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Leitoa Reposição Cuidados

Cuidados com a leitoa de reposição

Publicado: 7 de maio de 2012
Por: Nelson Morés, Armando Lopes do Amaral, Paulo Roberto Souza da Silveira
CUIDADOS COM A LEITOA DE REPOSIÇÃO
A taxa de reposição anual de fêmeas em granjas comerciais de suínos, varia entre 35 a 45%, devendo ser regularmente distribuída durante o ano, merecendo, portanto, atenção especial por parte do produtor. Em trabalho epidemiológico realizado pela Embrapa Suínos e Aves verificou-se que não é dada a devida atenção às leitoas de reposição, principalmente quanto à adaptação ao novo rebanho e ao manejo de diagnóstico do cio e da cobertura. Estas observações levaram a produção dessa instrução técnica com o objetivo de orientar os produtores na adaptação da futura reprodutora.
Origem das leitoas de reposição
Os cuidados mais importantes na hora de adquirir as leitoas para reposição referem-se aos aspectos sanitários e genéticos. A maioria das doenças dos suínos entram nos rebanhos através da introdução de animais infectados, sem no entanto, apresentarem sinais de doença. Por essa razão, os produtores devem somente adquirir animais oriundos de Granjas de Suínos com o Mínimo de Doenças (GSMD) ou de Granjas de Suínos Certificadas (GSC) que fazem regularmente controles sorológicos para Brucelose, Leptospirose, Peste suína clássica e Doença de Aujeszky. Além disso, recomenda-se dar preferência, à um único fornecedor de leitoas, com objetivo de reduzir as chances de introduzir novas doenças no rebanho. Quanto a genética, deve-se usar preferencialmente fêmeas F1 de linhas hiperproliferas, filhas de porcas que tenham produzido em média mais do que 11 leitões por parto.
Alojamento das leitoas.
Quando as leitoas chegam na propriedade, devem ser alojadas em baias coletivas, limpas e desinfetadas, com boas condições de piso (nem liso nem rugoso) e com espessa camada de cama. O espaço recomendado até a cobertura é de no mínimo 2m2/leitoa. Na chegada das leitoas, realizar uma avaliação dos aparelhos locomotor e mamário e preencher uma ficha de acompanhamento (Ficha 1), para registrar informações importantes na fase de adaptação das leitoas.
Adaptações e cuidados sanitários
A fase de adaptação das leitoas é importante e dura de 25 a 30 dias após sua introdução no rebanho. Nessa fase, faz-se a adaptação dos animais ao microbismo da granja, através de uma contaminação progressiva, pelo contato com porcas de descarte, fezes de porcas velhas, placenta e fetos mumificados, oriundos da granja onde os animais serão introduzidos. Isso, associado a um programa de vacinação, é importante para o desenvolvimento de imunidade das leitoas de reposição frente aos microorganismos do rebanho. Esta fase de adaptação é importante mesmo quando a reposição é feita a partir de leitoas produzidas no próprio rebanho.
Esquema de vacinação
O programa de vacinação das leitoas de reposição deve ser elaborado por Veterinário, em função da situação sanitária do rebanho em que as leitoas foram adquiridas e onde serão introduzidas. O programa de vacinação objetiva proteger as leitoas de doenças que podem reduzir o número de leitões nascidos vivos e proteger a leitegada de doenças importantes nas primeiras semanas de vida, de modo a estabelecer uma homogeneidade de imunidade entre os leitões de diferentes leitegadas. De modo geral, recomenda-se a aplicação de vacinas contra as seguintes doenças:
  • parvovirose, aplicadacercade 40 (1a dose) e 15 (2a dose) dias antesdadata previstaparacobertura.
  • rinite atrófica, colibacilose neonatal, pneumonia enzootica, aplicadas entre 60-70 (1a dose) e 90-100 (2a dose) dias de gestação. É imprescindível aplicar as duas doses.
Manejo alimentar.
Desde a chegada das leitoas à granja até a cobertura, fornecer ração formulada especificamente para leitoas de reposição. Os produtores que não formulam essa ração, podem substituí-la por ração de lactação. A quantidade a ser fornecida para cada leitoa é de 2,7 kg por dia, até 7 dias após a primeira leitoa do lote apresentar o 2o cio. A seguir fornecer ração a vontade até a cobertura. O importante é que no momento da cobertura elas apresentem pelo menos 130 kg de peso vivo e 18 mm de espessura de toucinho. Conforme as leitoas vão sendo cobertas, aloja-las em outra baia e fornecer ração de gestação (2,0 a 2,2 kg/dia).
Manejo para indução do cio
A maturidade sexual das leitoas ocorre entre 5,5 a 6,5 meses de idade, com algumas variações em função do tipo da genética, da nutrição, do manejo e do ambiente onde estão alojadas. Considerando que as leitoas, geralmente, chegam na propriedade, em média, com 160 dias de idade e manifestam o 1o cio dentro de 10 dias, recomenda-se iniciar o diagnóstico do cio, uma vez ao dia, a partir do segundo dia da chegada das leitoas. Isso deve ser feito em baia limpa e seca e com macho acima de 10 meses de idade. Nesse manejo é importante alternar o uso de machos. Como as leitoas voltarão ao cio a cada 17 a 20 dias, recomenda-se cobri-las no 3o cio ou com idade aproximada de 210 a 220 dias. Eventualmente, para ajuste de lotes, o produtor poderá cobrir as leitoas mais velhas e/ou mais pesadas no 2o cio. Com esse manejo o produtor pode identificar com antecedência, as leitoas que não manifestaram o cio e pode programar melhor a formação dos lotes e os descartes de fêmeas do plantel.
Cobertura.
A cobertura deve ser realizada no momento em que a leitoa aceitar o macho e repetida 24 horas após. É importante, também, que a granja tenha uma baia específica para monta, de preferência com formato arredondado, com cama e próxima das baias das leitoas que estão sendo cobertas. Toda a fêmea na hora da cobertura deve estar com a região posterior limpa e seca, para evitar a introdução de microorganismos no aparelho genital.
Ficha 1 – Acompanhamento das leitoas de reposição.
Cuidados com a leitoa de reposição - Image 1
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Autores:
Nelson Morés
Embrapa Suínos e Aves
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