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Produção Rações Granja

Produção das Rações na Granja

Publicado: 29 de setembro de 2010
Por: Eduardo von Atzingen (Produtor - SOS Suínos)
Manual prático para o dia a dia na granja.

O custo de produção de um suíno, 70 a 80%  é ALIMENTAÇÃO; e a única forma de diminuir este custo é produzindo suas próprias rações.
Utilizando formulações adequadas, uso de ingredientes disponíveis na sua região. O desempenho dos animais, está diretamente relacionado à qualidade das matérias-primas; e um programa nutricional moderno.
Alguns aspectos relevantes, como: armazenamento, granulometria, pesagem e mistura dos ingredientes; influenciará diretamente na qualidade da ração pronta.
Um dos fatores de maior importância na produção das suas rações na granja, está relacionado a moagem  dos grãos, como: milho, sorgo, milheto, quirera de arroz, farelo de soja; entre outros; pois a granulometria adequada ( tamanho das partículas )  pode melhorar próximo de 7% a economia de ração, para cada animal produzido. As partículas de cada ingrediente, na granulometria certa, além de melhor conversão alimentar, teremos menos problemas de úlceras gástricas.
TABELA 1 Sugestões de peneiras para moagem de matérias-primas, nas diferentes fases de produção dos suínos.
Fases                                       Furo das peneiras.
Pré-inicial                                     1,0      mm
Creche                                           1,5     mm
Recria e terminação                     2,0     mm
Reprodução                                   3,0    mm
Na tabela  acima temos um referencial, do diâmetro do furo; das peneiras para produção das rações para suínos. Devemos considerar, fatores que afetam diretamente a obtenção de ingredientes na granulometria adequada, independente do diâmetro da peneira: Umidade da matéria-prima, conservação das peneiras; tipo de equipamento, área superficial da peneira, estado de conservação e números de martelos, rotação, potencia do motor, velocidade de alimentação do moinho.
Lembrar ainda que a moagem de matérias-primas muito  finas, demanda maior gasto de tempo, energia elétrica, e consequentemente maior desgaste de equipamentos.  
É importante monitorar constantemente a granulometria das nossas matérias primas, dentro do nosso sistema de produção.
Outro fator de grande importância é a pesagem  individual, dos ingredientes; que deverá ser rigorosa, de acordo com a formula em produção. Todos componentes de cada formula deverão ser pesados com exatidão; em balança periodicamente calibrada; antes da alimentação do misturador, e ainda utilizar a capacidade máxima do misturador, de acordo com VOLUME e PESO. Observando que rações com alto nível de fibra ( farelo de trigo, arroz, ) rações reprodução tem maior volume, se encher muito o misturador, prejudica a mistura, e teremos uma ração de péssimo desempenho.
A qualidade da mistura de uma ração, estará relacionada, a alguns aspectos: Tipo de misturador;  volume e peso, dentro da capacidade do equipamento, sequencia de carregamento do misturador, tempo de mistura, velocidade do misturador, misturador instalado nivelado, e uso de aterramento, manutenção preventiva dos misturadores.
TIPO DE MISTURADOR: alem dos misturadores horizontais, com heliciodes;  palhetas; temos os misturadores verticais, misturador planetário 45 graus, misturador planetário 90 graus, misturador taça, e misturador Y e duplo Y. Não existe misturador melhor ou pior, cada um para seu fim especifico, a que se destina.
VOLUME E PESO: dentro da capacidade de cada misturador, observar recomendação explicita do fabricante.
SEQUENCIA DE CARREGAMENTO: Antes de iniciar o carregamento, devemos estar com todos os ingredientes, pesados, e prontos para iniciar o carregamento; que deve ser o mais breve possível. A sequencia de carregamento do misturador pode melhorar a qualidade da mistura obtida, recomendamos que inicie colocando metade do milho, e ou o ingrediente de maior inclusão na formula, a seguir o farelo de soja, farelo de trigo, os núcleos, suplementos, premix, medicamentos, promotores, antibióticos, e a seguir o restante do milho, e ou outros ingredientes. Observar que os produtos de menor inclusão como medicamentos, vitaminas,  promotores, sal branco;  antibióticos, e premix, deverão ser previamente misturados em pelo menos 10 kg de milho moído fino  (fazer uma pré-mistura ) antes de colocar no misturador.
TEMPO DE MISTURA:   Observar a recomendação especifica de cada equipamento junto ao fabricante, normalmente os misturadores, tem um tempo ótimo de mistura da seguinte ordem:
Equipamento.                                  Tempo de mistura minutos.
Misturador Horizontal                              3 minutos
Misturador Vertical                                 12 minutos
Misturador Planetário                               8 minutos
Misturador Taça                                        5 minutos
Misturador Y                                             4 minutos
 
É evidente que a mistura ideal depende de fatores diversos, como densidade da ração, umidade das matérias-primas;  granulometria, qualidade do equipamento, sequencia de carregamento etc. . . .   .
A determinação do tempo ideal de mistura de cada equipamento, deve ser feita com supervisão técnica, com uso de marcadores específicos, usando roteiro de monitoria confiável; e coleta de amostras a cada 2 minutos ( 10 coletas ) e analise de laboratório específico.
VELOCIDADE DO MISTURADOR, Instalação, Aterramento e Manutenção:  de acordo com especificações do fabricante.
MANUTENÇÃO: promover uma manutenção preventiva (mecânica); em helicóides, roscas, pallhetas,  engraxadeiras, rolamentos, correias, depósitos,  Limpar semanalmente as palhetas, e helicóides, de barbantes e outros  materiais, que ficam presos, raspar as paredes internas do misturador, tirando resíduos que ficam grudados internamente. Bater pelo menos 10% da capacidade do misturador de milho em grão, durante 10 minutos, para eliminar sujeiras e detritos que ficam dentro do misturador. Limpar pé de roscas, elevadores e caixas de correias, transportadoras, silos; balanças e; roscas e moegas.
Adotar um programa de produção de rações, confiável, com assessoria permanente,  coleta de amostras de ingredientes ( matérias-primas ) e amostras de rações prontas, analises de laboratórios, e comparação de desempenho. Elaboração de planilha de custos, e atualização de formulas, sempre que disponibilizar de novas matérias-primas.
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Autores:
Eduardo von Atzingen
S.O.S. Suínos
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Romão Miranda Vidal
29 de septiembre de 2010
Srs. O exposto em termos de uma Gestão e talvez Administração de uma pequena fábrica de ração, levando-se em conta que trata-se de uma planta funcional a nível de propriedade, tem sim embutida inúmeras informações com os seus devidos valores. Mas acredito que esta é uma das pontas do Iceberg da suinocultura. Levando-se em conta que 75[percent] a 80[percent] pode ser considerado como volumoso proteíco, no caso o milho, a primeira providência a ser tomada pelo suinocultor é ser auto-suficiente na produção de milho destinada a alimentar seu plantel. Afirmo ainda, ser suficiente em 20[percent] acima do projetado, como item de segurança alimentar técnica. A medida a ser adotada viabiliza a exploração conjudada: lavoura / suinocultura. Explico. O ativo milho, uma vez colhido representa uma forma de valor monetário, que pode ser agregado de valor quando destinado a alimentação de suinos. Ou ser um ativo de liquidez imediata, quando o custo da saca do milho é mais atrativa que a arroba do milho. Isto se chama Planejamento. Quantos sacos de milhos serão gastos para alimentar 100 suinos destinados ao abate. Nesta caso estamos falando só de 100 suinos, não estamos falando de matrizes e reprodutores. No caso seria um suinocultor que faria o ciclo- desmame/ engorda. Em outra situação. Ciclo completo. Que engloba todo o plantel até a engorda, a situação também é a mesma. Quantos sacos de milhos serão gastos na manutenção, reprodução, gestação, amamentação, desmama, pré-engora e terminação? Portanto. O Planejamento das atividades de uma propriedade é de suma importância. Se o suinocultor depender de adquirir milho para fazer parte do menu de ração destanado aos suinos, provavelmente estará com os dias contados. Se for auto-suficiente na produção de milho, e conseguir mais 20[percent] além do previsto, estará no mínimo empatando. Agregue-se a esta situação, a adubação com dejetos dos suínos, a possível instaçãao de um bio-digestor. Na realidade o complexo suinocultura, deixou de ser um atividade aventureira e do tipo Maria vai com as outras. O suinocultor que não adotar os procedimentos citados pelo autor, que dispensar o uso de um software que formule rações, analise preços, informe dados estatísticos de preços praticados em anos anteriores, que informe o custo/benefício por lote de suinos criados, assim como das explorações a serem praticadas na propriedade, provavelmente não terá o sucesso esperado. Att. Médico Veterinário Romão Miranda Vidal
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Luiz Souza
ADM Animal Nutrition
29 de septiembre de 2010
Ótimo artigo para produtores e técnicos de campo. Simples, direto, mas sem omitir informações importantes. Obviamente, há muito mais a se descrever, visto que o assunto é ligeiramente mais complexo. Mesmo assim, o autor deixou de lado as redundâncias, excessos e cometários generalizados e produziu algo prontamente aplicável. Parabéns.
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