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Resistência Desinfecção Água

Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água.

Publicado: 20 de outubro de 2010
Por: João L. Santos (Especialista em Gestão e Qualidade da Água - Beraca), Luiz R. Bevlacqua (Engenheiro Civil – Beraca)
Por ocasião do III Simpósio Brasil Sul de Suinocultura realizado em Chapecó SC em agosto passado foi realizada uma pesquisa durante a apresentação da palestra "Manejo da desinfecção da Água na Produção de Suínos; Aplicação e Técnicas de Tratamento" promovida pela Beraca e que procurou identificar alguns aspectos do conhecimento e percepção que os participantes tinham da água com a qual tem contato todos os dias.
Metodologia.
Foi entregue para cada participante da palestra uma ficha contendo seis questões que deveriam ser respondidas sem a necessidade de serem identificados os participantes ou entidades que representassem.
As respostas deveriam refletir a realidade dentro de cada universo de trabalho ou vivência de modo a representar ao máximo a percepção do meio que vive e não necessariamente a sua própria.
A palestra ministrada contou com a presença de 104 participantes, cerca de 20% dos inscritos no III SBSS, sendo 98 pessoas responderam a pesquisa.
Perguntas.
1.    Qual sua atividade?
Esta pergunta procurou segmentar os participantes por área de atuação ou conhecimento.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 1
2.    Qual a fonte de água mais comum em sua área de atuação, trabalho ou moradia?
Esta pergunta teve a intenção de identificar as principais fontes de abastecimento dentro da área de atuação dos pesquisados.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 2
De acordo com o IBGE 2000, 80% dos domicílios na região sul do Brasil são tendidos pela rede pública geral de abastecimento. Os demais 20% são abastecidos por poços e outras fontes. Entretanto, no caso específico de Santa Catarina a média de atendimento é de 55% dos domicílios, sendo que na região do Oeste Catarinense o índice decresce para uma média de 35% de domicílios atendidos com água fornecida pelo sistema público de tratamento.
Mapas podem ser acessados no site do IBGE:
Mapa 17 - População atendida - 2000
Mapa 18 - Domicílios com abastecimento de água por rede geral - 2000
Mapa 19 - Domicílios com abastecimento de água por poço ou nascente e outra forma - 2000
3.    Caso seja técnico ou veterinário de campo, quantos produtores você atende?             
Neste caso a intenção era levar o pesquisado a responder as demais perguntas tendo em mente o seu universo de atuação.
Foi registrado um total de 5.759 produtores.
4.    Em que localidade, Cidades e Estado refere-se a sua informação na pergunta 2 e 3.
Com esta pergunta procuramos regionalizar as informações na expectativa que as respostas pudessem apontar para uma região principal e que pudéssemos com isso ter uma informação representativa desta região.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 3
Ao compararmos a principal região representada com os dados de domicílios abastecidos com água tratada pelo serviço público fica fácil compreender porque na pergunta 2 em apenas 26% dos domicílios o atendimento é público visto que como destacado antes é justamente a região Oeste Catarinense a que apresenta maiores índices de abastecimento por poços e outras fontes.
5.    ­Sabe informar se existe algum tipo de tratamento nesta água? Uma simples desinfecção ao menos?
Esta pergunta teve a intenção de identificar a existência de tratamento da água servida nestas regiões, sem especificar se para consumo humano ou animal.
Visto que exatamente nos últimos 10 anos as empresas têm trabalhado ativamente no sentido de se fazer um tratamento de água nesta região, não surpreende o resultado.
Entretanto, como é sabido, na maioria dos casos o produtor não consome a água clorada que é utilizada em sua produção.
Mesmo com dados de 67% de existência de água clorada, ainda é alto o índice de 23% não tratada.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 4
6.    A que você atribuiria o principal motivo para não haver ao menos uma cloração desta água?
Quando não há o processo de cloração destinado ao consumo humano, a pesquisa tentou identificar quais as principais justificativas e motivos da resistência encontrada quando da proposta de se fazer um tratamento da água com o cloro.
Para tanto foi apresentada a lista abaixo com os argumentos mais comumente encontrados e pediu-se para que numa escala de 01 a 10; onde 01 seria o principal motivo e 10 o motivo menos importante; enumerassem a escala sem repetir números.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 5
Na compilação dos dados, depois de várias simulações, computamos as repostas de 01 a 05 como as preocupações MAIS EVIDENTES sendo que de 06 a 10 são as preocupações MENOS EVIDENTES.
Com isso geramos dois gráficos.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 6
Quase tecnicamente empatados, variando de 13% a 16% dos argumentos mais frequentes para não se implantar um processo de desinfecção da água, os argumentos se concentro no âmbito psicológico e dificuldade operacional do processo.
Pesquisa: Principais causas da resistência para implantação de um processo de desinfecção da água. - Image 7
No outro extemo, também empatados, os argumentos menos frequentes demonstram que não há uma preocupação em relação ao produto propriamente dito ou ao abastecimento e continuidade do processo.
Possivelmente, devido a ação das empresas que hoje já colocam o produto em seus parceiros, estes já estão habituados a operar o sistema e entendem que existe uma fonte confiável de fornecimento do mesmo.
Em linhas gerais podemos avaliar que existe uma resistência do uso do cloro quando este envolve o consumo humano. Normalmente os moradores locais tendem a afirmar que a água disponível é de boa qualidade pelo fato de ser consumida nesta região por muitos anos.
Entretanto é justamente o tempo que tem acumulado contaminantes; principalmente microbiológicos; que tem agravado problemas de saúde pública.
Dados de organizações como OMS, FAO e nacionalmente o IBGE, SUS e MS tem apontado que apesar do rápido desenvolvimento tecnológico mundial, são crescentes os surtos ocasionados por consumo de água contaminada ou, indiretamente, por toxinfecção alimentar.
Uma abordagem mais profunda de cada tema será realizada e divulgada com base em outras pesquisas e revisão literária.
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Autores:
João Luis dos Santos
Luiz Bevilacqua
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Comentário
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João Luis dos Santos
21 de octubre de 2010
Visto que os dados desta pesquisa refletem um universo ainda pequeno diante de diversidade de nosso pais, gostaria de contar com a participação do leitores do artigo repondendo a pergunta 6 de forma bem simples. Apenas copie e cole as perguntas abaixo em sua mensagem e atribua os valores de 1 a 10. Exemplo: MOTIVOS Cultural: __O meu avo bebia desta água... - 01 Sensitivo: __O cloro deixa gosto ou cheiro ruim na água. 02 Desconhecimento: __O cloro faz mal a saúde... 05 Técnico: __Como vou controlar, dosar e medir?... 08 Estrutural:__Não tenho acesso ao reservatório... 09 Acessibilidade: __Onde vou comprar isso depois?... - 07 Logístico: __Como fazer o transporte e distribuição?... 10 Estético: __Resseca a pele, cabelo fica duro e tira a tinta. - 04 Medo: __O cloro é perigoso... - 03 Outros? Não tinha conhecimento da necessiade 06 Então basta copiar e colar as perguntas acima e dar suas respostas. Grato
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