Explorar

Comunidades em Português

Anuncie na Engormix

Comparação das exigências nutricionais para suínos machos castrados recomendadas pelas tabelas brasileiras (2011) e NRC (2012)

Publicado: 31 de julho de 2013
Por: Lidiane Boareto Scapini, Graduanda em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná -UFPR-, PR, e G.J.M.M. Lima, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves.
Sumário

Palavras-chave: aminoácidos digestíveis, energia metabolizável, cálcio, fósforo digestível, sódio

Introdução
O uso de fórmulas nutricionais específicas para cada fase de produção permite ajustar o perfil de proteína ideal e os níveis energéticos, bem como as outras exigências nutricionais, possibilitando que o suíno expresse o máximo do seu potencial genético para deposição de carne. Além da busca pela otimização da produtividade, é necessário formular dietas viáveis economicamente. Um dos problemas que ocorrem quando os níveis nutricionais são superestimados é a excreção do excesso de nutrientes, especialmente o nitrogênio e o fósforo, nas fezes e na urina com prejuízo ao ambiente (2,3). Recentemente, foram publicadas duas importantes referências para uso pelos nutricionistas: as Tabelas Brasileiras de Nutrição de Aves e Suínos (Rostagno et al., 2011) e o Nutrient Requirements of Swine (NRC, 2012). Estas referências pressupõem o uso de genótipos similares e a criação de animais em estado de saúde adequado, submetidos a condições de conforto térmico. O objetivo deste estudo foi comparar as exigências nutricionais propostas para suínos machos castrados em crescimento e terminação.
 
Materiais e Métodos
Analisamos as recomendações das Tabelas Brasileiras (TB, alto potencial com desempenho médio) e do NRC, considerando apenas suínos machos castrados em crescimento, dos 11 aos 135 kg de peso vivo. Além da energia metabolizável (EM), foram estudadas as recomendações de aminoácidos digestíveis verdadeiros, cálcio, fósforo digestível e sódio, em bases percentuais e de consumo diário de cada nutriente. As estimativas de consumo diário de alimento do NRC foram corrigidas, uma vez que esta referência acrescenta 5% no consumo, por conta do desperdício pelos animais.
 
Resultados e Discussões
O consumo diário de alimento sugerido nas TB foi maior em todas as fases de criação, em comparação àqueles considerados no NRC. Este mesmo tipo de resposta foi observado para as exigências de EM, os quatro aminoácidos digestíveis limitantes (Lys, Met, Thr, Trp), cálcio total e fósforo digestível. Considerando apenas a lisina digestível, as médias gerais de consumos diários em toda a fase de crescimento e terminação foram de 19,55 e 15,68 g/dia para as TB e o NRC, respectivamente, representando uma diferença ao redor de 25% entre elas. Contudo, foram verificadas diferenças entre as recomendações da relação de cada aminoácido digestível com a lisina digestível, especialmente para treonina, arginina, e fenilalanina (Tabela 1). Os níveis médios de cálcio total e fósforo digestível, recomendados pelo NRC, foram ao redor de 18 e 22% menores quando comparados aos propostos nas TB. No caso do sódio, as duas referências estudadas apresentaram exigências similares na fase inicial (1,9% de diferença). Entretanto, para as demais fases, os níveis sugeridos de sódio apresentaram diferenças marcantes entre as referências (Figura 1), podendo chegar a valores 50% maiores nas TB. Estas diferenças em exigências em sódio predispõem a maiores consumos de água e, consequentemente, maiores volumes de dejetos.
 
Conclusões
Existem diferenças marcantes entre as exigências nutricionais de suínos machos castrados em crescimento e terminação sugeridas pelas TB e o NRC. Dietas formuladas com base em uma ou outra referência poderão acarretar em diferenças consideráveis em desempenho, rentabilidade e impacto ambiental. Novos estudos irão fornecer subsídios para a melhor decisão por parte dos nutricionistas.
Fig. 1. Curvas de consumo e exigências de EM, lisina digestível e sódio sugeridas pelas TB e pelo NRC.
Comparação das exigências nutricionais para suínos machos castrados recomendadas pelas tabelas brasileiras (2011) e NRC (2012) - Image 1
Tab. 1. Relações, em base digestível, dos aminoácidos com a lisina.
Comparação das exigências nutricionais para suínos machos castrados recomendadas pelas tabelas brasileiras (2011) e NRC (2012) - Image 2
 
Referências
1. Nacional Research Council – NRC (2012). Nutrient Requirements of Swine. Washington, D.C., 11ED.
2. PERDOMO, C.C., LIMA, G.J.M.M., NONES, K. Produção de suínos e meio ambiente. 9ª Seminário Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, 2001.
3. ROSTAGNO, H.S., BÜNZEN, S., SAKOMURA, N.K., ALBINO, L.F.T. Avanços metodológicos na avaliação de alimentos e de exigências nutricionais para aves e suínos. R. Bras. Zootec., v.36, p. 295-304, 2007.
4. ROSTAGNO, H.S. et al. (2011). Tabelas brasileiras para aves e suínos, 3 ED.
 
**O Trabalho foi originalmente publicado por JINC – 6ª Jornada de Iniciação Científica Embrapa/ SIPEX – II Seminário de Pesquisa e Extensão da UnC – Concórdia/SC.
Tópicos relacionados:
Autores:
Lidiane Boareto Scapini
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Recomendar
Comentário
Compartilhar
Profile picture
Quer comentar sobre outro tema? Crie uma nova publicação para dialogar com especialistas da comunidade.
Usuários destacados em Suinocultura
S. Maria Mendoza
S. Maria Mendoza
Evonik Animal Nutrition
Evonik Animal Nutrition
Gerente de Investigación
Estados Unidos
Ricardo Lippke
Ricardo Lippke
Boehringer Ingelheim
Estados Unidos
Uislei Orlando
Uislei Orlando
PIC Genetics
Director global de nutrición en PIC®
Estados Unidos
Junte-se à Engormix e faça parte da maior rede social agrícola do mundo.