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A redução da emissão de gases produtores de efeito estufa na produção de carne suína

Publicado: 11 de novembro de 2022
Por: Henrique Brand - Responsável Técnico para Suinocultura na Evonik
O termo ESG que vem cada vez sendo mais conhecido, surgiu em 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria da ONU com o Banco Mundial, e significa em inglês environmental, social e governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma corporação, de uma organização.
Por que cada vez mais empresas têm publicado os seus relatórios anuais de sustentabilidade?
Basicamente, por causa da direção que os mercados vêm tomando nos últimos anos e da importância que o tema efetivamente tem.
Além disso, com todo o processo e tudo que vem acontecendo, nós saímos de um passivo, de uma preocupação ambiental para um ativo financeiro.
Existe ainda uma oportunidade para os países menos desenvolvidos, que geram menos emissões de CO2, venderem seus créditos de carbono no mercado.
A produção de alimentos é responsável por cerca de 26% das emissões globais de gases produtores de efeito estufa e, desses 26%, um terço são emitidos por atividades de produção animal e pesca.
Segundo a FAO, para produzir 1 kg de proteína suína, são emitidos 55 kg de CO2 equivalente na atmosfera.
Se compararmos esse valor com a emissão de CO2 equivalente para produzir 1 kg de proteína bovina, estamos muito bem, já que são emitidos cerca de 295 kg de CO2 equivalente para a produção da proteína bovina, ou seja, mais de 5 vezes a emissão para produzir proteína suína.
Em uma visão geral, a produção de carne bovina e de leite de vacas são responsáveis pela maior quantidade de emissões, cerca de 61% das emissões de gases produtores de efeito estufa do setor de proteína animal.
A produção de carne suína é responsável por 9% das emissões e a produção de ovos e carne de frango por 8% das emissões.
Os outros 22% se dividem entre produção de carne e leite de búfalos, carne de pequenos ruminantes e piscicultura
Dos 55 kg de CO2 equivalente para produzir 1 kg de proteína suína, quase 36% são provenientes da alimentação dos animais, considerando as emissões desde a produção dos grãos que serão usados nas rações até o abate;
Esse dado é importante pois, podemos ver que a nutrição tem um papel muito relevante nas emissões de gases produtores de efeito estufa da atividade.
Uma medida que já é aplicada na nutrição de suínos é a formulação das dietas com o conceito de proteína ideal, no qual as relações ideais entre os aminoácidos é atingida proporcionando a redução da proteína bruta e, consequentemente, a menor excreção de nitrogênio no meio ambiente através da urina e fezes dos suínos;
Como temos a possibilidade de adicionar aminoácidos sintéticos nas rações para atender os requerimentos dos animais, a inclusão de farelo de soja diminui e isso proporciona um maior equilíbrio entre a ingestão e demanda de nitrogênio dos animais;
Os artigos científicos nos quais foram avaliadas dietas com redução de proteína bruta para suínos mostram que, em média, a redução de 1 ponto percentual na proteína bruta, proporciona uma redução de 9% na excreção de nitrogênio no meio ambiente;
Além disso, a redução de 1 ponto percentual na proteína bruta leva à diminuição de 3% em média no consumo de água pelos animais.
Para dar uma ideia do potencial de redução da excreção de nitrogênio no meio ambiente com a utilização de aminoácidos sintéticos nas dietas, fizemos uma simulação de ração para suínos na fase de crescimento apenas com milho e soja e, nesse caso, a proteína bruta ficou em 22,78%.
Com a inclusão de lisina, metionina, treonina, triptofano e valina, a proteína bruta total caiu para 15%.
Se compararmos a redução da excreção de nitrogênio da dieta sem aminoácidos sintéticos, apenas milho e soja, com a dieta mais moderna com inclusão até de valina, é nítida a evolução e a contribuição da nutrição animal na para a redução da contaminação do meio ambiente.
A redução na excreção de nitrogênio por parte dos animais é importante pois o nitrogênio é um fator que contribui para a eutrofização e acidificação das águas e dos solos.
Além disso, o nitrogênio em excesso pode ser convertido em óxido nitroso, um dos gases produtores de efeito estufa.
Além da redução da excreção de nitrogênio no meio ambiente, a redução da proteína bruta nas dietas também proporciona uma redução nas emissões de gases produtores de efeito estufa, tanto pela redução do excesso de nitrogênio que pode ser convertido em óxido nitroso, quanto pela redução direta na produção de dióxido de carbono.
Considerando as mesmas simulações das dietas que citei anteriormente, a redução na quantidade de CO2 equivalente proporcionada pela adição dos aminoácidos sintéticos até a L-valina, ocasionou uma redução de 20,45 kg de CO2 equivalente por tonelada de ração produzida.
A Evonik possui uma ferramenta chamada AMINOFootPrint que calcula as emissões de CO2 equivalente, potencial de eutrofização e acidificação das dietas e o consumo estimado de água por parte dos animais. Essa ferramenta considera vários fatores como a fórmula das rações, a distância de transporte das matérias primas, a conversão alimentar, entre outros fatores.
Além disso, o AMINOFoot Print é certificado e, as suas informações podem ser publicadas nos relatórios de sustentabilidade.
Extrapolando essa quantidade para uma empresa que produz 10 mil toneladas de ração por mês, a redução na eliminação de gases produtores de efeito estufa corresponde à eliminação de mais de 4.800 carros circulando no mesmo período.
Além disso, a nutrição de precisão também é uma ferramenta muito útil para a redução da contaminação ambiental, junto com o progresso das genéticas, sanidade, manejo entre outros que fazem com que os animais sejam mais eficientes em converter o alimento em carne.
Essa melhor eficiência dos animais, como vemos a cada ano, conversões alimentares mais baixas, são sim determinantes na melhora da sustentabilidade ambiental da cadeia da suinocultura.
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Autores:
Henrique Gastmann Brand
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