Suinocultura necessita de melhorias no manejo meio-ambiental
Publicado:22 de novembro de 2006
Por:Nelson Grzybowski, Biólogo – Assessor Técnico Orbe Brasilis
A suinocultura é uma atividade de grande importância para o Brasil, e gera necessidades de melhorias no seu processo de manejo dos dejetos produzidos, evitando causar danos ao meio ambiente. Há dificuldades de estimar os níveis de poluição da água, ar e solo, pois há uma falta de consenso sobre quais tecnologias são mais adequadas e como controlar a poluição.
Desta forma a suinocultura necessita adaptar-se aos modelos que reduzem a complexidade do problema ambiental. A sociedade a cada dia está mais exigente pressionando e impedindo atividades que causam riscos ao meio ambiente e não se organizam de forma segura.
A criação de suínos em confinamento tem potencial para poluir, essa característica se deve, fundamentalmente, à composição química dos dejetos e quando estes são lançados ao solo, cursos ou fontes de água, sem o adequado tratamento podem contamina-los. Esses dejetos devem passar pelo tratamento adequado, pois desta forma pode-se evitar os problemas citados, fazendo necessária uma reciclagem de dejetos, dentro dos princípios da preservação ambiental. A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável integra aspectos de competividade e viabilidade em relação à capacidade tecnológica de produzir.
Com a reciclagem dos dejetos de suínos e uso de biofertilizantes nas áreas agrícolas, é possível o retorno econômico. Os sistemas de produção e o grau de especialização das unidades, buscam a viabilidade e o alcance social da suinocultura no desenvolvimento sustentável.
A partir destas necessidades a ORBE BRASILIS trabalha junto a atividade da suinocultura, com a implantação de biodigestores, onde estes recebem os dejetos que são formados pela urina e fezes, restos de alimentação não digerida no trato digestivo do animal, restos de alimentação digerida, porém não assimilada, restos celulares de bactérias, escamações epiteliais, água de lavagem das baias e desperdício de bebedouros.
No processo com biodigestor, pequenos microorganismos são responsáveis e atuam, na matéria orgânica transformando-a em gases. A capacidade de carga dos biodigestor pode ser estimulada com o tempo de retenção dos dejetos. Este tempo tem variação dependendo da concentração de sólidos e da região onde será instalado o biodigestor, de acordo com a temperatura.
Vantagens do Biodigestores.
Baixo custo de implantação Baixos custos operacionais Adequada eficiência na remoção das diversas categorias de poluentes ( Matéria orgânica biodegradável, sólidos suspensos, nutrientes e patogênicos.) Redução na produção de lodo Não há consumo de energia elétrica, uma vez que dispensa o uso de bombas. Baixa demanda de área, reduzindo os custos de implantação. Produção de metano, gás de elevado teor calorífico. Favorece a preservação das colônias de bactérias, dando sustentabilidade ao sistema. Possibilita a recuperação de subprodutos úteis, visando sua aplicação com fertirrigação de culturas agrícolas
O Biogás
O biogás tem alto poder calorífico, tem de 55% à 70% de metano na sua composição desta forma pode ser utilizado nas mais diversas atividades como;
- Aquecimento das unidades de produção de suínos e aves. - Geração de energia elétrica. - Secagem de grãos entre outras alternativas na substituição de combustível.
Biofertilizantes
O efluente da suinocultura possui grande concentração de microorganismos, sendo que muitos deles são patogênicos. Desta forma o potencial destes microorganismos são transmitidos tanto para os animais como para o próprio homem.
O processo de tratamento adequado no biodigestor, tempo e temperatura, favorecem a remoção efetiva destes microorganismos. Desta forma os dejetos podem ser utilizados nas áreas agrícolas dentro das necessidades técnicas, com redução de uso de adubos químicos melhorando a melhorando a estruturação dos solos, aumentando a capacidade de produção.
O sistema de tratamento dos dejetos de suínos através lagoas de estabilização é capaz de gerar lodo biológico proveniente da digestão anaeróbica. Este lodo pode ser utilizado como adubo orgânico para as culturas e o biofertilizante é líquido e pode ser usado no solo ou em aplicação sobre as plantas, todo o uso deve ser acompanhado por análise do biofertilizante e do solo, com base na cultura a ser plantada com sua necessidade de nutrientes.
Meio Ambiente
O Protocolo de Kyoto vem em busca de melhorias no clima do planeta, desta forma os países desenvolvidos devem reduzir as emissões de gases efeito estufa, podendo estes países promover este trabalho fora do seu território. Para isso, podem desenvolver a alternativa do MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo), e esta alternativa implica em assumir responsabilidade para reduzir as emissões de poluentes e promover o desenvolvimento sustentável. São mecanismos de investimentos pelos quais os países desenvolvidos aplicam recursos financeiros em projetos que venham reduzir a emissão de gases do efeito estufa com metas de redução de poluentes.
Estes projetos têm como objetivo desenvolver e adotar métodos de produção que minimizem esses impactos. Tais impactos ocorrem principalmente no ar (através da emissão de gases e poeira), no solo (com excessos minerais causados pelo mau uso do dos dejetos e descarte de animais mortos) e na água (pelo uso excessivo de água e desperdício em equipamentos). Estes projetos tem o objetivo de equilibrar a atividade de produção de suínos no meio ambiente.
Montagem dos Biodigestores
A escolha do local deve atender às normas ambientais, onde se realiza a escavação da lagoa, após da realização da limpeza e implantação da calha de concreto toda ao redor, instalação da lona impermeabilizante, instalação dos canos para entrada e saída dos efluente, saída do biogás. Após estas etapas serem concluídas, faz-se o enchimento da lagoa e a colocação da cúpula e fixação da lona. O biogás deve ter tubulação para condução até o medidor e posteriormente à queima.
Parcerias
ORBE BRASILIS tem firmado parcerias importantes no que se refere ao tratado de Kyoto (créditos de carbono), por exemplo, com duas grandes cooperativas Cotrijal e Cotrisal, com a Konzen suinocultura, com a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, ACSURS e também com a Associação de Suinocultores de Marechal Cândido Rondon, no Paraná, além de produtores em demais estados, como Minas Gerais. Com estas parcerias a Orbe Brasilis, irá levar novas tecnologias e conhecimentos no manejo e tratamento de dejetos suínos, adequando as granjas na proposta do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, sendo uma boa oportunidade do suinocultor se enquadrar nas normas ambientais vigentes e com a implantação dos biodigestores normatizar a adicionalidade do sistema (MDL).
O processo de melhoria ambiental irá incentivar à suinocultura em fazer um trabalho na atividade sustentável, os créditos obtidos pela venda contabilizarão lucros, de forma que estes lucros investidos nas granjas produzirão melhores resultados a atividade da suinocultura nos aspectos social, econômico e ambiental.
O crédito de Carbono objetiva a percepção da variável ambiental no retorno econômico. Este processo de mudanças, demonstram o interesse da suinocutura em adquirirem novas tecnologias, estas atentas ao meio ambiente, conduzindo ao caminho ético, demonstrando o inicio de uma nova fase.
Implantada esta nova fase, muitos dos suinocultores terão a possibilidade do benefício das melhorias ambientais em suas estruturas de produção, a possibildade da busca dos créditos de carbono, organizando grupos ou individualmentee para a obtenção de retornos econômicos.
Muito bom trabalho, estou projetando uma granja, e preciso de orientação ou pequeno projeto sobre bio digestor. alguém pode indicar uma organização que possa orientar. é um projeto próximo a Salvador Bahia Everaldo Pereira.
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Alessandra Ossuna Pereira
31 de enero de 2008
Sem dúvida não só a suinocultura, mas também podemos citar vários outros ramos de atividade, tanto rurais quanto urbanos que impactam em danos ambientais. Porém, com o processo de globalização mediante as inovações tecnológicas e as diretrizes do Protocolo de Kyoto, ou nos adequamos ao novo ambiente ou estamos fora do mercado. Esta é a consequência do resultado para quem não aderir ao desenvolvimento sustentável. Contudo, quem investe em desenvolvimento sustentável, obtém vantagens por meio de um planejamento estratégico consistente, resultando na minimização dos custos por meio da otimização dos recursos naturais disponíveis, de maneira economicamente viável e ecologicamente correto. Não devemos nos esquecer também e, principalmente, que temos que estar sempre do lado da mídia, pois a mídia faz nosso marketing perante o mundo e consumidores. A mídia pode nos enfraquecer como também nos erguer. Portanto, se a suinocultura partir para o desenvolvimento sustentável, quando a informação chegar ao conhecimento do mundo, provavelmente não haverão barreiras para a comercialização com um aumento da demanda ou pelo menos serão mais flexíveis.
Como forma de minimizar o impacto ao meio ambiente, a SUIN lançou no mercado um bebedouro do tipo taça que permite o suíno ingerir à sua necessidade plena, nas suas respectivas fases: creche, recria, terminação, evitando contudo a redução do desperdicio em até 90 em comparação aos modelos existentes nas granjas.
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