Introdução
A busca pela viabilidade de novos ingredientes e aditivos que atuem na redução dos custos com a alimentação na suinocultura é uma realidade nos atuais sistemas de criação industrial, aumentando os ganhos no sistema de produção. O desmame precoce para leitões é uma ferramenta neste processo, porém, características como secreção gástrica mal desenvolvida, consumo reduzido de alimento, reduzida capacidade de absorção, limitam o crescimento nesta fase (CORASSA, 2004; FERREIRA, 2001). Os aditivos como ácidos orgânicos e/ou seus sais, podem ser utilizados em dietas para leitões recém-desmamados, melhorando o desempenho dos animais e atuando no controle de problemas pós-desmame. Além disso, dietas suplementadas com ácidos orgânicos, podem aumentar a digestibilidade total aparente e retenção de nutrientes (PARTANEN; MROZ, 1999). Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a ação do ácidos orgânicos sobre a digestibilidade dos nutrientes em dietas para leitões na fase de creche.
Material e Métodos
O ensaio foi conduzido no Setor de Suinocultura, do Instituto de Zootecnia em Nova Odessa/SP. Para o ensaio, foram utilizados 24 leitões machos, com peso médio inicial de 8,21±0,79 kg. Foi utilizado um delineamento em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e seis repetições, onde cada gaiola metabólica, continha um animal. Os animais foram desmamados com 21 dias de idade, e o ensaio realizado com a ração formulada para a fase Pré Inicial II (32 a 45 dias de idade dos animais), sendo iniciado após 10 dias de adaptação. Os tratamentos avaliados foram: T1 (Controle): dieta sem acidificantes; T2: controle + 0,5% do Blend (21% ácido lático, 18% de ácido fórmico e 10% de ácido cítrico); T3: controle + 0,1% de Butirato (Butirato de sódio 30% encapsulado); T4: controle + 0,5% do Blend e + 0,1% de Butirato. As rações foram a base de milho e farelo de soja, e formuladas de acordo com exigências nutricionais indicadas por Rostagno et al.(2005). As excretas foram coletadas usando metodologia de coleta total, sendo realizadas as análises de matéria seca, energia bruta e nitrogênio, e calculado os coeficientes de digestibilidade da materia seca, proteína e nitrogênio. Os dados do experimento foram analisados através do programa SAS (SAS, 2001).
Resultados e Discussão
Tabela 1. Coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS%), da proteína bruta (CDPB%), coeficiente de retenção nitrogênio (%), e valores de energía bruta (Kcal/kg), energia digestível (kcal/kg) e energia metabolizável (Kcal/Kg) da dieta Pré II para leitões.
Ausência de efeito entre os tratamentos pelo teste de Tukey (P>0,05).
O uso de ácidos orgânicos na suplementação não influenciaram a digestibilidade fecal aparente de matéria seca, proteína bruta, energia bruta e os valores de energia digestível e metabolizável, não havendo diferença estatística entre os tratamentos (P>0,05). No presente estudo, foram formuladas rações complexas utilizando ingredientes altamente digestíveis, como proteínas lácteas, o que pode ter colaborado com os resultados obtidos. Em um estudo realizado por Costa e colaboradores (2011), ao testarem o uso do butirato de sódio e de um aditivo fitogênico em dietas para leitões, não ficou evidenciado o efeito dos mesmos sobre a melhoria da digestão e absorção de nutrientes.
Conclusões
Nas condições avaliadas e com o uso de dietas complexas altamente digestíveis para leitões, o uso dos acidificantes nas dietas testadas não influenciaram a digestibilidade fecal aparente dos nutrientes e os valores de energia digestível e metabolizável.
Referências Bibliográficas
1. CORASSA, A. Mananoligossacarídeos, ácidos orgânicos, probióticos e níveis de ácido fólico em Dietas para Leitões de 21 a 49 dias de idade. 2004. 64 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2004.
2. COSTA, L.B. et al . Aditivos fitogênicos e butirato de sódio como alternativas aos antibióticos para leitões desmamados. Archivos Zootecnia, Córdoba, v. 60, n. 231, sept. 2011.
3. FERREIRA, V. P. A., Ferreira, A. S., DONZELE, J.L., et. al. Dietas para Leitões em Aleitamento pós desmame. Revista Brasileira de Zootecnia v. 30, n.3, p.753-760, 2001.
4. PARTANEN, K.H.; MROZ, Z. Organic Acids for performance enhacement in pig diets. Nutrition Reserch Reviews, v.12, p.117-145, 1999.
5. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.; DONZELE, J.L.,et al. Composição de alimentos e exigencias nutricionais de aves e suínos (Tabela Brasileira). Viçosa, UFV, 2005. 141 p.
6. SAS INSTITUTE. SAS. Language Reference. Version 8, Cary: 2001. 1042p.
***O TRABALHO FOI ORIGINALMENTE APRESENTADO DURANTE O XVII CONGRESSO ABRAVES 2015- SUINOCULTURA EM TRANSFORMAÇÂO, ENTRE OS DIAS 20 e 23 DE OUTUBRO, EM CAMPINAS, SP.