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Uso da homeopatia no gado de leite comomodulador da função hepática

Publicado: 4 de julho de 2022
Por: Jessyca Karen Pinheiro, Lara Toledo Henriques, Severino Gonzaga Neto, Ricardo Dias Signoretti, Juliana Silva Oliveira, Jovanna Karine Pinheiro e Tonhá Alves Júnior
Sumário

A homeopatia pode ser utilizada na pecuária leiteira como uma alterna-tiva segura aos antibióticos, capaz de reduzir a expansão da resistência microbiana, ao passo que mantém a saúde dos rebanhos. No entanto, os compostos homeopáticos podem também ser usados como protetores do fígado, podendo atuar na modulação da função hepática. Os medicamentos homeopáticos a base de plantas podem ser utilizados como agentes he-patoprotetores, uma vez que possuem a capacidade de prevenir e reparar desordens hepáticas que comumente acometem vacas em lactação. Assim, o conhecimento das propriedades terapêuticas de plantas permite a elabo-ração de preparos homeopáticos, capazes de preservar a saúde dos animais de produção. Baseado nisso, objetivou-se com esta revisão discorrer sobre compostos vegetais utilizados na homeopatia como hepatoprotetores e seus efeitos no metabolismo hepático e na resposta produtiva de animais ruminantes em lactação.

Palavras-chave: fígado, hepatoprotetor, produção de leite.

Introdução
O uso contínuo e indiscriminado de antibióticos na pecuária leiteira para tratar mastites, afecções de cascos e/ou como promotor de crescimento tem favorecido uma pressão seletiva sobre os microrganismos, gerando mutações mediadoras de resistência. Logo, a utilização de alternativas aos antimicrobianos atuais podem ser implementadas, com o intuito de reduzir a expansão de bactérias e seus fatores de resistência.
A homeopatia tem sido utilizada no gado de leite como uma alternativa segura aos antibióticos, capaz de manter a saúde dos rebanhos. No entanto, além de atuar como antimicrobiano, a homeopatia pode ser utilizada também como protetor do fígado, modulando da função hepática.
O fígado de vacas lactantes apresenta elevada atividade metabólica em virtude da produção de leite. Certamente, a incapacidade de lidar com mudanças na oferta e demanda de nutrientes para suportar a lactação pode provocar problemas hepáticos, que implicam tanto no desempenho produtivo, como nos custos dos sistemas de produção. Por esse motivo, torna-se oportuno a adoção de estratégias de manejo, como o uso de compostos homeopáticos que sejam capazes de auxiliar na proteção da função hepática.
Várias plantas com diferentes princípios ativos podem ser utilizadas em preparos homeopáticos como potenciais agentes hepatoprotetores (e. g. silimarina, sanguina-rina, quinino, miricitrina, fililina e oleuropeína). Esses compostos são caracterizados pela sua capacidade de modular as funções do fígado por meio de uma diversidade de mecanismos, incluindo ação antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória, cole-rético e antifibrótica, que podem ser reproduzidos em medicamentos de origem homeopática.
Assim, a dinamização de substratos de origem vegetal podem ser utilizados nos ani-mais de produção para otimizar a função do fígado, ainda com a vantagem de apre-sentar baixo custo, facilidade na administração, ausência de resíduos nos produtos de origem animal e no ambiente. Baseado nisso, o conhecimento das propriedades terapêuticas de plantas para a produção de medicamentos homeopáticos permite ins-tituir seu uso nos rebanhos, como também desperta o interesse por mais pesquisas com o intuito de constatar seus efeitos terapêuticos nos animais de produção.
Portanto, objetiva-se com esta revisão discorrer sobre algumas plantas utilizadas pela homeopatia com ação hepatoprotetora e seus efeitos no metabolismo hepático de ruminantes em lactação.
Princípios básicos da homeopatia
A homeopatia (do grego homoios + pathos = “semelhante” + “doença”) consiste em um método terapêutico que visa o estímulo de uma reação orgânica, por meio da utilização de doses mínimas e dinamizadas de compostos com propriedades bioa-tivas. Esse método foi desenvolvido por Samuel Hahnemann, que sistematizou todo o conhecimento relativo a utilização da homeopatia clássica como uma prática te-rapêutica
Os compostos homeopáticos possuem ação baseada na premissa de que semelhante cura semelhante, atendendo ao princípio da similaridade. De modo que, a reação a doença ocorre através do estímulo a sintomas semelhantes ao distúrbio. Logo, a ho-meopatia exerce a cura da doença de forma indireta, uma vez que estimula o próprio indivíduo a combater a enfermidade
Além disso, as diluições infinitesimais seguidas de agitações rítmicas são processos necessários para preparação de compostos homeopáticos, que caracterizam-se na dinamização, segundo princípio da homeopatia. A dinamização é fundamental para evitar a intoxicação ou agravamento dos sintomas da doença, uma vez que ambos os processos implicam na potencialização das propriedades latentes da substância, sem provocar toxicidade capaz limitar o tratamento
A diluição da substância é apenas um processo usado para reduzir a dose a ser ad-ministrada. Enquanto, as agitações são aplicadas para que as propriedades aquosas armazenem informações relacionadas as substâncias com as quais esteve em con-tato. Esse suposto conceito denominado “memória da água” comporta-se de maneira seletiva, mantendo informações na forma de energia eletromagnética, que são retidas em uma forma física e não química nas soluções
Supõe-se que, a detecção da energia contida nos medicamentos homeopáticos ocorra através de terminações do sistema nervoso, o qual é responsável pela percepção de todos os estímulos, sejam eles químicos, térmicos, luminosos ou sonoros. Em virtude da existência de terminações nervosas no trato digestivo, é possível que as substâncias homeopáticas tenham a capacidade de desencadear estímulos ao sistema imunológico, que provocam ações corretivas no equilíbrio orgânico do indivíduo
Para tal, são utilizados uma diversidade de matérias-primas de origem vegetal, mineral ou animal que possuem propriedades terapêuticas. Cada elemento utilizado para compor os compostos homeopáticos possuem propriedades específicas, das quais são extraídas quantidades variáveis do agente ativo. O grau de diluições da substância inicial depende da concentração molecular do agente ativo que se espera no medicamento, o qual deve ser adequado para sensibilizar de forma suave e efetiva o sistema imunológico.
Na homeopatia, os elementos que originam os medicamentos podem ser utilizados de maneira isolada, ou em associação, que caracteriza as combinações homeopá-ticas. As combinações homeopáticas são amplamente utilizadas com o intuito de tratar um distúrbio, por meio da administração de várias substâncias com princípios terapêuticos semelhantes. Essa prática é amplamente difundida na criação de animais, em virtude da possibilidade de tratamento dos distúrbios através da ação de diversos agentes. Visto que, as causas dos problemas de saúde dos rebanhos são multifatoriais.
Além disso, a utilização da homeopatia de forma generalizada na produção animal, principalmente nos sistemas orgânicos, deve-se a facilidade na administração das substâncias, ao baixo custo, ausência de resíduos nos produtos de origem animal e no ambiente. Dado as atribuições da homeopatia, torna-se relevante a utilização de compostos homeopáticos como uma alternativa aos antibióticos atuais, uma vez que o uso indiscriminado de antimicrobianos na produção animal tem ocasionado expansão de bactérias e seus fatores de resistência.
Homeopatia na produção animal
A intensificação dos sistemas de produção para atender a demanda mundial por produtos de origem animal perturba o equilíbrio orgânico do rebanho, deixando-os propensos ao surgimento de distúrbios. Neste contexto, os antibióticos têm sido am-plamente utilizados na produção animal como agentes profiláticos.
No entanto, a expansão na utilização de antimicrobianos para manter a saúde dos rebanhos, tem levado ao surgimento da resistência microbiana. Isso tem ocorrido em razão do uso indevido de antibióticos, que tem favorecido uma pressão seletiva sobre os microrganismos, gerando mutações mediadoras de resistência.
A disseminação de cepas resistentes de bactérias tem sido uma preocupação crescente da comunidade científica, em virtude dos riscos eminentes a saúde dos humanos e dos animais. Devido a isso, o setor pecuário tem utilizado a homeopatia como uma alternativa segura aos antimicrobianos, com o intuito de reduzir a expansão de bactérias e seus fatores de resistência.
Os medicamentos homeopáticos são utilizados no tratamento de diversos distúrbios que acometem os animais de produção. Nas aves e suínos, a homeopatia tem sido principalmente utilizada para tratar infecções respiratórias, diarreias e como agente promotor de crescimento. Enquanto, o tratamento de mastites e distúrbios de ferti-lidade em vacas leiteiras, diarreia e pneumonia em bezerros, tem sido os principais problemas em bovinos tratados por medicamentos homeopáticos.
Uso de medicamentos de origem homeopática na pecuária de leite
No gado de leite, a utilização da homeopatia como método terapêutico tem merecido destaque, devido os problemas corriqueiros que acometem a saúde dos animais. Problemas de mastite, falhas reprodutivas e afecções de cascos são os principais distúrbios de vacas leiteiras, os quais são responsáveis por perdas econômicas con-sideráveis.
Assim, o uso de medicamentos de origem homeopática no setor leiteiro mostra-se como uma alternativa viável aos antibióticos atuais, uma vez que auxilia na redução da expansão da resistência microbiana. Além disso, impossibilita a ocorrência de resíduos nos produtos lácteos, dispensando o período de carência e o descarte do leite. No entanto, além de atuar como antimicrobiano, a homeopatia pode ser utilizada também em bovinos leiteiros desempenhando funções relacionadas a modulação da atividade hepática.
Vacas em lactação sofrem uma sobrecarga metabólica ocasionada pela demanda da glândula mamária para produção de leite. A lactação representa uma mudança no particionamento dos nutrientes, que tem como intuito suportar a demanda metabólica para apoiar a síntese láctea. Esse período caracterizado por profundas mudanças na oferta de nutrientes favorece o surgimento de distúrbios, que estão intimamente relacionados com a capacidade do fígado de coordenar os processos metabólicos.
Logo, a elevada atividade metabólica do tecido hepático, principalmente durante o pe-ríodo de transição, pode comprometer a capacidade do fígado de coordenar mudanças relacionadas a oferta de nutrientes, ao perfil hormonal e a demanda metabólica. Certamente, a incapacidade do fígado em lidar com tais mudanças pode implicar em problemas hepáticos 75, que na maioria das vezes, ocorre de forma assintomática.
O estresse oxidativo, comum em vacas no início de lactação e/ou em condição de hipercetonemia, tem sido apontado como causa de distúrbios hepáticos. Dado que, o desbalanço entre a oferta e a demanda de energia ocasiona o acúmulo de lipídios hepáticos, que favorece a produção de espécies reativas, ou radicais livres. A superprodução de radicais livres induz a peroxidação lipídica, o dano ao DNA, a dis-função mitocondrial e, por consequência, a apoptose celular e a lesão tecidual. Du et al. constataram que, o estresse oxidativo provocado pela condição de cetose em vacas, induz a apoptose de células hepáticas.
Assim, baseado na importância e nas peculiaridades que envolvem o fígado de vacas em lactação, torna-se oportuno a adoção de técnicas de manejo que auxiliem na regulação da função hepática para manter a saúde da vaca. Visto que, a exaustão do tecido hepático ocasionado pela vida produtiva da vaca pode, a longo prazo, afetar o desempenho produtivo.
Nesse sentido, o conhecimento das propriedades terapêuticas de plantas tem per-mitido o seu uso em medicamentos homeopáticos para o tratamento de disfunções do fígado. Isso tem despertado interesse do setor leiteiro, já que vacas lactantes são amplamente acometidas por desordens hepáticas. Logo, a dinamização de ex-tratos de plantas e diluição em decimais de Hannheman podem ser utilizados para minimizar os danos hepáticos, tanto com a vantagem de apresentar custo reduzido, administração via alimentação, não agravar o quadro do distúrbio, como também inibir a resistência microbiana e a ocorrência de resíduos no leite.
Hepatoprotetores
Os hepatoprotetores são compostos capazes de restaurar as funções do fígado por meio de uma diversidade de mecanismos, incluindo ação antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória, colerético e antifibrótica. Contudo, a propriedade antioxidante das substâncias hepatoprotetoras tem merecido destaque, devido sua capacidade de lidar com a sobrecarga metabólica, reflexo do metabolismo energético de vacas em lactação. Além disso, a superprodução de espécies reativas tem sido apontada como o mecanismo básico envolvido na etiologia de diversas doenças.
Os radicais livres são encontrados nos tecidos do corpo a um certo nível, como re-sultado dos processos metabólicos das células. Essas moléculas caracterizam-se por possuir elétrons não emparelhados na órbita externa, os quais são capazes de alterar a integridade da membrana plasmática das células através da transferência de elétrons. No entanto, quando a geração de radicais livres excede a capacidade de síntese de antioxidantes endógenos, o estresse oxidativo se instaura.
Os antioxidantes são moléculas capazes de reparar ou inibir a produção de espécies reativas. Assim, o uso de compostos naturais com ação antioxidante possibilita a neu-tralização de espécies reativas por meio da doação e/ou do sequestro elétrons. Isso auxilia na redução dos radicais livres e na manutenção da integridade da membrana plasmática das células, que previne a peroxidação lipídica e a apoptose celular, con-tribuindo para proteção contra os danos teciduais causados pelo estresse oxidativo.
Assim, compostos vegetais com diferentes princípios ativos tem sido explorados como potenciais agentes hepatoprotetores tanto na saúde humana, como animal. Nesta revisão, iremos nos concentrar em alguns extratos comumente utilizados e seus efeitos hepatoprotetores sobre o metabolismo e a resposta produtiva de animais de produção (Tabela 1).
Plantas e seus princípios bioativos com função hepatoprotetora
Silimarina da Cardus marianus
O extrato vegetal da Cardus marianus tem sido amplamente utilizado ao longo dos anos para tratar doenças do fígado. Essa planta possui a silimarina como o principal componente químico, a qual é composta por uma mistura de compostos secun-dários da classe dos polifenóis (flavonoides e lignanos), que quando combinados formam substâncias denominadas flavonolignanos.
A silimarina consiste na combinação de sete flavonolignanos, dentre os quais a sili-bina é o principal princípio bioativo do extrato da Cardus marianus. Esse composto bioativo possui inúmeras atividades biológicas, como efeitos antioxidantes, anti-in-flamatórios e imunomoduladores, que estão relacionados às suas propriedades he-patoprotetoras.
No gado de leite, a silimarina tem sido utilizada em estudos com animais no período periparturiente, devido seu potencial de prevenir desordens metabólicas relacio-nadas ao fígado. Contudo, apesar de diversos estudos constatarem a eficácia da silimarina no metabolismo hepático, poucas publicações verificaram os seus efeitos na resposta produtiva e no metabolismo de vacas em lactação.
Os principais resultados obtidos com o uso da silimarina em vacas leiteiras estão relacionados a maior produção de leite, ao aumento na proliferação de células mamárias e a mudança no status metabólico. Embora parte dos resultados mos-tram-se de maneira inconclusiva, é possível que os efeitos possam ser atribuídos, principalmente, as propriedades antioxidantes e de regeneração celular dos compostos ativos da silimarina.
As ações antioxidantes da silimarina foram revisadas recentemente por Surai (2015), que compilou diversos estudos que indicam os mecanismos antioxidantes da planta. Dentre os mecanismos de ação antioxidante, Surai (2015) destacou: (1) prevenção da formação de radicais livres via remoção de precursores ou inibição de enzimas produtoras de espécies reativas (e.g. xantina oxidase, NADPH oxidase); (2)  eliminação dos radicais livres através da doação de elétrons para estabilizar as espécies reativas; e (3) ativação de enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase.
Tabela 1. Principais efeitos dos extratos de plantas com função hepatoprotetora no metabolismo e resposta produtiva de ruminantes.
Tabela 1. Principais efeitos dos extratos de plantas com função hepatoprotetora no metabolismo e resposta produtiva de ruminantes.
Todos os mecanismos de inibição de espécies reativas supracitados, auxiliam na proteção da integridade das organelas celulares, uma vez que a superprodução de radicais livres induz a peroxidação lipídica, principal mecanismo responsável pela degeneração das membranas celulares. Logo, a silimarina evita o surgimento de doenças hepáticas através de mecanismos que inibem o processo de peroxidação lipídica.
Além disso, a fração polifenólica da silimarina pode afetar a atividade lipoperoxidativa através da modificação do metabolismo lipídico e do perfil de lipoproteínas no plasma. A redução na síntese de triglicerídeos, o aumento nas lipoproteínas de alta densidade (HDL) e proteção contra a oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), são efeitos que contrariam o acumulo de lipídios no fígado e, por consequência, o surgi-mento de desordens hepáticas.
Além disso, os compostos bioativos da Cardus marianus possuem a capacidade de estimular a síntese de proteínas nos hepatócitos, contribuindo na regeneração do tecido hepático. A regeneração dos hepatócitos consiste em uma importante ati-vidade da silimarina para auxiliar no reparo dos danos e das funções do fígado. Acredita-se que, o estímulo a biossíntese de RNA polimerase nos ribossomos seja o principal responsável pela aumento na formação de proteínas nos hepatócitos.
A silimarina também apresenta ação anti-inflamatória, que exerce um papel rele-vante em seus efeitos hepatoprotetores. De modo que, a diminuição da resposta inflamatória ocasionada pela planta resulta, principalmente, na inibição da liberação de citocinas, como fator de necrose tumoral α (TNF - α). Essa resposta é capaz de impedir a apoptose celular, bem como o dano tecidual.
Assim, dado a diversidade dos mecanismos de ação sobre o metabolismo dos hepatócitos, a silimarina da Cardus marianus torna-se um importante composto bioativo amplamente utilizado com função hepatoprotetora, que possui capaci-dade de prevenir e reparar desordens hepáticas que acometem animais lactantes.
Sanguinarina da Chelidonium majus
A Chelidonium majus também conhecida como quelidónia maior, é uma erva medicinal com uma pluralidade de metabólicos secundários e atividades biológicas. Essa planta contém mais de 20 alcaloides diferentes da classe dos benzilisoquinolina, que são divididos quanto a estrutura molecular em: alcaloides de benzofenantridinas (sangui-narina, queleritrina, quelidonina), protoberberina (berberina, coptisina) e protopina.
O extrato alcaloide da quelidónia apresenta ação antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana e colerética, que quando combinadas podem exercer um efeito hepatoprotetor. Embora os alcaloides presentes no extrato desempenhem múltiplas atividades biológicas, é possível através do uso de partes da planta (raízes, folhas e/ ou caule) alcançar uma especificidade de compostos bioativos.
Sanguinarina e queleritrina são os principais compostos bioativos obtidos das raízes da Chelidonium majus. Esses alcaloides isolados, podem atuar como agentes he-patoprotetotes devido sua ação antimicrobiana e anti-inflamatória. Além disso, tem sido amplamente utilizados nas dietas dos animais como aditivo alimentar para promover o crescimento, devido sua capacidade de regular o metabolismo dos ami-noácidos.
Devido a isso, vários estudos têm incorporado a sanguinarina e queleritrina na dieta de aves, suínos e peixes com intuito de maximizar o desempenho. Nos bovinos, as pesquisas tem se concentrado, principalmente, na utilização dos alcaloides em dietas para o gado de corte, ao passo que, os estudos com bovinos leiteiros são escassos.
De forma isolada, Wang et al. avaliaram um extrato vegetal rico em alcaloides de sanguinarina e queleritrina na dieta de vacas leiteiras, e não constataram variações na ingestão de alimento, na produção e na composição do leite. Além disso, os autores não detectaram resíduos de alcaloides de benzofenantridinas no leite das vacas.
Enquanto que, algumas pesquisas recentes com bovinos de corte tem verificado o po-tencial de uso desses alcaloides na dieta, com o intuito de maximizar o desempenho produtivo. Respostas positivas sobre a eficiência microbiana, o aproveitamento dos nutrientes da dieta, o ganho de peso e o rendimento de carcaça, tem sido os principais resultados obtidos com gado de corte, apesar das informações obtidas serem bastante limitadas.
Embora as pesquisas com bovinos baseiem-se apenas em respostas produtivas, é provável que os resultados obtidos nos estudos com animais de produção estejam relacionados a capacidade dos alcaloides de sanguinarina de regular o metabolismo dos aminoácidos.
A sanguinarina incorporada às dietas de animais de produção tem apresentado res-postas positivas sobre a ingestão de alimento e o desempenho animal. Acredita-se que, o aumento na absorção de nutrientes, bem como a maior retenção de nitrogênio, são reflexo da redução da degradação dos aminoácidos. Isso ocorre devido a capa-cidade da sanguinarina de inibir a descarboxilação, que acontece através da redução da atividade da enzima aminoácido aromático descarboxilase. Assim, a menor degradação aminoacídica pode favorecer o aumento das concentrações séricas de aminoácidos essenciais e não essenciais para os processos metabólicos, que con-tribui para a maximização da resposta produtiva.
Além disso, o extrato da Chelidonium majus pode ainda, de modo geral, desempenhar funções como: ação antioxidante, atuando no estimulo da atividade de enzimas antioxi-dantes, como a superóxido desmutase; ação anti-inflamatória, inibindo o mecanismo de ação do fator nuclear kappa B; e ação antimicrobiana, desencadeando mecanismos de seleção de microrganismos. De modo que, todas essas propriedades terapêuticas associadas podem auxiliar na otimização da função hepática.
Quinino da China officinalis
O extrato da China officinalis também conhecida como Cinchona officinalis, é comumente constituído pela casca da árvore, a qual é a principal parte da planta utili-zada para fins terapêuticos. A casca da quinquina, como popularmente é denominada, contém mais de 20 alcaloides distintos, incluindo o quinino e outros alcaloides, como a quinidina, cinchonidina e cinchonina.
O quinino é o principal alcaloide de cinchona utilizado com fins terapêuticos, o qual é  amplamente utilizado como antiparasitário para tratar a doença malária. Ainda assim, estudos tem relevado as potencialidades do uso do extrato da China officinalis como agente antioxidante, anti-inflamatório e antimicrobiano, que associados podem contribuir no funcionamento do fígado.
A atividade antioxidante tem sido relacionada a capacidade dos alcaloides da cin-chona de eliminar radicais livres superóxido e o óxido nítrico, bem como inibir a peroxidação lipídica. Enquanto que, a propriedade anti-inflamatória atua inibindo a função dos lissosomos, a liberação de citocinas e a ativação das células T. E, a ação antimicrobiana decorre através da inibição o crescimento de bactérias.
Além disso, acredita-se que o quinino derivado da China officinalis possa ainda, ame-nizar o quadro de hipocalcemia e hipomagnesemia desencadeado pela parasitemia intensa e pelas complicações no prolongamento do Q-Tc na malária severa. Embora ainda não se saiba com exatidão, como o quinino regula os níveis séricos do cálcio e magnésio em animais acometidos por esses distúrbios metabólicos.
Nesse sentido, Staats desenvolveu um estudo isolado com vacas com o intuito de avaliar o extrato dinamizado da China officinalis sobre os parâmetros relacionados a condição de hipocalcemia. No entanto, o autor não constatou efeitos do extrato sobre a incidência de mastite, a produção de leite, a concentração de cálcio, fósforo e mag-nésio no sangue. Sendo necessário novos estudos com a finalidade de constatar a ação terapêutica dos alcaloides de cinchona em dietas para animais de produção.
Fililina e oleuropeína da Chionantus virginica
A Chionanthus virginica conhecida popularmente por Jasmim-da-virgínia, é uma pe-quena árvore ou arbusto do leste da América comumente utilizada em preparações homeopáticas. A casca da raiz é a principal estrutura vegetal usada no extrato da planta com fins terapêuticos, o qual pode atuar como agente antioxidante, anti-infla-matório e hepatoprotetor.
A casca da raiz da Chionanthus virginica contém dois grupos de compostos fenólicos, as lignanas e as secoiridoides, que apresentam nessa ordem, a fililina e a oleuro-peína como as principais substâncias ativas relatadas em estudos por suas funções fitoterápicas. No entanto, a principal atividade biológica apresentada tanto pela fililina, quanto pela oleuropeína, é a ação antioxidante.
O potencial antioxidante do extrato da Jasmim-da-virgínia baseia-se na capacidade dos seus compostos fenólicos de neutralizar a atividade dos radicais livres, bem como inibir as reações de peroxidação lipídica. Esse controle da superprodução de espécies reativas se dá através da eliminação de radicais, como os aniônicos su-peróxido, estimulo da atividade redutora pela transformação dos íons Fe³+ em Fe²-, supressão do peróxido de hidrogênio e de quelantes de metais ferrosos.
Todas as propriedades antioxidantes supracitadas apresentam benefícios à saúde, uma vez que a superprodução de espécies reativas favorece o aparecimento de dis-túrbios metabólicos, como desordens hepáticas. Logo, considerando que animais em lactação estão constantemente em estresse oxidativo, estudos recentes tem buscado avaliar o uso de compostos naturais ricos secoiridoides e lignanas como agentes antioxidantes para otimizar a resposta produtiva e a qualidade dos produ-tos lácteos. Embora estudos com animais de produção utilizando esses compostos fenólicos oriundos da Chionanthus virginica sejam escassos.
Os principais resultados obtidos com o uso de dietas ricas em secoiridoides e/ou lignanas em dietas de animais lactantes baseiam-se no aumento da atividade de genes antioxidantes, incremento no teor de gordura no leite, maior concentração de ácidos graxos poliinsaturados, baixos índices de aterogênicidade e trombogêni-cidade e melhoria da estabilidade oxidativa do leite e do queijo mussarela.
Além disso, Wang, Rui & Zhang (2009) avaliaram o uso tópico de fililina em vacas com mastite sobre a ocorrência de resíduos nos fluídos corporais. Porém, os autores não constataram retenção dessa substância no sangue e no leite das vacas lactantes acometidas com mastite.
Miricitrina da Myrica cerifera
A Myrica cerifera comumente conhecida como bayberry ou murta de cera, é uma pequena árvore ou arbusto que cresce em regiões da América Central e do Norte uti-lizada como fitoterápico para o tratamento de diversas doenças. Essa planta possui três principais classes de metabólitos secundários: os diarilheptanóides, sendo os mais importantes o miricanol e o miricanona; os flavonoides, destacando-se a miricitrina; e os triterpenos, com os principais isolados o taraxerol, o taraxerona e a taraxane.
O extrato vegetal da Myrica cerifera possui o potencial antioxidante como principal ati-vidade biológica dos seus metabólitos secundários. Esse efeito antioxidante é exibido, principalmente, pela miricitrina, um composto polifenólico da classe dos flavonoides presente na casca da raiz da murta de cera. Assim, o potencial da miricitrina em reduzir o estresse oxidativo de sistemas biológicos está relacionada a sua capacidade de inibir a produção e eliminar os radicais livres.
Dessa forma, a ação antioxidante da miricitrina tem sido atribuída a sua capacidade de reduzir os níveis séricos de aspartato aminotransferase (AST) e alanina amino-transferase (ALT), reduzir alterações histopatológicas no fígado, aumentar o nível de glutationa (GSH) e de citocromo CPY450, inibir a produção de óxido nítrico e blo-quear a ativação das vias da proteína cinase C (PKC). Esses mecanismos de ação previnem a peroxidação lipídica hepática, o que confere ao extrato da Myrica cerifera uma atividade hepatoprotetora.
No entanto, além de reduzir o estresse oxidativo, a miricitrina pode também desem-penhar atividade antinflamatória, suprimindo a inflamação por meio da diminuição da expressão da ciclooxigenase-2 (COX-2) e do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) no fígado. Ainda, o extrato vegetal da murta de cera é capaz de inibir a expressão de proteínas (TGF-β1, α-SMA) que provocam a fibrose hepática e aumenta a regenera-ção do tecido hepático pela estímulo a expressão de antígenos nucleares de célula proliferante (PCNA).
Baseado nos mecanismos terapêuticos supracitados, a miricitrina pode ser ampla-mente utilizada para redução do estresse oxidativo, da inflamação e da fibrogênese hepática. No entanto, apesar de comprovada sua eficácia como agente hepatoprote-tor, estudos utilizando a Myrica cerifera na alimentação de animais de produção são escassos.
Os principais resultados obtidos com a utilização do extrato vegetal rico em flavonoides de miricitrina estão relacionados a modulação do metabolismo ruminal através da mudança na composição microbiana do rúmen, diminuição da produção de metano (CH4) e aumento da digestibilidade da matéria seca e matéria orgânica da dieta de vacas lactantes.
Considerações finais
A homeopatia pode ser utilizada como uma alternativa segura para prevenção a disseminação de cepas resistentes de bactérias. Além disso, os compostos ho-meopáticos podem ser ainda utilizados na produção animal, podendo prevenir e reparar desordens hepáticas que comumente acometem animais em lactação.
Várias plantas com diferentes princípios ativos podem ser utilizados pela homeo-patia como agentes hepatoprotetores. No entanto, a dificuldade de identificação e padronização dos compostos bioativos limitam a utilização de plantas com proprie-dades terapêuticas na produção animal. Visto que, existem poucas informações na literatura relacionadas a caracterização química, ao detalhamento dos mecanismos de ação e a toxicidade dos princípios bioativos. Além do mais, os efeitos das avalia-ções in vivo de extratos vegetais dinamizados dependem de fatores como dosagem, duração, via de administração, espécie e condição fisiológica do indivíduo.
Por esse motivo, espera-se com esta revisão despertar o interesse por novos estudos com a finalidade de elucidar os efeitos de compostos vegetais no metabolismo e na resposta produtiva de animais de produção. Dado que, os resultados obtidos em estudos com animais de produção são bastante inconclusivos.
Esse artigo foi originalmente publicado em Ces. Med. Vet. Zootec. vol.16 no.1 Medellín Jan./Apr. 2021  Epub Nov 18, 2021 https://doi.org/10.21615/cesmvz.16.1.2 | http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S1900-96072021000100029&script=sci_arttext&tlng=pt. Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

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Ricardo Dias Signoretti
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