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PRODUÇÃO DE DILUENTE TIPO B.T.S (BELTSVILE THAWING SOLUTION)

Publicado: 10 de abril de 2017
Por: Cristina Maria Pacheco BARBOSA¹; Roberto Carlos Vicente de OLIVEIRA². ¹ Pesquisadora Científica, Unidade de P&D de Itapetininga/APTA/DDD/SAA; ² Técnico A.P.C.T IV, Unidade de P&D de Itapeva/APTA/DDD/SAA; ² Professor II, Etec Dr Dario Pacheco Pedroso de Taquarivai/CPS/SCT
Sumário

A inseminação artificial (IA) tem se desenvolvido mundialmente de forma muito rápida e, atualmente, e uma realidade junto a granjas suinícolas brasileiras tecnificadas.. A intensa difusão da IA esta relacionada com a redução do custo final de produção, pois dentre outras, esta biotécnica permite uma redução das variáveis relacionadas a cobertura, pois há um maior controle na qualidade dos ejaculados empregados. No entanto, vários aspectos que influenciam na eficiência reprodutiva devem estar sob controle, evitando que falhas no emprego desta biotécnica revertam a viabilidade econômica do processo. Dentre estes deve ser citado a qualidade da agua e do diluente utilizado que tem influencia direta sobre a qualidade da dose inseminante (DI).

 

Palavras chave: Inseminação artificial, Diluente B.T.S, Custos, Eficiência.

 
Introdução
O presente projeto será realizado em duas etapas, na primeira fase de preparo e embalagem do produto será nas instalações da Etec Dr Dario Pacheco Pedroso, localizada em Taquarivaí, Estado de São Paulo, Brasil.
 
Na segunda etapa, o diluente será testado a campo nas instalações laboratoriais da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Itapeva, localizada em Itapeva, Estado de São Paulo, Brasil.
 
O Brasil possui um plantel de suínos que varia de 32 a 37 milhões de fêmeas suínas, possui hoje o maior número de porcas inseminadas na América Latina, porém em percentagem do rebanho o Chile é o primeiro.
 
A inseminação artificial (IA) de suínos tem se desenvolvido mundialmente de forma muito rápida, atualmente é uma realidade junto a granjas suinícolas brasileiras tecnificadas. Estima-se que, atualmente, sejam realizadas aproximadamente 400.000 primeiras inseminações / ano nos principais centros de produção suinícola do pais. A intensa difusão da IA está relacionada com a redução do custo final de produção, pois dentre outras, esta biotécnica permite uma redução das variáveis relacionadas a cobertura, pois há um maior controle na qualidade dos ejaculados empregados. No entanto, vários aspectos que influenciam na eficiência reprodutiva devem estar sob controle, evitando que falhas no emprego desta biotécnica revertam a viabilidade econômica do processo. Dentre estes deve ser citado a qualidade da dose inseminante (DI) . A qualidade da DI esta relacionada a fatores individuais dos machos e a fatores inerentes a tecnologia do sêmen, estando estes, normalmente, associados a coleta e a manipulação do ejaculado e armazenamento da dose. A coleta e a manipulação do ejaculado devem estar associadas, principalmente, a cuidados higiênicos do material que entra em contato com o ejaculado, bem como a qualidade do diluente a ser empregado.
 
Na inseminação artificial em suínos, o sêmen é usado, na maioria das vezes, resfriado a 15 a 18°C, sendo o diluente mais utilizado é o Beltisville Thawing Solution (BTS). Este método tem se mostrado eficiente para difusão de material genético, mas o seu processamento, armazenamento ou transporte pode prejudicar a viabilidade espermática, comprometendo a qualidade da dose inseminante. 
 
A qualidade da dose inseminante no armazenamento pode ser influenciada pela sedimentação dos espermatozóides, pois o armazenamento por 48 horas, sem agitação, resulta em decréscimo na viabilidade (Rodriguez & Rigau, 1995). Portanto, a ressuspensão dos espermatozóides minimizaria os efeitos de aglutinação das células, o que prejudica o metabolismo espermático, pois a sedimentação impede que as células se mantenham em contato com os crioprotetores, diminuindo as trocas entre os espermatozóides e o meio. A rotação deve ocorrer pelo menos duas vezes ao dia, com o cuidado de evitar a oscilação de temperatura das doses pelo contato com a mão, o que poderia prejudicar a morfologia espermática, reduzindo os índices de fertilidade (Pedersen et al, 1995; Berger et al, 1996). 
 
Diluente tipo B.T.S ( Beltsville Thawing Solution ) e salino difere dos demais pela proporção básica de seus componentes. Enquanto que outros possuem macromoléculas como a B.S.A  soro albumina bovina, álcool polivinílico, e são considerados diluentes de longa duração ( Androhep, M.R.A, Zorlesco, Buschiweler, Reading, etc ), permitindo a conservação  por ate 6 –7 dias a 16º C. Admite-se que as macromoléculas exerçam proteção contra o choque térmico, variações do pH e da pressão osmótica. A soro albumina bovina (B.S.A) parece exercer efeito protetor por remoção de catabólitos que são capazes de lesar a membrana plasmática, O álcool polivinilico, outra macro molécula que e capaz de manter a motilidade dos espermatozóides e o acrossoma intacto por período prolongado, mas o mecanismo de ação não e conhecido.
 
Outro fator a ser considerado e a taxa de diluição que com certeza pode interferir na motilidade e longevidade do sêmen diluído. Taxa de diluição referese a relação partes de sêmen por partes de diluidor Silva Filho (1994) relatou que a diluição excessiva reduz a viabilidade, espermática, fenômeno conhecido como efeito diluição. Para Varner et.al (1987) o efeito diluição tem sido observado em várias espécies e pode estar relacionado a vários fatores, dentre eles com a taxa de diluição e composição do diluente.
 
Para Pursel et. aal. (1973) a susceptibilidade dos espermatozóides ao choque térmico varia com a taxa de diluição, será maior quanto maior for a taxa de diluição. Um importante fator a ser considerado na avaliação da eficiência de um diluidor de sêmen e  a determinação da concentração espermática por dose inseminante. Para Cambo et. aal. (1988) a concentração por dose inseminável esta entre 3.000.000.000 a 5.000.000.000 (bilhões) de espermatozóides e um volume de 100 ml, e nunca superior a 8.000.000.000 de espermatozóides  em um volume de 100 ml.
 
O presente projeto pretende produzir diluente tipo B.T.S (Beltsvile Thawing Solution), com aquisição de matéria-primas nacionais, porém mantendo elevado grau de qualidade similares ao produto importado.
 
Objetivos
 Objetivos gerais
  • Produzir, colocar no mercado e comercializar o diluente tipo B.T.S Beltsvile Thawing Solution;
  • Proteger e melhor nutrir as células reprodutivas (espermatozóides), durante o período de armazenamento, com a adição de antibiótico ao mesmo;
 
Objetivos Específicos
  • Produzir um meio de diluição equilibrado, para a diluição e correta nutrição das células espermáticas, garantindo a alta viabilidade da dose inseminante (D.I);
  • Proporcionar ao ejaculado (sêmen suíno)  alta viabilidade para as inseminações, contribuindo para o aumento de fertilidade e prolificidade do rebanho;
 
Metodologia
O presente projeto será realizado na primeira fase de preparo e embabalagem do produto em instalações da Etec Dr Dario Pacheco Pedroso, localizada em Taquarivaí. Serão utilizados os seguintes ingredientes: GLICOSE MONOHIDRATDA  P.A; CITRATO DE SÓDIO   P.A; BICARBONATO DE SÓDIO  P.A; E.D.T.A  P.A; CLORETO DE POTÁSSIO  P.A; CLORETO DE POTÁSSIO  P.A e SULFATO DE GENTAMICINA, que irão compor o diluente tipo B.T.S, ambos serão pesados nas proporções demonstradas na tabela 01 abaixo e posteriormente misturados em misturador para laboratório e embalados em embalagens aluminizada de 50 g, quantidade suficiente para 1.000 ml de agua destilada.

Tabela 01
PRODUÇÃO DE DILUENTE TIPO B.T.S (BELTSVILE THAWING SOLUTION) - Image 1
 
A segunda fase do projeto o diluente será testado a campo nas instalações laboratoriais da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento  Itapeva, localizada em Itapeva. Serão utilizados os ejaculados de três machos pertencentes a UPD de Itapeva Landrace(LD) 04, Hibrido (MS) 1442 e Duroc (DR) 1509 . Será também utilizado o ejaculado de um macho pertencente a Etec Dr Dario Pacheco Pedroso MS 115(MS) EMBRAPA.
 
O sêmen será coletado seguindo todos os protocolos pré- estabelecidos para coleta processamento e análises do material e diluído no diluente tipo B.T.S (Beltsvile Thawing Solution) produzido na fase 1 do projeto. Após diluição o material será armazenado em conservadora para sêmen suíno em temperaturas entre 15 – 18ºC, onde serão realizadas viragens do material armazenado e analises de motilidade com intervalos de 12 horas (ficha de avaliação espermática em anexo), antes da análise o material será aquecido em banho maria a temperatura de 37ºC para verificar a motilidade na temperatura que ele encontraria no útero da fêmea suína quando inseminada.
 
Cronograma: 2016
PRODUÇÃO DE DILUENTE TIPO B.T.S (BELTSVILE THAWING SOLUTION) - Image 2
 
Recursos necessários:
PRODUÇÃO DE DILUENTE TIPO B.T.S (BELTSVILE THAWING SOLUTION) - Image 3
 
Material de consumo:
PRODUÇÃO DE DILUENTE TIPO B.T.S (BELTSVILE THAWING SOLUTION) - Image 4
 
Material permanente:
PRODUÇÃO DE DILUENTE TIPO B.T.S (BELTSVILE THAWING SOLUTION) - Image 5
 
Estimativa de custo de produção e valor de comercialização do produto:
Custo estimado de R$3,59 podendo ser comercializado por  R$ 5,50. Gerando um lucro de R$1,91 por pacote de 50 g
 
Resultados esperados:
Produzir, avaliar e comercializar o diluente tipo B.T.S (Beltsvile Thawing Solution), para diluição do sêmen suíno.
 
Fornecer suporte técnico referente a produção à análise e processamento do sêmen suíno, onde os alunos poderão analisar o material armazenado verificando a viabilidade de seu uso na inseminação dos suínos.
 
Fontes de pesquisa ou referências:
1. DESCHAMPS, J. C., CORRÊA, M.N., LUCIA, T. Jr. Impacto da inseminação artificial em suínos. Rev. Bras. Reprod. Anim. Vol. 22, p. 75 – 79. 1998 
2. DESCHAMPS, J. C., BASTOS, R. G., NICOLA, E. S., Avanços da biotecnologia em suínos. Ciência Animal. V. 7, p. 79 – 88. 1997.
3. BORDIGNON, V., DESCHAMPS, J. C., SECHIN, A. et al. Efeito da trealose sobre a motilidade, acrossoma e fertilidade do sêmen suíno. Revista Brasileira Reprodução Animal  v 20, p. 54 – 62. 1996.
4. WENTZ, I., VARGAS, ª J.; BORTOLOZZO, F. P., CASTAGNA, C. D. In: Anais do III Simpósio Internacional MINITÜB “Inseminação Artificial em suínos”. Flores da Cunha – RS, p. 5 – 12, 2000.
5. BORTOLOZZO, F. P., WENTZ, I. Inseminação artificial em suínos no Brasil. Revista Brasileira Reprodução Animal v. 21, n° 3. 1997.
6. FÁVERO, J.ª Tendências da tipificação de carcaças e da qualidade da carne suína no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS, 4, 1989, Itapema. Anais...Itapema, 1989, p. 7 – 10
7. IRGANG, R. Avaliação e tipificação de carcaças de suínos no Brasil. In: CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO DE SUÍNOS, 2, 1996, Campinas. Anais... Campinas, 1996, p. 67 – 86.
8. MOURA, SANDRO CARDOSO. Produção de suínos a baixo custo. Artigo téc
Autores:
Roberto Carlos Vicente de Oliveira
APTA
Cristina Maria Pacheco Barbosa
APTA
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