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Manejo Desembarque Suínos Abate

Técnica de manejo racional no desembarque de suínos destinados ao abate

Publicado: 13 de outubro de 2011
Por: Osmar Antônio Dalla Costa; Aurélia Pereira de Araújo; Eduardo Euclides Baggio; José Rodolfo Panim Ciocca; Natália Bortoleto Athayde
INTRODUÇÃO
Os consumidores, cada vez mais exigentes, estão dando maior ênfase ao bem-estar animal e à qualidade dacarne, da concepção ao abate. Desta forma, o tema bem-estar animal vem de "fora para dentro", ou seja, seexpressa da sociedade para a atividade de produção (indústria) e tem se apresentado cada vez mais nas preocupações morais das pessoas desde as últimasdécadas do século passado.
Técnica de manejo racional no desembarque de suínos destinados ao abate - Image 1
Portanto, melhorar o bem-estar animal é necessário em nosso país, principalmente paraatender às exigências do mercado consumidor, seja ele interno ou externo, que estácobrando dos produtores e técnicos uma produção de alimentos com menor agressão aomeio ambiente e respeito aos princípios de bem-estar animal.No manejo pré-abate de suínos, há fatores estressantes que, em função da duração ouseveridade, são capazes de alterar a qualidade da carne e o bem-estar animal. Assim,dependendo da forma de condução dos suínos, pode-se observar que maus tratos, medo,esforço e excessiva utilização de choque elétrico que resultam em perdas econômicas aprodutores e indústrias, em função da redução da qualidade da carne. 
BOAS PRÁTICAS NO MANEJO DE DESEMBARQUE
Na chegada dos suínos no frigorífico, os mesmos devem ser desembarcados o mais brevepossível por questões de bem-estar, uma vez que os animais estão estressados da viageme privados de água. Caso o desembarque não possa ser realizado logo quando o veículochega ao abatedouro, é importante que os caminhões permaneçam em locais frescos, comboa ventilação. Em dias de temperaturas altas e baixa umidade relativa do ar, os animaisdevem ser submetidos a um sistema de ventilação e nebulização.
As plataformas de desembarque devem ficar isentas da ação do sol e chuva, não devempossuir uma inclinação muito acentuadas, pois isso, dificulta o manejo, tornando lento oserviço. Os riscos de quedas e escorregões, acarretam problemas no bem-estar dosanimais e na qualidade da carcaça, sendo que a melhor forma para evitar este tipo deproblema é a utilização de rampas com no máximo 13 graus de inclinação e com pisorevestido por material antiderrapante, o mais recomendado é a borracha antiderrapante eem relevo. Para facilitar a condução dos animais, o manejo deve ser realizado com calma eem pequenos grupos.
Carrocerias com piso móvel reduzem os tempos gastos para o embarque e desembarquedos suínos, bem como diminui a incidência de quedas dos animais e proporciona umincremento do bem-estar aos suínos e trabalhadores. Os suínos têm grande dificuldade emdescer rampas, fazem que os mesmos geralmente sejam empurrados para frente pormanuseio bruto e gritos das pessoas responsáveis por esta atividade. A má posição do caminhão no desembarcadouro também interfere no fluxo de descida dosanimais, pois pode haver degraus ou até mesmo espaços que dificultam (retardam) adescida e fazem com que os animais empaquem, o que conseqüentemente levaria a um manejo mais brutal, prejudicando então seu bem-estar e a qualidade da carne. Para evitar a aglomeração e pânico no grupo que está sendo desembarcado, o caminhãodeve ser esvaziado gradualmente, desembarcando os animais por compartimento. Os primeiros animais devem ter tempo suficiente para sair do caminhão por si só, o quefacilita o manejo dos demais, uma vez que os próximos suínos que irão desembarcar tendem a fazer o mesmo. 
Técnica de manejo racional no desembarque de suínos destinados ao abate - Image 2
Fig. 1. Posição inadequada do funcionário do frigorífico no desembarque dos suínos.
Problemas de manuseio devido à hesitação e à recusa dosanimais em ir para frente podem ser causados poriluminação deficiente (área escura), estrutura e localização inadequados da área de desembarque e até mesmo o mau posicionamento do funcionário como mostrado na Fig.1. Portanto, o manejo de desembarque deve ser realizado deforma calma, capacitada e racional, fazendo com que asperdas no bem-estar dos animais e, conseqüentemente, na qualidade da carne sejam inferiores. Com isso, crescem as possibilidades de conquistar ou até mesmo ampliar mercados internacionais mais exigentes e que pagam mais por esta qualidade.
Tópicos relacionados:
Autores:
Dr. Osmar Dalla Costa
Embrapa Suínos e Aves
Embrapa Suínos e Aves
José Rodolfo Panim Ciocca
World Society for the Protection of Animals (WSPA)
World Society for the Protection of Animals (WSPA)
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