Maternidades Suinos Bioclimático

O objetivo desse trabalho foi analisar dados bioclimatológicos do município deAreia - PB com intuito de relacioná-los com exigências para suínos na maternidade. Odiagnóstico foi realizado com dados climáticos dos anos de 1974 a 2005, fornecidos peloLaboratório de Meteorologia e Climatologia pertencente ao Departamento de Solos eEngenharia Rural da Universidade Federal da Paraíba, Campus II. Os valores dastemperaturas máximas (Tmáx), temperaturas mínimas (Tmín), temperaturas médias (Tméd) eUmidade do ar (UR) foram adquiridos do mapa de observação meteorológica, sendo emseguida comparadas às condições de conforto térmico de suínos na maternidade. Odiagnóstico bioclimático mostrou algumas situações de alerta: alta umidade durante todo oano, para todas as fases de vida dos animais; necessidade de aquecimento para porcas eresfriamento para leitões e 1ª semana, durante todos os meses do ano.

PALAVRAS-CHAVE: suinocultura, brejo paraibano, conforto térmico 

The aim of this study is to analyze the data bioclimatology Areia - PB in orderto relate them with requirements for pigs. The diagnosis was made with weather data of years1974 to 2005, provided by the Laboratory of Meteorology and Climatology from theDepartment of Soils and Agricultural Engineering, Federal University of Paraíba, Campus II.The values of maximum temperature (Tmax), minimum temperature (Tmin) temperatures(Tmed) and air humidity (RH) were obtained from meteorological observation map, and thencompared to the thermal comfort of pigs. The bioclimatic diagnosis showed some alertsituations: high humidity throughout the year for all life stages of animals, for heating andcooling sows to piglets, birth and 1 week for every month of the year.

KEYWORDS: pig, swamp Paraiba, thermal comfort 

A carne suína é a mais produzida no mundo, atingindo segundo a (FAOSTAT, 2000), 91milhões de toneladas, ou seja, 39,0% de toda produção de carnes do ano 2000. O Brasil ocupao quarto lugar no ranking mundial, tendo produzido no ano 2000, de acordo com dados da(ABIPECS, 2000), 1,967 milhões de toneladas, ficando atrás apena da China, União Européiae Estados Unidos. A versatilidade da carne suína na alimentação humana, seja no preparo decortes "in natura" ou na fabricação de um grande número de embutidos, salgados edefumados, deverá garantir ao longo dos próximos anos a sua liderança mundial de consumoem relação à carnes de outras espécies.Dentre os fatores de produção da carne suína, destaca-se a genética, a alimentação,sanidade e manejo que podem ser limitados por fatores climáticos externos e pelo microclimano interior das instalações, que exercem efeitos sobre os suínos em todas as suas fases,acarretando redução na produtividade, com conseqüentes prejuízos econômicos.Os fatores do ambiente térmico que mais influenciam os suínos são a temperatura do ar,umidade relativa, radiação e vento, podendo alterar o bem estar e a produção animal. Ossuínos como animais homeotérmicos podem expressar seu máximo potencial genético quandose encontra na zona de conforto térmico (temperatura ótima) que compreende a faixa detemperatura ambiente efetiva na qual o calor produzido durante os processos de mantença ede produção é igual ao calor perdido para o ambiente térmico, sem a necessidade de aumentara taxa de calor metabólico (MOUNT, 1968). Nesta condição o calor perdido para o ambienteé mínimo e a retenção de energia é máxima (LE DIVIDICH et al., 1988). 

Normalmente a temperatura média nos suínos situa-se entre 38,8 a 39,2°C quandomedida no reto (MUIRHEAD & ALEXANDER, 1997), apresentando variação dentro dasdiferentes categorias.Sendo Areia-PB, um município carente de opções para a exploração pecuária e devidoseu clima e altitude como também sua proximidade com os grandes centros consumidores,demonstram-se promissoras as possibilidades da exploração de suínos, em especial no períodode maternidade destes animais. 

Os dados climáticos utilizados para o diagnóstico foram obtidos no Laboratório deMeteorologia e Climatologia, pertencente ao Departamento de Solos e Engenharia Rural doCentro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus II, Areia - PB.O Campus universitário está localizado na cidade de Areia, região do Brejo paraibano,com coordenadas geográficas de 6° 58' 11" latitude sul e 35° 42' 15" longitude a oeste deGreenwich, a uma altitude de 534,88 metros.Segundo classificação de KÖPPEN, o clima do município de Areia é do tipo AS' quenteúmido com chuvas de outono-inverno, com período de estiagem de 5 a 6 meses.A época chuvosa tem seu início no mês de fevereiro ou março, prolongando-se até julhoou agosto, aparecendo os meses de junho e julho como os mais chuvosos. O período seco temseu início em setembro e prolonga-se até fevereiro, aparecendo os meses de novembro edezembro como os mais secos. A temperatura média se encontra em torno de 23°Capresentando os meses de janeiro e fevereiro como os mais quentes e os menos quentes julhoe agosto.A umidade relativa é bastante uniforme em toda região, com médias em torno de 80%.(BRASIL, 1972).As faixas de conforto térmico (Tabela 1) para suínos na maternidade devem serconhecidas e se possível mantidas dentro do sistema de produção. 

 

Os dados utilizados neste trabalho referem-se a temperatura máxima (T_máx),temperatura mínima (T_min), temperatura média (T_méd) e umidade relativa (UR),coletados das cadernetas de observações meteorológicas em três horários (09:00; 15:00 e21:00 h), no período de 1974 a 2005.As principais variáveis analisadas do município de Areia - PB, levando em consideraçãoo período de 1974 a 2005 encontram-se na Tabela 2. 

Tabela 2. Valores médios das temperaturas mínima (T_min, °C), máxima (T_max, °C), média(T_med, °C) e Umidade Relativa do ar (UR, %) durante o período 1974 - 2005. 

 

Os valores de temperaturas demonstraram relativa homogeneidade para todos os meses doano, tendo a temperatura máxima o seu maior valor no mês de Janeiro com 26,6°C, já a mínima anualficou situada no mês de Agosto com 17,8°C. Os valores médios da umidade relativa (UR)apresentaram-se mais elevados no mês de Julho (86,3%) e o mais baixo foi observado no mês deOutubro (75,9%).A comparação dos valores observados com os valores exigidos pelos suínos gera a Tabela 3,onde se observa claramente ser necessário utilizar algum sistema de aquecimento durante todo o anopara suínos das fases de leitão e 1ª semana, bem como redução da umidade. Já com relação à porcasdeve ser utilizado um sistema que possibilite a redução da temperatura e a diminuição da umidade,durante todos os meses do ano. A partir da 2ª até a 8ª semana de vida observa-se uma intercalação deperíodos de conforto, calor e frio, porém sempre sendo mantida a indesejável condição de altaumidade.O período de criação que apresenta maior zona de conforto é a 3ª semana de vida,apresentando conforto dos meses de outubro a maio e frio justamente no período de menortemperaturas da região, junho a setembro, neste mês com aumento da temperatura, volta-se à zona deconforto da 3ª semana. Na 4ª semana de vida os produtores devem dedicar atenção especial aomonitoramento das temperaturas já que o levantamento apontou ser necessário desde aquecimento(junho a agosto) à resfriamento (novembro a maio) em função do período do ano, inclusive comperíodos de conforto (setembro e outubro) para os animais.Da 5ª a 8ª semana de vida dos animais verificou-se que de novembro a maio possivelmenteserá necessário sistema de resfriamento no alojamento dos animais, já no período de julho a outubropoderá haver uma zona de conforto para esta fase da vida do animal, o mês de junho merece atenção jáque se configurou como transição entre o período quente e o confortável, apresentando baixastemperaturas caracterizando a necessidade de aquecimento para os animais.