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Enzima NSP Suínos

Enzima NSP melhora o desempenho e diminui custos de alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação

Publicado: 21 de julho de 2010
Por: C.Y.Liu (Professor e Pesquisador do Instituto Tecnológico de Taiwan), Y.G.Liu (Diretor Técnico da Adisseo Asia-Pacifico), y A.Mori (Gerente de Especialidades da Adisseo América do Sul)
A suplementação com uma enzima degradadora de NSP eficaz pode recuperar completamente o desempenho de suínos em crescimento e terminação alimentados com dieta a base de milho e soja de baixo requerimento, no nível do controle positivo, além de reduzir o custo de alimentação.
Amplamente utilizado na avicultura, as enzimas exógenas vem ganhando espaço na produção de suínos, com o principal objetivo de reduzir os custos de produção na suinocultura de forma segura. A digestão das matérias primas nos animais é uma hidrólise enzimática ou um processo intestinal de degradação das substâncias orgânicas complexas das dietas em moléculas pequenas. Os suínos, animais não ruminantes, são incapazes de digerir polissacarídeos não amiláceos (PNA, ou NSP em inglês), estruturas complexas da parede celular dos ingredientes vegetais presentes nos alimentos. Apenas um amplo perfil de atividade enzimática é capaz de atuar de maneira eficaz nos NSP, quebrando esses fatores antinutricionais e melhorando a digestibilidade dos alimentos.
A taxa de digestibilidade típica da matéria seca no final do íleo é calculada entre 60-65% para suínos em crescimento. Embora essa taxa é maior quando se considera a digestibilidade no ceco (principalmente devido à fermentação), uma parte importante do alimento não é digerido. A utilização de enzimas para degradação de NSP ganhou popularidade em dietas de desmame para ajudar na digestão de partes da dieta contendo celulose, hemicelulose, pectina e outros polissacarídeos não amiláceos que são indigeríveis para os leitões. Sem dúvida, a aplicação de enzimas alimentícias em suínos de crescimento e terminação segue baixa devido a resultados aparentemente inconsistentes que estão disponíveis hoje.
Este artigo relata um estudo bem controlado usando 72 suínos híbridos DLY, em crescimento, entre 33 e 115 kg de peso vivo.  Os animais foram alimentados com dieta a base de milho e soja. O teste possuía três tratamentos, denominados CP (controle positivo, dieta padrão), CN (controle negativo, dieta com redução de 60-70 kcal EM/kg e 1,5% de aminoácidos digestíveis) e CN+AP (controle negativo com enzima degradadora de NSP, Rovabio® Excel AP - Adisseo). Cada tratamento possuía 6 repetições e cada repetição 4 animais, machos e fêmeas (50:50), alojados separadamente.
Os resultados mostram que a redução das especificações em 60-70 kcal EM/kg alimento e em 1,5% de aminoácidos digestíveis não mudou significativamente o consumo de alimento nem a taxa de crescimento, mas alteraram a eficiência alimentar (p<0,05); a suplementação com o produto enzimático melhorou consideravelmente a taxa de crescimento (p<0,05), a conversão alimentar (p<0,05 sobre o CN) e restaurou o desempenho ao nível do CP. Os custos de alimentação por animal reduziram entre 3,9-4,6%; gerando economia de US$ 0,75 por suíno, com incremento extra de peso de 2,3 kg, além de atingir o peso de mercado 3 dias mais rápido.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Este estudo foi realizado na granja experimental de suínos do Instituto de Tecnologia Animal de Taiwan (ATIT), usando 72 suínos híbridos DYL (peso inicial 33,3 kg) de mesma origem genética. Estes animais foram separados em blocos segundo o peso inicial e foram alojados aleatoriamente em 3 tratamentos alimentares, com 6 repetições por tratamento e 4 suínos por repetição. Machos e fêmeas (50:50) foram alojados separadamente em gaiolas com piso de concreto (3,2 x 2,6m) no total de 18 gaiolas.
Neste estudo foi utilizado ração farelada, com dietas a base de milho, farelo de soja e óleo de soja, segundo o perfil ideal de aminoácidos digestíveis. A composição nutricional da dieta do controle positivo para suínos em crescimento (35-75 kg) e em fase de terminação (75-115 kg) seguiu os padrões da indústria (tabelas 1 e 2). A dieta do controle negativo possuía menos energia metabolizável (-60 e -70 kcal EM/kg para suínos em crescimento e terminação, respectivamente) e menos aminoácidos digestíveis (-1,5%). A dieta CN+AP era a dieta de controle negativo suplementada com Rovabio® Excel AP na dose de 50 g/ton. de ração. A enzima Rovabio® Excel AP continha 22.000 unidades de xilanase/g e 2.000 unidades de ß-glucanase/g, mais celulase e uma variedade de outras enzimas associadas à degradação de NSP. A retenção adequada da enzima na dieta foi confirmada pelo Kit de Prova Rápida fornecido pela Adisseo. A ração e água foram oferecidas ad libitum.
Tabela 1: Formulação e composição dos alimentos (g/kg)
Enzima NSP melhora o desempenho e diminui custos de alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação - Image 1
Enzima NSP melhora o desempenho e diminui custos de alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação - Image 2
Os suínos foram pesados individualmente no início e ao final da cada fase; o consumo de alimento foi registrado por gaiola para calcular o ganho médio diário (GPD); o consumo de alimento médio diário (CRD) e a eficiência alimentar (consumo de alimento/ganho de peso). O teste encerrava quando a média de peso de uma repetição ou gaiola alcançava 115 kg. Os dados foram analisados com o programa GLM do SAS (SAS Institute Inc., Cary, NC, USA) usando as gaiolas como unidade experimental.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desempenho durante a fase crescimento
A tabela 2 mostra os resultados de desempenho. Durante a fase de crescimento, quando comparado ao grupo CP, os suínos alimentados com a dieta de especificação baixa (CN) tiveram taxa de crescimento ligeiramente menor (-3%), com consumo de ração e taxa de conversão alimentar similares, sem diferença significante (p>0,05). Isso indica que a restrição moderada na densidade de nutrientes na dieta não afetou significantemente a taxa de crescimento, a qual é limitada pelo consumo.
Tabela 2: Desempenho do crescimento de suínos alimentados com dietas com e sem enzima.
Enzima NSP melhora o desempenho e diminui custos de alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação - Image 3
A suplementação enzimática melhorou significativamente o desempenho dos suínos alimentados tanto com a dieta CN como CP, com GD de 8,5% sobre o CN (p<0,01) e 5,3% sobre o CP respectivamente. Embora a adição da enzima tenha incrementado apenas numericamente o consumo de alimento, melhorou significativamente a eficiência alimentar em 4,4% sobre o CN (p<0,01) e 3,7% sobre o CP.
Durante a fase de terminação, a taxa de crescimento não foi alterada significativamente pelos tratamentos. Sem dúvida, os animais alimentados com a dieta CN tenderam a comer mais (4,2%) sem considerar a adição da enzima e a suplementação enzimática melhorou numericamente conversão alimentar em 5 pontos sobre a dieta CN (p>0,05).
O desempenho geral (33-115 kg) mostrou que a redução nutricional na dieta não teve impacto sobre o consumo de alimento nem a taxa de crescimento, mas afetou a conversão alimentar (-3,42%, p<0,05), e a suplementação enzimática aumentou o ganho de peso diário na dieta CP e CN (p<0,05), melhorando significativamente a eficiência alimentar sobre a dieta CP (p<0,05), e restaurando ao nível do tratamento CP. Estes resultados sugerem que a adição da enzima compensou totalmente a redução de 60-70 kcal EM/kg de alimento e de 1,5% de aminoácidos digestíveis.
Tempo de comercialização e economia
Ao final do estudo os suínos do CP levaram 98 dias para atingir 116 kg, os animais do CN levaram 100 dias para atingir 114,1 kg, enquanto que os animais do grupo CN+AP (com enzima) demoraram 95 dias para atingir 118,4 kg. Os suínos com suplementação enzimática ganharam 2,3 kg (p<0,05) de peso extra, comparado com o grupo CP.
A suplementação com enzimas reduziu o custo por quilo para a ração de crescimento em 9% e para a ração de terminação em 4,6%. Cada animal teve economia por tipo de ração de US$ 0,75 para atingir o peso de mercado, com peso extra de 2,3 kg além de chegar 3 dias antes ao peso de mercado.
CONCLUSÕES
Suínos em fase de crescimento e terminação são sensíveis à redução das especificações pela densidade dos nutrientes na dieta, principalmente reduzindo a eficiência alimentar se o consumo de alimento segue o mesmo.
A suplementação com um produto eficaz de degradação de NSP pode recuperar completamente o desempenho dos suínos alimentados com dieta de baixa especificação no nível do controle positivo (CP) e ainda reduzir os custos da ração (tabela 3). O estudo mostra que a enzima funciona em dietas de milho/soja de alto desempenho para suínos e pode contribuir com 60-70 kcal EM/kg mais 1,5% dos aminoácidos, além de incrementar 2,3 kg de peso extra e 3 dias a menos para atingir o peso de venda.
Tabela 3: Custo da ração e economia (US$)
Enzima NSP melhora o desempenho e diminui custos de alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação - Image 4
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Autores:
Agnes Mori
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Comentário
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Maíra Vasconcelos
3 de agosto de 2010
Olá, Comunidade Engormix. Gostaria de convidá-los a ler e comentar o artigo técnico, Enzima NSP melhora o desempenho e diminui custos de alimentação de suínos nas fases de crescimento e terminação, escrito pela gerente técnica, da Adisseo, Agnes Mori. O objetivo é criar aqui um espaço para aclarar dúvidas e intercambiar informações. Obrigada.
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