela 6).
TABELA 5 Efeitos da suplementação com GAA sobre os parâmetros de carcaça de suínos aos 180 dias de idade
Parâmetros*
Controle
800 g
GAA
1200 g
GAA
200 ppb
Picolinato de cromo
1000 g
Premix Micro mineral
P-valor
Peso vivo* (kg)
95,30 c
97,20 b
100,90 a
96,00 bc
95,80 c
0,001
Peso de abate (kg)
96,10
95,95
96,15
95,85
96,02
0,99
Peso de carcaça (kg)
71,63
72,23
72,48
72,03
71,53
0,79
Rend. de carcaça (%) **
74,53
75,29
75,39
75,16
74,51
0,66
Carne magra (kg)
38,30 b
38,90 b
39,82 a
38,70 b
38,20 b
0,025
Carne magra (%)
53,46 b
53,85 b
54,96 a
53,72 b
53,40 b
0,007
Espessura de toucinho na carcaça (mm)
15,95
15,45
14,77
15,60
15,60
0,127
Espessura de toucinho no animal (mm)
11,92
11,53
11,16
11,67
11,69
0,45

TABELA 6
Efeitos da suplementação com GAA sobre a qualidade de carne de suínos com 180 dias de idade
Parâmetros*
Controle
800 g
GAA
1200 g
GAA
200 ppb
Picolinato de cromo
1000 g
Premix Micro mineral
P valor
pH (15M)
6,86
6,84
6,89
6,96
6,93
0,50
pH (30M)
6,63
6,70
6,63
6,64
6,57
0,52
pH (60M)
6,31
6,32
6,33
6,33
6,22
0,57
pH (90M)
5,93
5,97
5,90
5,92
5,88
0,77
Perda por cozimento (%)
44,06
43,05
42,90
43,41
43,97
0,40
Perda por gotejamento (%)
9,01
8,89
8,84
9,08
9,04
0,98

Os parâmetros de qualidade de carne foram medidos em 20 animais (10 machos castrados e 10 fêmeas) por tratamento
O pH foi medido aos 15, 30, 60 e 90 minutos post mortem nos músculos semimembranoso e longissimus lumborum do lado direito de cada carcaça usando o pHmetro Chroma Minolta; perda por cozimento = peso fresco – peso após 45 minutos de cozimento / peso fresco x 100; a perda de água foi determinada utilizando os métodos de referência para a avaliação das características físicas de carne por Honikel (1998).
 

K. O Honikel, 1998. Reference methods for the assessment of physical characteristics of meat. Meat Sci. 49(4): 447-57.

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Henrique Gastmann Brand
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Juarez Donzele
Universidade Federal de Viçosa - UFV
Universidade Federal de Viçosa - UFV
13 de marzo de 2021
Brand Henrique, penso que o efeito positivo das 1200gr do GAA no desempenho e na quantidade de carne produzida, poderia estar relacionado, entre outros, ao seu possível efeito poupador dos aminoácidos envolvidos na sua síntese, como a metionina, a arginina e a glicina, entre outros. Aproveito para informá-lo, que foi cometido um engano estatístico nos dados referentes a conversão alimentar, no período definido como geral. Se os valores de 2,82 e 2,78 são a,o valor 2,79 referente ao tratamento com Picolinato, não poderia ser b.
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