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Prebiotico + Probiotico= Simbiótico. Uma alternativa viável e segura na suinocultura

Publicado: 17 de maio de 2013
Por: Prof. Dr. Antonio Sergio de Oliveira, Centro de Biotecnologia Agropecuária -CBA-, Dep. Bioquímica e Biotecnologia, Universidade Estadual de Londrina -UEL-, PR.
INTRODUÇÃO
Uma alternativa segura e promissora é a utilização de simbiótico (prebiótico + probiótico) como promotores de crescimentos e que conferem benefícios a saúde dos hospedeiros, garantindo a qualidade dos alimentos e índices de produtividade com segurança alimentar.
Prebióticos: são alimentos funcionais e ingredientes alimentares não digeríveis pelas enzimas digestivas do hospedeiro, resistentes as variações de pH, mas que são fermentadas pela flora bacteriana do trato digestivo, originando substancias que promovem a seleção das bactérias benéficas, corroborando para melhora da flora intestinal dos animais (Rycroft et al 2001; Rostall, & Maitin, 2002).
Exemplos de probióticos utilizados:
  • MOS (mananooligossacarideos)
  • Inulina + FOS (frutooligossacarideos)
  • Rafinose e Estaquiose (oligossacarídeos de soja)
  • Polissacarídeos de fibras solúveis (goma acácia)
  • Lactulose (soro de leite)
Probioticos: são aditivos zootécnicos equilibradores da flora intestinal, utilizado na alimentação animal, composto por microorganismos vivos, viáveis e metabolicamente ativos, não OGM, que quando administrado em quantidades adequadas, age como ativador da flora microbiana do trato digestivo dos animais, inibindo os microorganismos patogênicos (Colling, MD et al 1999).
São considerados microorganismos probióticos principalmente as bactérias láticas (Lactobacillus, Enterococcus, Bifidobacterium..., que fazem parte da flora normal do sistema digestivo dos animais. São considerados GRAS (segurança alimentar e inocuidade, conforme fixado pelo Chemical Abstrats Servise (CAS) e Food Chemical Codex.
Prebiótico + Probiótico = Simbiótico
Ex: Composição - Simbiótico
  • Bacillus subtilis
  • Bifidobacterium longum
  • Enterococcus faecium
  • Lactobacillus acidophilus
  • Lactobacillus casei
  • Inulina + FOS
  • MOS
  • Rafinose e Estaquiose
  • Fibras solúveis
  • Parede de levedura
  • Soro de leite
Mecanismo de ação através da produção de ácido lático, com redução do pH do trato gastrointestinal, inibindo e substituindo os microorganismos patogênicos.
Os probióticos trazem benefícios à saúde do hospedeiro não deixando resíduos na carne e promover o ganho de peso e melhorar a conversão alimentar (Martins et al, 2006).
Os probióticos protegem o trato gastrintestinal contra bactérias patogênicas e fortalecem a flora benéfica do hospedeiro, agindo por diferentes mecanismos de ação tais como: exclusão competitiva (Utiyama, 2004), atividade antimicrobiana (Silva 2006); estimulo ao sistema imune (Sanches, 2006); auxilia na digestão e absorção de nutrientes (Shim, 2005).
Segundo, Fleming (2005), os probióticos, na competição pelos sítios de fixação da mucosa intestinal, formam filme protetor, prevenindo a proliferação de bactérias patogênicas.
Perdigon e Holgado (2000), o estimulo ao sistema imune, pode ser relacionado á capacidade dos microorganismos probióticos interagirem com as placas de Peyer e as células epiteliais do intestino, estimulando as células B produtoras de IGA e a proliferação de célula T e a produção de Interferon, principalmente pelos Lactobacillus e Bifidobacterium segundo Sanches (2006), Bacillus também podem aumentar a ativação de macrófagos e células T e induzir aumento dos níveis séricos de Interferon.
Auxilio na digestão e absorção de nutrientes, Stewart e Chesson (1993) e Roth (2000), probióticos afetam a permeabilidade do epitélio intestinal, aumenta a eficiência da digestão a absorção dos nutrientes.
Shim (2005) e Opalinski (2007), os probióticos auxiliam na eliminação de aminas tóxicas e amônia.
O desequilíbrio entre a microbiota intestinais benéficas e patogênicas implica em alterações do mecanismo de exclusão competitiva, reduzindo a absorção de nutrientes, com produção de metabolitos tóxicos (NH3; Histamina; Cadaverina) ITO et al 2004.
Com o objetivo de favorecer a integridade intestinal, pode ser introduzido nas rações aditivos promotores de crescimento que estimulam a colonização do trato gastrointestinal por meio do uso de Prebioticos + Probioticos = Simbióticos, visando o fortalecimento da flora benéfica, como alternativa segura que conferem os inúmeros benefícios a saúde animal, garantindo sua produtividade com qualidade e segurança alimentar.
A importância da flora intestinal normal de suínos desde a maternidade (matrizes), alimentação materna, desmame, período de creche, crescimento e terminação, está na ativação das defesas naturais do sistema digestivo inibindo patogênicos, estimulando a imunidade celular, melhorando a digestibilidade e absorção de nutrientes, evitando diarréias e manutenção da flora normal ativa nos animais.
Em condições fetais, as superfícies e mucosa do trato gastrointestinal de leitões recém nascido são estéreis, mas são rapidamente colonizados por diversos microorganismos no momento do nascimento e durante a amamentação (Bertechini e Hussain, 1993). Por outro lado, a mudança progressiva normal na população de microorganismos, ocorre pela ingestão continua do leite materno instalando a flora benéfica, produção de acido lático que reduz o pH do estomago, propiciando o crescimento dos Lactobacillus, Enterococcus e Bifidobacterium (Sanches, 2006).
Na fase de aleitamento os leitões sofrem vários fatores estressantes, como o corte dos dentes e caudas, castração, adaptações ambientais, etc... Tais fatores podem causar o desequilíbrio na microflora intestinal, por conta do aumento de liberação de corticóides que ocasiona a redução da mucina, cuja função é proteção para o trato gastrointestinal (Opalinsk, 2007). Nesta fase de amamentação, a saúde das matrizes é fundamental, pois há a transferência de anticorpos para os leitões.
Além da manutenção do equilíbrio fisiológico, do metabolismo dos animais, com flora benéfica ativa, utilizando simbióticos na ração em todas as fases de criação, é importante manter o bem estar animal aplicando um manejo correto, nutrição adequada para cada fase, instalações, higiene e destinação correta dos dejetos animais colaborando para conservação do meio ambiente.
 
RESULTADOS OBTIDOS COM O USO DE SIMBIÓTICOS
1- Uso de probiotico em dietas de suínos: influência de diarréia, desempenho zootécnico, e digestibilidade de rações (Bras. J. Vet. Res. Armin. Sci. V 43 n5 – São Paulo 2006. Huaynate, R.A.R. et al.
 
CONCLUSÃO
Conclui-se que a adição de 200 e 300 ppm de probiótico em dietas de suínos, no período 1, reduziu a incidência de diarréia. No período total do experimento 1, o desempenho dos animais foi semelhante. No experimento
2, foi observado melhor adaptação dos animais que receberam probiótico, resultado manifestado pelo maior consumo de ração.
2- Uso de aditivos em ração para suínos nas fases de creche, crescimento e terminação (R. Bras. Zoot. Vol. 38 nº12. Viçosa Dez.2009 Junqueira, O. M. et al
 
CONCLUSÃO
Entre os aditivos avaliados, o simbiótico (prebiótico+probiótico), proporcionou os melhores resultados de desempenho dos suínos, no período de 28 a 142 dias de idade dos leitões, e constituiu uma alternativa viável em comparação ao uso de antibióticos em todas as fases de produção. A utilização dos aditivos como promotores de crescimento não compromete as características de carcaça e a morfologia intestinal dos animais.
3- Efeito de antibióticos promotores de crescimento e simbiótico (Florafix® MG Suínos) na dieta de suínos sobre o desempenho de carcaça, aspectos imunológicos e anatomia de trato digestivo. Universidade Estadual de Londrina – UEL Dep. de Zootecnia – Responsável Dr. Caio Albercio da Silva – Londrina – 2011
 
CONCLUSÃO
O bom estado sanitário dos animais, no decorrer de todo experimento, representou um fator que colaborou com a pouca expressão dos benefícios dos aditivos promotores de crescimento utilizados. Todavia, na fase de crescimento foi verificado um efeito significativo na melhora da conversão alimentar a favor do tratamento com a inclusão do simbiótico Florafix® MG Suínos, comparado ao grupo controle (isento de aditivos), e resultados semelhantes aos grupos tratados com rações com antibióticos promotores de crescimentos, demonstrando o potencial deste aditivo frente às drogas tradicionalmente empregadas como promotores, além do direcionamento do procedimento a favor dos conceitos atuais de banimento de antibióticos melhoradores do desempenho das rações animais.
4- Avaliação dos efeitos dos aditivos, promotores de crescimento, antibiótico e simbiótico em ração para suínos na fase de creche, crescimento e terminação. Trabalho realizado com apoio da Fabrica de rações Corol – Cooperativa Agroindustrial e Slo Agropecuária LTDA.
 
CONCLUSÃO
Entre os aditivos avaliados, o Florafix® MG Suínos, apresentou os melhores resultados de desempenho dos suínos nas fases entre 28 e 142 dias de idade, demonstrando que é uma alternativa viável, segura e saudável, para o uso em rações de suínos, nas fases de creche, crescimento e terminação. Com trabalhos científicos citados na revisão bibliográfica, que confirmam estes resultados.
A utilização dos aditivos como promotores de crescimento não comprometeu as características de carcaça e a morfometria intestinal dos animais. Não foram verificadas diferenças significativas (P≥0,05) para a variável, peso de vísceras, peso de órgãos, confirmando o bom estado sanitário dos animais envolvidos nesse experimento.
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTECHINI, A.G; HUSSAIN, S M. O fantástico mundo dos probioticos. Campinas, SP: biotecnal, 1993 97p.
COLLINS MD, GIBSON GR. Probiotics, prebiotics, and synbiotics: approaches for modulating the microbial ecology of the gut. Am J Clin Nutr. 1999 May 69(5):1052S-1057S
FLEMMING,J.S, FREITAS,R.J.S., avaliação do efeito de probioticos (MOS); probiótico (Bacillus lichemiformis e Bacillus subtilis) e promotor de crescimento na alimentação de frangos de corte. Archives of veterinary Science, Curitiba, PR,V.10,n.2,p41-47,2005
ITO, N.M.K. et al 2004, Saude gastrointestinal, manejo e medidas para controlar enfermidades – FACTA 20047 pg 206-260 Campinas SP
JUNQUEIRA, O.M.; BARBOSA, L.C.G.S.; PEREIRA, A.A. et al. Uso de aditivos em rações para suínos nas fases de creche, crescimento e terminação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.12, p.2394-2400, 2009.
MARTINS, A. D. O.; MENDONÇA, R. C. S.; SILVA, D. L.; RAMOS, M. S.;. MARTINS, M.C.; DONZELE, J.L.; ANDRADE, N.J. bacterias laticas isoladas de fezes de suínos e sua capacidade antagônica frente a microrganismos indicadores. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, SC, v.5, n.1, p.53-59,2006
OPALINSKI, M.; MAIORKA, A.; DAHLKE, F. et al. On the use of a probiotic (Bacillus subtilis - strain DSM 17299) as growth promoter in broiler diets. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v.9, n.2, p.99-103, 2007.
PERDIGÓN, G.; HOLGADO, A.P.R. Mechanisms involved in the immunostimulation by lactic acid bacteria. In: FULLER, R.; PERDIGÓN, G. Probiotics 3: Immunodulation by the Gut Microflora and Probiotics. Dordrecht: Kluwer Academic, 2000. p.213-233.
Rastall, R.A. Maitin, V. Prebiotics and synbiotics: Towards the next generation, Curr. Opin. Biotechnol. 13 (2002) 490–496. 17.
ROTH, L. The battle of the bugs- the direct fed microbial concept. Pig Progress,Dethichem Holanda, N L, v. 16, p. 12-15 ,2000.
RYCROFT et al 2001 – Comparative in vitro evaluation of the fermentation prebiotic J-Hppl. Microbiol. 91(f): 878-887
SANCHES, A.L.; LIMA, J.A.F.; FIALHO, E.T. et al. Utilização de probiótico, prebiótico e simbiótico em rações de leitões ao desmame. Ciência e Agrotecnologia Lavras MG, V.30, n.4, p 774-777. 2006
SHIM, S.B. Effects of prebiotics, probiotics and synbiotics in the diet of young pigs. 2005. 179f. Thesis (Ph.D. in Animal Nutrition) - Animal Nutrition Group, Wageningen Institute of Animal Sciences, Wageningen University and Research Centre, Wageningen, The Netherlands Holanda, NL, 2005.
SILVA, A. B. A. Influência do jejum alimentar, probióticos e antibióticos na população de enterobactéria bacteria acido láticas, Bacillus Salmonella sp em cecos e papos de frangos de corte. 2006 54f. Dissertação (Mestrado em ciência e tecnologia de alimentos) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, 2006.
STEWART, C.S.; CHESSON, A. Making sense of probiotics. Pig Veterinary Journal, v.31, p.11-33, 1993.
UTIYAMA, C.E. Utilização de agentes antimicrobianos, probióticos, prebióticos e extratos vegetais como promotores do crescimento de leitões recém-desmamados. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", 2004. 94p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", 2004. Publicado na Revista Brasileira de Zootecnia., V. 35, n.6, p. 2359-2367, 2006.
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