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DESEMPENHO DE MATRIZES NA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO AO PRIMEIRO PARTO COM PESOS DISTINTOS

Publicado: 9 de janeiro de 2017
Por: RENNAN H. R. MOREIRA1, CESAR A. P. GARBOSSA1*, MARVIO L. T. ABREU 1 Departamento de Zootecnia – DZO/UFLA - Lavras/MG –
Sumário

O objetivo foi avaliar o desempenho na gestação e lactação de dois grupos de peso de fêmeas suínas ao primeiro parto. Foram coletados dados de uma unidade produtora de suínos com 150 fêmeas de uma mesma genética, sendo 22 fêmeas de primeira parição. Os animais foram distribuídos em dois grupos de acordo com o peso das fêmeas sete dias antes do parto, sendo o grupo 1 com até 220 kg e grupo 2 com mais de 220 kg, a unidade experimental foi considerada sendo uma fêmea e sua respectiva leitegada. Os aspectos avaliados referentes à gestação foram: duração da gestação, número de nascidos vivos, de natimortos, peso médio da leitegada ao nascimento e leitões com baixo peso. Os aspectos avaliados referentes à lactação foram: peso das matrizes ao desmame, duração da lactação, número de leitões por fêmeas pós-parto, número de leitões mortos durante a lactação, número de leitões desmamados e peso total da leitegada ao desmame. Os dados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk ao nível de 5% de probabilidade para verificar a normalidade dos dados. Os dados foram comparados através do programa estatístico SAS ao nível de 5% de probabilidade. Não houve (P>0,05) efeito dos grupos de peso das fêmeas sobre os parâmetros avaliados na gestação. Não houve (P>0,05) efeito dos grupos de peso das fêmeas sobre os parâmetros avaliados na lactação, exceto para o peso (P<0,05) das matrizes ao desmame que foi 10,07% maior no grupo 2. O desempenho reprodutivo não foi afetado pelos grupos estudados de peso de fêmeas ao primeiro parto.

 

Palavras-chave: parâmetro produtivo; porcas; leitegada.

 
Introdução
A eficiência reprodutiva das fêmeas é determinada pela precocidade sexual e possibilidade de introdução no plantel de reprodução. De um modo geral, a norma de manejo que orienta a introdução das leitoas na vida reprodutiva recomenda que a primeira cobertura ou inseminação artificial seja realizada a partir do segundo ou terceiro estro e quando a fêmea atingir pelo menos 120 kg, de forma a parir em torno dos 290 ou mais dias de idade (SANCEVERO, 1984). As empresas de melhoramento genético lançam no mercado fêmeas suínas de reposição em busca de atender a demanda dos sistemas de produção suinícola quanto à melhoria de alguns índices em especial, como número de nascidos e número de leitões desmamados/fêmeas por ano. Porém, para que atinjam tais índices vários fatores devem ser levado em consideração, tais como a idade e o peso que podem ser influenciados pelo clima, manejo, nutrição entre outros. O manejo alimentar de fêmeas de reposição ainda hoje é pouco estudado quando comparado com os estudos envolvidos nas fases de creche, crescimento e terminação, dessa forma, ocorre uma alta variabilidade dos pesos das fêmeas ao primeiro parto. O peso das fêmeas ao primeiro parto é um dos principais fatores que podem afetar o desempenho reprodutivo futuro, visto que nulíparas quando cobertas fora do padrão exigido pelas empresas de genética podem alterar o desempenho reprodutivo. Por tanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de fêmeas ao primeiro parto com dois grupos de peso distintos.
 
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido em uma granja no oeste de Santa Catarina. Foram coletados dados de uma unidade produtora de suínos com 150 fêmeas de uma mesma genética, sendo 22 fêmeas de primeira parição. A granja em estudo não utiliza o método de indução de partos para fêmeas nulíparas. As fêmeas durante a gestação receberam a ração de forma controlada e na lactação a vontade de tal forma a atender as exigências nutricionais nos dois estágios de produção. Os animais foram distribuídos em dois grupos de acordo com o peso das fêmeas sete dias antes do parto, sendo o grupo 1 com até 220 kg e grupo 2 com mais de 220 kg, sendo a unidade experimental constituída por uma fêmea e sua respectiva leitegada. Foram avaliadas as seguintes variáveis referentes ao desempenho das fêmeas na gestação: duração da gestação (como não foi determinado o momento da ovulação, considerou-se a duração da gestação, como o intervalo entre a primeira inseminação e o parto), número de nascidos vivos, de natimortos, peso médio da leitegada ao nascimento e leitões com baixo peso (abaixo de 1200 g). Para o tamanho da leitegada ao nascimento, foi desconsiderado o número de leitões mumificados, uma vez que estes não sintetizam cortisol. Foram avaliadas as seguintes variáveis referente ao desempenho das fêmeas na lactação: peso das matrizes ao desmame, duração da lactação, número de leitões por fêmeas pós-parto, número de leitões mortos durante a lactação, número de leitões desmamados e peso total da leitegada ao desmame. Para as análises estatísticas utilizou-se o pacote estatístico do SAS (9.0). Os dados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk ao nível de 5% de probabilidade para verificar a normalidade dos dados. Os dados com distribuição normal foram comparados pelo teste F da análise de variância. Os dados que não apresentaram distribuição normal quando possível foram normalizados pelo procedimento PROC RANK do pacote estatístico do SAS (9.0) e os dados não normalizados foram comparados pelo teste KrusKal-Wallis ao nível de 5%.
 
Resultados e Discussão
Não houve (P>0,05) efeito dos grupos de peso das fêmeas sobre os parâmetros avaliados na gestação.
 
Tabela 1 – Desempenho de fêmeas suínas ao primeiro parto na gestação em função dos grupos de peso ao parto.
DESEMPENHO DE MATRIZES NA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO AO PRIMEIRO PARTO COM PESOS DISTINTOS - Image 1*erro médio padrão; 1 dados comparados pelo teste de KrusKal-Wallis ao nível de 5% de probabilidade.
Não houve (P>0,05) efeito dos grupos de peso das fêmeas sobre os parâmetros avaliados na lactação, exceto (P<0,05) para o peso das matrizes ao desmame que foi 10,07% maior no grupo 2.
 
Tabela 2 - Desempenho de fêmeas suínas ao primeiro parto na lactação em função dos grupos de peso ao parto.
DESEMPENHO DE MATRIZES NA GESTAÇÃO E LACTAÇÃO AO PRIMEIRO PARTO COM PESOS DISTINTOS - Image 2*erro médio padrão; 1 dados normalizados; 2 dados comparados pelo teste de KrusKal-Wallis ao nível de 5% de probabilidade.
 
Existe uma alta variabilidade individual no estado metabólico de primíparas durante a lactação, mesmo quando submetidas a condições semelhantes de manejo e nutrição (Willis et al., 2003). Porcas primíparas são vulneráveis a declínios nos desempenhos lactacional e reprodutivo. Elas têm uma produção de leite semelhante à de porcas mais velhas, no entanto possuem um apetite menor (AHERNE & WILLIAMS, 1992). Além disso, têm uma reserva menor de tecido magro e gordura para mobilizar e auxiliar na manutenção da produção de leite e ainda continuam em crescimento após a desmama, ao contrário de porcas mais velhas (CLOWES et al., 1994). Porcas muito gordas tendem a ter um baixo consumo de ração e maior perda de gordura na lactação, maior perda de proteína corporal (ALMEIDA & FOXCROFT, 2007) como observado neste trabalho quando fêmeas do grupo 1 e 2 tiveram o mesmo peso ao desmame, o que não era esperado, já que o grupo 1 tinha menor peso. Já na década de 90, Kirkwood (1990) afirmava que marrãs que são submetidas a um manejo que minimize perda de peso durante a lactação não existe associação entre peso vivo ou espessura de toucinho e o desempenho reprodutivo subsequente. Um peso de 175 a 185 kg após o parto parece adequado às porcas primíparas para conferir-lhes proteção contra perda de peso excessiva. Porcas primíparas mais pesadas talvez não seja a melhor opção, pois possuem maiores exigências para manutenção (ALMEIDA & FOXCROFT, 2007).
 
Conclusões
Apesar da diferença de peso entre as porcas ao desmame, o desempenho produtivo, tanto na gestação como na lactação, não foi afetado pelos grupos de peso de fêmeas no primeiro parto. Agradecimentos – CAPES, CNPq, FAPEMIG e NESUI.
 
Referências Bibliográficas
1. AHERNE, F. X.; WILLIAMS, I. H. 1992. Nutrition for optimizing breeding herd performance. Veterinary Clinical North American Food Animal Practice (8): 589-608.
2. ALMEIDA, F. R. C. L.; FOXCROFT, G. R. 2007. Manejo nutricional para fêmeas suínas de alta performance reprodutiva. In: 3º Simpósio Internacional de Produção Suína. Águas de Lindóias, SP.
3. CLOWES, E. J.; AHERNE, A. X.; FOXCROFT, G. R. 1994. Effect of delayed breeding on the endocrinology and fecundity of sows. Journal of Animal Science (72):283-291.
4. SANCEVERO, A. B. 1984. Aspectos genéticos do desempenho produtivo e reprodutivo de suínos em cruzamentos dialélicos. 142 f. Viçosa, MG. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias) – Programa em Ciências Veterinárias, Universidade Federal de Viçosa.
5. KIRKWOOD, R. N. 1990. Early puberty, mating reasonable goal. International Pigletter (10): 9.
6. WILLIS, H. J.; ZAK, L. J.; Foxcroft, G. R. 2003. Duration of lactation, endocrine and metabolic state, and fertility of primiparous sows. Journal of Animal Science. 81: 2088-2102.

***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE APRESENTADO DURANTE O XVII CONGRESSO ABRAVES 2015- SUINOCULTURA EM TRANSFORMAÇÂO, ENTRE OS DIAS 20 e 23 DE OUTUBRO, EM CAMPINAS, SP.
Tópicos relacionados:
Autores:
Cesar Augusto Pospissil Garbossa
Animalnutri Ciência e Tecnologia
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