ESSE INGREDIENTE É CONSIDERADO UMA FONTE RICA DE PROTEÍNA FUNCIONAL, UMA VEZ QUE NÃO SE PODE EXPLICAR OS BENEFÍCIOS OBTIDOS SOMENTE EM FUNÇÃO DE SEU VALOR NUTRICIONAL TEÓRICO.
Foidemonstrado através de aproximadamente 300 artigos científicos publicados que o plasma spray dried, ou atomizado com calor
AP 920, é uma fonte proteica que adicionada à dieta de leitões aumenta significativamente a taxa de ganho de peso diário (em mais de 25%), reduz a mortalidade e melhora a saúde dos animais, especialmente em situações de estresse, causadas por patógenos ou por causas diversas como vacinação, superlotação de baias, calor, desafios sanitários, entre outras. Esse ingrediente é considerado uma fonte rica de proteína funcional, uma vez que não se pode explicar os benefícios obtidos somente em função de seu valor nutricional teórico (composição proteica, perfil de aminoácidos, digestibilidade e valor energético estimado). Os benefícios promovidos pela sua utilização somente são explicados se entendermos que o plasma spray dried favorece o sistema imune e melhora a saúde animal, fazendo com que o suíno aproveite melhor os nutrientes da dieta para crescimento ao invés de utilizá-los na manutenção de um sistema imune ativado.
Na Tabela 1 são listadas diversas referências que auxiliam no entendimento dos benefícios do uso do AP 920 frente a diferentes tipos de desafios em diversas espécies, demonstrando os efeitos do plasma spray-dried sobre a mortalidade e a morbidade de animais desafiados com diferentes pató- genos. Essa é uma demonstração de que as proteínas do plasma spray-dried podem ser utilizadas como ferramenta de manejo para minimizar a mortalidade e a morbidade associadas à prolongada ativação do sistema imune induzida por diferentes antígenos, independente do estágio do ciclo de vida dos animais.
Além disso, recentemente Pujols (2016) observou-se que o plasma spray dried em dietas de creche (0-14 dias após a desmama) reduziu significativamente (P=0,03) a mortalidade de 11,06 para 4,37% de suínos, até os 145 de idade, em animais vacinados para circovirus suíno Tipo 2 e Mycoplasma hyopneumonieae. No caso de animais não vacinados, a redução da mortalidade foi de 9,95 para 4,44%. Também foi observado que a adição do plasma somente na primeira dieta de creche melhorou o peso final significativamente (P=0,01) em 2,5 kg e 3,2 kg em animais vacinados e não vacinados, respectivamente, quando comparados com os animais do grupo controle. Além disso, a inclusão do plasma na dieta melhorou significativamente (P<0,01) o peso da carcaça (Tabela 2).
Na Tabela 3 são apresentadas sugestões de inclusões de plasma spray-dried (AP920) em dietas de leitões em rebanhos suínos com diferentes ní- veis de desafio sanitário (Rangel et al., 2008). Cabem aos nutricionistas e veterinários definir como melhor utilizar esse ingrediente, de acordo com a realidade específica, como uma ferramenta de manejo.
Para calcularmos a relação custo/benefício do uso de plasma spray dried, simulamos a inclusão de dois níveis do ingrediente na dieta (Tabela 4) que levou a um consumo de 480 g de AP 920 por cabeça (o que é o dobro usado por Pujols) a um custo de R$ 878,40 para cem animais, “on top”, para simplificar o raciocínio de cálculo de custo apresentado na Tabela 5.
O benefício foi calculado levando-se em conta as diferenças de peso e mortalidade observados por Pujols em animais vacinados e os preços atuais mais baixos de suínos cevados observados no final de junho de 2016 (nas regiões Sul e Sudeste do Brasil). O benefício observado foi de R$ 3.517,46 para cada 100 animais alimentados com plasma spray dried quando comparado com animais que não receberam esse ingrediente, conforme Tabela 6.
CONCLUSÃO:
Tomando-se em conta as informações acima reportadas podemos concluir que o plasma spray dried (AP920) é um ingrediente que pode servir como um seguro para as unidades produtoras de suínos tendo em vista sua colaboração em condições de desafio. Além disso, melhora o ganho de peso, conversão e redução na mortalidade que, tomando-se em conta as inclusões recomendadas no Brasil, resulta em uma relação custo/benefício de, pelo menos, 1:4 nas condições atuais de mercado.
***O artigo foi originalmente publicado no veículo O PRESENTE RURAL.