Explorar

Comunidades em Português

Anuncie na Engormix

COMPLEXO ENZIMÁTICO NA DIETA DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO/TERMINAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO.

Publicado: 18 de março de 2016
Por: NATÁLIA YOKO SITANAKA1, FÁBIO E. L. BUDINÕ1, SIMONE R. DE OLIVEIRA2, JOSÉ E. DE MORAES1, DANIEL MALAGOLI1 1 Instituto de Zootecnia – Nova Odessa SP – 2Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio – APTA
Sumário

Foi realizado um experimento com o objetivo de avaliar o uso de um complexo enzimático contendo alfa-amilase, beta-glucanase, fitase, celulase, xilanase e protease, sobre o desempenho de suínos nas fases de crescimento e terminação. Foram utilizados 80 suínos, com aproximadamente 63 dias de idade, num delineamento em blocos ao caso, aonde foram testados 5 tratamentos com 8 repetições/tratamento, sendo: CP: Dieta controle positivo, com nível energético recomendado para a fase; CN85: Dieta controle negativo com redução energética (85 kcal/kg EM); CE85: Dieta CN85 com adição de complexo enzimático; CN100: Dieta controle negativo com redução energética (100 kcal/kg EM); CE100: Dieta CN100 com adição de complexo enzimático,. Foi utilizado o programa alimentar com 3 dietas: - Crescimento I (CI) – dos 63 aos 90 dias de idade, Crescimento II (CII) – dos 91 aos 118 dias de idade e Terminação (T) - dos 119 aos 145 dias de idade. Foi avaliado durante cada fase do período experimental, o desempenho, através das variáveis: consumo diário de ração, ganho diário de peso e conversão alimentar. A inclusão do complexo enzimático, em dietas com redução energética, foi efetiva em proporcionar a melhoria do desempenho de suínos nas fases de crescimento e terminação.

 

Palavras-chave: conversão alimentar; enzimas; nutrição

 
Introdução
Ingredientes comumente utilizados nas dietas para não ruminantes, como o milho e farelo de soja, contêm polissacarídeos não amiláceos, que são polímeros de monossacarídeos ou açucares que são minimamente digeridos.devido a natureza de suas ligações químicas, (ROSA E UTTAPATEL, 2007). Isso afeta negativamente o crescimento do animal e a digestibilidade do alimento (LEENHOUWERS et al., 2006), pois estes não podem ser degradados por enzimas endógenas (BRITO et al, 2008). A utilização de enzimas exógenas na alimentação de suínos tem sido estudada com o objetivo não somente de aumentar o aproveitamento dos alimentos, favorecendo a hidrólise de fatores antinutricionais e polissacarídeos não amiláceos, como também reduzindo a viscosidade da digesta (GRAHAM, 1996). Para melhorar o valor nutritivo das dietas, CARVALHO et al, (2006), sugerem que o uso de complexos enzimáticos seja mais efetivo por atuar sobre polissacarídeos da parede celular dos grãos, levando a um maior aproveitamento da dieta. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do uso de um complexo enzimático contendo alfa-amilase, betaglucanase, fitase, celulase, xilanase e protease sobre o desempenho de suínos nas fases de crescimento e terminação.
 
Material e Métodos
O estudo foi realizado na Estação de Avaliação de Suínos, em Piracicaba, SP. Foram distribuídos 80 suínos, 42 machos castrados e 38 fêmeas, com aproximadamente 63 dias de idade, num delineamento em blocos ao caso, com 5 tratamentos e 8 repetições/tratamento. Os tratamentos avaliados foram: CP: Dieta controle positivo, com nível energético recomendado para a fase; CN85: Dieta controle negativo com redução energética (85 kcal/kg EM); CE85: Dieta CN85 com adição de complexo enzimático; CN100: Dieta controle negativo com redução energética (100 kcal/kg EM); CE100: Dieta CN100 com adição de complexo enzimático. O complexo enzimático era composto por: Alfa-amilase (400 UI/g); Beta-glucanase, (700 UI/g); Fitase (1.100 UI/g), Celulase (6.000 UI/g), Xilanase (10.000 UI/g) e Protease (700 UI/g). Foi utilizado o programa alimentar com 3 dietas: - Crescimento I (CI)– dos 63 aos 90 dias de idade, Crescimento II (CII) – dos 91 aos 118 dias de idade e Terminação (T) - dos 119 aos 145 dias de idade. As rações foram a base de milho e farelo de soja, formuladas de acordo com as recomendações nutricionais mínimas de ROSTAGNO et al. (2011), de acordo com cada fase experimental. Foram avaliados os seguintes dados de produção: Peso corporal individual, determinado através de pesagens no inicio e no final de cada fase, consumo de ração, correspondente a quantidade de alimento fornecida no período experimental menos a sobra de ração no final da fase e conversão alimentar, referente a quantidade de alimento ingerida por animal, dividido pelo ganho de peso por animal. Os dados foram avaliados estatisticamente pelo SISVAR 5.3. (FERREIRA, 2010), utilizando o teste de Fisher a 5%.
 
Resultados e Discussão
A tabela 1 apresenta os resultados do peso vivo (PV) inicial e final, consumo, ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) para cada fase experimental.
 
Tabela 1 - Médias de consumo (kg), ganho de peso - GP (kg) e conversão alimentar - CA (kg/kg), de suínos alimentados com dietas experimentais, de acordo com cada fase.
COMPLEXO ENZIMÁTICO NA DIETA DE SUÍNOS EM CRESCIMENTO/TERMINAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO. - Image 1Médias seguidas de letras distintas na linha,diferem estatisticamente entre si (P<0,05); CV%: Coeficiente de Variação.
 
Relativo a variável GP, o tratamento CE85 foi estatisticamente igual ao tratamento Controle Positivo (CP) nas fases CI e T e diferente do controle negativo CN85. O mesmo ocorreu para o tratamento com a suplementação enzimática CE100, nas fases CI e CII, sugerindo que ao se igualarem ao CP, as dietas com níveis nutricionais reduzidas e suplementadas com o complexo enzimático, foram eficientes em manter o desempenho dos suínos na fase de crescimento e terminação, ou seja, as enzimas foram capazes de proporcionar um incremento nutricional em dietas com valores energéticos reduzidos. Para a conversão alimentar os tratamentos com enzima CE85 e CE100 tiveram respostas positivas na fase CI, se igualando estatisticamente ao CP, reafirmando nesta fase o efeito positivo do uso das enzimas, em recuperar o desempenho dos animais nestes tratamentos, visto também que o tratamento CN85 apresentou a pior conversão alimentar. Segundo SILVA et al. (2013), a adição do complexo enzimático em dietas com ingredientes de baixa digestibilidade e níveis nutricionais e energéticos mais baixos em relação às dietas formuladas com milho e farelo de soja, melhora aconversão alimentar para suínos em crescimento e terminação, Em relação ao peso vivo, ao final do experimento os animais dos tratamentos suplementados com a enzima CE85 e CE100, não só apresentaram médias próximas para o peso vivo, como também apresentaram peso vivo final estatisticamente iguais ao tratamento CP. Além disso, as dietas, compostas por ingredientes de origen vegetal, continham outro fator antinutricional para monogástricos, o fitato, que acredita-se interferir negativamente na utilização da energia da dieta, possivelmente por inibir a atividade da enzima α-amilase ou pela diminuição da digestibilidade da proteína da dieta (SELLE & RAVINDRAN, 2008), porém, o complexo enzimático possuía a enzima fitase, capaz de agir sobre o fitato e disponibilizar nutrientes, contribuindo para um melhor desempenho.
 
Conclusões
A inclusão do complexo enzimático, em dietas com redução energética, foi efetivo em proporcionar a melhoria do desempenho de suínos na fase de crescimento e terminação.
 
Referências Bibliográficas
1. BRITO M.S., OLIVEIRA C.F.S.; , SILVA T.R.G., et al. (2008) Polissacarídeos não amiláceos na nutrição de monogástricos – revisão. Acta Veterinaria Brasilica, v.2, n.4, p.111-117.
2. CARVALHO E.M., FREITAS J.A., FIALHO E.T., et al (2008). Utilização de complexo enzimático em rações para leitões na creche, Boletim da Indústria Animal,v.65, n.1, p.21-26.
3. FERREIRA, D.F. SISVAR - Sistema de análise de variância. Versão 5.3. Lavras-MG: UFLA, 2010.
4. GRAHAM, H. Mode de action of feed enzymes in diets based on low viscous and viscous grains, In: simposio latino americano de nutrição de suínos e aves, 1996, Campinas. Anais... Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, p. 60-69, Campinas, 1996.
5. LEENHOUWERS, J.I.; ADJEI-BOATENG, J.A.J.; VERRETH; SCHRAMA, J.W. (2006) Digesta viscosity, nutrient digestibility and organ weights in african catfish (Clarias gariepinus) fed diets supplemented with different levels of a soluble non-starch polysaccharide. Aquaculture Nutrition, v.12, p.111-116.
6. ROSA, A.P. & UTTPATEL, R. Uso de enzimas nas dietas para frango de corte, IN: VIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura, 2007, Chapecó. Anais... Chapecí, 2007, p. 102-115.
7. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L., et.al. Composição de alimentos e exigencias nutricionais de aves e suínos (Tabela Brasileira). Viçosa, UFV, 141 p., 2011.
8. SELLE, P.H.; RAVINDRAN, V. (2008) Phytate-degrading enzymes in pig nutrition. Livestock Science, Amsterdam, v. 113, n. 2-3, p. 99-122.
9. SILVA, C. A., VINOKUNOVAS, S. L., BRIDI, A. M., et al. (2013). Utilização de um complexo enzimático para rações contendo farelo de gérmen de milho desengordurado para suínos em fase de crescimento e terminação. Semina: Ciências Agrárias, 34 (6Supl2), p.4065-4082.

***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE APRESENTADO DURANTE O XVII CONGRESSO ABRAVES 2015- SUINOCULTURA EM TRANSFORMAÇÂO, ENTRE OS DIAS 20 e 23 DE OUTUBRO, EM CAMPINAS, SP.
Tópicos relacionados:
Autores:
Natália Sitanaka
IZ - Instituto de Zootecnia / Secretaria de Agricultura e Abastecimento
IZ - Instituto de Zootecnia / Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Recomendar
Comentário
Compartilhar
Profile picture
Quer comentar sobre outro tema? Crie uma nova publicação para dialogar com especialistas da comunidade.
Usuários destacados em Suinocultura
S. Maria Mendoza
S. Maria Mendoza
Evonik Animal Nutrition
Evonik Animal Nutrition
Gerente de Investigación
Estados Unidos
Ricardo Lippke
Ricardo Lippke
Boehringer Ingelheim
Estados Unidos
Uislei Orlando
Uislei Orlando
PIC Genetics
Director global de nutrición en PIC®
Estados Unidos
Junte-se à Engormix e faça parte da maior rede social agrícola do mundo.