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Técnico Kit Produtor

Kit técnico e kit produtor de suinocultura

Publicado: 3 de janeiro de 2008
Por: Angelo Dalpasquale, Téc. em Saneamento. Quimioter Soluções Tecnológicas
IMPORTÂNCIA DO MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUA NA SUINOCULTURA

Assim como para o homem, a água é um elemento imprescindível à vida animal, é necessário que se adotem medidas para garantir, tanto quanto possível, suas características, a fim de que seja própria para consumo.1 Água de má qualidade representa riscos a saúde dos animais e a produção, causando desde reduções no ganho de peso, até a perda de animais. 2

As necessidades dos animais, relativamente ao consumo de água, variam com a espécie, tipo de criação, alojamento, condições do ambiente, natureza da dieta e temperatura. A ausência de controle da qualidade da água conduz, fatalmente, a curto ou a longo prazo, a infecções e envenenamentos, que podem ter conseqüências imprevisíveis para o desenvolvimento do local de criação. 3 No caso de leitões desmamados o consumo de água é o dobro do consumo de alimento seco e, se as condições do ambiente forem muito quentes, este consumo pode chegar até 4:1. Portanto a água não pode ser esquecida, é parte integrante para formação dos tecidos corporais e veículo de eliminação de resíduos pela evaporação e ingestão.4

O CONAMA é o órgão que estabelece os parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água, e estes são rigorosamente controlados. Para a dessedentação de animais, a legislação brasileira por meio da RESOLUÇÃO CONAMA Nº 20 (1986), estabelece a utilização água da classe 3. Entretanto, sugere-se que a água destinada ao consumo animal deve ter as mesmas características da água potável consumida pelos seres humanos e que para limpeza das instalações deve-se usar água isenta de microrganismos e com baixo nível de dureza. Em resumo, para ter uma produção animal de qualidade deve-se dar à água uma importância semelhante a que se dá a outros fatores de produção como instalações, alimentação e manejo.3 No entanto, ainda não é dada a devida atenção quanto a qualidade físico-química e microbiológica da água dada aos animais.4

Existe um controle na ração fornecida ao animal. É de conhecimento geral que uma ração de má qualidade que não forneça os nutrientes necessários pra o crescimento dos suínos diminui a produtividade. Porém, ainda não é de consenso geral que a qualidade da água é de fundamental importância para o crescimento do animal, assim como a ração.6 Este controle da qualidade da água é tão importante quanto o da ração, a ponto de conferir até duas vezes ao dia as condições de limpeza de bebedouros.7

Não controlar os parâmetros físico-químicos da água fornecida pode comprometer a qualidade da carne. Existem vários fatores químicos, físicos e sensoriais a serem considerados para avaliar a qualidade da carcaça. Entre estes fatores, podemos citar cor, textura, lesões, pH, composição entre outros. A preocupação com a qualidade da carne é cada vez maior devido a exigência do mercado consumidor, tanto a nível nacional quanto internacional. Atualmente, o consumidor está mais informado quanto as condições ideais de qualidade e requer esses padrões em seu produto.

A análise constante da água, físico-química e bacteriológica, pode auxiliar na periodicidade da limpeza dos bebedouros, livres de matéria orgânica, com limpeza periódica da caixa d’água tubulação do aviário. Estes cuidados evitam que a água seja um veículo de agentes infecciosos com prejuízos a nível de abatedouro na condenação de carcaças.8

Generalizando, a água para dessedentação animal deve ser isenta de substâncias químicas e microorganismos prejudiciais a saúde dos animais.3 Além destes parâmetros, existem outros que devem ser considerados para auxiliar na limpeza e evitar estas possíveis contaminações.

Todas as águas naturais, em maiores ou menores escalas, contêm íons resultantes da dissolução de minerais. Os íons cloretos (Cl-) são advindos da dissolução de sais, como por exemplo do cloreto de sódio (NaCl).

Os constituintes responsáveis pelos cloretos são os sólidos dissolvidos de origem natural ou antropogênica, sendo que a origem natural é basicamente composta pela dissolução de minerais ou por intrusão de águas salinas, enquanto que a origem antropogênica é basicamente composta por despejos domésticos, industriais ou por águas utilizadas em irrigações e o uso de fertilizantes. A importância desse parâmetro, se dá na determinação de concentrações de sais que imprimem um sabor salgado à água, e é utilizado na caracterização de águas brutas de abastecimentos.9 Também pode indicar presença de urina humana.

A alcalinidade é uma medida dos componentes básicos da água, geralmente bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos no caso de águas naturais. Também é definida como a quantidade de Íons na água que reagirão para neutralizar os íons de hidrogênio. É uma medida da capacidade da água de neutralizar os ácidos (capacidade tampão – resistir a mudanças de pH). Os principais constituintes da alcalinidade são o bicarbonato (HCO3-), carbonatos (CO32-) e os hidróxidos (OH-). A distribuição entre as três formas é função do pH. Só podem existir simultaneamente 2 tipos de alcalinidade. Uma das origens naturais da alcalinidade é a dissolução do CO2 na água. Uma vez em solução ele reage para formar o acido carbônico.9

Além da solubilidade do CO2, uma fonte natural de alcalinidade é a dissolução das rochas. A antropogênica é essencialmente devido à despejos industriais.9

A sua importância é na prevenção de incrustação e corrosão em tubulações, relação com a coagulação e na redução da dureza. Não tem significado sanitário de carbono – bicarbonato controla o pH nos sistemas biológico.


Através da alcalinidade, pode-se interpretar os resultados como:

- pH > 9,4 indica a presença de hidróxidos e carbonatos;

- pH entre 8,3 e 9,4 indica a presença de carbonatos e bicarbonatos;

- pH entre 4,4 e 8,3 indica somente a presença de bicarbonatos.9

A matéria orgânica presente nos corpos d’água é uma característica de primordial importância, sendo causadora do principal problema de poluição das águas: o consumo do oxigênio dissolvido pelos microorganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria orgânica. Os principais componentes orgânicos são componentes de proteína, carboidratos, gordura e os óleos, além da uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas e outros em menores quantidades.9


A matéria carbonácea divide-se nas seguintes frações:

a) não biodegradável (em suspensão e dissolvida) e

b) biodegradável (também em suspensão e dissolvida).

Em termos práticos, geralmente não há necessidade de se caracterizar a matéria orgânica em termos de proteínas, gorduras, carboidratos, etc. A análise é importante porque a matéria orgânica é responsável pelo consumo de oxigênio pelos microorganismos decompositores, além de parte da alcalinidade, originária de fonte natural está diretamente ligada com a decomposição da matéria orgânica, a cor pode ser devida a presença de matéria orgânica dissolvida e também pode dar origem a odor e sabor na água, prejudicando injestão de água.9


RESOLUÇÃO DO CONAMA10

Art. 6º - Para as águas de Classe 3 são estabelecidos os limites ou condições seguintes:

a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;

b) óleos e graxas: virtualmente ausentes;

c) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;

d) não será permitida a presença de corantes artificiais que não sejam removíveis por processo de coagulação, sedimentação e filtração convencionais;

e) substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes;

f) número de coliformes fecais até 4.000 por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, índice limite será de até 20.000 coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês;

g) DBO5 dias a 20°C até 10 mg.L-1 O2;

h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/I O2

1) Turbidez: até 100 UNT;

j) Cor: até 75 mg Pt/l;

l) pH: 6,0 a 9,0

m) Substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos) :

Kit técnico e kit produtor de suinocultura - Image 1
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Angelo Dalpasquale
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Mauricio Andreoli
1 de julio de 2011
Prezado Ricardo, Em termos de classificação de potabilidade, o pH indicado é aquele próximo da neutralidade (7,0). Entretanto, a experiência do campo nos mostra melhores resultados de criação de monogásticos nos locais onde temos águas c/ pH mais baixo, principalmente na faixa de 5,0. Pode-se tirar várias conclusões sobre isso tais como: a) Nesse pH há menor possibilidade de incrustrações na tubulação dificultando a formação do biofilme; b) pH mais alcalino tende a tamponar os ácidos estomacais. É sabido que leitões da desmama até os 50 dias ainda não produzem ácido clorídrico em quantidade suficiente p/ enfrentar ese problema, promovendo má gigestão da ração e aumento do transito intestinal, fora a possibilidade de permitir passagem de bactérias que seriam eliminadas pela acidez gástrica; c) Maior palatabilidade de água entre pH 4,0 - 5,0 promovendo maior ingestão voluntária e, consequentemente, animais bem hiratados... Enfim, vários fatos apontam que devemos trabalhar em monogástricos c/ pH mais baixo que a neutralidade, porém atentando que reduções abaixo de 3,5 - 3,7 geram recusa de ingestão. Quanto a temperatura, a literatura nos indica proximidade de 22 graus. Deve-se lembrar que a água é um alimento essencial e também um líquido refrigerante. Se o animal estiver em ambiente confortável tericamente, ele irá buscar água mais como alimento. Se estiver em ambiente quente, aumenta o consumo p/ troca de calor e, em ambiente frio reduz consumo p/ manter calor. Daí a importância de se conhecer o ambiente. Espero ter ajudado.
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Ricardo Adams Dos Santos
Ricardo Adams Dos Santos
10 de junio de 2011
gostaria de saber c alguem possa me ajudar qual seria o ph ideal e a temperatura da agua para leitoes entre 21 a 60 dias de vida
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Gerardo Grezzi
5 de agosto de 2008
Na minha opinão e experiência os melhores produtos para desinfecção de sistemas de água em granjas de aves e suinos são os produtos a base de acido paracético e poroxido de H. Eles são exelentes para a remoção do biofilm e não tem efetos adversos.
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Isabel Lopes
Eurocereal
11 de marzo de 2008
Os nossos Serviços de Apoio Laboratorial realizam análises físico-químicas e e microbiológicas a água para consumo em suinicultura. Não temos capacidade em termos técnicos de analisar tantos parâmetros químicos como aqueles que indicam na tabela. ..Da Vossa experiÊncia, que parâmetros ou indicadores podem sugerir além daqueels que fazemos? (em geral, em termos físico-químicos, nós analisamos: pH, Conductividade, Dureza, Sulfatos, Cloretos, Nitratos, Nitritos, Azoto Amoniacal, Ferro e Manganês) Por outro lado, devo dizer que nas nossas águas, aparecem vulgarmente águas com nitratos superiores a 10 mg/L... Muito obrigado Isabel Lopes (Resp. Qualidade Eurocereal)
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Augusto Fonsêca
26 de febrero de 2008
Gostaria de enaltecer a importância da implantação de um sistema de desinfecção na água que será utilizada para abastecer os animais, principalmente utilizando o dicloro isocianurato de sódio (cloro de origem orgânica!), cujo produto não forma subprodutos cancerigênos (trihalometanos) como os derivados do cloro de origem inorgânica (os hipocloritos de sódio e de cálcio e o cloro gasoso) formam. Temos vasta experiência no uso deste cloro de origem orgânica na desinfecção de água para consumo humano, além de ser de fácil manipulação, o produto possui alta estabilidade e um custo de aplicação na desinfecção excelente. J. Augusto C. Fonsêca – Consultor Técnico Especializado em Tratamento de Água de Poço.
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Daniela Migliavacca
Daniela Migliavacca
25 de febrero de 2008
Atentar para a revisão da legislação do CONAMA, a Resolução nº 20 não se aplica mais, foi substituída pela Resolução 357 de março de 2005.
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