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Controle Leite

Controle de Ileíte

Publicado: 11 de junho de 2012
Por: Werner Meincke.
Sinonímias:
Adenomatose Intestinal, Enterite Necrótica, Enteropatia Hemorrágica Proliferativa, Ileíte Regional, Ileíte Proliferativa, Ileíte Granulomatosa Regional.
A Ileíte continua sendo problema em muitas unidades de produção apresentando em muitas situações dificuldades de controle efetivo em função de sua complexidade. A Lawsonia intracelluraris já está em terceiro lugar no ranking das bactérias patogênicas mais diagnosticadas ficando atrás apenas da E. coli e Actinobacillus pleuropneumoniae. Permanece ativa com poder de infecção nas fezes (5 a 15 C) por 02 semanas e em carcaças estocadas a 4C por 12 semanas.
 
Sinais Clínicos:
Os sinais clínicos mais freqüentes são diarréia e prostração. Na forma sub-clínica constata-se a presença de animais refugos devido o baixo ganho de peso, ou morte súbita com enterite hemorrágica na forma aguda. O quadro clínico da forma aguda ou superaguda dificulta o diagnóstico diferencial de outras infecções entéricas como a Disenteria suína.
Estudos revelam que a L.Intracellularis é o agente patogênico encontrado com maior freqüência entre animais de 30 a 50kg, no entanto está presente em animais de todas as faixas etárias sendo considerada uma doença de transição que normalmente dura de 4 a 8 semanas. Existe a possibilidade de o agente ser transferido das porcas para os leitões. O sistema de manejo "todos dentro todos fora" em nível de creche/recria/terminação reduz a incidência da doença.
Um dos aspectos mais importantes da atividade patogênica da L. Intracellularis, é o seu impacto sobre a mucosa intestinal, especialmente a diminuição e dissolução do muco intestinal. A doença é transmitida por via oral, através da ingestão de fezes com a presença do agente e possui um período de incubação de 02 semanas. Uma vez perdida a integridade da mucosa intestinal por ação da L. Intracellularis abre-se a porta para entrada de outros agentes como as Brachyspiras e Salmonellas podendo levar a uma síndrome entérica.
Após a detecção da Ileíte, o perfil sorológico do rebanho pode ser utilizado para dar uma indicação da dinamicidade da infecção e com isso facilitar a escolha da estratégia de tratamento e controle da doença. Os estudos sorológicos até agora realizados permitem concluir que podemos classificar os principais perfis de Ileíte de acordo com o grau de exposição ao agente em:
a- Exposição continua em granjas de ciclo completo que trabalham com fluxo contínuo de produção.
Manifestação precoce da doença
Neste caso a pressão de infecção é alta e tanto o plantel bem como os leitões são soropositivos para L.Intracellularis. Neste caso os sinais clínicos normalmente aparecem no final da fase de creche e início da fase de crescimento. Neste as fêmeas devem ser tratadas durante a gestação e início da lactação, para impedir a transmissão da bactéria para os leitões. As leitoas de reposição deverão ser tratadas antes de serem admitidas no plantel da granja e os animais da fase de crescimento entre nove e onze semanas de idade e 10 dias antes de qualquer tipo de remoção/movimentação.
b- Baixa exposição ao agente: Manifestação normal do agente
Ocorre em terminações que trabalham com sistema "todos dentro todos fora" ou em fluxo continuo em que leitões de diferentes origens são mesclados. Neste caso a L.Intracellularis estará presente no ambiente e ou instalações e o status do plantel da granja será variável. A ocorrência da Ileíte ocorrerá algumas semanas após a transferência dos animais para os setores de recria/terminação. A estratégia de controle a ser adotada neste caso deverá estar baseada na combinação entre a limpeza e desinfecção das instalações aliado a medicação. A medicação deverá ser administrada por um período de 03 semanas, iniciando imediatamente antes do período de incidência da doença (histórico da unidade) ou próximo às movimentações previstas.
c- Baixa exposição ao agente: Manifestação tardia da doença:
Essa é a situação em que normalmente temos a manifestação aguda da doença. Normalmente são granjas de alta saúde que trabalham com manejo "todos dentro todos fora". O perfil sorológico irá revelar que o plantel reprodutivo e os leitões são soronegativos e a ocorrência da doença se manifesta tardiamente nos animais de terminação. Neste caso teremos leitoas soronegativas entrando no plantel. O ideal seria testar sorologicamente todas as fêmeas de reposição. A medicação deverá ser administrada em doses mais elevadas por um período inicial de uma semana e após conforme a continuidade e manifestação do quadro clínico. Doses terapêuticas preventivas mais baixas também podem ser utilizadas de forma rotineira para as fêmeas de reposição.
 
Uso de drogas:
Tratamento curativo:
Drogas de eleição e doses terapêuticas para tratamentos de choque (7/10dias).
Tabela 1: Dosagens em PPM (partícula por milhão) das drogas Tilosina, Tiamulina e Lincomicina no tratamento da Ileíte levando em consideração o peso vivo dos animais
Controle de Ileíte - Image 1
 
Tratamento preventivo:
Para tratamentos preventivos, recomenda-se um programa intercalado de 21 dias de administração da droga seguidos de 21 dias de retirada para estimular a formação de anticorpos. (=84 dias sem Ileíte) Nestes casos as sugestões de dosagens são as seguintes:
- Tilosina = 100ppm nos primeiros 21 dias, seguido de 40ppm nos próximos 21 dias de tratamento.
- Lincomicina = 44ppm
- Tiamulina = 40ppm nos primeiros 21 dias, seguido de 20ppm nos próximos 21 dias.
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Autores:
Werner Meincke
Genetiporc
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Gerardo Grezzi
11 de junio de 2012

Prezado Dr. Werner,

Parabéns pelo artigo. O senhor não esta considerando a TYLVALOSINA como droga para tratamento desta doença. Existe algum motivo para isso? Na minha experiência a TYLVALOSINA é uma excelente alternativa de tratamento, bem melhor que Tilosina e Lincomicina e similar a Tiamulina.

Aguardo seus comentários,

Atenciosamente,
Dr. Gerardo Grezzi

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