Introdução
Os compostos fitogênicos são substâncias derivadas de plantas, que podem ser utilizados na alimentação de suínos como alternativas aos antimicrobianos, promovendo também um melhor desempenho, sem diminuir a qualidade do produto final (3). Entre os aditivos fitogênicos mais utilizados e pesquisados se destaca o princípio ativo carvacrol, que está presente no orégano (Origanum vulgare) (1). Porém, os resultados disponíveis na literatura ainda são muito heterogêneos, principalmente por conta das características experimentais de cada estudo. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar sistematicamente, através da realização de meta-análise, a variação das respostas de desempenho dos suínos frente à adição de extratos de orégano na dieta.
Material e métodos
Uma meta-análise foi realizada utilizando artigos encontrados a partir de uma busca nas principais bases bibliográficas digitais. Para isso, foram utilizadas palavras-chave como “carvacrol”, “Origanum vulgare”, “pig” e “body weight”, em diversos idiomas.
A partir dessa busca, as publicações foram selecionadas, avaliadas e validadas em relação a qualidade e relevância com os objetivos principais, obedecendo os seguintes critérios: 1) suínos em fase de creche, crescimento e terminação; 2) estudos a partir de 1990; 3) delineamento com dietas controle e dietas contendo extrato de orégano; 4) resultados de desempenho, como consumo diário de ração, ganho de peso, conversão alimentar. Nos 13 experimentos selecionados para a base de dados, foi encontrado um total de 1728 animais. Na base de dados foram adicionadas informações referentes a cada experimento, como aspectos bibliográficos e características experimentais (sexo e número de animais, dose de extrato de orégano utilizada, forma de utilização do orégano e presença ou ausência de desafio sanitário e/ou antimicrobianos).
Os dados foram analisados com o uso do programa estatístico Minitab (versão 18). Para isso, foram seguidas três etapas sequenciais: análise gráfica (para observar a coerência biológica dos dados); de correlação (entre as variáveis, para identificar os fatores relacionados na base) e de variância (considerando o estudo como efeito aleatório e tratamento como efeito fixo).
Resultados e discussão
Não foram encontrados estudos com desafio sanitário a partir da busca bibliográfica. Esta é uma limitação importante para área de pesquisa, uma vez que restringe a aplicabilidade dos resultados em muitos cenários práticos.
Não houve efeito (P> 0,05) da suplementação com aditivo a base de orégano nas variáveis consumo de ração e ganho de peso diário quando comparado com os tratamentos controle sem utilização de antimicrobianos (Tabela 1). Porém, houve efeito (P< 0,05) para a variável conversão alimentar, que foi melhor nos tratamentos suplementados em relação ao controle.
Quando comparados o tratamento controle com adição de antimicrobianos com os que utilizaram orégano, também não houve diferença (P> 0.05; Tabela 2). Importante ressaltar que, dietas contendo orégano possuem um forte potencial de efeito antioxidante e uma possível ação antimicrobiana (2).
Assim, apesar da alta variabilidade de resultados e condições experimentais, o orégano pode ser uma alternativa para substituição dos antimicrobianos na alimentação de suínos nas fases de creche, crescimento e terminação, na ausência de desafio sanitário. Mais estudos devem ser realizados a fim de simular os desafios encontrados no cenário prático da produção.
Conclusão
A utilização de orégano em dietas de suínos em fases de creche, crescimento e terminação, pode ser uma alternativa viável como substituto dos antimicrobianos, sem prejudicar o desempenho zootécnico dos animais.
Esse artigo foi originalmente publicado em SINSUI 2021 13º Simpósio Internacional de Suinocultura | https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/anais-trabalhos-cientaficos-sinsui2021-1635776553.pdf.