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Lisina digestível Rações

Níveis de lisina digestível em rações, utilizando-se do conceito de proteína ideal, para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético, dos 24 aos 50 kg de peso vivo

Publicado: 29 de junho de 2009
Por: Ribeiro, R. P.(Mestre em Ciências Veterinárias - Nutrição Animal); Schaefer, C. (Técnico agrícola e Nutrição animal, Cooperativa Central Oeste Catarinense – Aurora)
Os melhores resultados zootécnico-econômicos na produção de suínos são alcançados através dos avanços da nutrição animal aliado às constantes pesquisas em genética, sanidade e manejo. Dentro da nutrição animal as pesquisas são constantes em diversas instituições públicas e privadas, onde resultam os mais modernos conceitos em nutrição de suínos com benefícios para as empresas, os consumidores e ao meio ambiente. O conceito da proteína ideal é um deles e certamente um dos mais importantes dentro da nutrição de monogástricos. Este conceito consiste no balanço ideal dos aminoácidos da ração capaz de prover, sem deficiências nem excessos, as exigências de todos os aminoácidos necessários à perfeita manutenção e ao crescimento da espécie (11). Este conceito tem sido proposto por inúmeros e importantes pesquisadores (9), (1) entre outros; para as formulações de monogástricos, não só para ensaios experimentais como para vida prática da produção animal nas agroindústrias. Esta prática consiste num conhecimento profundo das necessidades em aminoácidos digestíveis pelos suínos uma vez que as exigências nutricionais dos suínos variam de acordo com a fase de crescimento, devido a alterações na composição de ganho, as necessidades nutricionais devem ser bem especificadas segundo o intervalo de peso, visando o máximo rendimento de carne na carcaça (3). Partindo do conhecimento das necessidades nutricionais dos suínos conforme seus pesos e da exata concentração dos nutrientes, totais e digestíveis, de todas as matérias-primas que compõe as dietas suínas, a lisina como sendo o primeiro aminoácido limitante e essencial, passa ser o principal foco de estudos e pesquisas para uma moderna suinocultura. Os outros aminoácidos essenciais acompanham com suas relações com a lisina e a redução protéica das dietas. Em rações para suínos, quando o nível de suplementação de um aminoácido essencial é inadequado e o de lisina suficiente, as respostas dos animais podem ser limitadas pelo aminoácido insuficiente (1). Os autores (8) observaram num experimento com suínos machos castrados e fêmeas em fase de crescimento, alimentados com níveis crescentes de lisina digestível, respostas diferenciadas para machos castrados com aumento linear do ganho de peso e resposta quadrática para consumo e conversão alimentar; já as fêmeas apresentaram redução linear na conversão alimentar em resposta à elevação da concentração da lisina na dieta. Em relação à margem bruta os mesmos autores afirmaram que a dieta com 1,03% de lisina digestível seria a mais indicada para as duas características de suíno. Numa apresentação (5) afirmou que em fase de terminação dos suínos o farelo de soja representa 31% do custo e o objetivo é minimizar a inclusão do mesmo para maximizar resultados. Isto é feito com a inclusão de aminoácidos sintéticos nas dietas, conhecimentos dos ingredientes e necessidades dos suínos. O objetivo deste experimento foi descobrir o melhor nível de lisina digestível em ração para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético, observando os dados de desempenho e custos de produção, dos 24 aos 50 Kg.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na granja experimental para suínos da Cooperativa Central Oeste Catarinense – Aurora, situada no município de Chapecó-SC. Foram alojados em baias 324 suínos, sendo 162 machos castrados com pesos iniciais de 24,86 ± 1,2 Kg e 162 fêmeas com pesos iniciais de 24,60 ± 1,4 Kg de alto potencial genético. Ao final do experimento os animais foram pesados individualmente e anotados os consumos de alimento. Os animais foram distribuídos num delineamento inteiramente casualizado, com três tratamentos, doze repetições e nove animais por unidade experimental. As rações foram suplementadas com níveis crescentes de aminoácidos sintéticos, resultando em rações com relações constantes entre os aminoácidos essenciais e a lisina, com base na digestibilidade verdadeira (9). Os animais foram alojados em baias com comedouros semi-automáticos e bebedouros tipo chupeta. As dietas experimentais fornecidas foram à base de milho, farelo de soja e farinha de carne e ossos, fareladas, isoenergéticas e isoprotéicas. Suplementadas com vitaminas e minerais para atender as exigências nutricionais dos animais, exceto os níveis de lisina. Os tratamentos consistiram de rações suplementadas com L-lisina HCl, resultando nos níveis de 1,03; 1,05 e 1,08% de lisina digestível. Para cada nível de lisina avaliado, procurou-se manter as relações entre os aminoácidos essenciais (treonina, metionina + cistina, triptofano, valina e isoleucina) e a lisina conforme os níveis preconizados por (9) para suínos em fase de crescimento. As rações e a água foram fornecidas a vontade. As rações foram pesadas semanalmente ou nas trocas das sacarias. Os animais foram pesados no início e final do período experimental para a determinação dos consumos de ração, do ganho de peso, da conversão alimentar e o custo por Kg produzido. Os resultados foram submetidos à análise de variância utilizando o programa SAEG (10).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados de desempenho e custo/Kg produzido dos suínos machos castrados e fêmeas dos 24 aos 50 Kg são apresentados na Tabela 1. E as médias estimadas em função dos níveis de lisina digestível e sexo para as mesmas variáveis estão na mesma tabela. Os tratamentos e a interação dos fatores níveis de lisina digestível e sexo apresentaram efeito significativo (p<0,05) para consumo total de ração. Resultados diferentes aos de (3) onde não encontrou diferenças no consumo de ração em fêmeas, dos de (4) onde não encontrou diferenças no consumo de machos castrados com diminuição da proteína bruta e níveis crescentes de aminoácidos e os de (1) para consumo de ração. Estes resultados são semelhantes aos encontrados por (7) onde os machos tiveram um maior consumo de ração que as fêmeas. Não houve diferenças significativas (p>0,05) entre os tratamentos para peso final, ganho de peso total ou diário e conversão alimentar. Resultados semelhantes aos encontrados por (4) para conversão alimentar e diferentes para ganho de peso diário; bem como semelhantes aos resultados de (6) para ganho de peso e conversão alimentar em dietas de suínos com redução protéica e suplementação de aminoácidos sintéticos. E diferentes dos de (1) onde observou comportamento linear, com melhora da conversão alimentar pelos níveis crescentes de lisina digestível, em suínos machos castrados dos 30 aos 60 Kg. Houve diferenças significativas (p<0,05) entre os sexos para peso final e ganho de peso total ou diário, onde os machos castrados tiveram os maiores resultados. Não houve diferenças (p>0,05) entre os sexos na conversão alimentar e no custo/Kg produzido. Resultados semelhantes encontrados por (8) onde encontrou respostas diferentes para machos castrados e fêmeas; indicando um nível de 1,03% de lisina digestível para as duas características de suínos. Semelhantes também aos resultados de (7), onde os machos tiveram pior conversão alimentar e maior consumo de ração, e o nível de lisina para máximo desempenho deve ser de 1,21 e 1,04% total e digestível, respectivamente. Houve diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos para o custo/Kg produzido. Resultados que diferem dos de (6) onde não encontrou diferença alguma no custo de produção de suínos alimentados com dietas reduzidas em proteína, dos 27 aos 50 Kg. Estes resultados são próximos aos recomendados por (9) nas tabelas brasileiras para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético, para o desempenho superior.


CONCLUSÃO

O nível de lisina digestível que proporcionou o melhor resultado de custo/Kg produzido foi de 1,03%.

Níveis de lisina digestível em rações, utilizando-se do conceito de proteína ideal, para suínos machos castrados e fêmeas de alto potencial genético, dos 24 aos 50 kg de peso vivo - Image 1


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. DE ABREU, M.L.T.; DONZELE, J.L.; OLIVEIRA, R.F.M. et al. Níveis de lisina digestível em rações, utilizando-se o conceito da proteína ideal, para suínos machos castrados de alto potencial genético para deposição de carne magra na carcaça, dos 30 a 60 Kg. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 1, p. 62 – 67, 2007.

2. DE OLIVEIRA, A.L.S..; DONZELE, J.L.; OLIVEIRA, R.F.M.; MOITA, A.M.S. et al. LXXVI Lisina em rações para suínos machos castrados selecionados para deposição de carne magra na carcaça, dos 95 a 110 Kg. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v. 36, n. 1, p. 62 – 67, 2007.

3. DONZELE, J. L.; FREITAS, R.T.F.; OLIVEIRA, R.F.M. et al. Níveis de lisina para leitoas de 30 a 60 Kg de peso vivo. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v. 24, n. 6, p. 967 – 973, 1994.

4. FERREIRA, R.A.; DE OLIVEIRA, R.F.M.; DONZELE, J.L.; DE ARAUJO, C.V. et al. Redução do nível de proteína bruta e suplementação de aminoácidos em rações para suínos machos castrados mantidos em ambiente termoneutro, dos 30 aos 60 Kg. Revista as Sociedade Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 2, p. 548 – 556, 2005.

5. HACKENHAAR, L., Adequada nutrição protéica. IV Seminário Internacional de Aves e Suínos - Avesui, p. 1 – 22, 2005.

6. HAGEMANN, L., Effect of reducing dietary crude protein on grown-finishing pig performance and carcass characteristics. Degussa Feed Additives, Swine n. 16, p. 1 – 5, Feedback, 2000.

7. LYNCH, P.B.; O’CONNELL, M.K.; LAWLOR, P.G.; O’DOHERTY, J.V., A study of protein anda mino nutrition of growing pigs. I Project Report ARMIS 4939, agosto, p. 1 – 61, 2005.

8. NETO, M.A.T.; MOREIRA, J.A.; BERTO, D.A.; ALBUQUERQUE, R.; SCHAMMASS, E.A., Energia metabolizável e lisina digestível para suínos na fase de crescimento, criados em condições de segregação sanitária. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 6, p. 1980 – 1989, 2005.

9. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; DE OLIVEIRA, R.F. et al., Composição de alimentos e exigências nutricionais. Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos. p. 1 – 186, 2005.

10. Universidade Federal de Viçosa. Central de Processamento de Dados UFV/CPD. Manual de Utilização do Programa SAEG (Sistema para análises estatísticas e genéticas). Viçosa-MG, p. 150, 2000.

11. ZAVIEZO, D. Proteína ideal – novo conceito nutricional na formulação de rações para aves e suínos. Avicultura Industrial, n. 10, p. 16 – 20, 1998.
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Autores:
Cesar Schaefer
Cooperativa Central Oeste Catarinense
Romário Prezutti Ribeiro
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