Conforme abordado no artigo “Impacto da peletização sobre o desempenho zootécnico e econômico”, é sabido que para se obter o máximo benefício da ração peletizada, é necessário que se produza pellets de alta qualidade, sendo isto fundamental para capturar os benefícios zootécnicos e econômicos que esta tecnologia pode proporcionar.
Se a fábrica de ração irá dedicar o tempo, a mão de obra e capital necessário para a produção de pellets, estes devem ser de alta qualidade. O Índice de Durabilidade do Pellet (PDI) irá diminuir gradativamente desde a fábrica de ração, transporte pelo caminhão, armazenamento no silo e condução através das linhas de rações até chegar ao comedouro. Por isso a produção de pellets de alta qualidade é essencial desde o começo do processo. Outro fator relevante é aferir a qualidade do pellet no comedouro, o que representará a qualidade de pellet da ração que é oferecida aos suínos. Para diminuir a quantidade de finos, algumas empresas peneiram os pellets para reenviar os finos para a peletizadora.
Visto que a qualidade do pellet é um fator chave para o aumento do desempenho dos suínos, como melhorá-la? Historicamente, é sugerido que a qualidade do pellet depende 40% da formulação da dieta, 20% do tempo de retenção no condicionador, 20% do tamanho de partícula, 20% do volume de produção por hora, 15% da matriz e 5% do resfriamento.
Como regra geral, uma temperatura de 85 a 93°C, umidade de 17 a 18% e o tempo de retenção de 60 a 90 segundos irão proporcionar uma boa qualidade de pellet. Pesquisas recentes sugerem que para melhorar a qualidade do pellet, em ordem decrescente de importância (entre parênteses leia-se a característica do parâmetro e a mudança aproximada em pontos percentuais no PDI), deve ser utilizada matriz espessa (relação largura/diâmetro de 8; 11 PDI), alta temperatura do condicionador (85°C; 7 PDI) e baixa inclusão de gordura (1%; 5,5 PDI). Volume de produção por hora e tamanho de partícula (0,5 PDI cada) apresentam pouca influência sobre a qualidade do pellet. A inclusão de 15% ou mais de trigo na dieta também auxilia para a melhoria da qualidade do pellet. Em contrapartida, alta inclusão de gordura, maior volume de produção por hora e uso de matriz fina melhoram a eficiência da peletizadora. Por isso, a peletização é considerada uma “arte” onde se deve ter um balanço entre qualidade do pellet e eficiência da peletizadora.
Em conclusão, para se obter o máximo benefício da ração peletizada diversas são as abordagens que podem ser consideradas para melhorar a qualidade do pellet. Deve existir uma sincronia entre o nutricionista e a fábrica de ração, realizando uma análise detalhada da situação, averiguando cada um dos fatores mencionados e alterando os que forem possíveis dentro da realidade de cada sistema de produção.’
***O artigo foi originalmente publicado por www.suinocast.com, em março, 2014.