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Efeito do fornecimento de dietas de baixa proteína bruta, balanceadas com aminoácidos suplementares, no desempenho de leitões desmamados de 6-10 kg

Publicado: 20 de dezembro de 2019
Por: Evonik
Conclusões
• A redução do teor de proteína bruta da dieta (PB) em 3% manteve o desempenho ideal de leitões de 6 a 10 kg em comparação a uma dieta com 21% de PB.
Introdução
O desmame é um período estressante para os suínos e está frequentemente associado à redução do consumo de ração e do ganho de peso e ao aumento da incidência de diarreia pós-desmame (DPD). Em geral, as rações de leitões contêm alto nível de proteína bruta (PB) para atender às exigências de aminoácidos (AA). No entanto, o teor excessivo de PB na dieta é um fator predisponente à DPD, porque aumenta a carga de proteína não digerida e, consequentemente, a proliferação de bactérias no intestino grosso. Os fabricantes de rações e suinocultores têm buscado reduzir os níveis de PB das rações de leitões desmamados para diminuir o custo da alimentação, a excreção de nitrogênio (N) no meio ambiente e a incidência de DPD.
Efeito do fornecimento de dietas de baixa proteína bruta, balanceadas com aminoácidos suplementares, no desempenho de leitões desmamados de 6-10 kg - Image 1
Objetivo
Atualmente, a abordagem utilizada para formular rações de baixa PB para suínos é suplementar os primeiros 4 AA limitantes [lisina (Lys), metionina (Met), treonina (Thr) e triptofano (Trp)] antes do próximo AA limitante [valina (Val), isoleucina (Ile) ou ambas]. O objetivo deste experimento foi determinar o menor nível de PB que pode ser obtido com a inclusão de suplementação de L-Lys, DL-Met, L-Thr, L-Trp, L-Val e L-Ile em rações de leitões de 6-10 kg sem comprometimento do desempenho. Este experimento foi realizado na granja Liuhe Yinbao da empresa Newhope Liuhe, China.
Materiais e Métodos
O experimento teve a duração de 14 dias (d) e foi realizado com leitões de 21 a 35 dias de idade. No total, 384 machos e fêmeas cruza Duroc × Landrace × Large White, com peso corporal inicial (PC) de 6,32 ± 0,82 kg, foram bloqueados pelo PC inicial e distribuídos de acordo com um delineamento de blocos ao acaso em 4 tratamentos dietéticos (Tabela 1), com 12 repetições de 8 leitões cada.
Os animais foram manejados de acordo com o protocolo de manejo da empresa Newhope Liuhe, China.
Efeito do fornecimento de dietas de baixa proteína bruta, balanceadas com aminoácidos suplementares, no desempenho de leitões desmamados de 6-10 kg - Image 2
As dietas experimentais (peletizadas, Tabela 2) foram baseadas em milho, farelo de soja e farelo de soja fermentado e formuladas para atender as exigências de AA de acordo com os teores de AA analisados e coeficientes de digestibilidade ileal estandardizada publicados (SID) pelo AMINODat® 5.0. Todas as dietas continham teores similares de energia líquida. A ração e água foram fornecidos à vontade. De acordo com os procedimentos padrão da empresa, todas as dietas experimentais continham antibióticos.
O peso corporal e o desaparecimento da ração foram medidos nos dias 1 e 15 do experimento para calcular o ganho de peso corporal, o consumo de ração e a eficiência alimentar (EA). A incidência de diarreia e a mortalidade foram registradas diariamente.
Efeito do fornecimento de dietas de baixa proteína bruta, balanceadas com aminoácidos suplementares, no desempenho de leitões desmamados de 6-10 kg - Image 3
Resultados
No final dos 14 dias de período experimental, a redução da PB dietética de 21 para 18% não teve efeito no PC final ou na EA (Tabela 3). Além disso, não foram observadas diferenças no GMD ou na conversão alimentar com as dietas de baixa PB (1 a 3% de redução do teor de PB) quando comparadas com a dieta de PB (21% PB). Os leitões alimentados a dieta com 18% PB (redução de 3% de PB) apresentaram menor (P <0,05) GMD e EA do os que receberam a dieta 20% PB (redução de 1% de PB), mas não foram significativamente diferentes do que os alimentados com 21 e 19% PB. Em geral, os dados deste experimento indicaram que a redução da PB da dieta em 3%, de 21% para 18%, não afetou o desempenho dos leitões. Estes resultados estão de acordo com outros estudos que não observaram efeitos prejudiciais da redução do teor de PB da dieta no desempenho.
Recentemente, Girotto Junior et al. (2013) verificaram que o GMD e a CA de leitões de 6 a 14 kg de não foram afetados pela redução do nível de PB na dieta em 5% pontos (24% vs. 19% de PB) quando todos os AAE são balanceados com base na SID. Em outro estudo com suínos de 7 a 10 kg, foram observados GMD e CA semelhantes entre as dietas contendo 23,9% e 19% PB, quando todos os EAA foram balanceados com base na SID (Heo et al., 2010). No entanto, outro estudo relatou que o desempenho (GMD, CA) de leitões 6 a 12 kg foi prejudicado quando a PB da ração foi reduzida de 21,3 para 18,7 ou 17,0% quando balanceados para os primeiros 5 ou 6 AA limitantes (Opapeju et al., 2008). Os efeitos negativos da redução da PB dietética no desempenho podem ser resultado de desequilíbrios nos AAE ou AANE, que podem passar despercebidos durante a formulação de dietas para suínos (Nyachoti et al., 2006; Htoo, 2017).
Efeito do fornecimento de dietas de baixa proteína bruta, balanceadas com aminoácidos suplementares, no desempenho de leitões desmamados de 6-10 kg - Image 4
Neste experimento, a incidência de diarreia foi baixa, em parte devido à presença de antibióticos nas dietas experimentais (Tabela 4). Não houve diferenças nas taxas de diarreia entre os quatro tratamentos. No entanto, os leitões que receberam a dieta com 19% de PB apresentaram incidência de diarreia numericamente menor (1,86%). Um estudo com leitões desmamados de 6 a 8 kg não relatou diferenças no desempenho, mas houve menor na incidência de diarreia quando a PB da ração foi reduzida em 7% (de 24% para 17% de PB), quando foram fornecidos os mesmos níveis de AAE em base SID que as dietas de alta PB (Heo et al., 2008, 2009).
Efeito do fornecimento de dietas de baixa proteína bruta, balanceadas com aminoácidos suplementares, no desempenho de leitões desmamados de 6-10 kg - Image 5
Fonte
Effect of feeding low crude protein diets balanced with supplemental amino acids on performance of 6-10 kg weaned pigs (F&F 14124) cooperative with China NewHope Liuhe Group.

AMINODat® 5,0. Platinum version. 2016. Evonik Degussa GmbH, Hanau-Wolfgang, Germany. Heo, J. M., J. C. Kim, C. F. Hansen, B. P. Mullan, D. J. Hampson and J. R. Pluske. 2008. Effects of feeding low protein diets to piglets on plasma urea nitrogen, faecal ammonia nitrogen, the incidence of diarrhoea and performance a@er weaning. Archives of Animal Nutrition 62 (5): 343-358.

Heo, J. M., J. C. Kim, C. F. Hansen, B. P. Mullan, D. J. Hampson and J. R. Pluske. 2009. Feeding a diet with decreased protein content reduces indices of protein fermentation and the incidence of postweaning diarrhea in weaned pigs challenged with an enterotoxigenic strain of Escherichia coli. Journal of Animal Science 87: 2833-2843. Heo, J. M., J. C. Kim, C. F. Hansen, B. P. Mullan, D. J. Hampson and J. R. Pluske (2010): Feeding a diet with a decreased protein content reduces both nitrogen content in the gastrointestinal tract and post-weaning diarrhea, but does not affect apparent nitrogen digestibility in weaner pigs challenged with an enterotoxigenic strain of Escherichia coli. Animal Feed Science and Technology 160: 148-159.

Htoo, J. 2017. AminoNews Evonik Degussa GmbH, Hanau-Wolfgang, Germany. 21(1): 24-39. Opapeju, F.O., M. Rademacher, G. Blank and C.M. Nyachoti (2008): Effect of low- protein animo acid – supplemented diets on the growth performance, gut morphology, organ weights and digesta characteristics of weaned pigs. Aminal 2 (10): 1457-1464.

Nyachoti, C. M., F.O. Omogbenigun, M. Rademacher and G. Blank (2006): Performance response and indicators of gastrointestinal health in early – weaned pigs fed low – protein amino acid – supplemented diets. Journal of Animal Science 84:124-134.

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Juarez Donzele
Universidade Federal de Viçosa - UFV
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17 de marzo de 2021
Aos pesquisadores da Evonik, entendo que o trabalho que foi conduzido , não estava consistente com o objetivo do estudo. PRIMEIRO :-Penso que no caso de avaliar redução de proteína, o tratamento testemunha(1) não deveria ter a suplementação de lisina. O nível de lisina nessa ração, seria então atendido com o aumento do nível de proteína bruta. SEGUNDO;- o fato relatado anteriormente, justifica o por que da suplementação com seis (6) aminoácidos diminuir em somente 3% o nível de proteína da ração . Na realidade com a inclusão de seis(6) aminoácidos sintéticos , a redução de proteína deveria ser muito mais expressiva., se a ração testemunha não fosse suplementada com lisina , como entendemos que deveria ser. TERCEIRO:- como o gasto com esse arraçoamento não representa mais do que 2 a 3% do custo total da alimentação dos animais, acho que não deveria constar que o produtor busca redução do custo da alimentação, com a adoção dessa pratica , como consta no final da introdução.
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Henrique Gastmann Brand
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13 de mayo de 2021
Caro Professor Juarez Muito obrigado pelos seus comentários! Seguem as minhas considerações: 1 - Um dos objetivos da utilização de aminoácidos sintéticos no tratamento 1 foi evitar a inclusão muito elevada de farelo de soja, sabemos que esse ingrediente possui fatores antinutricionais que afetam negativamente o desempenho dos leitões. Com a utilização dos aminoácidos, foi possível manter a inclusão de farelo de soja dentro de um nível aceitável e que não afetasse o objetivo do estudo que foi avaliar a redução de proteína bruta nas rações. 2- Estamos de acordo que a não inclusão da lisina iria resultar em uma redução mais expressiva na proteína da ração porém, como comentado anteriormente, a alta inclusão de farelo de soja poderia comprometer o desempenho dos animais por motivos que vão além da proteína bruta mais elevada. Também, a inclusão de aminoácidos sintéticos no T1, proporciona uma comparação mais próxima com as reais condições de produção atuais. 3 - Apesar do consumo de ração nessa fase ser relativamente baixo, de 2 a 3% do total, o custo por kg das rações pré-iniciais é consideravelmente mais elevado do que as rações de crescimento, por exemplo. Por isso, o custo total de alimentação nessa fase pode chegar a 8%, sendo um valor expressivo e que pode fazer a diferença no resultado financeiro da produção.
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