Brasil - Congresso ABRAVES: Schering Plough lançou livro e Dr. Bortolozzo falou sobre inseminação artificial
Publicado:12 de outubro de 2005
Fonte :Animalworld
A Schering Plough lançou ontem na Abraves o livro " Inseminação Artificial na Suinocultura Tecnificada" . Escrito pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernando Bortolozzo e Ivo Wentz.
O médico veterinário, Fernando Pandolfo Bortolozzo, Dr. Em reprodução animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul falou sobre o emprego comercial da inseminação artificial tradicional (IAT) com sêmen resfriado, cuja deposição da dose inseminante é intracervical profunda, prática comum nas últimas duas décadas. Segundo Bortolozzo a IAT está integrada de forma irreversível no manejo reprodutivo da espécie suína. As vantagens advindas do emprego dessa biotécnica são as principais responsáveis pelo sucesso e ampla difusão no uso da IAT. Dentre elas pode-se citar: ganhos genéticos com o emprego de machos geneticamente superiores, redução nos custos de cobertura, melhor aproveitamento das instalações, maior segurança sanitária, maiores cuidados higiênicos nas coberturas, eliminação dos ejaculados impróprios para uso e evolução técnica da equipe na implantação do emprego dessa técnica. Entretanto, na opinião de Bortolozzo, existem algumas limitações, principalmente de ordem técnica, que impedem a otimização plena dessa biotécnica. Entre elas a necessidade de realizar mais de uma inseminação por estro e de empregar doses com três bilhões de espermatozóides; Considerando os parâmetros zootécnicos atualmente empregados no extrato comercial, uma matriz tende a apresentar 2,4-2,5 estros aptos à inseminação, ao ano. Se considerarmos que, em média, serão realizadas 2,5 inseminações por estro, cada matriz necessitará ao redor de 6 doses por ano, ou seja, 18 bilhões de espermatozóides, mas o pesquisador alerta que o número de doses produzidas por cachaço ao ano dependerá de vários fatores.
Otimização da produção
O palestrante descreve ainda que é possível otimizar a produção e alcançar 1500 doses (de 3 bilhões de espermatozóides) por doador ao ano; Como são necessárias 6 doses por matriz ao ano, cada macho atenderia, potencialmente, 250 fêmeas. Partindo do pressuposto que não seria possível aumentar substancialmente o número de doses producidas por macho ao longo do ano, restariam duas opções para aumentar o número de fêmeas atendidas por doador: reduzir o número médio de inseminações por estro ou reduzir o número de espermatozóides na dose. Para o pesquisador a redução no número de inseminações por estro não pode comprometer o desempenho reprodutivo do rebanho, entretanto, no suíno, existe grande variação individual entre o início do estro e o momento da ovulação e, com a tecnologia disponível até o momento, não é possível predizer o momento da ovulação, sendo impossível direcionar a IA no intervalo considerado ideal; Com isso, sob condições práticas, é necessário realizar inseminações repetidas durante o estro, para que, pelo menos uma seja realizada no período de até 24 horas antes da ovulação. Portanto o número médio de inseminações por estro ficaria entre 2,2-2,5. Atualmente, dentre as duas opções, a redução no número de espermatozóides na dose é a mais concreta. Mesmo empregando a IAT, resultados satisfatórios são alcançados com 1,5 bilhão a 2 bilhões de espermatozóides, mas Bortollozzo descreve que ao empregar, comercialmente, esse número de espermatozóides com a técnica de IAT, os riscos no comprometimento do desempenho reprodutivo serão maiores. Para permitir reduções no número de espermatozóides, sem comprometer o desempenho reprodutivo subseqüente, tem sido pesquisada com sucesso a deposição intra-uterina da dose inseminante.
Melhoramento genético é um dos ganhos
Concluindo Bortolozzo afirma que embora existam algumas limitações no emprego da IAU que, se não forem atendidas, comprometerão o uso dessa biotécnica o domínio da tecnologia em questão está consolidado e baseado na avaliação econômica da técnica de IAU fica evidente que, caso as doses sejam produzidas individualmente e respeitando-se a proporção de fêmeas com IAU e IAT, o custo por fêmea inseminada tende a não ser reduzido significativamente. Portanto, ao passar da IAT para a IAU, não se deve ter a expectativa de redução dos custos por fêmea inseminada como ocorreu no passado, quando a IAT surgiu como alternativa à monta natural alerta . O principal ganho com o emprego da IAU deve ser o melhoramento genético com o emprego de machos superiores.
Entretanto, antes de realizar uma mudança drástica na técnica de inseminação empregada na unidade, deve-se avaliar se a produção espermática por doador alojado e o número de inseminações por estro estão otimizados, ou seja, se estão próximos aos valores definidos anteriormente muitas vezes, vislumbra-se a possibilidade de alcançar metas distintas com o emprego de uma nova tecnologia e esquece-se de consolidar pontos básicos importantes da rotina do programa de produção. Nesse caso, as vantagens obtidas de um lado são, muitas vezes, anuladas ou minimizadas pela omissão na consolidação desses pontos básicos descritos, conclui Bortolozzo.