Resumo
O presente trabalho se refere à pneumonia enzoótica suína correlacionado com rinite atrófica (RA), visando assim verificar a ocorrência de pneumonia enzoótica suína nos municípios da região noroeste do Rio Grande do Sul. Neste trabalho foram avaliados 1.200 suínos sendo este realizado no período de 14 de janeiro a 02 de junho de 2008. A realização da presente pesquisa possibilita através de estatísticas concretamente analisadas identificar mecanismos indispensáveis que atingem a produção suína no Noroeste do Estado. Suas principais causas facilitam com que a doença se manifeste precocemente, quando não forem controlados os agentes causadores da enfermidade caracterizando-a como uma doença infectocontagiosa que atinge a produção num todo e não isoladamente.
Palavras-chave: pneumonia enzoótica suína; Mycoplasma hyopneumoniae ; suínos.
Introdução
A Pneumonia Enzoótica Suína (PES) ou também denominada Pneumonia Micoplasmática dos Suínos (PMS) é definida como uma doença respiratória crônica infecciosa, muito contagiosa, que se caracteriza por uma broncopneumonia catarral que, clinicamente se manifesta por tosse seca não produtiva e que geralmente aparece quatro semanas após a infecção, onde se pode perceber atraso no ganho de peso, alta morbidade e baixa mortalidade.
A PMS é causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae que apresenta elevados índices de incidência em granjas comerciais, caracterizando-se como uma doença de rebanho e não uma doença que atinge animais individualmente. Seu isolamento requer meios especiais e é muito laborioso. Geralmente, ocorrem complicações secundárias com a Pasteurella multocida tipo A, agravando quadro de pneumonia. Muitas variáveis ambientais e de manejo favorecem sua ocorrência e severidade. As principais são: volume de ar/animal menor de 3m3 , lotação superior a 1 suíno/m2 , ventilação inadequada, flutuações térmicas diárias superiores a 8ºC, umidade relativa do ar acima de 73% ou abaixo de 65%, construções grandes para alojar mais de 500 animais e utilização de sistema contínuo de manejo das instalações, sem realização de vazio sanitário entre lotes.
A maior fonte de infecção e contaminação está na porca, que transmite a doença à toda sua leitegada após o nascimento, porem quando esses leitões em contato com outros, tanto no desmame ou no desenvolvimento de seu crescimento transmitem a doença. O M. hyopneumoniae coloniza o trato respiratório, podendo causar danos aos cílios e ao epitélio da cavidade respiratória. A localização física deste organismo nas paredes superficiais dos cílios e do epitélio ajuda-o a livrar-se dos mecanismos de defesa do hospedeiro e, também, impede a eficácia de tratamento antimicrobiano, devido à dificuldade de liberação do princípio ativo no local da infecção. O Mycoplasma hyopneumoniae liga-se à superfície mucociliar que recobre o trato respiratório, resultando em destruição desses cílios e na perda do sistema de defesa mucociliar. A função desses cílios é expelir partículas para fora do sistema respiratório e serve como uma barreira defensiva física inicial. A perda do aparato mucociliar permite o incremento da colonização por bactérias secundárias tais como a Pasteurella multocida.
Suínos de todas as idades podem adoecer, dependendo da imunidade do rebanho em relação, ao agente, mas nos rebanhos onde a doença é endêmica, os sinais clínicos são vistos, principalmente, nos animais em crescimento-terminação. O primeiro sinal é a tosse seca e crônica, facilmente observada quando os animais são forçados a se exercitar. Em alguns casos ocorre corrimento nasal mucoso. Posteriormente, observa-se animais com pouco desenvolvimento, pêlos arrepiados e sem brilho, sendo em comum a desuniformidade de peso entre leitões da mesma idade.
As alterações mais evidentes são áreas de consolidação pulmonar de cor púrpura a cinza. As áreas afetadas são bem delimitadas no tecido pulmonar normal e possuem consistência carnosa. Na maioria dos casos afeta os lobos superiores dos pulmões. Ao corte podemos encontrar exsudato que sai pelas vias aéreas e dependendo do estágio das lesões por infecções secundárias varia de mucopurulento a purulento.
O diagnóstico presuntivo pode ser feito com base em observações clínicas, lesões de necropsia e nos exames histopatológicos. A confirmação é realizada pelo isolamento do agente etiológico, porém é uma prática pouco usada devido à dificuldade para isolamento.
É praticamente impossível eliminar a infecção por Mycoplasma hyopneumoniae de um rebanho, mas pode-se conviver com a doença, reduzindo sua gravidade a níveis economicamente satisfatórios, pela aplicação de medidas terapêuticas, imunoprofiláticas e, principalmente, pela correção dos fatores de risco.
As principais medidas indicadas para o controle da pneumonia enzoótica são:
- Correção dos fatores de risco: utilizar o sistema "todos dentro – todos fora (allin, all-out) com vazio sanitário entre lotes no crescimento-terminação; manter boa ventilação nas construções, evitando-se correntes de ar frio sobre os animais, mas permitindo a ventilação constante de higiene, manter boa higiene e desinfecção das instalações.
Assim o objetivo do trabalho é mostrar a ocorrência de pneumonia enzoótica suína onde há uma concentração elevada de condenações a nível de frigorífico, prejudicando o produtor através das taxas de desigualdade que persistem na concentração de renda do produto.
Metodologia
Critérios de julgamentos
O critério de julgamento sanitário da pneumonia enzoótica, está relacionado com a incisão dos linfonodos apicais, brônquicos e mediastínicos. Também é feita uma avaliação visual dos lobos: apical direito e esquerdo, cardíaco direito e esquerdo, intermediário e diafragmático direito e esquerdo. Nestes casos se houver repercussão ganglionar na carcaça esta é desviada para o DIF (departamento de inspeção final), não havendo a carcaça é liberada. No caso da lesão for somente no órgão (pulmão) este é condenado ainda na linha de inspeção e é feita a sua marcação no placar que está localizado na "linha D" da mesa de inspeção.
Resultados e Discussão
A ocorrência da PES é relativamente alta em frigoríficos suínos, tais ocorrências são comprovadas através de um trabalho de pesquisa realizado junto a um frigorífico da região norte do RS, no período de 14 de janeiro à 30 de abril de 2008, onde foram recebidos 117.928 suínos destes municípios, e obteve-se a percentagem de pneumonia enzoótica suína por município.
Tabela 1. Incidência de PES por município
A ocorrência de pneumonia enzoótica suína a nível de frigorífico deve estar em torno de 5%, e neste trabalho notou-se que a ocorrência de pneumonia enzoótica suína a nível de frigorífico em alguns municípios está além deste número significativo de 5%.
Conclusão
O acompanhamento realizado e a percentagem da ocorrência de pneumonia enzoótica suína por município, permitiram verificar que deve-se dar mais atenção e ter maiores cuidados com os fatores de risco, pois isto sendo controlado diminui a percentagem de animais doentes em virtude de doenças respiratórias. Faz-se necessário ressaltar, com relação a esta situação, que estudos e coletas sejam realizados com maior freqüência, para que se tenha um diagnóstico mais preciso da ocorrência de pneumonia enzoótica suína, pois está doença é a porta de entrada para outras doenças respiratórias secundárias.
Referências
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COOPERATIVA CENTRAL OESTE CATARINENSE AURORA. Relatórios Serviço de Inspeção Federal (SIF 772) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. 2008. Erechim, 2008.