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Ambiente térmico de alta temperatura e a produção de suínos

Publicado: 2 de setembro de 2018
Por: Juarez Donzele
Um aspecto importante, que influência significativamente a eficiência da produção dos suínos , que tem sido pouco discutido, é o ambiente térmico a que os animais são expostos, principalmente em pais tropical como o Brasil, onde as estações de alta temperatura é um fator a ser considerado. Com os estudos que temos conduzidos, com suínos nas diferentes fases de produção, ficou comprovado alguns pontos que devem ser considerados ao se discutir produção dos monogástricos em pais tropical, nas épocas quente do ano: 1-- Embora haja necessidade de se aumentar , na maioria das vezes ,o nível de lisina digestível (LD) das rações, para se obter o melhor resultado de desempenho dos suínos nas diferentes fases , a exigência de LD é diminuída em gramas por dia. Essa é uma das razões que deve ser estabelecida não somente o nível como também a quantidade de LD em gramas por dia nas pesquisas, o que é fundamental em pais tropical: 2--- As relações de alguns aminoácidos essenciais com a LD, na proteína ideal, altera ,o que comprova o caráter dinâmico da proteína ideal. Por exemplo a relação treonina:lisina diminui, enquanto as dos aminoácidos sulfurados e a do triptofano, aumentam. : 3- A produção de leite das porcas, e consequentemente o ganho de peso dos leitões, diminuirão no calor. Importante é que as rações, por mais elaboradas que sejam, não resolverão a questão. O que pode ser atenuado com os ajustes na alimentação das porcas, como, por exemplo, a redução do nível de proteína , utilizando aminoácidos sintéticos e o aumento do nível de energia metabolizável com a utilização de uma fonte de lipídeo , nas rações é a melhora na condição corporal das matrizes. Isso ocorre porque produzir leite é produzir calor . Considerar que manter a homotermia é a prioridade metabólica dos animais. Assim acreditamos, que para melhorarmos o rendimento da produção dos animais de forma efetiva, há somente uma alternativa, qual seja, ajustar o meio ambiente, possibilitando os animais perderem calor. Por exemplo, em estudo que conduzimos com porcas na lactação, em que resfriamos o piso da porca, por meio de circulação de agua gelada, na época quente do ano, obtivemos aumento na produção de leite e no ganho de peso da leitegada, mesmo em condição em que o consumo de ração das porcas foi mantido similar aos das sem o resfriamento de piso. Logicamente, que por termos limitado o consumo de ração, o resfriamento do piso, por ter proporcionado melhor ganho de peso da leitegada, resultou em maior perda de peso das porcas.4-- A alta temperatura resulta também em aumento do estresse oxidativo, o que fundamenta a ação positiva de alguns antioxidantes , em amenizar os seus efeitos negativos sobre o desempenho dos animais. 5- Sob estresse por calor , os suínos e as aves reduzem o tamanho do trato gastrointestinal além de alguns ajustes hormonais , como por exemplo redução dos hormônios da tireoide , visando manter a homotermia . Esse ajustes somados a mudança de comportamento ; resultam em redução da exigência de mantença. Apesar de termos resumido os relatos dos efeitos do ambiente térmico a alta temperatura, é importante ressaltar que para melhor caracterizar o estresse por calor , há necessidade de se considerar também a radiação, a umidade relativa e a velocidade do ar, caracterizando assim a temperatura efetiva Como consideração final gostaríamos de relatar que como sob alta temperatura, os animais diminuem naturalmente o consumo de ração, na tentativa de reduzir a produção de calor metabólico, equivocadamente, se tem associado os efeitos negativos da alta temperatura ,simplesmente, a essa redução de consumo. E que os efeitos negativos do estresse por calor não são solucionados por melhor que sejam os ajustes das rações.
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Autores:
Juarez Donzele
Universidade Federal de Viçosa - UFV
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