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Silagem Milho Alimentação Suínos

O uso da silagem de grão úmido de milho com alto valor energético na alimentação de suínos

Publicado: 11 de janeiro de 2013
Por: Otto Mack Junqueira e J. F. Lui do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP - SP; Aníbal de Sant'Anna Moretti do Departamento de Exploração Animal da Universidade de São Paulo - USP - SP; L.F. Araújo do Departamento de Zootecnia da USP - SP, e E.L. Lopes do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Goiás - UFG - GO.
INTRODUÇÃO
Uma prática que hoje se apresenta bastante difundida, principalmente nas pequenas propriedades no sul do Paraná e Santa Catarina, tem sido o uso da silagem de grão úmido de milho. Esta silagem é um sistema de armazenamento de grãos na propriedade rural onde os suínos são criados, consistindo na colheita do grão com alto teor de umidade (30 a 42%), logo após a maturação fisiológica; moagem (trituração ou laminação); ensilagem e compactação. O produto é resultado da fermentação anaeróbica da massa de milho moído e compactado, constituindo-se em armazenagem sob atmosfera modificada (2). A conservação dos grãos na forma de silagem apresenta vantagens em relação ao milho seco, tais como, antecipação da colheita, diminuição nas perdas devido ao clima e na colheita, economia de mão-de-obra e nos custos de secagem e armazenamento (3).
O objetivo do presente experimento foi o de avaliar o desempenho e as características de carcaça de suínos submetidos a diferentes rações contendo silagem de grão úmido de milho de alto valor energético (MAV), em relação ao milho comum.
Palavras-chave: milho comum seco, silagem de grão úmido de milho, suínos
 
MATERIAL E MÉTODOS
Um experimento foi conduzido compreendendo as fases de creche (42 a 69 dias), crescimento ( 70 a 107 dias ) e terminação ( de 108 a 142 dias de idade dos animais). Foram utilizados 192 leitões, metade machos e metade fêmeas, da linhagem PIC-Agroceres desmamados aos 21 dias de idade. As rações, em número de seis, foram formuladas segundo as recomendações de (6).
O primeiro tratamento consistiu de uma ração com milho comum seco contendo 3.350 kcal E.M./kg e 88,3% de matéria seca e as outras cinco rações foram formuladas com a silagem de grão úmido de milho de alto valor energético, o qual continha 2780 kcal E.M./kg na base da matéria natural e 3776 kcal E.M./kg com base na mesma matéria seca do milho comum fornecido seco. A partir do segundo tratamento, os níveis energéticos das rações foram acrescidos de 40 kcal E.M./kg O milho na forma de silagem substituiu o milho seco nas rações com base na mesma matéria seca e os níveis energéticos foram aumentados com adição de óleo de soja.
A silagem do grão úmido de milho com alto valor energético (silagem MAV ) foi fornecida com 58,5% de matéria seca. As rações, dentro de cada uma das fases experimentais, foram formuladas para conter milho comum (ração 1) e silagem de milho (rações 2, 3, 4, 5, e 6), como alimentos energéticos, farelo de soja como protéico, fosfato bicálcico, calcário calcítico, sal comum e um suplemento de vitaminas, microminerais e aditivos.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado envolvendo seis tratamentos, com 8 repetições ( 4 de machos e 4 de fêmeas ) e 4 animais por repetição. Em caso de significância estatística, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os parâmetros avaliados foram: ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar e características de carcaça.
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para o desempenho dos animais, encontram-se na Tabela 1.Como pode ser observado, no início do experimento quando os animais atingiram os 42 dias de idade, os pesos foram bastante homogêneos, com média de 12,80 kg. No período experimental total (42 a 142 dias de idade, pode-se verificar que para os machos os melhores tratamentos foram os 2,4 e 5, tendo sido numericamente o tratamento 2 o que proporcionou melhor ganho de peso.
Com relação às fêmeas, o pior tratamento foi o 5, cuja ração continha 3140 kcal E.M./kg. Quando se analisa as médias obtidas para machos e fêmeas, pode-se observar que os melhores ganhos foram aqueles obtidos pelos animais que receberam a silagem de grão de milho úmido, à exceção do tratamento 5 , cujos animais se comportaram de maneira semelhante aqueles que receberam o milho comum na forma de grão com 88,3% de matéria seca. De acordo com (1), os ganho de peso e a conversão alimentar foram melhores, quando os suínos nas fases de crescimento e terminação receberam a silagem de grãos úmidos, comparados com aqueles alimentados com milho seco.
Como pode ser observado, de maneira geral, ocorreu um maior consumo por parte dos animais que receberam a dieta contendo o milho comum, o que pode ser observado nas duas primeiras fases do experimento. Na fase total, de 42 a 142 dias de idade, os menores consumos foram aqueles dos animais que receberam as rações 2 e 3, muito embora os resultados estatísticos mostrem não haver diferença significante em relação aos dados obtidos dos animais que receberam as rações 5 e 6. O maior consumo foi aquele dos animais que receberam a dieta 1, composta de milho em grão comum.
Da mesma maneira como ocorreu com o consumo de alimento, as conversões se mostraram melhores em todos os tratamentos cujos animais receberam a silagem de grão úmido. Na fase de terminação as diferenças foram menos acentuadas, porém, mesmo assim, houve uma tendência de pior conversão quando os animais receberam a ração contendo o milho comum. Analisando-se o período experimental total, pode-se observar que pior conversão foi aquela por parte dos animais que receberam a ração contendo o milho comum.
Ao contrario, as melhores conversões foram aquelas obtidas através das rações contendo o milho de alto valor (MAV).Os achados na literatura permitem concluir as razões pelas quais, neste experimento, a silagem de grão úmido resultou em melhores resultados. (5) avaliando o uso da silagem de grãos úmidos de milho, relataram melhor digestibilidade deste alimento, quando comparado com o milho em grão seco. (4) concluíram que a fermentação anaeróbica, ocorrida durante o processamento da silagem de grãos úmidos, propicia um produto com maior disponibilidade de energia para suínos do que o milho em grão seco. Segundo (4), o emprego do milho na forma de silagem de grão úmido em rações para suínos tem sido uma alternativa para a armazenagem de grãos na propriedade.
 
CONCLUSÕES
Pode-se concluir que o ganho de peso dos suínos foi superior quando os mesmos foram alimentados com silagem de grãos úmidos de milho (MAV) na fase de 70 a 107 dias. O consumo de ração foi maior quando os animais receberam a ração contendo o milho comum. A silagem de grão úmido proporcionou uma conversão significativamente melhor, independente da fase de criação dos animais. Os resultados referentes à avaliação de carcaça não evidenciaram diferenças entre os tratamentos.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1-HOLMES, J.H.G. et al. Digestion and absorption of dry and high - moisture maize diets in the samall and large intestine of the pig. British Journal of Nutrition. 30 :401-410, 1973.
2-JOBIM. C.C., REIS, R.A, RODRIGUES, L.R.A. Avaliação de silagem de grãos úmidos de milho. Pesq. Agropec. Bras. 32:331-331, 1997.
3-JONES, G. M. et al. Organic acid preservation of high moisture corn and other grains and nutritional value: a review. J. Anim. Sci., 54 (4): 499-517, 1974.
4-LIMA, G.J.M.M. et. al. Determinação da composição química e do valor energético de silagem de grão de milho para suínos. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO. Recife, PE. Globalização e segurança alimentar, 1998.
5-LOPES, A.B.R. et al. Silagem de grãos úmidos de milho para suínos na fase inicial. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA. Porto Alegre. Pg. 124, 1999.
6-NRC-NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirement of swine. 10a edição. Washington DC:, National Academy of Sciences, 1998.
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Autores:
Otto Mack Junqueira
UNESP - Universidad Estatal Paulista
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Aníbal de Sant'Anna Moretti
USP -Universidade de São Paulo
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