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REDUZIR CUSTO DE PRODUCAO DOS SUINOS E’ POSSIVEL

Publicado: 15 de fevereiro de 2019
Por: Juarez Donzele
REDUZIR CUSTO DE PRODUCAO DOS SUINOS E’ POSSIVEL Na suinocultura quando a proposta e’ a redução de custo de produção, e’ evidente que se faz necessário a busca de alternativas que possam viabilizar melhora na eficiência de utilização da ração pelos animais, se considerado que este e’ o fator que mais onera a produção. Assim sendo, as possibilidades do alcance desse objetivo passa necessariamente pelos conhecimentos básicos do metabolismo dos suínos. Nesse sentido, uma reconhecida característica desses animais, que pode ser explorada, e’ a possibilidade do ganho compensatório da proteína depositada no corpo. Ou seja, após uma fase restritiva de deposição proteica, causada por fornecimento de ração com nível sub-ótimo de proteína, em uma determinada fase, e’ possível que possa ser recuperada na fase posterior. Outra característica dos suínos que deve também ser considerada, e’que , a deposição de proteína alcança o ponto máximo aproximadamente aos 70 Kg , com pequenas variações em função da genética e sexo. Uma outra característica dos suínos não menos importante, que deve também ser explorada e’ o imprint metabólico proteico, ou seja, o fornecimento de nível sub-ótimo de proteína pode influenciar o metabolismo proteico, interferindo não só com a deposição mas também com a degradação da proteína, ou seja, o turnover proteico.de forma favorável. Conhecendo essas características dos suínos, pode-se deduzir que em condição de mercado em que os animais são abatidos com peso acima de 100Kg , portanto significativamente acima dos 70 Kg, o que torna possível explorar todas essas variáveis a favor do setor de produção Foi com base nesses fundamentos que conduzimos um programa de pesquisa com suínos de diferentes sexo(macho castrado, fêmea e imunocastrado) e época do ano , verão e inverno. Em todos trabalhos utilizamos suínos no final da creche, aos 63 dias de idade, com peso médio aproximado de 24Kg, Nos primeiros seis estudos, avaliamos níveis de lisina digestível(LD) variando de 0,90% a 1,30%, no primeiro período de 40 dias, sendo que nos dois subsequentes períodos de 30 dias cada, os níveis de LD foram reduzidos em 0,10%. Desta forma, os tratamentos ficaram assim constituídos- 40D 30D 30D T1 0,90 % – 0,80% - 0,70% LD T2 1,00% - 0,90% - 0,80% LD T3 1,10% - 1,00% - 0,90% LD T4 1,20% - 1,10% - 1,00% LD T5 1,30% - 1,20% - 1,10% LD Os animais foram abatidos com idade média aproximada de 164 dias. Sendo que todas as carcaças, que totalizou 16 por tratamento, foram classificadas em abatedouro comercial.Em todos os experimentos, sem exceção, embora na primeira fase de 40 dias , os níveis de LD que proporcionaram os melhores resultados tivesse correspondido a 1,10%LD ,a 1,20%LD e a 1,30%LD respectivamente ,para macho castrado, fêmea e macho imunocastrado, quando se analisou o período total (100dias) , não foi verificado diferença no desempenho, característica e quantidade de carne na carcaça. Em quatro últimos experimentos, conduzidos com machos castrados e fêmeas, em duas épocas do ano, utilizando de similar metodologia, alterando somente os níveis de LD avaliados , que corresponderam a 0,80%LD a 1,20%LD nos primeiros 40 dias , sendo que nos demais dois períodos de 30 dias, os níveis de LD igualmente reduziam em 0,10%. Os resultados obtidos nesses experimentos confirmaram os resultados anteriores, ou seja, embora na primeira fase de 40 dias as melhores respostas de desempenho tenha sido obtidas nos níveis de 1,10% e 1,20LD, quando se analisou o período total de 100dias, não se verificou diferença no desempenho e na característica e quantidade de carne na carcaça dos animais, que receberam o tratamento correspondente a sequência de LD de 0,80%-0,70% e 0,60%LD comparado aos demais. Um detalhe adicional que foi avaliado nesses últimos experimentos e’ que a quantidade de gordura na carne(lombo) dos animais que receberam a menor sequência de LD, aumentou em até 30%. O aumento do teor de gordura na carne dos suínos, em razão de menor aporte de aminoácido na ração, encontra sustentação na literatura.Experimento similar foi conduzido com macho castrado e femea a nível de campo, por outro profissional, em que se utilizou 10 animais por unidade experimental, sendo a ração fornecida com base na curva de consumo da genética. Os resultados obtidos também confirmaram que a menor sequência de LD avaliada, proporcionou resultados de desempenho e carcaça similares a daquelas que haviam proporcionado os melhores resultados na primeira fase. Com esses experimentos, ficou comprovado que e’ plenamente viável estabelecer planos de nutrição utilizando rações com níveis de LD abaixo das preconizados pelas tabelas e pelas empresas da genética, sem comprometer o desempenho e a qualidade da carcaça. Deve-se considerar ainda os efeitos positivos dessa pratica sobre a qualidade da carne e no potencial poluente dos dejetos. Destaco ainda, que esta proposta de alimentação dos suínos por’ ser inovadora e de interesse principalmente do setor de produção, somente será implementada por iniciativa do próprio produtor. Assim, proponho que sob orientação de um técnico ,o produtor faça um teste na sua unidade de produção.
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Autores:
Juarez Donzele
Universidade Federal de Viçosa - UFV
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