INTRODUÇÃO
Especial atenção tem sido destinada à alimentação de leitões na fase pós-desmame, por se tratar do período mais crítico no sistema de produção de suínos (Corassa et al., 2007), o qual reúne diversos fatores que podem prejudicar o desenvolvimento dos leitões e causar prejuízo econômico ao produtor.
Algumas estratégias nutricionais/alimentares têm sido empregadas para minimizar os efeitos negativos do desmame, visando à manutenção da saúde intestinal, como a inclusão de antibióticos em doses subterapêuticas nas dietas de leitões, de modo a controlar microrganismos nocivos que possam causar diarreia, e/ou o uso de ingredientes altamente digestíveis, como derivados do leite. Porém, o uso de antibióticos promotores de crescimento tem sido restringido na produção animal, e os derivados do leite e outros ingredientes de origem animal apresentam custo elevado. Dessa maneira, torna-se importante a busca por novas tecnologias ou ingredientes alimentares capazes de contribuir para o funcionamento eficaz do trato gastrintestinal dos animais, favorecendo o bom desempenho (Pascoal et al., 2012) e atendendo aos padrões internacionais de segurança alimentar.
O emprego de ingredientes fibrosos nas dietas pós-desmame de leitões pode constituir interessante estratégia para melhorar a saúde intestinal desses animais, pela possível modulação da microbiota intestinal em favor do hospedeiro. A fração fibrosa dos ingredientes vegetais não é digerida enzimaticamente por suínos, tornando-se disponível à fermentação microbiana no intestino grosso (Molist et al., 2009) e, assim, gerando substratos benéficos aos animais, como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC).
Adicionalmente, há evidências de que fontes de fibra dietética insolúvel podem diminuir a ocorrência de problemas entéricos (Williams et al., 2001). Esse tipo de fibra modifica a motilidade gastrintestinal, prolongando a permanência da digesta no estômago e reduzindo no intestino, o que aumenta a atividade das enzimas pancreáticas e a produção de enzimas intestinais (Carneiro et al., 2008).
O farelo de abacaxi é um ingrediente fibroso, derivado da prensagem do fruto para a obtenção do suco, sendo considerado rejeito pela indústria. Consiste de 15 a 25% do peso do fruto, sendo composto por talos, coroas, cascas e cilindros. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais, tendo produzido 3.133,381 toneladas do fruto no ano de 2013, e a região Sudeste é responsável por 40,65% dessa produção, ou seja, equivalente a 1.273,585 toneladas (Agrianual, 2014). O farelo seco apresenta 87,11% de matéria seca, 93,81% de matéria orgânica, 7,70% de matéria mineral (Valadares et al., 2014), 67,50% de fibra dietética total, 9,50% de fibra dietética solúvel, 58,00% de fibra dietética insolúvel (Vasconcelos, 2014), 80,21% de carboidratos totais, 14,07% de carboidratos não fibrosos (Rogério et al., 2007) e 8,35% de proteína bruta (Lousada Júnior et al., 2006).
Pela grande disponibilidade e variedade de subprodutos fibrosos que há no Brasil e pela necessidade de alimentos alternativos, que minimizem os problemas decorrentes do desmame, objetivou-se com este trabalho avaliar a inclusão do farelo de abacaxi, em teores crescentes nas dietas de leitões desmamados, sobre o desempenho zootécnico, a ocorrência de diarreia, de excreções de matérias seca, mineral e orgânica, nitrogênio e fósforo nas fezes, e a avaliação econômica das dietas.
MATERIAL E MÉTODOS
Os procedimentos com animais foram revistos e aprovados pela Comissão de Ética em Uso de Animais da "Universidade Estadual Paulista", campus de Dracena (protocolo nº 31/2013), e seguiram-se as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (Concea). O experimento foi conduzido no galpão de creche do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa (IZ). Foram utilizados 56 leitões recém-desmamados, machos e fêmeas, com 21 dias de idade e peso médio de 5,05 ± 0,89kg, obtidos de granja comercial, onde foram previamente vacinados contra circovírus.
Os leitões foram alojados dois a dois, um macho e uma fêmea, em gaiolas metálicas suspensas a 80cm do piso e localizadas em duas salas de creche, com pé direito de 3m, fechadas por todos os lados com paredes e janelas e dotadas de climatizadores que mantiveram a temperatura entre 25 e 28°C, zona de conforto térmico de leitões. Os bebedouros utilizados foram do tipo chupeta e os comedouros do tipo semiautomático.
Foram empregadas quatro dietas experimentais. A dieta controle (CON) foi composta por milho, farelo de soja, produtos lácteos, plasma sanguíneo, suplementadas com minerais, vitaminas e aminoácidos (Tab. 1). Nas demais dietas incluíram-se 3,4%, 6,8% e 10,2% de farelo de abacaxi, sendo tais dietas denominadas A34, A68 e A102.
Tabela 1. Composição (%) e valores calculados das dietas experimentais nas fases I (21 a 35 dias), II (36 a 49 dias) e III (50 a 63 dias)
O programa de arraçoamento foi dividido em três fases: I, dos 21 aos 35 dias de vida dos animais; II, dos 36 aos 49 dias; III, dos 50 aos 63 dias. Para formulação das dietas, consideraram-se as exigências por nutrientes de leitões de alto potencial genético e de desempenho superior, bem como os valores nutricionais dos ingredientes (Rostagno et al., 2011), nas fases mencionadas. Todas as dietas continham os mesmos teores de energia metabolizável, lisina, metionina + cistina, treonina, triptofano e valina digestíveis, cálcio e fósforo disponível.
Os animais receberam ração e água à vontade durante todo o ensaio, e se efetuou pesagem da ração fornecida e das sobras, que foram recolhidas diariamente, para quantificação do consumo diário de ração (CDR) dos animais. Os animais foram pesados aos 21, 35 e 63 dias de idade, para o cálculo do ganho de peso diário (GPD), e com os valores de CDR e GDP calculou-se a conversão alimentar (CA), obtida pela razão entre o CDR e o GDP dos animais.
Nos primeiros 14 dias do experimento, às oito e às 17 horas, foram verificados, por análise visual, os aspectos das fezes dos animais de acordo com os seguintes escores: 1 - fezes normais, 2 - fezes pastosas e 3 - fezes aquosas. Os escores 1 e 2 foram considerados fezes não diarreicas e o 3 diarreicas. Essas identificações foram realizadas sempre pelo mesmo observador. Do total dessas observações, foram feitas as porcentagens dos escores 3, obtendo-se, assim, a porcentagem de diarreia.
Foram estimadas as excreções (E) dos animais em matéria seca - MS (EMS), matéria mineral - MM (EMM), matéria orgânica - MO (EMO), nitrogênio - N (EN) e fósforo - P (EP). Para tanto, no meio de cada uma das fases, substituiu-se parte do ingrediente inerte das dietas por uma fonte de cinzas insolúveis em ácido (CIA), a Celite(r), em 1% da dieta. Os animais consumiram as dietas com CIA por seis dias consecutivos e do quarto ao sexto dias efetuou-se coleta de amostras de fezes e de ração. Nas amostras efetuaram-se as seguintes determinações: MS por secagem em estufa, primeiramente a 55ºC por três dias e posteriormente a 105º por 12 horas; MM pela queima das amostras em forno mufla, a 600ºC por quatro horas; N pelo método de Kjeldahl; para a determinação de P as amostras de fezes e rações foram digeridas em solução de ácido clorídrico e o P determinado por colorimetria; CIA por meio da digestão das amostras em ácido clorídrico 4 normal, sob aquecimento, durante 45 minutos, filtragem do resíduo em papel-filtro quantitativo e, finalmente, incineração dos filtros e resíduos retidos, em forno mufla a 500ºC por quatro horas, conforme método adaptado de Van Keulen e Young (1977).
Com os teores de CIA nas amostras, foi possível determinar o fator de indigestibilidade (FI) das dietas, pela divisão do teor de CIA de cada dieta pelo teor de CIA das fezes de cada animal que as consumiu. O FI indica a porção da dieta não aproveitada pelos animais e excretada nas fezes.
Considerando-se os consumos das dietas pelos animais e o FI, foram calculadas as excreções de fezes, em base seca, de acordo com a seguinte fórmula, adaptada de (Berchielliet al., 2005):
As excreções de MO, MM, N e P foram obtidas utilizando-se a seguinte fórmula:
em que:
componentes das fezes = MM ou MO ou N ou P, expressos como porcentagem das fezes na MS. Com base nesses dados, foram calculadas a produção média de fezes e as excreções médias de MM, MO, N e P dos animais por dieta experimental, em cada uma das fases.
Por fim, foram calculadas as excreções de MS, MM, MO, N e P nas fezes dos suínos por unidade de peso vivo ganho (EXCPV), em cada uma das fases experimentais, de acordo com a seguinte fórmula, adaptada de Santos (2001):
Primeiramente foi calculado o custo médio da ração por quilograma de peso vivo ganho (CMei) durante o período experimental, segundo a seguinte equação descrita por Bellaver et al. (1985):
em que:
CMei = custo médio da dieta por quilograma ganho no i-ésimo tratamento;
Qi = quantidade de dieta utilizada no i-ésimo tratamento;
Pi = preço médio por quilograma da dieta utilizada no i-ésimo tratamento;
Gi = ganho médio de peso do animal no i-ésimo tratamento.
Foram também determinados os índices de eficiência econômica (IEE) e de custo médio (IC), propostos por Barbosa et al. (1992):
em que:
Mce = menor custo médio observado em dieta por quilograma de peso vivo ganho entre os tratamentos;
Ctei = custo médio do tratamento i considerado.
Vale destacar que os custos dos ingredientes corresponderam aos valores pagos pelos produtos que compuseram as dietas, no estado de São Paulo, antes da realização do experimento (março de 2014).
Adotou-se o delineamento em blocos ao acaso, em função do peso vivo inicial dos animais. Na fase 1, a unidade experimental foi composta por dois animais, um macho castrado e uma fêmea, totalizando 56 animais, quatro dietas experimentais e sete repetições por dieta. Nas fases 2 e 3, a unidade experimental foi composta por um animal, macho castrado, totalizando 28 animais, quatro dietas experimentais e sete repetições por dieta. Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o procedimento GLM (General Linear Models) do programa estatístico SAS (Statistical Analysis System, 2008), e os resultados médios foram submetidos à análise de regressão e ao teste de Dunnett (5%) para análise das médias. A normalidade dos erros foi testada pelo método de Cramer-von Mises, de acordo com Everitt (1998). Para a variável ocorrência de diarreia, os dados passaram por transformação angular. Com exceção da ocorrência de diarreia, todos os demais cálculos foram efetuados nos períodos acumulados de 21-35 (período I), 21-49 (período II) e 21-63 dias de idade (período III), visto que não houve redistribuição dos animais nos blocos ao final de cada fase.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para todas as variáveis de desempenho e para as de ocorrência de diarreia no período I, para o ganho de peso diário e a conversão alimentar no período II e para consumo de ração diário e a conversão alimentar no período III, não foram observadas diferenças (P> 0,05) entre os animais submetidos às diferentes dietas experimentais (Tab. 2). Tais resultados estão de acordo com os encontrados por Pascoal et al. (2012), que utilizaram casca de soja, polpa cítrica e celulose purificada em dietas para leitões e concluíram que a utilização desses produtos não afetou o desempenho produtivo dos animais.
Tabela 2. Desempenho e ocorrência de diarreia de leitões alimentados com dietas com teores crescentes de farelo de abacaxi nos períodos I (21 - 35 dias de idade), II (21 - 49 dias de idade) e III (21 - 63 dias de idade)
O consumo de ração diário no período II aumentou (P< 0,05) linearmente em função do aumento da inclusão de farelo de abacaxi nas dietas dos animais. No período total, observou-se efeito quadrático (P< 0,05) sobre o ganho de peso diário dos suínos, sendo o nível ótimo estimado de inclusão de 7,43% de farelo de abacaxi (Tab. 3).
Tabela 3. Equações de predição dos resultados de desempenho de leitões alimentados com dietas com teores crescentes de resíduo de abacaxi
Ao se compararem os desempenhos dos leitões submetidos às dietas com farelo de abacaxi separadamente com os dos animais alimentados com a dieta controle, verificou-se que os consumos de ração dos animais A34 e dos A102 foram superiores (P< 0,05) aos do controle no período II e que o ganho de peso dos animais A34 foi 40% maior (P< 0.05) do que o dos animais controle no período III.
Os maiores consumo de ração e ganho de peso dos animais submetidos à dieta A34 em relação aos leitões controle podem estar relacionados ao fato de que fontes de fibra insolúvel, como o farelo de abacaxi, quando em pequenas quantidades, atuam positivamente regulando ou estimulando o consumo de ração (Hetland et al., 2004), além de poderem acelerar o tempo de trânsito gastrintestinal e, dessa forma, reduzir a atividade de microrganismos patogênicos (Smits e Annison, 1996). Tais pontos foram confirmados por Han et al. (2005), que, ao testarem quatro concentrações (0; 0,3; 0,6; e 0,9%) de inclusão de uma fonte purificada de fibra insolúvel (Vitacel(r)) em dietas para leitões desmamados, concluíram que o teor de 0,3% melhorou o desempenho produtivo.
No entanto, na literatura, o desempenho de leitões alimentados com dietas fibrosas mostra-se variável. Schiavon et al. (2004) testaram a inclusão de 12% de polpa de beterraba nas dietas para leitões desmamados e não observaram efeito da adição dessa fonte de fibra sobre o CDR e a CA, porém observaram pior ganho de peso nos animais alimentados com maior inclusão de fibra na dieta.
De forma diferente, Molist et al. (2009) avaliaram rações contendo farelo de trigo e polpa de beterraba, juntas ou separadamente, e dietas sem as fibras para leitões recém-desmamados. Os autores notaram que, nos primeiros 10 dias pós-desmame, os animais que receberam farelo de trigo apresentaram maior consumo de ração quando comparados aos que não ingeriram essa fibra, porém não notaram diferença para ganho de peso e conversão alimentar.
Apenas as excreções de P no período III não foram afetadas (P> 0,05) pela inclusão de farelo de abacaxi nas rações (Tab. 4). Para as excreções de MS, MM, MO, N e P no período I, e de MM no período II, verificou-se efeito quadrático (P< 0,05). Para as excreções de MS, MO e N nos períodos II e III, de MM no período III e de P no período II, verificaram-se aumentos lineares (P< 0,05) em razão do incremento do farelo de abacaxi às dietas dos animais.
Tabela 4. Excreções totais de matérias seca, mineral e orgânica, nitrogênio e fósforo nas fezes de leitões desmamados, alimentados com dietas com teores crescentes de farelo de abacaxi nos períodos I (21 - 35 dias de idade) e II (21 - 49 dias de idade) e III (21 - 63 dias de idade)
De maneira geral, verificou-se que o aumento do farelo de abacaxi nas dietas ocasionou aumentos nas excreções, sobretudo para os animais que receberam a dieta com maior porcentagem de fibra. Isso se deve ao fato de que a fibra, além de não ser digerida pelas enzimas produzidas por suínos, pode afetar negativamente a digestão de outros componentes da dieta, levando ao aumento na excreção de fezes. Ao se fazerem as comparações dos animais controle em relação aos demais grupos de animais, observou-se o seguinte: todos os grupos de animais que receberam farelos de abacaxi em suas dietas apresentaram excreções de MS, MO e N maiores (P< 0,05) que as dos animais controle no período III; para MM no período III, MO, N e P no período II, apenas os leitões que receberam as dietas A34 e A102 apresentaram aumentos (P< 0,05) nas excreções em relação aos animais controle; no período II, apenas os animais submetidos à dieta A102 aumentaram (P< 0,05) a excreção de MS em relação aos suínos que não receberam farelo de abacaxi.
O aumento de fibra nas dietas proporcionou aumento linear (P< 0,05) no consumo de ração (P< 0,05) no período II, o que também contribuiu para as maiores excreções. Moreira et al. (2007), ao avaliarem restrição energética para suínos por meio de elevação no teor de fibra das dietas, observaram aumento nas excreções de MS e MO, porém não verificaram efeito sobre as excreções de N e P.
De modo semelhante, Fraga et al. (2009), ao fornecerem níveis crescentes de casca de arroz em substituição ao milho para suínos em terminação, obtiveram maiores excreções de sólidos voláteis e totais, além de redução nas excreções de nitrogênio e fósforo. Castelini (2011), ao utilizar casca de soja em teores crescentes para suínos, também observou aumento nas excreções de sólidos totais, sólidos voláteis e matéria mineral, porém encontrou redução nas excreções de nitrogênio e fósforo.
Nos períodos I e II, todas as excreções de componentes das fezes por unidade de peso vivo ganho (EXCPV) apresentaram efeito quadrático (P< 0,05), assim como as EXCPV de MM e P no período III (Tab. 6). Os níveis de farelo de abacaxi estimados que promoveriam as menores EXCPV encontram-se na Tab. 7. De forma diferente, as EXCPV de MS, MO e N no período III apresentaram aumentos lineares (P< 0,05) em decorrência do incremento nos teores de farelo de abacaxi às dietas. Esses resultados podem estar relacionados à piora no aproveitamento das dietas, relacionada à baixa capacidade de digerir fibras, principalmente em leitões, e ao aumento numérico do consumo de ração no período total em função dos maiores teores fibra nas dietas dos animais. Tais aspectos podem ter provocado as maiores excreções totais, vistas anteriormente, que culminaram nos maiores excreções por unidade de peso ganho conforme aumentaram os teores de farelo de abacaxi nas dietas.
Tabela 5. Equações de predição das excreções de nutrientes de leitões alimentados com dietas com teores crescentes de resíduo de abacaxi
Tabela 6. Excreções de matérias seca, mineral e orgânica, nitrogênio e fósforo nas fezes por unidade de peso vivo ganho (EXCPV) de leitões desmamados, alimentados com teores crescentes de farelo de abacaxi nos períodos I (21 - 35 dias de idade), II (21 - 49 dias de idade) e III (21 - 63 dias de idade)
Tabela 7. Equações de predição das excreções de matérias seca, mineral e orgânica, de nitrogênio e fósforo nas fezes por unidade de peso vivo ganho (EXCPV) de leitões alimentados com dietas de teores crescentes de resíduo de abacaxi
As EXCPV de MS no período I, MO e N nos períodos I e III, P nos períodos I e II e MM em todos os períodos, dos animais alimentados com a dieta A102, foram maiores (P< 0,05) em relação aos que consumiram a dieta controle. Para as EXCPV da MS, MO e N no período II, os animais alimentados com as dietas A34 e A102 diferiram dos animais do grupo controle, assim como para a EXCPV do P no período III, dos animais alimentados com as dietas A34 e A68 (Tab. 6).
Contudo, é importante observar que, no período total, não houve diferenças (P> 0,05) nas EXCPV da MS, MM, MO e do N entre os animais do tratamento CON e os que receberam a dieta A34. Ou seja, o aumento na excreção de resíduos dos animais A34 foi acompanhado por maior ganho de peso, de modo que as excreções por unidade de peso ganho não diferiram.
Não houve diferença (P> 0,05) para o custo médio das rações por quilograma de peso vivo entre as dietas em nenhum dos períodos (Tab. 8). Contudo, a dieta A68 apresentou os melhores IEE e IC, indicando, assim, a viabilidade econômica da inclusão do farelo de abacaxi, sem afetar a eficiência econômica e os custos das dietas.
Tabela 8. Custo médio de ração por quilograma de peso vivo (CMRPV), índice de eficiência econômica (IEE) e índice de custo de dietas para leitões desmamados, com teores crescentes de inclusão de farelo de abacaxi nos períodos I (dos 21 aos 35 dias de idade), II (dos 21 aos 49 dias de idade) e III (dos 21 aos 63 dias de idade)
CONCLUSÃO
A inclusão do farelo de abacaxi em dietas para leitões desmamados é viável, sobretudo ao nível de 3,4%, por não interferir negativamente nas excreções por unidade de peso vivo ganho e nos índices de custos das dietas e por proporcionar melhor ganho de peso aos animais em relação aos suínos que não consumiram farelo de abacaxi.
Publicado originalmente em Medicina Veterinária • Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 68 (6) • Nov-Dec 2016. Acesso disponível: https://www.scielo.br/j/abmvz/a/CDRNb86vPXQDkX55qG3kkhq/?lang=pt