Depois de semanas apresentando queda nos valores de comercialização do quilo do suíno vivo, o suinocultor começa a sentir alterações positivas no comércio. A expectativa é de preços mais elevados a partir desta quinzena. A carne suína, que enfrentou nesses dois primeiros meses do ano baixas substanciais, pode reverter esse quadro a partir deste mês. Essa é a expectativa dos suinocultores de todo o país.
Os altos índices de produção e as baixas no preço de venda colocaram a atividade em risco na maioria dos estados produtores. Ainda que a diminuição nos valores de comercialização seja histórica nesse período do ano, já que o movimento para as carnes é menor por conta das férias escolares, a expectativa é que o consumo deva recuperar seus patamares normais com a passagem do carnaval.
Em São Paulo, por exemplo, as baixas nos preços do suíno vivo e da carcaça no mercado interno preocuparam o setor com a descapitalização do segmento nos dois primeiros meses do ano. Se comparados o preço de comercialização entre janeiro e fevereiro a queda no valor médio do suíno vivo foi de 21,72% (R$ 2,90 contra R$ 2,27/Kg). Agora nesta semana, a Bolsa de Comercialização de Suínos do Estado de São Paulo apresentou sinais de melhora com mercado firme para compras de animais, com comercialização de 4.340 suínos em R$ 52,00/@, o equivalente a R$ 2,77 o quilo.
Os mineiros também já podem sentir os bons ventos para a suinocultura nos próximos dias. Segundo a Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) o quilo do suíno vivo foi comercializado nesta semana a R$ 2,60. No mesmo período de fevereiro, os suinocultores do estado estavam recebendo cerca de 5% a menos pelo quilo.
Já no Mato Grosso os preços deverão subir em alguns dias, segundo informações da Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat). Para os suinocultores do estado a alta tributação estadual é um dos principais empecilhos para a rentabilidade da cadeia suína mato-grossense. A categoria espera que o governo do estado atenda a reivindicação do setor, que pede a isenção o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a venda interestadual do animal vivo. Nos estados do sul os preços de comercialização se mantêm estabilizados, segundo a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) o quilo do suíno vivo está sendo vendido a R$ 2,26.
Depoimentos
Observa-se uma boa procura por animais vivos, a venda tanto no atacado como no varejo estão acontecendo em volumes satisfatórios. O mercado segue firme e com provável realinhamento nos preços nos próximos dias.
Valdomiro Ferreira, presidente da APCS
Acreditamos que o mercado venha a reagir já nas próximas semanas e que o custo de produção normalize para o que produtor possa se manter na atividade. Com o término do feriado do carnaval nossa expectativa é que haja aumento de consumo em grande parte do estado.
Carlos Geesdorf, presidente da APS.
Nosso grande obstáculo é a diferença entre o custo de produção do quilo do animal, estimado em R$ 2,15 e o valor negociado no mercado que está em torno de R$ 2,00. Para não perder a competitividade estamos mantendo os preços de venda abaixo do custo de produção. Com a retomada dos preços em Minas Gerais e São Paulo, aguardamos o alinhamento nos valores daqui.
Custódio Rodrigues de Castro Júnior, secretário-executivo da ACRISMAT