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Pneumonia Suína Frigorífico

OCORRÊNCIA DE PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA EM UM FRIGORÍFICO DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Publicado: 28 de junho de 2012
Por: Malabarba, A. R.; Dickel, L. E.; Santos, R. L.; Facenda, G.

Resumo

O presente trabalho se refere à pneumonia enzoótica suína correlacionado com rinite atrófica (RA), visando assim verificar a ocorrência de pneumonia enzoótica suína nos municípios da região noroeste do Rio Grande do Sul. Neste trabalho foram avaliados 1.200 suínos sendo este realizado no período de 14 de janeiro a 02 de junho de 2008. A realização da presente pesquisa possibilita através de estatísticas concretamente analisadas identificar mecanismos indispensáveis que atingem a produção suína no Noroeste do Estado. Suas principais causas facilitam com que a doença se manifeste precocemente, quando não forem controlados os agentes causadores da enfermidade caracterizando-a como uma doença infectocontagiosa que atinge a produção num todo e não isoladamente.
Palavras-chave: pneumonia enzoótica suína; Mycoplasma hyopneumoniae ; suínos.
 

Introdução

A Pneumonia Enzoótica Suína (PES) ou também denominada Pneumonia Micoplasmática dos Suínos (PMS) é definida como uma doença respiratória crônica infecciosa, muito contagiosa, que se caracteriza por uma broncopneumonia catarral que, clinicamente se manifesta por tosse seca não produtiva e que geralmente aparece quatro semanas após a infecção, onde se pode perceber atraso no ganho de peso, alta morbidade e baixa mortalidade.
A PMS é causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae que apresenta elevados índices de incidência em granjas comerciais, caracterizando-se como uma doença de rebanho e não uma doença que atinge animais individualmente. Seu isolamento requer meios especiais e é muito laborioso. Geralmente, ocorrem complicações secundárias com a Pasteurella multocida tipo A, agravando quadro de pneumonia. Muitas variáveis ambientais e de manejo favorecem sua ocorrência e severidade. As principais são: volume de ar/animal menor de 3m3 , lotação superior a 1 suíno/m2 , ventilação inadequada, flutuações térmicas diárias superiores a 8ºC, umidade relativa do ar acima de 73% ou abaixo de 65%, construções grandes para alojar mais de 500 animais e utilização de sistema contínuo de manejo das instalações, sem realização de vazio sanitário entre lotes.
A maior fonte de infecção e contaminação está na porca, que transmite a doença à toda sua leitegada após o nascimento, porem quando esses leitões em contato com outros, tanto no desmame ou no desenvolvimento de seu crescimento transmitem a doença. O M. hyopneumoniae coloniza o trato respiratório, podendo causar danos aos cílios e ao epitélio da cavidade respiratória. A localização física deste organismo nas paredes superficiais dos cílios e do epitélio ajuda-o a livrar-se dos mecanismos de defesa do hospedeiro e, também, impede a eficácia de tratamento antimicrobiano, devido à dificuldade de liberação do princípio ativo no local da infecção. O Mycoplasma hyopneumoniae liga-se à superfície mucociliar que recobre o trato respiratório, resultando em destruição desses cílios e na perda do sistema de defesa mucociliar. A função desses cílios é expelir partículas para fora do sistema respiratório e serve como uma barreira defensiva física inicial. A perda do aparato mucociliar permite o incremento da colonização por bactérias secundárias tais como a Pasteurella multocida.
Suínos de todas as idades podem adoecer, dependendo da imunidade do rebanho em relação, ao agente, mas nos rebanhos onde a doença é endêmica, os sinais clínicos são vistos, principalmente, nos animais em crescimento-terminação. O primeiro sinal é a tosse seca e crônica, facilmente observada quando os animais são forçados a se exercitar. Em alguns casos ocorre corrimento nasal mucoso. Posteriormente, observa-se animais com pouco desenvolvimento, pêlos arrepiados e sem brilho, sendo em comum a desuniformidade de peso entre leitões da mesma idade.
As alterações mais evidentes são áreas de consolidação pulmonar de cor púrpura a cinza. As áreas afetadas são bem delimitadas no tecido pulmonar normal e possuem consistência carnosa. Na maioria dos casos afeta os lobos superiores dos pulmões. Ao corte podemos encontrar exsudato que sai pelas vias aéreas e dependendo do estágio das lesões por infecções secundárias varia de mucopurulento a purulento.
O diagnóstico presuntivo pode ser feito com base em observações clínicas, lesões de necropsia e nos exames histopatológicos. A confirmação é realizada pelo isolamento do agente etiológico, porém é uma prática pouco usada devido à dificuldade para isolamento.
É praticamente impossível eliminar a infecção por Mycoplasma hyopneumoniae de um rebanho, mas pode-se conviver com a doença, reduzindo sua gravidade a níveis economicamente satisfatórios, pela aplicação de medidas terapêuticas, imunoprofiláticas e, principalmente, pela correção dos fatores de risco.
As principais medidas indicadas para o controle da pneumonia enzoótica são:
  • Correção dos fatores de risco: utilizar o sistema "todos dentro – todos fora (allin, all-out) com vazio sanitário entre lotes no crescimento-terminação; manter boa ventilação nas construções, evitando-se correntes de ar frio sobre os animais, mas permitindo a ventilação constante de higiene, manter boa higiene e desinfecção das instalações.
Assim o objetivo do trabalho é mostrar a ocorrência de pneumonia enzoótica suína onde há uma concentração elevada de condenações a nível de frigorífico, prejudicando o produtor através das taxas de desigualdade que persistem na concentração de renda do produto.
 

Metodologia

 

Critérios de julgamentos

O critério de julgamento sanitário da pneumonia enzoótica, está relacionado com a incisão dos linfonodos apicais, brônquicos e mediastínicos. Também é feita uma avaliação visual dos lobos: apical direito e esquerdo, cardíaco direito e esquerdo, intermediário e diafragmático direito e esquerdo. Nestes casos se houver repercussão ganglionar na carcaça esta é desviada para o DIF (departamento de inspeção final), não havendo a carcaça é liberada. No caso da lesão for somente no órgão (pulmão) este é condenado ainda na linha de inspeção e é feita a sua marcação no placar que está localizado na "linha D" da mesa de inspeção.

 

Resultados e Discussão

A ocorrência da PES é relativamente alta em frigoríficos suínos, tais ocorrências são comprovadas através de um trabalho de pesquisa realizado junto a um frigorífico da região norte do RS, no período de 14 de janeiro à 30 de abril de 2008, onde foram recebidos 117.928 suínos destes municípios, e obteve-se a percentagem de pneumonia enzoótica suína por município.
Tabela 1. Incidência de PES por município
OCORRÊNCIA DE PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA EM UM FRIGORÍFICO DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Image 1
OCORRÊNCIA DE PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA EM UM FRIGORÍFICO DA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - Image 2
 
A ocorrência de pneumonia enzoótica suína a nível de frigorífico deve estar em torno de 5%, e neste trabalho notou-se que a ocorrência de pneumonia enzoótica suína a nível de frigorífico em alguns municípios está além deste número significativo de 5%.
 

Conclusão

O acompanhamento realizado e a percentagem da ocorrência de pneumonia enzoótica suína por município, permitiram verificar que deve-se dar mais atenção e ter maiores cuidados com os fatores de risco, pois isto sendo controlado diminui a percentagem de animais doentes em virtude de doenças respiratórias. Faz-se necessário ressaltar, com relação a esta situação, que estudos e coletas sejam realizados com maior freqüência, para que se tenha um diagnóstico mais preciso da ocorrência de pneumonia enzoótica suína, pois está doença é a porta de entrada para outras doenças respiratórias secundárias.
 

Referências

SOBESTIANSKY, J. et al. Clínica e patologia suína. 2. ed. Goiânia, 1999.
RIBEIRO, F. C. et al. Diagnóstico da pneumonia enzoótica suína pela técnica da imunoperoxidase. Arq. Bras. Vet. Zootec., v.56, n.6, p. 709-714, 2004.
CONCEIÇÃO, Fabricio Rochedo; DELLAGOSTIN, Odir Antônio. Etiopatogenia e imunoprofilaxia da pneumonia enzoótica suína. Cienc. Rural, v. 36, n. 3, p.1034- 1042, jun./2006.
COOPERATIVA CENTRAL OESTE CATARINENSE AURORA. Relatórios Serviço de Inspeção Federal (SIF 772) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. 2008. Erechim, 2008.
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Autores:
Rodrigo Antonio Malabarba
Universidade de Passo Fundo -UPF
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