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Os fatos marcantes de 2012 na visão das associações suinícolas estaduais

Publicado: 27 de dezembro de 2012
Fonte : Redação Suinocultura Industrial
Foi um ano difícil para a suinocultura brasileira. 2012 foi marcado principalmente pela alta dos preços das commodities agrícolas- como milho e soja -, o que elevou os custos de produção do suinocultor, prejudicando sua rentabilidade. No entanto, o aumento das ações de fomento do consumo interno de carne suína, através do Projeto Nacional do Desenvolvimento da Suinocultura, compensou um pouco dos prejuízos obtidos neste ano. 
Apesar das dificuldades, os produtores de cada unidade da Federação continuam a confiar no trabalho das associações de classe, que seguem na busca de soluções para melhorar a situação do suinocultor nacional a cada ano. Este ano, a principal ação destas entidades foi o Ato Público dos Suinocultores Brasileiros, realizado em São Paulo (SP) durante a AveSui 2012 e posteriormente em Brasília (DF). A ação liderada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) buscou alertar o governo brasileiro da crise que a suinocultura estava enfrentando e pediu mais esforços dos governantes em favor da cadeia. 
Enfim, os representantes das principais representações suinícolas brasileiras* que destacam, a seguir, os fatos mais marcantes da suinocultura de cada Estado em 2012. Confira abaixo. 
Valdomiro Ferreira Junior, presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) 
"De ponto negativo, destaco que patamares de preços de milho e soja - jamais vistos antes - provocaram a quebra de muitos suinocultores em 2012. De pontos positivos, destaco a certificação de mais três novas granjas com o Selo Suíno Paulista - marca de qualidade de nossa suinocultura - e também a consolidação do Consórcio Suíno Paulista, que hoje representa mais de 36 mil matrizes no Estado. A entrada de São Paulo no Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), resultante de parceria entre APCS, ABCS e Sebrae, possibilitou a realização de cursos de capacitação de inúmeros profissionais que trabalham nas granjas suinícolas paulistas. Este é mais um ponto positivo de 2012".

Carlos Geesdorf, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS) 
"A constatação de que a suinocultura não tem união, não tem força e não é reconhecida pelos governantes exatamente por isso. Qualquer outra categoria ou segmento em dificuldade senta com o governo e em questão de dias está com seus problemas equacionados. Vide o exemplo do IPI dos automóveis e da postergação da lei do Transporte [descanso dos caminhoneiros]. A suinocultura brasileira vive de "pedir", sempre com o chapéu na mão e, portanto, não tem valor. A cadeia é tratada assim por quem deveria resguardá-la, defendê-la e criar mecanismos estruturantes, tais como controle da produção, regulamentação das obrigações contratuais entre produtores e indústria, manutenção da quantidade, qualidade e preço dos insumos necessários para quem produz, etc. Enquanto esta situação perdurar, viveremos na mão de aventureiros que se arvoram de lideres e que, na verdade, só estão usando o produtor para seu próprio beneficio ou para benesses as quais não fariam se tivessem de gastar do seu próprio dinheiro.

Lozivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS)

"Destaco as aberturas de mercados americano e japonês, embora não tenha trazido rentabilidade para o produtor, mas foi um marco importante para as negociações futuras. Outro fato marcante foi o manifesto em Braço do Norte, onde numa feira internacional protestamos e ao invés de colocar suínos para comercializar, colocamos cruzes simbolizando a morte dos produtores e da produção. Isso acordou o País para a grave crise do setor, sendo discutida no Senado. Depois deste manifesto conseguimos levar a discussão para o Senado numa grande mobilização do setor com o manifesto em Brasília".

Valdecir Luis Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs)

"Já no início do segundo semestre, acredito que um fato marcante foi o Ato Público dos Suinocultores Brasileiros, realizado em Brasília, com cerca de 700 produtores de suínos de todo o Brasil. Para mim, foi um divisor de águas. A partir dessa mobilização conseguimos perceber que alguma coisa se modificou em termos de mercado. O mercado reagiu um pouco, acredito que a pressão ajudou a fazer com que o mercado reagisse. Contamos com algumas medidas do Governo, solicitadas durante esse período todo, que praticamente não surtiram efeito para melhorias do mercado. A prorrogação de dívidas dos suinocultores foi a que mais surtiu efeito, oferecendo um fôlego ao produtor, mas, infelizmente, o Governo Federal deixou de fora os suinocultores integrados. Outro fato marcante em 2012 foi a situação vivida pelos produtores da Doux Frangosul, que se estendia desde 2010 e teve uma solução no final de março".

Nélio Hand, secretário executivo da Associação de Suinocultores do Espírito Santo (Ases)

"Vimos muitas mobilizações por parte das associações nacionais e estaduais na luta pela continuidade da atividade e por condições melhores de produção. Passamos por momentos críticos e de muitas incertezas, mas constatamos a força da atividade nas articulações com autoridades políticas no cenário nacional e estadual. Além disso, as ações em prol do aumento do consumo da carne suína tiveram continuidade. Notamos claramente uma sensibilização por parte do consumidor, que a partir do momento que obtém informações sobre a saudabilidade da carne suína, começa a ver essa rica proteína com outros olhos". 

Paulo Lucion, presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat)

"O fato mais marcante dentro da suinocultura nacional certamente foi o Ato Público realizado pelos produtores brasileiros em Brasília. Dessa forma, pudemos mostrar ao Governo Federal a força que atividade representa em termos de empregabilidade e rentabilidade. Especialmente no Mato Grosso, esse ato fez com que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente reconhecesse os esforços dos suinocultores para se manter em acordo com as exigências, o que pode refletir positivamente nas exportações do Estado. Além disso, a Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso completa, no dia 22 de novembro, 20 anos de trabalho e apoio ao setor".   

Marcelo Placido, presidente da Associação Baiana de Suinocultores (ABS)
 
"Destaco a manifestação que a ABCS coordenou e seu marco divisor na crise como forma de que as autoridades, a imprensa e mesmo o grande público tomassem conhecimento da situação. Este evento demonstrou que através de uma liderança e a definição clara de objetivos produz resultados. Sabemos que este movimento não resolveu a crise, mas trouxe soluções que a atenuaram. Fomos capazes também, a partir deste momento, de unir as duas entidades que representam a atividade, a ABCS e a Abipecs. Esta união fortaleceu o setor e passamos a ser ouvidos pelas autoridades e nossa força ficou evidente".

Julio Cesar Carneiro, presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS)

"A ação do PNDS e da AGS em Goiás certamente é o maior destaque de 2012. Promovemos cursos de capacitação, treinamentos, etc., em bares, restaurantes, escolas, açougues, tudo visando a melhor apresentação da carne suína vendida ao consumidor, incentivando o seu consumo. A AGS está atuando fortemente no mercado interno"

José Evairton Andrade Brito, presidente Associação dos Suinocultores do Sergipe (Suin/SE)

"O fato mais marcante dentro da suinocultura nacional foi o Ato Público realizado pelos produtores brasileiros em Brasília. A ação da ABCS mobilizou toda a cadeia suinícola e mostrou sua força como cadeia produtiva brasileira".

Arão Antonio Moraes, presidente da Associação Sul-Matogrossense de Suinocultores (Asumas)

"Não tenho memória para lembrar algum fato marcante dentro da suinocultura do Mato Grosso do Sul este ano. Só as coisas ruins foram impactantes. O mau preço, esse sim foi marcante. O suinocultor vendendo porco barato foi marcante. Do restante, não temos nada a comemorar." 
João Bosco Martins de Abreu, presidente da Associação dos Suinocultores o Estado de Minas Gerais (Asemg) 
Para a suinocultura como um todo o ano foi marcado por uma crise que acabou se transformando em oportunidade de unir toda a cadeia, mas para Minas Gerais, especialmente, o fato marcante foram as 4 décadas de existência de nossa Associação. 40 anos de lutas em prol da suinocultura que foram comemorados em grande estilo junto aos suinocultores e suas famílias, de uma forma bastante marcante. 
Paulo Helder, presidente da Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce) 
"Um fato marcante para a suinocultura cearense em 2012 foi o aumento da apresentação de opções de carne suína nas gôndolas dos supermercados. Isso é reflexo do trabalho que foi feito pelo Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS)".  
Alexandre Cenci, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin) 
"Sem duvida foi o ano em que marcou um divisor de águas, em que a imagem caricata do criador de suíno desapareceu, mostrando que esta atividade é muito sensível a varias questões, o ano em que o crivo maior foi o da profissionalização da atividade, e fez com que o empresário da área levantasse a cabeça e tivesse uma visão além da sua propriedade característica do mundo globalizado". 
* Suinocultura Industrial entrou em contato com todas as associações. As respostas estão em ordem de recebimento do material. As entidades que não enviaram material até a publicação desta notícia não foram incluídas.
Fonte
Redação Suinocultura Industrial
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