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PCR Antimicrobianos Escherichia Leitões Diarréicos

Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de leitões diarréicos

Publicado: 2 de maio de 2012
Por: N.R. Macêdo, A.P. Lage e R.M.C. Guedes, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais –UFMG-, MG; C.P.L. Menezes, Laboratório Biocod, MG; L.E. Ristow, Laboratório TECSA, MG, e A. Reis, Laboratório IPEVE, MG.

RESUMO

Avaliou-se a freqüência dos genes de fímbrias (K88, K99, 987P, F18 e F41) e toxinas (LT, Stb, StaP e Stx2e) de cepas de E. coli isoladas de leitões com diarréia usando a técnica de PCR multiplex com primers específicos para esses genes, e estudou-se o padrão de sensibilidade das cepas patogênicas pelo método de difusão em disco ao florfenicol, ceftiofur sódico, colistina, fosfomicina, neomicina, norfloxacina, sulfa + trimetoprim, doxiciclina, tetraciclina e lincomicina. Foram utilizadas 144 amostras de E.coli isoladas de leitões com diarréia, provenientes de granjas localizadas no estado de Minas Gerais. Dessas, 42 (29,2%) foram positivas para pelo menos um dos fatores de virulência testados. Dentre essas 42 amostras, 23 (54,8%) apresentaram genes de fímbria e toxina, sete (16,6%) apresentaram somente genes de toxinas e 12 (28,6%) amostras somente genes de fímbria. O resultado do teste de sensibilidade aos antimicrobianos demonstrou que o florfenicol (89,5 %) e o ceftiofur sódico (84,2%) foram as drogas de melhor eficácia in vitro sobre cepas de E. coli com fatores de virulência.
Palavras-chave: suíno, Escherichia coli, tipificação, PCR multiplex, sensibilidade antimicrobiana
 

ABSTRACT

The frequency of virulence determinants genes for fimbrial adhesions (K88, K99, 987P, F18 and F41) and toxins (LT, Stb, StaP and Stx2e) in E. coli strains isolated from diarrheic piglets using the multiplex polymerase chain reaction assay with specific primers for these genes was studied. The antimicrobial sensitivity pattern of pathogenic isolates for florfenicol, sodium ceftiofur, colistin, fosfomycin, neomycin, norfloxacin, sulfa + trimetoprim, doxycycline, tetracycline and lincomycin was also tested using the disk diffusion method. E. coli were isolated from 144 diarrheic piglets from farms in the state of Minas Gerais. Forty-two out of 144 studied samples (29.2%) were positive for at least one tested virulence factor. Out of these 42, 23 samples (54.8%) contained fimbria and toxin genes, seven (16.6%) samples had genes for toxins only and 12 (28.6%) samples just fimbria genes. Disk diffusion in vitro antimicrobial sensitivity test demonstrated the best results for florfenicol (89.5%) and sodium ceftiofur (84.2%) against virulent E. coli strains.
Keywords: pig, Escherichia coli, typification, multiplex PCR, antimicrobial sensitivity
 

INTRODUÇÃO

Escherichia coli é um dos agentes etiológicos mais freqüentemente isolados em casos de diarréia no homem e em diferentes espécies animais (Holland, 1990; Nataro e Kaper, 1998). A maioria das cepas de E. coli presentes no trato gastrintestinal são comensais não patogênicos (Nataro e Kaper, 1998). Cepas toxigênicas de E. coli causam diarréia aquosa profusa e/ou lesões vasculares sistêmicas devido à liberação de enterotoxinas como as toxinas termo-lábil (LT), termo-estável (Sta e Stb) e Shiga toxina (Stx2e) (Francis, 2002).
Wilson e Francis (1986) e Casey et al. (1992) descreveram cinco diferentes tipos principais de fímbrias: K88, K99, 987P, F18 e F41 em isolados de E. coli toxigênicas (ETEC) de origem suína. As fímbrias, também consideradas fatores de virulência, permitem a aderência dessas bactérias a receptores específicos localizados na superfície de enterócitos. A partir da aderência, essas bactérias colonizam a superfície celular e lá secretam as toxinas envolvidas no processo de diarréia. A colonização bacteriana e quadro clínico aparente da infecção são restritos a idade e linhagem do animal, ou seja, leitões lactentes são infectados mais freqüentemente por cepas possuidoras de determinadas fímbrias como 987P e F41, por apresentarem receptores específicos em enterócitos, nessa faixa etária. Além disso, existem linhagens de suínos que não expressam receptores de membrana de enterócitos específicos que permitiriam a aderência das cepas de E. coli, sendo, por isso, resistentes (Wilson e Francis, 1986; Imberechts et al., 1997; Francis et al., 1998).
Após a adesão, E. coli toxigênicas produzem toxinas (ST e LT) que induzem a hipersecreção pelas células do intestino ou que interferem com a síntese protéica das células (Stx2e) acarretando diarréia nos animais (Holland, 1990; Fairbrother e Gyles, 2006).
As duas formas mais freqüentemente utilizadas para detecção desses fatores de virulência em E. coli em animais diarréicos são a imunofluorescência indireta em esfregaços de mucosa, ou em cortes de congelação de intestino corados com anticorpos específicos para antígenos fimbriais (Mullaney et al., 1991), e a detecção de genes de virulência pela reação em cadeia da polimerase (PCR). A técnica de PCR multiplex permite a pesquisa de diferentes alvos de amplificação de DNA, com a utilização de diferentes primers em uma mesma reação, o que reduz sensivelmente os custos do teste.
No Brasil, com freqüência, o diagnóstico de colibacilose em leitões é realizado somente pelo isolamento bacteriano, sem nenhuma caracterização de patogenicidade. São poucos os estudos brasileiros sobre a prevalência e importância de diferentes cepas patogênicas de E. coli (Baccaro et al., 1999; Baccaro et al., 2000; Calderaro et al., 2001).
O uso indiscriminado de antimicrobianos para controle de colibacilose tem levado ao desenvolvimento de resistência. O reconhecimento da patogenicidade dos isolados, bem como de seu perfil de sensibilidade às drogas antimicrobianas pode reduzir o uso de drogas de largo espectro para o tratamento dos animais, o que auxilia na diminuição de E. coli resistentes presentes nos suínos e no seu ambiente (Borowski et al., 1994; Brito e Tagliari, 2000; Baccaro et al., 2000; Vargas et al., 2003).
O objetivo deste estudo foi pesquisar a freqüência de cepas de E. coli com fatores de virulência, isoladas de leitões com diarréia, usando a técnica de PCR multiplex com primers específicos para esses genes. Também foram feitas avaliações da prevalência de diferentes cepas patogênicas de E. coli isoladas de leitões com diarréia, provenientes de granjas do Estado de Minas e avaliação do padrão de resistência aos antibióticos.
 

MATERIAL E MÉTODOS

Para padronização da técnica de PCR multiplex foram utilizados, como controles positivos para os fatores de virulência, quatro amostras referência de E. coli, gentilmente cedidas pelo Laboratório de Diagnóstico Veterinário da University of Minnesota: 2568 (Stb, StaP, F18 e Stx2e), 2569 (Stb, LT e K88), 2570 (987P e StaP) e 2571 (StaP, K99 e F41). Após padronização dessa técnica, 144 cepas de E. coli isoladas de leitões, lactentes ou desmamadas, com diarréia, oriundos de diferentes granjas do Estado de Minas Gerais, foram testadas para verificar a presença de fatores de virulência.
O isolamento bacteriano foi realizado a partir de amostras das fezes ou dos intestinos de leitões com diarréia, em agar sangue e MacConkey, incubados por 24 horas, à temperatura de 37°C. Colônias bacterianas com características sugestivas de E. coli foram repicadas por esgotamento e, posteriormente, identificadas por provas bioquímicas (Hitchins et al., 1995). Culturas puras de E. coli foram estocadas em placas de agar sangue ou agar Muller Hinton, a 4°C, até o processamento para o PCR multiplex que ocorreu nos dias subseqüentes.
De cada cepa de E. coli presente nas placas de agar refrigeradas, uma colônia isolada foi coletada usando alça de platina e ressuspendida em microtubo contendo 500µl de solução tampão fosfato (PBS), pH 7,2, estéril. Após homogeneização em vortex, as amostras foram centrifugadas a 7.000xg por 10min sob refrigeração, para sedimentação de bactérias. Ao sedimento foi adicionado 270µl de solução de lise (Tris HCl 1,0M, pH 8,0; EDTA 0,5M; NaCl 4,5M; SDS 10%; qsp água destilada), 200µl de High TE (Tris HCl 1,0M, pH 8,0; EDTA 0,5M; qsp água destilada) e 5µl de proteinase K (20mg/ml). Após vigorosa agitação por 20 a 30seg (vortex), a mistura foi incubada a 55°C por, no mínimo, três horas. O lisado, contendo o DNA bacteriano, foi submetido ao método de extração de DNA fenol-clorofórmio, descrito por Sambrook et al. (1989).
O DNA extraído foi dosado por espectrofotometria e testado em diferentes diluições, após os quais ficou padronizada a quantidade de 10ng/µl por tubo para cada reação de PCR. Os primers utilizados para os diferentes genes de fatores de virulência estão demonstrados no esquema.
Todos os testes de PCR foram executados em um volume de 10µl, contendo 10ng de DNA bacteriano, 0,2µM de cada dNTP 1 , 1,5µM de MgCl22 , 0,5µM de cada primer (IDT) e cinco unidades de Taq DNA polimerase 3 . Água estéril foi usada como controle negativo do PCR e algumas amostras negativas foram submetidas a mais de um PCR, desta vez usando os primers separadamente, para comprovação da ausência dos genes nessas amostras.
O programa de amplificação utilizado foi de 25 ciclos de 94o C por 1min, 55o C por 1min e 70o C por 2min; extensão final no último ciclo por 10min a 72o C e, finalmente, 4o C. O PCR foi executado em termociclador Minicycler 4 . Os produtos da amplificação foram separados em eletroforese em gel de poliacrilamida (6%) e corados pela prata (Fig. 1)
Para o teste de sensibilidade aos antimicrobianos foi utilizada a técnica de difusão em agar, segundo as recomendações de Woods e Washington (1995). Das amostras de E. coli isoladas em agar sangue por 24h a 37°C, foi preparada uma suspensão em PBS equivalente ao tubo de 0,5 de MacFarland e inoculadas em agar Muller-Hinton . As placas foram incubadas por 18h a 37°C. Foram utilizados discos de ceftiofur sódico 30µg, colistina 10µg, doxiciclina 30µg, florfenicol 30µg, fosfomicina 30µg, lincomicina 2µg, neomicina 30µg, norfloxacina 10µg, sulfametoxazole-trimetoprim 25µg e tetraciclina 30µg . Após a incubação os halos de inibição foram medidos e os padrões de susceptibilidade foram determinados 7,5
Os dados sobre a faixa etária dos leitões com diarréia foram obtidos das fichas enviadas com as amostras de fezes. Esses dados foram utilizados para a caracterização da distribuição da freqüência de E. coli toxigênicas por faixa etária.
 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quarenta e duas (29,2%) das 144 amostras estudadas foram positivas para pelo menos um dos fatores de virulência testados (fímbrias: K88, K99, 987P, F18 e F41; e toxinas: LT, Stb, StaP e Stx2e). Vinte e três amostras (54,8%) apresentaram genes de fímbria e toxina, sete (16,6%) amostras apresentaram somente genes de toxinas e 12 (28,6%) amostras somente genes de fímbrias. A freqüência dos fatores de virulência detectada isolada ou em associação com outros fatores foi: Stb (40,5%), K99 (33,3%), StaP (33,3%), Stx2e (21,4%), LT (19,0%), F18 (19,0%), 987P (14,3%), K88 (14,3%) e F41 (9,5%). A combinação de fatores de virulência em isolados de E. coli, também conhecida como virotipo, mais freqüentemente identificada está listada na Tab. 1.
Figura 1. Gel de poliacrilamida. Reações de PCR multiplex para fatores de virulência de E. coli enterotoxigênica, colunas: 1= marcador molecular; 2 e 3= cepa de E. coli com genes de STx2e (733 Kb), F18 (313 Kb), StaP (158 Kb) e STb (113 Kb); 4 e 5= cepa de E. coli com genes de K88 (499 Kb), LT (272 Kb) e STb (113 Kb); 6 e 7= cepa de E. coli com genes de 987P (405 Kb) e StaP (158 Kb).
Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de leitões diarréicos - Image 1
 
Esquema. Primers para genes de fatores de virulência de E. coli
Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de leitões diarréicos - Image 2
 
Tabela 1. Distribuição e freqüência de virotipos de E. coli enterotoxigênicas por faixa etária dos leitões
Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de leitões diarréicos - Image 3
 
Este estudo mostra elevada freqüência de isolamento de E. coli não patogênicas de leitões com diarréia em diagnósticos realizados no Brasil. Moon et al. (1986), Baccaro et al. (1999) e Costa et al. (2006) relataram ser Stb o fator de virulência mais freqüentemente detectado em cepas de E. coli enterotoxigênicas isoladas de suínos com diarréia, estando presente, respectivamente, em 74%, 12,3% e 50% dos casos, resultados confirmados no presente estudo.
Baccaro et al. (2000) e Cho et al. (2000) pesquisaram genes de toxinas (StaP, Stb e LT) e fímbrias (K88, K99, 987P, F41) isoladas de suínos diarréicos e encontraram, respectivamente, 27,3% e 24,3% das amostras com fatores de virulência. A freqüência de detecção de cepas patogênicas encontradas neste estudo foi semelhante às verificadas por esses autores.
Vargas et al. (2003) e Fairbrother et al. (2000) testaram, pela PCR, isolados de E. coli de suínos com diarréia e constataram que em 75% e 65,5% dos casos, respectivamente, as amostras apresentaram resultado positivo para pelo menos um dos genes de fímbria (F18, F41, K88 e K99) ou toxina (Sta, Stb, LT e Stx2e) pesquisados, contudo a toxina Stx2e não foi incluída no estudo de Fairbrother et al. (2000). Esses trabalhos apresentaram maiores freqüências de detecção de cepas patogênicas quando comparadas com as do presente estudo. Este fato pode ser atribuído a diferenças entre as populações estudadas.
Segundo Fairbrother et al. (2000), genes de fatores de virulência (Sta, Stb, LT, K88, K99, 987P, F18 e F41) foram encontrados em 414 (65,6%) de 633 amostras de E. coli isoladas de leitões com diarréia após o desmame (21 a 50 dias de idade). Os virotipos mais freqüentemente observados foram LT e Stb (34%), LT, Stb e Sta (13%), Sta e Stb (12%), Stb (10%) e Sta (4%). Quase todos os isolados que apresentaram LT, Stb e LT, Sta, Stb eram K88 positivos. Entre os isolados que apresentaram Sta e Stb, 12% eram F18 positivos. Entre os que apresentaram Stb, 10% eram F18 positivos, enquanto o restante das amostras foi negativo para todos os genes de fímbrias testados. Entre os que apresentaram a toxina Sta, 70% eram K99 positivos e o restante eram 987P positivos. No presente trabalho, os isolados que apresentaram Sta e Stb, e Sta, Stb e LT também apresentaram genes para as fímbrias F18, 987P ou K88. As amostras que apresentaram genes para as enterotoxinas Stb e LT, e Stb, eram F41, F18 ou K88 positivas. Os isolados que eram positivos para as toxinas isoladas StaP, Stx2e e LT apresentaram as fímbrias F41, K99 ou F18. O restante das amostras foi negativo para todos os genes de fímbrias testados.
Wajjawalku et al. (2002), ao determinarem a freqüência dos genótipos dos mesmos nove fatores de virulência, e Costa et al. (2006) de sete deles (exceto Stx2e e F18), por PCR em amostras de E. coli hemolítica de casos clínicos de leitões com enterite, encontraram, respectivamente, 91,6% e 82,5% das amostras patogênicas possuidoras de pelo menos um gene de enterotoxina ou fímbria. A correlação entre fímbrias e toxinas em E. coli hemolítica foi 58,4% (125/214) dos isolados (Wajjawalku et al., 2002). Aparentemente, a utilização de somente cepas hemolíticas de E. coli propiciou aumento significativo da percentagem de amostras patogênicas, diferentemente deste trabalho, no qual não foram selecionadas somente cepas hemolíticas para tipificação. Entretanto, a utilização da característica hemolítica não é suficiente para se identificar amostras diarreicogênicas de E. coli.
Fato curioso foi a detecção de ETEC com fímbria K99, 987P e F41 em leitões desmamados. Vale salientar que à medida que os animais ficam mais velhos tornam-se mais resistentes, sendo as fímbrias acima citadas, raramente detectadas em animais desmamados. As três possíveis explicações para este fato seriam (i) que o manejo de desmama precoce, freqüentemente utilizado em rebanhos de Minas Gerais, propicia a infecção de animais desmamados ainda jovens; (ii) que esses animais, infectados por cepas possuidoras de fímbrias de adesão e alguns genes de toxinas, tenham tido diarréia por essas amostras anteriormente, mas que essas amostras não estejam envolvidas com o processo diarréico atual; (iii) que a infecção concomitante por outros agentes causadores de diarréia poderia mudar a distribuição por faixa etária.
A freqüência de cepas patogênicas varia muito dependendo da faixa etária dos animais estudados, das técnicas utilizadas, da região geográfica e do desenho amostral, ou seja, animais com diarréia ou não. Este fato demonstra a importância da execução de estudos de detecção de fatores patogenicidade em E. coli isoladas de suínos com diarréia, para determinar regionalmente as cepas mais freqüentes e, mais importantes, caracterizar a sensibilidade dessas cepas a diferentes agentes antimicrobianos.
O resultado do teste de sensibilidade aos antimicrobianos mostra que o florfenicol e o ceftiofur sódico foram as drogas de melhor eficácia sobre cepas virulentas de E. coli em testes in vitro, usando a técnica de difusão em disco (Tab. 2). Costa et al. (2006) verificaram que o maior índice de sensibilidade foi observado para o florfenicol em 81,1% dos isolados clínicos de suínos. Baccaro et al. (2002) e Hariharan et al. (2004) analisaram a resistência antimicrobiana em E. coli isoladas de leitões com diarréia e constataram que o ceftiofur foi o antimicrobiano que demonstrou menores índices de resistência frente a essas cepas de E. coli, 0,16% e 1,0%, respectivamente. Estudo semelhante realizado por Fairbrother et al. (2000), o ceftiofur foi o segundo antimicrobiano de melhor eficácia, com 18% de resistência.
Dentre os isolados analisados no presente estudo, 100% (38/38) apresentaram resistência a pelo menos um dos agentes antimicrobianos testados. A freqüente resistência de cepas de E. coli enterotoxigênicas aos antimicrobianos testados pode ser devido ao uso inadequado dessas drogas em medicações preventivas na ração dos animais, servindo de alerta para veterinários.
Tabela 2. Padrão de susceptibilidade a antibióticos de 38 das 42 amostras de E. coli isoladas de leitões com diarréia que apresentavam fatores de virulência.
Detecção de cepas patogênicas pela PCR multiplex e avaliação da sensibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de leitões diarréicos - Image 4
 
 

CONCLUSÕES

Apenas um terço das cepas de E. coli testadas apresentou fatores de virulência pela técnica de PCR multiplex e, por isso, são potencialmente patogênicas. O teste in vitro demonstrou alta resistência das cepas de E. coli isoladas de leitões diarréicos em relação à maioria dos antimicrobianos testados.
 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Roberto Maurício Carvalho Guedes
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