A coccidiose é uma doença entérica que acomete os leitões, principalmente entre 5 a 15 dias de idade, provocando diarréia persistente. A infecção ocorre com maior freqüência em instalações com falta de higiene, condição ambiental inadequada onde um elevado número de leitões apresenta manifestações clínicas com efeitos negativos ao desempenho dos mesmos. A mortalidade geralmente é menor que 5%, porém pode atingir mais de 20% quando associada aos outros agentes.
Os leitões mais velhos e animais adultos atuam como portadores. As possíveis fontes de infecção são as fezes dos leitões infectados de lotes anteriores que permanecem nas baias, e as fezes da própria matriz infectada. A doença pode persistir no plantel por várias semanas ou meses, quando se utiliza um sistema de manejo contínuo. Ocorre com maior freqüência nos períodos mais quentes e úmidos, pois temperatura e umidade elevadas favorecem a esporulação dos oocistos, que permanecem durante muito tempo no meio ambiente e são resistentes a maioria dos desinfetantes utilizados. Sua permanência viável no solo chega até a 15 meses em temperatura de 40 a 45°C.
A via de infecção pode acontecer nos primeiros dias de vida do leitão, sendo os oocistos esporulados ingeridos pelos leitões através de fezes infectadas, instalações e alimentos contaminados. Após 5 a 7 dias os oocistos são liberados rompendo as células intestinais parasitadas, sendo eliminado nas fezes, contaminando o meio ambiente externo. As rupturas maciças destas células levam a um quadro de diarréia, desidratação e norte.
Os oocistos danificam a mucosa intestinal prejudicando a absorção dos nutrientes da dieta, isto resulta em baixo ganho de peso; conversão alimentar comprometida; predisposição a outras doenças infecto-contagiosas; aumento da taxa de refugos e aumento da taxa de mortalidade.
Por se tratar de uma infecção extremamente contagiosa é necessário um controle permanente da coccidiose, utilizando anticoccidiano de forma preventiva, alem da adoção de medidas de higiene e manejo.
Ocorre alteração fecal que varia desde uma diarréia pastosa esbranquiçada até uma mais líquida amarelada que é mais comum em leitões de sete a onze dias de idade. Os leitões afetados apresentam desidratação; perda de brilho e engrossamento dos pêlos; redução no ganho de peso; alta morbidade e mortalidade moderada, mas que pode ser alta quando associado a outro agente bacteriano como colibacilose, rotavirose e clostridiose.
Existe estudo que isospora suis pode causar diarréia em leitões de desmame entre 5 a 6 semanas de vida ou 4 a 5 dias pós desmame. Nesse caso a mortalidade pode chegar 80-90% dos lotes. Outro sinal importante é a baixa resposta ao tratamento com antibióticos.
MEDIDAS DE CONTROLE - Trabalhar com sistema todos dentro todos fora. - Vazio sanitário, mínimo cinco dias. - Limpeza rigorosa nas salas de maternidade diariamente. - Uso de material independente para cada sala. - As fêmeas devem entrar limpas na maternidade. - Aplicar ivermectina nos 100 dias de gestação. - Usar um detergente de preferência orgânico. - Desinfecção á base de Amônia Quaternária. - Lavar a sala com 65°c durante 15 minutos. - Passar lança chama. - Manter celas parideiras e escamoteadores secos. - Utilizar piso sólido de concreto. Piso vazado ou de madeira impossibilitam uma adequada desinfecção favorecendo a permanência do coccídeo. - Evitar contato de fezes com alimentos e água. - Realizar controle de moscas, pássaros e roedores que podem disseminar oocistos entre as baias. - O leite da porca não transmite imunidade aos leitões, mas os leitões desenvolvem forte imunidade após a infecção e resistem a reinfecção. - Usar anticoccidiano como preventivo ao 3-4 dias de vida.
Somente queria comentar que o uso da ivermectina aos 100 dias nao tem nada que ver com o controle da coccidiose. O periodo vazio sanitario nao precisa ser de cinco dias, o uso do lanca chama pode reducir o periodo a um dia.
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