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Matrizes Suínas Infecção Urinária

Desempenho de leitões lactantes de matrizes suínas com infecção urinária

Publicado: 12 de fevereiro de 2009
Por: Farias L.A. - Pascoal L.M. - Sobestiansky J. - Nunes, R.C.
INTRODUÇÃO
Devido à competição dos sistemas intensivos de produção de suínos, as exigências por melhores índices produtivos aumentaram e o espaço para a manifestação de problemas sanitários diminui gradativamente, tornando-se raras as manifestações clínicas de doenças primárias. Desta maneira, as doenças multifatoriais assumem um papel fundamental na eficiência da produção, pois embora sejam causadas por agentes infecciosos definidos, possuem seu desencadeamento condicionado à existência de uma série de fatores predisponentes. Estima-se que em unidades intensivas de produção de suínos, perdas econômicas totais superiores a 75% estejam relacionadas a doenças de origem multifatorial, dentre as quais se destaca a infecção urinária em fêmeas suínas em produção (10). A infecção urinária na fêmea suína está entre as principais causas de falhas reprodutivas que influenciam na produtividade do rebanho, afetando a saúde geral das matrizes e aumentando a taxa de reposição de fêmeas, sendo considerada a doença endêmica mais importante da fêmea suína em produção (4, 7, 9, 12). As perdas econômicas relacionadas a problemas reprodutivos, como aumento nas taxas de retorno ao cio, aborto, anestro, síndrome mastitemetrite- agalaxia e redução do tamanho da leitegada, pode estar associada também ao o menor desempenho da leitegada, uma vez que, o estado de saúde da matriz tem reflexos sobre sua produção de colostro e de leite durante todo o período de lactação. Diante de o exposto o trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de leitões lactentes provenientes de matrizes suínas com infecção urinária.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido em uma Unidade de Produção de Leitões localizada na microrregião de Brasília - DF, no período de julho a agosto de 2007. O plantel dessa unidade era composto por 2.400 matrizes em produção, mestiças Landrace X Large White. O programa de biossegurança, o manejo nutricional, o manejo da matriz e dos leitões lactentes não foram modificados durante o período experimental. Foram selecionadas 72 fêmeas com suas respectivas leitegadas, as quais foram separadas em dois grupos, conforme segue: Grupo I: 36 fêmeas, sendo nove de 1ª, nove de 2ª, nove de 3ª e nove de 4ª ordem de partosem infecção urinária e suas respectivas leitegadas e Grupo II: 36 fêmeas, sendo nove de 1ª, nove de 2ª, nove de 3ª e nove de 4ª ordem de parto com infecção urinária e suas respectivas leitegadas. As matrizes foram identificadas conforme o número de partos antes da transferência do setor de gestação para a sala de maternidade e, posteriormente, foram submetidas à avaliação e classificadas conforme o resultado para negativas ou positivas para infecção urinária, sendo os critérios para a avaliação da matriz um exame clínico do animal em estação e em movimento (8, 2) e exame da urina colhida, onde foram avaliados a coloração densidade (PÔRTO et al., 2003), odor e exame químico (1, 11, 5). Após a transferência das matrizes para a sala de maternidade, realizou-se acompanhamento até o momento do parto, e até o quinto dia após a parição foram avaliadas a temperatura retal da porca, o apetite, a ocorrência de corrimento vaginal purulento e mastite e/ou agalaxia envolvendo uma ou mais glândulas mamárias. Em torno de 24 horas após o parto, foi realizada a uniformização das leitegadas e os leitões foram pesados logo após a uniformização, utilizando-se balança tipo relógio e no momento do desmame, aos 21 dias de idade, foram novamente pesados com a mesma balança para possibilitar o cálculo de ganho de peso médio, variável analisada na pesquisa. O ganho de peso médio dos leitões foi submetido à análise de regressão logística em função na presença ou não de infecção uterina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do ganho de peso médio de leitões lactentes segundo ordem de peso e infecção uterina da matriz estão apresentados na Tabela 1. Não foi observada diferença estatística entre o ganho de peso de leitões lactentes provenientes de matrizes com negativas e matrizes positivas para infecção uterina, exceto para a ordem de parto três. Este resultado provavelmente se deve a uma casualidade, uma vez que, todas as fêmeas pertenciam à mesma linhagem genética e estavam submetidas às mesmas condições de manejo. 6 analisando o ganho de peso médio de matrizes negativas e positivas para infecção urinária de terceira a quinta ordem de parto não encontrou diferença significativa entre os grupos. O ganho médio de peso dos leitões lactentes no presente estudo foi maior do que o encontrado por 6 e 3.

CONCLUSÃO
A presença de infecção urinária não influenciou o desempenho dos leitões tendo como parâmetro o ganho de peso médio ao desmame.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALBERTON, G.C. Prevalência e correlação entre infecção urinária, Actinomyces suis e alguns parâmetros físicos e químicos da urina em porcas gestantes. 1996. 46 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias), Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

2. HEINRITZI, K. ; GINDELE, H.R. REINER, G. et al. Schweinekrankheiten. Stuttgard : Verlag Eugen Ulmer, 2006. 480 p

3. HOLANDA, M. C. R.; BARBOSA, S. B. P. SAMPAIO, I. B. M.; SANTOS, E. S.; SANTORO, K. R. Tamanho da leitegada e pesos médios, ao nascer e aos 21 dias de idade de leitões da raça Large White. Arquivos Brasileiros de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 57, n.4, p.539-544, 2005.


4. MADEC, F. Urinary disorders in intensive herds. Pig News and Information, Montreal, v.5, n.2, p.89-93, 1984.
5. MENEZES, C. C. P. Estudo clínico e laboratorial de porcas com proteinúria. 2001. 71f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.

6. MEYER, F. Efeito do estado de saúde da porca e do desgaste ou não dos dentes dos leitões sobre desempenho da leitegada na maternidade. 2005. 35 f. Dissertação (Mestrado em Medicina veterinária). Escola de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

7. REIS, B. S.; NAKAJIMA, M., NASCIMENTO, E. F. et al. Infecções urinárias em porcas. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia. v. 44, n. 5, p. 363-376, 1992.

8. SCHULZE, W. Klinische untersuchungen. IN: SCHULZE, W.; BICHHARDT, K.; BOLLWAHN, W.; MICHWITZ, G. V.; PLONAIT, H. Klinik der Schweinekrankheiten. Hannover: M & H Schaper, 1980. p. 3-32.

9. SIALELLI, J. N. Patología urinaria de la cerda en gestación. Avances en tecnología porcina, [on line], v. 2, n. 12, p. 6-12, 2005. Disponível em: http://www.avancesentecnologiaporcina.com/contenidos/patdic5.htm. Acesso em: 19 dez. 2007.

10.SOBESTIANSKY, J.; WENDT, M. Infecção urinária na fêmea suína: epidemiologia, sintomatologia,
diagnóstico e controle. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS, 6., 1993, Goiânia, Anais... Concórdia: EMBRAPA-CNPSA, 1993. p.51 – 63.

11. SOBESTIANSKY, J.; MORES, N.; VIEIRA, R. A. B. et al. Infecções urinárias na fêmea suína. Circular técnica. EMBRAPA – CNPSA. Concórdia, n. 11, p. 1-49, 1992. 12. SOBESTIANSKY, J. Infecção urinária em fêmeas em produção. In: SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D. Doenças dos Suínos. Goiânia: Cânone, 2007. p. 127-141.
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