O Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) é adotado por produtores de vários países do mundo. No Brasil, existe um número crescente de produtores de suínos, localizados em sua maioria na região Sul, que estão adotando esse sistema de criação. O sucesso do SISCAL depende, fundamentalmente, de três aspectos: do dimensionamento do sistema, do manejo utilizado e da capacidade gerencial do responsável pela granja. Quando o sistema é planejado adequadamente, torna-se uma boa opção para aqueles suinocultores que querem iniciar a atividade suinícola e não podem fazer grandes investimentos ou, aqueles que já possuem um sistema de produção instalado e pretendem ampliar a produção, ou aqueles que desejam proporcionar melhor bem estar aos animais, com a perspectiva de produzir suínos com menor agressão ao meio ambiente.
Antes de implantar um SISCAL, sugere-se que os produtores e os técnicos procurem visitar propriedades que já estejam utilizando esse sistema de produção, para obter informações técnicas sobre os princípios básicos de sua implantação e do manejo utilizado. Essa publicação tem por objetivo fornecer subsídios no planejamento para a implantação de um SISCAL e apresentar um croquis para um sistema com 23 matrizes, para produzir leitões até a fase de creche, utilizando o sistema de manejo em lotes a cada 21 dias, com uma produção de 27 leitões por lote.
Descrição do sistema de produção
Esse sistema de produção de suínos foi planejado para trabalhar com dois cachaços e vinte e três matrizes, distribuídas em sete lotes, sendo 5 lotes de 3 matrizes e dois lotes de 4 matrizes. Os leitões serão desmamados com idade média de 28 dias e alojados em piquetes de creche, onde permanecerão até os 22 kg. Quando se utiliza um cronograma de produção, com 21 dias de intervalo entre lotes, tem-se um lote de matrizes em lactação e um lote entrando ou saindo da maternidade, assim, assume-se que sempre haverá um lote na cobrição, cinco lotes na gestação, um ou dois lotes na maternidade e dois lotes de leitões na creche.
Para atender o cronograma de produção, com intervalo de 21 dias entre cada lote, deve-se iniciar a produção pela cobertura de 3 a 4 leitoas, a cada 21 dias. Posteriormente, quem define o cronograma de produção é a data do desmame, que deverá ser feito a cada 21 dias, impreterivelmente, nas quintas feiras. Com esse manejo, embora a idade de desmame tenha sido planejada para os 28 dias, num mesmo lote de desmame haverá leitegadas com idade variando de 22 a 32 dias e a idade média do desmame será de aproximadamente 26 dias.
Para que esse sistema funcione com regularidade é imprescindível fixar os desmames a cada 21 dias e prever com antecedência a reposição de matrizes, a fim de se evitar a formação de lotes desproporcionais de porcas que, eventualmente, poderão ter leitegadas com menos de 22 dias da data prevista do desmame. Nesse caso pode-se atrasar o desmame dessa leitegada por mais 4 dias, fazendo-o na segunda-feira ao invés de fazê-lo na quinta-feira. Com isso as porcas desmamadas permaneceram no mesmo lote de cobertura.
Planejamento do sistema de produção
1. Escolha da área
O SISCAL não deve ser instalado em terrenos com declividade superior a 20%, dando-se preferência a solos com boa capacidade de drenagem e poucas pedras.
2. Reposição e Descarte
A área de reposição de leitoas e descarte de matrizes será ocupada por dois piquetes de 840 m2, equipados com dois comedouros e dois sombreadores.
3. Reprodutores
Está previsto a utilização de 2 cachaços no sistema de produção de suínos. A área utilizada por cachaço será de 800 m2 e cada piquete será dividido em 2 subpiquetes de 400 m2, equipados com dois comedouros, dois sombreadores e duas cabanas.
4. Cobrição e Gestação
A área utilizada para as porcas será de 800 m2 animal. Durante a gestação as matrizes serão mantidas em grupos de três fêmeas por piquete e cada piquete será subdividido em 3 subpiquetes, num total de 6 conjuntos de piquetes, totalizando 18 subpiquetes, com o objetivo de se fazer a rotação da área ocupada pelas matrizes. Na cobrição e gestação serão utilizados dez comedouros e sete sombreadores
5. Maternidade
Na maternidade serão utilizados 12 piquetes, porque num dado momento, haverá um grupo de 4 porcas em lactação. Nessa fase serão utilizados 800 m2 por porca, subdivididos em dois piquetes de 400 m2. A maternidade será equipada com sete cabanas, sete comedouros e sete sombreadores.
6. Creche
Serão utilizado 8 piquetes de 700m2 cada. Na fase de creche será utilizado 50m2/ leitão, subdivididos em dois piquetes. Os equipamentos necessários são: quatro comedouros, quatro cabanas e quatro sombreadores. O SISCAL será implantado em uma área de 29.080 m2 com 44 piquetes em sistema de uso alternado assim distribuídos: 15 piquetes para gestação; 4 piquetes para os machos, 3 piquetes de cobrição; 12 piquetes para a lactação, dois piquetes para reposição e 8 piquetes para creche.
Estimativa do material necessário para a instalação da rede hidráulica
1 caixa de água de 1000 L
2 flanges de 25 mm
700 m de cano de PVC 25 mm
100 m de cano de PVC 20 mm
50 flexíveis 20 mm
4 registros 25 mm
44 T 25 mm p / 20 mm
4 T 25 mm
2 joelhos 25 mm
45 tampões de 12
50 conexões 12
"
55 bóias de 12
"
4 tubos de cola
4 veda rosca
44 bebedouros de vaso comunicantes simples ou 21 geminados Santa Rosa.
Estimativa do material necessário para a instalação da cerca elétrica
1 aparelho de cerca elétrica com capacidade 20.000 m
2 astes de cobre
2 braçadeiras
4 m de fio 10 mm
4.200 m fio de arame galvanizado
550 m tela tipo malha 5 ou 6 de 0,60m de altura
150 palanques de 0,07 × 0,07 × 1,20 m
480 estacas de 0,05 × 0,05 × 1,20 m
1.000 isoladores grandes de cerca
6 kg de prego 17 × 27