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Brasil - ABRAVES 2007: Suinocultura do futuro

Publicado: 9 de outubro de 2007
Fonte : E. Panty, Assessoria de Comunicação Abraves 2007
Como produzir carne suína dentro de padrões internacionais atendendo as exigências de qualidade sem impacto ambiental será a tônica do mais importante evento da suinocultura brasileira

O 13º Congresso Brasileiro de Veterinários Especialistas em Suínos - ABRAVES 2007, que será realizado de 16 a 19 de outubro no Centro de Convenções em Florianópolis, SC vai debater os desafios e soluções para o setor produtivo de carne suína no mercado globalizado. Especialistas, veterinários, produtores e estudantes vão trocar experiências e conhecer novas tecnologias a serviço da sustentabilidade do setor, que investe cada vez mais em pesquisas que otimizam a produtividade e reduzem o impacto ambiental.

Um dos temas de maior repercussão “Adaptação Ambiental da Suinocultura: Uma Visão Global” Eserá apresentado pelo Químico Industrial, Dr. Airton Kunz,

Pesquisador e Gestor do Núcleo Temático de Meio Ambiente da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia, que defende que os sistemas produtivos modernos apontam para um modelo de concentração e aumento de escala de produção com vistas a redução dos custos de produção, mas que isso, por uma questão de sobrevivência deve obrigatoriamente ser um processo sustentável.

Kuntz destaca a importância da evolução tecnológica da produção de carne para a população “ Os sistemas de produção de animais têm sofrido grandes transformações através do tempo para tentar suprir a nossa demanda por alimentos de origem animal. Um fenômeno que se observa é a profissionalização do setor produtivo transformando as granjas produtoras de animais em verdadeiras fábricas de proteína animal”. E diante dessa missão de alimentar a humanidade está o desafio de produzir com o menor impacto ambiental possível.

O pesquisador elerta que adequação ambiental e produção sustentável devem fazer parte muito em breve do rol de barreiras internacionais, funcionando como pré-requisito para exportação para mercados mais exigentes. “Além dos limites de emissão para licenciamento, a união européia apresenta diretivas para prevenção e controle para atividades industriais e agrícolas e todas devem ser licenciadas até o final do ano de 2007 (IPPC, 2007). Os Estados Unidos apresentam variações entre os diferentes estados, mas em nível federal a agência de proteção ambiental é bastante restritiva aos sistemas de produção de animais confinados com limites de emissão e controle para solo, água e ar (EPA, 2007)”.



Mudança de paradigma



Segundo especialistas o desafio da suinocultura de ponta desenvolvida no Brasil é o investimento em projetos que viabilizem o custo da adequação ambiental e ainda permitam gerar mais rentabilidade ao produtor. Realidade que saiu dos laboratórios e hoje faz parte de negociações milionárias no mercado internacional dos créditos de carbono por exemplo.

Além disso, o impacto positivo da tecnologia acontece além das porteiras das granjas quando a sociedade percebe que o dejeto de suínos , antes tão poluente, quando recebe o tratamento adequado, transformado em biofertilizante, promove melhorias na estruturação de solos, na qualidade de vida, fixa o homem no campo, dando viabilidade as propriedades rurais .

A prova da valorização internacional de práticas sustentáveis é o tratado de Kyoto , que motivou a implantação de biodigestores nas granjas de suínos, o que resultou em agregação de valor como o crédito de carbono, melhora o processo de tratamento dos dejetos e produção de biogás que pode ser utilizado para a geração de energia térmica e elétrica, possibilitando uma visão ampla do ponto de vista ambiental e sustentável da suinocultura brasileira. Um passo importante para uma atividade marginalizada até pouco tempo.



Tecnologia é a solução



Se a criação de suínos em confinamento era potencialmente poluente, hoje a realidade é outra nas granjas tecnificadas , que adequadas à legislação ambiental vigente, tem conseguido aliados importantes como pesquisadores dispostos a viabilizar a atividade fazendo o reaproveitamento de dejetos. A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável integra aspectos de competividade e viabilidade em relação à capacidade tecnológica de produzir.

Kunz afirma que a emissão de gases por sistemas de manejo incorretos, como o armazenamento e aplicação no solo dos dejetos , contribuem para a emissão de gases na atmosfera, alguns deles com poder estufa como metano “O dióxido de carbono (CO2) e óxido nitroso (N2O), embora emitido a baixas concentrações possui um potencial de aquecimento cerca de 310 vezes maior do que o CO2. Além destes gases a emissão de amônia tem sido objeto de preocupação e controle na união européia e Estados Unidos devido a sua contribuição para a formação de chuva ácida”alertou o pesquidador.

O Protocolo de Kyoto, que surgiu de um pacto global pela busca de melhorias no clima do planeta, estabeleceu que os países desenvolvidos devem reduzir as emissões de gases efeito estufa, podendo estes países promover este trabalho fora do seu território. Para isso, podem desenvolver a alternativa do MDL, ou mecanismo de desenvolvimento limpo. Esta alternativa implica em assumir responsabilidade para reduzir as emissões de poluentes e promover o desenvolvimento sustentável. São mecanismos de investimentos pelos quais os países desenvolvidos aplicam recursos financeiros em projetos que venham reduzir a emissão de gases do efeito estufa com metas de redução de poluentes.

Estes projetos têm como objetivo desenvolver e adotar métodos de produção que minimizem esses impactos. Tais impactos ocorrem principalmente no ar (através da emissão de gases e poeira), no solo (com excessos minerais causados pelo mau uso do dos dejetos e descarte de animais mortos) e na água (pelo uso excessivo de água e desperdício em equipamentos).

A palestra “Restrições ambientais à suinocultura: uma visão global” com Airton Kunz será apresentada na sexta feira, dia 19 de outubro.



Congresso apresenta novidades em genética, nutrição, sanidade e manejo



Na programação do congresso está prevista a Palestra Magistral “Como evolui a sanidade na suinocultura”, com Peter Davies, na quarta feira dia 17. Ainda na quarta feira, primeiro dia do congresso técnico no Painel A o tema será Inovações em sistemas de produção : Sistemas desmama a terminação: desafios e resultados – William L. Hollis ; Alojamento de porcas em grupos – Antonio Palomo Yagüe; Logística da produção: ameaça ou oportunidade? – Guilherme Brandt

No Painel B, com o tema Ciência e prática no manejo reprodutivo : Uso de hormônios como ferramenta no manejo reprodutivo – Ivo Wentz; Pontos críticos no manejo da porca para a produção de leite – Noel Williams; Interpretação do perfil sorológico de doenças infecciosas da reprodução – Jaime Maldonado

No encerramento do primeiro dia no Espaço Empresarial haverá sessões paralelas das empresas Schering e Agroceres.

O segundo dia do congresso abre espaço para uma doença que tem forte impacto sanitário e econômico nas granjas com a Palestra Magistral: Circovirose: avanços e dúvidas com Gordon Allan.

Durante a tarde o Painel C sobre Sanidade nas granjas abordará : Como usar as ferramentas para o controle das doenças respiratórias com Mike Mohr; Quarentena: existe meio termo? com Roniê Pinheiro; Baia hospital e a recuperação de leitões com Nelson Mores . O Painel D sobre Nutrição e saúde dos leitões apresentará os temas : Saúde pós-desmame: vitaminas e outros nutrientes com Adsos Adami dos Passos; Saúde pós-desmame: manejo e microbiota intestinal com Charles Maxwell e Nutrição e diarréia dos leitões com Gustavo Lima . No Espaço Empresarial as sessões paralelas são com Pfizer e Bayer.

Na sexta feira, último dia do congresso, o Painel Magistral abordará o tema “Conhecimento e tecnologia frente aos desafios da suinocultura” e contará com as palestras “Bem estar animal: auditorias em granjas de suínos” com Elisiv Tolo; “Respostas da suinocultura brasileira às restrições no uso de antimicrobianos” com Antonio Mario Penz Jr. . O encerramento do Congresso terá a palestra “OIE: regionalização e outros conceitos”.
Fonte
E. Panty, Assessoria de Comunicação Abraves 2007
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