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Doenças Bacterianas Suínos

Doenças Bacterianas em suínos Relato técnico - 20º Congresso da IPVS

Publicado: 25 de janeiro de 2010
Por: Dr. Antonio Palomo Yagüe (Setna Nutricion- INZO)
DOENÇAS BACTERIANAS
DB1 - Actinobacillus pleuropneumoniae (APP)
A aplicação da vacina PleurovacTM (Schering Plough Intervet), com as toxinas I, II e III, na Austrália, revelou-se eficaz frente ao desafio dos sorotipos 1, 7 e 15, em termos de mortalidade, sintomas respiratórios e lesões pulmonares. Os anticorpos (AC) maternais parecem durar até às oito semanas e interferem com a imunidade ativa, por isso se vacina os leitões entre oito e 10 semanas de vida, repetindo-se a dose duas e três semanas depois. Sua manifestação clínica, na Noruega, é tanto aguda como crônica. Os sorotipos mais freqüentes são: 2, 6, 7, 8 e 10 (6 e 8, mais). As medidas de despovoamento parcial, com o tratamento injetável à base de enrofloxacina, mais a tiamulina na água de bebida, controlam o problema de modos eficaz.
Na Suécia, os sorotipos 2 e 5 são os mais freqüentes, havendo um incremento na sua incidência em granjas mais povoadas. A associação entre o APP e o vírus da gripe resulta em rápida disseminação.
O ceftiofur sódico e a tilmicosina demonstraram-se eficazes no controle de surtos de APP, devidos aos sorotipos 1, 5 e 7, assim como também o foi a vacina PneuPacTM, nos EUA. Dos 15 sorotipos, alguns mostraram-se mais virulentos que outros, de tal forma que na Argentina, o S1 - sorotipo 1 apresenta manifestações clínicas mais severas, com mais alterações hematológicas e histopatológicas. APP e M. hyopneumoniae induzem uma pleurite para-pneumônica, enquanto o H. parasuis e o Streptococcus suis são responsáveis pela pleurite primária nos suínos.

Em um trabalho inglês foi demonstrada a eficácia da tulatromicina na eliminação dos sorotipos seis e 12, após a injeção em todas as porcas (primíparas, multíparas e cachaços), numa granja de 525 porcas, nos dias zero, cinco e 10.
Em um estudo do NVI, da Universidade de Leon, utilizando 30 leitões SPF com nove semanas de vida, concluiu-se que a enrofloxacina funciona bem no tratamento de casos agudos, embora eles não convertam, tornando-se suscetíveis a uma nova infecção. A tetraciclina foi eficaz nesse tipo de tratamento, permitindo o desenvolvimento de imunidade protetora; já a penicilina foi a menos eficaz entre os princípios ativos testados para esse tratamento.
O trabalho espanhol realizado pelo Centro de Recerca e Sanidade Animal e a Universidade Autônoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA, em conjunto com a Cooperativa de Ivars, em três granjas e com três cepas distintas de APP, demonstrou como o parâmetro farmacológico PK/PD é diferente para cada um dos antibióticos testados (enrofloxacina e florfenicol), em cada um dos três isolamentos. Uma pesquisa realizada pela equipe da Schering Plough, usando florfenicol mais amoxicilina num quadro agudo de APP, obteve uma correlação positiva com o ganho médio de peso diário e a uniformidade dos suínos tratados.
DB2 - Mycoplasma hyopneumoniae (Mh)
Vários trabalhos dos EUA relataram sobre a eliminação do Mh mediante a estabilização da imunidade em porcas, dupla vacinação do plantel reprodutivo com um intervalo de três semanas entre as doses, segregação de leitões aos 10 dias de lactação, uso estratégico de antibióticos em porcas, atenção ao sistema de adoções-cessões, despovoamento completo de creches e engorda, fluxos únicos e estrito controle de entrada de pessoas em granjas. As indicações terapêuticas referenciadas são: lincomicina a 100 ppm, durante quatro semanas e para todas as porcas; tulatromicina no dia do nascimento, para todo o efetivo de porcas e leitões; tiamutina mais clortetraciclina na ração. A vacinação de porcas e leitões às três e seis semanas de idade demonstram de forma controvertida, uma melhora do ganho médio de peso diário e redução das lesões pulmonares. As práticas de adoções-cessões podem afetar a transferência de imunidade maternal, tanto humoral como celular.
Doenças Bacterianas em suínos Relato técnico - 20º Congresso da IPVS - Image 1
Relevante, em termos de PCR, foram os diferentes níveis de AC de M. hyopneumoniae em porcas, relacionados com a idade e o parto. Essas diferenças se justificam uma vez que seus leitões serão misturados, o que provoca uma resposta intensa a soro conversão, apesar da proteção ativa induzida no caso de vacinação recomendada, a ausência de AC maternais e do momento da infecção. Trabalhos interessantes foram apresentados sobre as diferenças de virulência das cepas de M. hyopneumoniae, mostrando que as de baixa virulência, apesar dos sintomas clínicos e lesões escassas, não induzem proteção depois da infecção. A interação entre cepas de alta e baixa virulência necessita ser mais bem investigada. Determinação da diversidade genética em 36 amostras isoladas, através de PCR. Foi apresentado um trabalho onde se utilizou vacinas de uma (às três semanas) ou duas doses, tendo sido encontradas diferenças em termos de soro conversão e índice de lesões pulmonares, mas não com relação ao ganho médio de peso diário.
Trabalhos recentes confirmam não haver transmissão vertical, até oito meses pós-infecção. Granjas dinamarquesas infectadas por M. hyopneumoniae chegam a ter perdas da ordem de 37 g, em termos de ganho médio de peso diário, perdas de conversão de 0,08 g/kg e 0,9% a mais de mortalidade, o que leva um sobre custo de € 2,7/suíno abatido. Foram apresentados os resultados de uma vacina composta por M. hyopneumoniae + HPS (Haemophilus parasuis), aplicada em leitões no pós desmame, com reforço posterior, correspondentes a uma redução significativa das lesões pulmonares (8,2 versus 2,0%). Em algumas granjas foi descrita a ocorrência de reações vacinais secundárias.

Dentro das apresentações de pesquisadores espanhóis realizadas, na qual se propõe um método de avaliação do índice de lesões pulmonares. A classificação vai de zero a cinco, com base na área de tecido afetado microscopicamente, com a palpação de áreas escuras e no percentual de suínos com lesões, suínos com lesões de grau quatro e cinco e no índice médio. Em outro trabalho relativo a 120 leitões vacinados contra M. hyopneumoniae com dois produtos de dose única, foram estudados os níveis de duas proteínas séricas de fase aguda (PigMAP e Haptoglobina), durante as duas semanas posteriores à vacinação. Não foi observado um incremento significativo no nível de ambas as proteínas, em leitões vacinados com o produto M+PACTM.
Os profissionais da Intervet, apresentaram um trabalho realizado em oito granjas de ciclo completo, onde os animais foram vacinados conjuntamente com Porcilis MHyoTM e Porcilis PRRSTM, havendo redução da prevalência e da extensão da pneumonia enzoótica. Um outro trabalho apresentado pela equipe da Schering Ploght e colaboradores sobre a erradicação de M. hyopneumoniae, combinado com o despovoamento parcial dos setores de creche e engorda e o tratamento com AivlosinTM (tylvalosin). Já um consultor de Zaragoza, avaliou a influência das lesões pulmonares de Mh sobre os índices produtivos (ganho médio de peso diário e valor da carcaça no abatedouro). Joaquín Bringas, da Sat Suis, com a equipe da Schering Plough, mostrou os efeitos positivos de duas injeções de florfenicol, em comparação a três aplicações de ceftiofur sódico, sobre a febre e a depressão decorrentes de um quadro agudo de Complexo Respiratório Suíno.
DB3 - Haemophilus parasuis
Um estudo australiano realizado em 20 granjas, utilizando swabs nasais para a coleta de amostras, analisadas por ERIC-PCR, reafirmou a importância da qualidade e quantidade adequada das mesmas, para um diagnóstico correto dos sorotipos presentes na granja, sua prevalência e patogenia. Os melhores resultados são obtidos quando se combina amostras de animais sadios com doentes, numa mesma coleta. Uma vez conhecidas as cepas da granja, podem-se aplicar métodos mais sólidos, como os controles da exposição e as estratégias de vacinação. Mais de 29% dos isolamentos, nos EUA, não são de cepas patogênicas. Genotipar o H. parasuis através do método de ERIC-PCR, com o objetivo de conhecer os grupos de cepas mais prevalentes, nos ajudará a selecionar a vacina mais adequada. No Brasil, os sorotipos de maior prevalência são: 2, 4 e 5. Algumas cepas podem persistir na granja por até seis anos.
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Os colegas espanhóis da Universidade de Leon, em conjunto com os da Universidade de Zaragoza, infectaram nove leitões com H. parasuis, sorotipos 2, 4 e 5; analisaram a resposta dos mesmos frente à fase aguda da doença de Glässer e comprovaram uma evolução paralela entre a presença e a gravidade dos sinais clínicos da mesma, com a duração e a magnitude das alterações na concentração das proteínas de fase aguda, PigMAP e Haptoglobina.
A equipe do Centro de Recerca e da Universidade Autônoma de Barcelona apresentaram uma pesquisa onde vacinando seis porcas de uma granja de 250 reprodutoras com Hipravac-GlässerTM demonstrou que as mesmas tinham um nível maior de AC que as não vacinadas, de modo que seus leitões se colonizavam mais tarde e em menor grau (25,8 versus 50% de leitões aos 24 dias de idade). O nível de anticorpos passivos cai, em ambos os grupos, aos 60 dias de idade dos leitões, havendo um aumento da colonização bacteriana (100% nos não vacinados contra 85,7% nos vacinados). Quando a imunidade humoral decresce nos leitões incrementa-se a colonização e, portanto, a prevalência.
DB4 - Rinite Atrófica
Os fatores ambientais e o mau manejo agravam os quadros de rinite atrófica, sendo a vacinação a base para reduzir o impacto clínico e patológico da mesma. Foram testadas duas vacinas, na Tailândia, das quais se aplicou duas doses, com um intervalo de quatro semanas entre si, em nulíparas que apresentavam diferentes respostas imunitárias, relativas ao título frente à toxina da Pasteurella multocida. O controle desse tipo de patologia requer uma integração entre o manejo ambiental, o tratamento com antibiótico e o programa de vacinação. A presença da toxina Fumonisina B1 nas rações aumenta a gravidade da pneumonia causada pela Pasteurella multocida e pela Bordetella bronchiseptica. Nos isolados de P. multocida, A. pleuropneumniae e Actinobacillus suis, nos EUA, entre 2003 e 2006, encontrou-se melhor resposta à clortetraciclina que à oxitetraciclina.
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DB5 - Brachispira sp
Primeiro estudo na Suíça detectando através de PCR (swab retal) a Brachispira hyodisenteriae e a B. pilosicoli. De 105 granjas, 10 foram positivas para ambas as bactérias, havendo histórico prévio de diarréias em leitões e na engorda, em todas onde a Brachispira pilosicoli foi identificada. Num estudo alemão, as infecções experimentais com B. hyodisenteriae em leitões de 16 kg provocaram diarréia muco-hemorrágica depois de um à 13 dias de incubação, sendo que os animais infectados com B. innocens, B. intermedia e B. murdochii mostraram-se assintomáticos. Ricardo J.M. Neto que trabalhou em Sapo (UK), expôs um programa terapêutico de erradicação de disenteria hemorrágica em uma granja de 900 porcas em criação extensiva, com tiamulina e valnemulina.
Profissionais espanhóis, em conjunto com a Novartis, expuseram um programa de erradicação numa granja de 1.800 porcas, em três fases, cronicamente infectada há quatro anos, utilizando tiamulina com oxitetraciclina, associado às medidas de limpeza, desinfecção e controle de roedores (também realizado em outro estudo australiano). Na Universidade de Leon, estudaram as suscetibilidades antimicrobianas frente à B. hyodisenteriae, em isolamentos realizados na Espanha, entre 2000 e 2007, encontrando resistência à tilosina, à lincomicina e às pleuromutilinas (tiamulina, valnemulina).
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Junto com a equipe da Calier, apresentaram dados de uma auto-vacina inativada, para aplicação em porcas, com redução de sinais clínicos em duas granjas, de 2.270 e 200 porcas (C. Dávila). Uma outra pesquisa realizada pela Pfizer em conjunto com os colegas da OPP, trataram os animais de uma granja com 675 porcas, de duas fases e positiva para a Brachispira hyodisenteriae a partir das 16 semanas de idade; o tratamento instituído foi linco-spectin + tilosina via água de bebida, durante sete dias, obtendo melhor qualidade de fezes e maior ganho médio de peso diário no primeiro grupo, com menor número de suínos injetados com tiamulina e sem reversão clínica, há duas semanas da conclusão do tratamento.
DB6 - Clostridium sp
Para controlar a enterite neonatal por Clostridium sp, a Bacitracina disalicilato revelou-se eficaz, quando adicionada à ração a 250 ppm, durante duas semanas antes e três após o parto (aprovada apenas nos EUA e não na Europa).
As infecções mistas, por Clostridium perfringens e Isospora suis provocam elevada mortalidade neonatal. Na Holanda, a incidência de enterite hemorrágica por Clostridium perfringens do tipo C tem se incrementado em leitões lactentes, com um a quatro dias de idade, devido à toxina beta 2. Esse quadro também costuma ocorrer devido ao C. difficile, embora com baixa mortalidade, mas com até 100% de morbidade e grande atraso de crescimento (de 1,0 a 1,5 kg a menos no desmame).
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DB7 - Lawsonia intracellularis
Um trabalho grego, usando Virbamix PETM na ração, a 1 kg/tonelada (óleos essenciais de Origanum vulgare e Allium sativum) demonstrou atividade antimicrobiana frente à L. intracellularis, em leitões.
Na Dinamarca, o uso de ácidos orgânicos com Óxido de Zinco (Zn O), a 2.500 ppm, entre 7 e 30 kg de peso, demonstrou efeitos positivos frente a infecções por E. coli 0149 e L. intracellularis. A L. intracellularis pode persistir fora do hospedeiro por 14 dias e sua fonte principal de contágio é a transmissão horizontal. Um bom programa sanitário reduz essa pressão. Na Suécia, 48% das granjas de produção de leitões são positivas para a L. intracellularis. Um estudo dinamarquês realizado em 45 granjas revelou que os sinais clínicos mais evidentes ocorrem entre seis e 20 semanas de idade. Os suínos soro convertem duas semanas antes que a bactéria possa ser detectada nas fezes pelo PCR (www.landmandsporttalen.dk). Neste país, a tiamulina, a tilosina, a clortetraciclina e a valnemulina são os antibióticos mais adequados para melhorar o ganho médio de peso diário (GMPD) e os índices de conversão e mortalidade, dependendo das condições da granja. O uso da vacina Enterisol IleitisTM, em nove granjas com mais de 500 porcas, determinou melhora significativa nos parâmetros produtivos mencionados, além de homogeneizar os lotes que receberam o produto.

Numa meta análise, realizada na Ásia em 11.536 animais com a vacina Enterisol IleitisTM, se obteve uma melhora de 53 g no GMPD, uma redução de 42% na mortalidade, além de um custo menor de medicação (€ 0,90/suíno) e de uma maior uniformidade (+14 %).
Um estudo francês estimou perdas econômicas por ileíte, da ordem de $ 2,5 a 10 ($ 5,08 em média), por suíno afetado. Através do kit de diagnóstico Ileitest (IFA) foi determinada a prevalência de 68%, em 2.915 granjas de engorda, entre 2000 e 2007.
Um trabalho suíço fala sobre o desenvolvimento de um "Taíman PCR", que quantifica a L. intracellularis em amostras de fezes e que permite distinguir os casos agudos e os sub-clínicos, entre os animais infectados.
Um estudo coreano revelou a detecção da referida bactéria em 70% das granjas e demonstrou uma melhora no retorno sobre o investimento (ROI) da ordem de 4,3/1, com o uso da vacina Enterisol IleitisTM aos 32 dias de idade.

Sobre uma base de dados de 65 granjas de 12 países europeus (18 com casos sub-clínicos e 47 com casos clínicos), entre 2005 e 2007,164. 214 suínos vacinados entre três e 15 semanas de idade com Enterisol IleitisTM, melhorou o GMPD entre 36 e 46 g, o índice de conversão (IC) entre 0,08 e 0,07 e a mortalidade foi reduzida entre 1,39% e 2,06%. Isso tudo supõe uma melhora na margem bruta da ordem de € 3,47 a 4,70/suíno, nos casos clínicos e sub-clínicos, respectivamente. Profissionais espanhóis da Boehringer Ingelheim apresentaram os dados do impacto do uso da vacina em cinco granjas espanholas, num total de 50.330 suínos vacinados entre três e oito semanas de idade, obtendo melhoras de GMPD entre 10 e 76g, IC entre 0,021 e 0,270 kg por kg e redução da mortalidade de 16,8 a 40,8%. A melhora desses índices elevou a margem bruta de € 2,65 a 7,09/suíno e o ROI de 2/1 para 5,2/1. Experimentos semelhantes foram ainda apresentados de uma granja de 500 porcas em ciclo completo e de uma granja de 300 porcas em ciclo completo. Já a Faculdade de Veterinária de Leon, em três granjas (120, 400 e 800 fêmeas, em ciclo completo) e, finalizando, Antonio López da Agronsella-Piensos Unzué, com Antonio Palomo da Setna Nutrición-Inzo, numa granja de alto nível sanitário, com 2.500 reprodutoras em regime aberto.
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DB8 - Salmonella sp
Leitões nascidos de porcas com altos títulos de anticorpos (AC) terão títulos elevados aos sete dias de idade, podendo negativar depois. Incrementar o número de leitões negativos para Salmonella sp, quando da sua entrada na creche, contribuirá para a manutenção dos programas de controle da mesma, em nível de granja. A análise dos níveis de Salmonella sp na água de bebida, nos EUA, revelou maior quantidade em águas residenciais e originárias de bosques, que nas águas de uso agrícola e de granjas. A bactéria persiste por longo tempo no meio ambiente.

Na Europa, segundo o decreto 2160/2003, entrará em vigor um plano para o controle de salmonelas a partir de Julho de 2009. Desde 2005 a Bélgica estabeleceu um Plano Nacional, o qual tomou maior impulso a partir de Julho de 2007, identificando os fatores de risco em granjas suinícolas. Os principais fatores determinados são: vazio sanitário insuficiente; falta de medidas de higiene, limpeza e desinfecção; falta de registro de visitas; controle de roedores e animais de companhia. Não foram encontradas diferenças, quanto à detecção de Salmonella sp, na apresentação das rações (granuladas e fareladas). Os fatores de risco identificados na França são: granjas muito grandes; falta de quarentena; vazio sanitário insuficiente; falta de higiene com relação à água de bebida.
Há diferenças significativas quanto à prevalência por províncias e por categoria de pesos, assim como estações do ano (verão - outono > inverno).

O diagnóstico por RT-PCR é mais sensível que os métodos de cultivo convencionais, além de reduzir tempo e trabalho. O nível de contaminação de carcaças no abatedouro está relacionado com o grau de contaminação da pele dos suínos vivos no pré-abate; este, por sua vez, relaciona-se com o nível na área de carga e o período de espera. O conteúdo do íleo e os gânglios mesentéricos são as partes mais contaminadas.
O uso de acidificante na água de bebida produz resultados contraditórios quanto à excreção da Salmonella sp, assim como a sua prevalência. Os colegas da Faculdade de Veterinária de León, P. Rubio, J.A. Collazos, C. García, A. Carvajal e L. de Castro, juntamente com L.M. Samaniego da Universidade Matanzas de Cuba, explicam o uso in vitro de algumas bactérias produtoras de ácido lático (L. reuteri, L. animalis, L. murinus, L. ruminis e L. delbrueckii) isoladas do intestino do suíno, assim como seu efeito antagonista com a Salmonella typhimurium, que reduz sua excreção e os sinais clínicos da doença. As duas primeiras sobrevivem bem ao suco gástrico e o L. animalis também o faz com relação aos sais biliares.
Manuel Lainez, M. González e J. Herrera, do CITA de Valencia, num estudo de excreção fecal de Salmonella sp, realizado em uma granja de 2.500 porcas em múltiplos sítios, concluíram haver um alto risco de infecção em leitões, durante toda a fase de lactação.
DB9 - Erisipela (E. rhusiophatiae)
Sua distribuição é mundial e provoca quadros agudos e crônicos em suínos suscetíveis. Os AC maternais duram de 7 a 8 semanas. Com o uso da vacina Suvaxyn E-oralTM, o agente não persiste na nasofaringe depois da vacinação. Considerar que existe a possibilidade de recombinação de cepas selvagens e a conseqüente reversão de sua virulência. O laboratório da Iowa State University, nos EUA, relatou um incremento da erisipela em mamíferos marinhos, além de informar que os suínos são suscetíveis a 17 dos 28 sorotipos conhecidos. As infecções mais freqüentes são devidas aos sorotipos 1 a, 1 b e 2. Utiliza-se a técnica da imuno-histoquímica para determinar o antígeno e uma técnica de PCR para a sua diferenciação genética.
DB10 - Leptospira sp
Tem dispersão mundial. Seus AC são determinados por técnicas de micro-aglutinação e não persistem por mais de seis semanas, sendo os rins os seus reservatórios. As medidas de higiene reduzem a incidência de novas infecções. As tetraciclinas, mais concretamente a doxiciclina, e o antibiótico mais bio-disponível na administração oral, reduzindo a excreção da Leptospira sp, além de ser bem tolerado em todas as fases da gestação.
DB11 - Streptococcus suis
A amoxicilina, administrada por via oral, tem uma eficácia variável frente ao S. suis e ao H. parasuis. Sua biodisponibilidade em suínos chega a variar até 30% (é três vezes menor que em humanos), influenciada pelo pH intestinal do animal e pela interação com alimentos e outros fármacos.
DB12 - Staphylococcus sp
Resistências do Staphylococcus aureus à meticilina são conhecidas nos casos de infecções hospitalares, em humanos, no mundo todo. Em suínos foram descritas no Canadá, Holanda e em trabalhos apresentados na Alemanha, em todas as idades do plantel. A primeira referência de resistências em bovinos foi relatada em 1970, em casos de mastite em vacas leiteiras, na Bélgica. Atualmente, as fontes de amostras para o estudo de resistências são os exudatos nasais.
Doenças Bacterianas em suínos Relato técnico - 20º Congresso da IPVS - Image 7 
DB13 - Outras bactérias
Mycobacterium haemosusis, como responsável pela eperitrozoonose ou icteroanemia em suínos de engorda, neonatos (leitões pálidos, ictéricos) e porcas pré-parto (febre, hipo-agalaxia).
Mycoplasma hyosynoviae induz à artrite. Os resultados ligados ao sexo nem sempre se correlacionam com o estado sanitário. O cultivo e a confirmação, com o teste de anticorpos fluorescentes e o teste de inibição do crescimento são necessários para o diagnóstico a partir do fluido sinovial e do swab articular (leva tempo). Utilizam-se dois tipos de PCR, com elevada sensibilidade, como alternativa ao diagnóstico.
Actinobacillus suis é detectado por PCR de material coletado em tonsilas, sendo sensível à tilmicosina e à tulatromicina.
A associação entre H. parasuis e Mycoplasma hyorhinis é comum nos quadros de serosites (peritonite, pleurite e pericardite).
* PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REVISTA SUÍNOS & CIA, EDIÇÃO Nº28/2008 
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